Mostrar mensagens com a etiqueta Braga. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Braga. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, março 25, 2024

O Elevador do Bom Jesus de Braga foi inaugurado há 142 anos

Aspeto da linha do Elevador

O Elevador do Bom Jesus localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Operado pela Confraria do Bom Jesus do Monte, liga a parte alta da cidade ao Santuário, vencendo um desnível de mais de cem metros de altura, e segue um percurso paralelo ao dos Escadórios do Bom Jesus, terminando, na parte mais alta, junto à estátua equestre de São Longuinho.
Sendo o primeiro funicular construído na Península Ibérica, é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água.
  
Entrada, carruagem no topo do percurso, em 2007
  
Foi construído por iniciativa do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894), com projeto de autoria do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, a partir do seu país natal enviou todas as indicações necessárias para a execução do projeto e instalação dos equipamentos. Os trabalhos foram iniciados em março de 1880, com colaboração técnica do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard que, no local, superintendeu os trabalhos. A inauguração ocorreu em 25 de março de 1882.
O seu sucesso foi de tal ordem que, nesse mesmo ano, constituiu-se em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Mesnier para projetar e instalar na capital portuguesa uma série de elevadores, como o da Lavra, o da Glória, o da Bica, o de Santa Justa, e outros, uma parte dos quais se encontra até hoje em funcionamento.
A campanha de reparações, levada a cabo em 1946, utilizou material oriundo do desmantelamento do Comboio do Monte, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira.

Funciona sobre uma rampa, sendo constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um sistema funicular do tipo "endless rope", com contrapeso de água. Cada cabine tem um depósito, que é cheio de água quando no nível superior, e esvaziado quando no inferior. A diferença de pesos assim obtida permite a deslocação. A quantidade de água é calculada em função do número de passageiros nas cabines, a cada viagem.

quarta-feira, março 20, 2024

São Martinho de Dume morreu há 1.445 anos

Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976

  
Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, atual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte ação desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.
  

sábado, outubro 14, 2023

Sebastião Alba morreu há vinte e três anos...

(imagem daqui)
     
Dinis Albano Carneiro Gonçalves, cujo pseudónimo é Sebastião Alba (Braga, 11 de março de 1940 - Braga, 14 de outubro de 2000 - 60 anos), foi um escritor naturalizado moçambicano. Pertenceu à jovem vaga de autores moçambicanos que vingaram na literatura lusófona.
Nasceu em Braga, onde viveu durante alguns anos. Radicou-se, juntamente com a sua família, em 1950, em terras moçambicanas e só voltou a Portugal em 1984, voltando novamente para a «Cidade dos Arcebispos», Braga. Mas foi em Moçambique que se formou em jornalismo, lecionou em várias escolas e contraiu matrimónio com uma moçambicana.
Publicou, em 1965, Poesias, inspirado na sua própria biografia. Um dos seus primeiros poemas foi Eu, a canção. Os seus três livros colocaram-no numa posição cimeira no ambiente cultural bracarense.
Faleceu com 60 anos, atropelado numa rodovia. Deixa um bilhete dirigido ao irmão: «Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá».
      

 

um anjo erra (o amor confuso)
 
 
 
Um anjo erra
nos teus olhos diurnos

humedecido do véu
(ao fundo, a íris entardece)
seguiu de cor a revoada das pombas

místico
um arroubo ascende a prumo
do plano em que me fitas

cisnes desaguam
do teu olhar em fio
e vogam ao redor, pelo estuário da sala

ao sol-poente
os vitrais das janelas
ardem na catedral assim erguida

colocamos um sonho
em cada nicho

e no círculo formado pelas nossas bocas
subentende-se com verve
a língua.




Sebastião Alba

sábado, março 25, 2023

O Elevador do Bom Jesus de Braga faz hoje 141 anos

Aspeto da linha do Elevador

O Elevador do Bom Jesus localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Operado pela Confraria do Bom Jesus do Monte, liga a parte alta da cidade ao Santuário, vencendo um desnível de mais de cem metros de altura, e segue um percurso paralelo ao dos Escadórios do Bom Jesus, terminando, na parte mais alta, junto à estátua equestre de São Longuinho.
Sendo o primeiro funicular construído na Península Ibérica, é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água.
  
Entrada, carruagem no topo do percurso, em 2007
  
Foi construído por iniciativa do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894), com projeto de autoria do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, a partir do seu país natal enviou todas as indicações necessárias para a execução do projeto e instalação dos equipamentos. Os trabalhos foram iniciados em março de 1880, com colaboração técnica do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard que, no local, superintendeu os trabalhos. A inauguração ocorreu em 25 de março de 1882.
O seu sucesso foi de tal ordem que, nesse mesmo ano, constituiu-se em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Mesnier para projetar e instalar na capital portuguesa uma série de elevadores, como o da Lavra, o da Glória, o da Bica, o de Santa Justa, e outros, uma parte dos quais se encontra até hoje em funcionamento.
A campanha de reparações levada a cabo em 1946 utilizou material oriundo do desmantelamento do Comboio do Monte, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira.

Funciona sobre uma rampa, sendo constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um sistema funicular do tipo "endless rope", com contrapeso de água. Cada cabine tem um depósito, que é cheio de água quando no nível superior, e esvaziado quando no inferior. A diferença de pesos assim obtida permite a deslocação. A quantidade de água é calculada em função do número de passageiros nas cabines, a cada viagem.

segunda-feira, março 20, 2023

São Martinho de Dume morreu há 1444 anos

 Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976
  
Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, atual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte ação desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.
  

sexta-feira, março 25, 2022

O Elevador (Funicular) do Bom Jesus de Braga faz hoje cento e quarenta anos...!

Aspeto da linha do Elevador

O Elevador do Bom Jesus localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Operado pela Confraria do Bom Jesus do Monte, liga a parte alta da cidade ao Santuário, vencendo um desnível de mais de cem metros de altura, e segue um percurso paralelo ao dos Escadórios do Bom Jesus, terminando, na parte mais alta, junto à estátua equestre de São Longuinho.
Sendo o primeiro funicular construído na Península Ibérica, é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água.
  
Entrada, carruagem no topo do percurso, em 2007
  
Foi construído por iniciativa do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894), com projeto de autoria do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, a partir do seu país natal enviou todas as indicações necessárias para a execução do projeto e instalação dos equipamentos. Os trabalhos foram iniciados em março de 1880, com colaboração técnica do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard que, no local, superintendeu os trabalhos. A inauguração ocorreu em 25 de março de 1882.
O seu sucesso foi de tal ordem que, nesse mesmo ano, constituiu-se em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Mesnier para projetar e instalar na capital portuguesa uma série de elevadores, como o da Lavra, o da Glória, o da Bica, o de Santa Justa, e outros, uma parte dos quais se encontra até hoje em funcionamento.
A campanha de reparações levada a cabo em 1946 utilizou material oriundo do desmantelamento do Comboio do Monte, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira.

Funciona sobre uma rampa, sendo constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um sistema funicular do tipo "endless rope", com contrapeso de água. Cada cabine tem um depósito, que é cheio de água quando no nível superior, e esvaziado quando no inferior. A diferença de pesos assim obtida permite a deslocação. A quantidade de água é calculada em função do número de passageiros nas cabines, a cada viagem.

domingo, março 20, 2022

São Martinho de Dume morreu há 1443 anos

 Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976
  
Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, actual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte ação desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.
  

sábado, dezembro 25, 2021

Adolfo Luxúria Canibal, o vocalista dos Mão Morta, faz hoje 62 anos

 
Adolfo Luxúria Canibal
(Luanda, 25 de dezembro de 1959), de nome de baptismo Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, é um advogado, músico e poeta português.
 
(...)
 
Letrista e vocalista do grupo Mão Morta, desde 1984, depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang (1981), Auaufeiomau (1981-1984) e PVT Industrial (1984). De 2000 a 2009 integrou o grupo francês Mécanosphère, como vocalista. Participou ainda como vocalista ou letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell, WrayGunn, Houdini Blues, Jorge Palma, Pat Kay & The Gajos, Steve Mackay, Mark Stewart ou Hilmar Orn Hilmarsson.
  

 


quinta-feira, março 25, 2021

O Elevador (Funicular) do Bom Jesus de Braga faz hoje 139 anos

Aspecto da linha do Elevador

O Elevador do Bom Jesus localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Operado pela Confraria do Bom Jesus do Monte, liga a parte alta da cidade ao Santuário, vencendo um desnível de mais de cem metros de altura, e segue um percurso paralelo ao dos Escadórios do Bom Jesus, terminando, na parte mais alta, junto à estátua equestre de São Longuinho.
Sendo o primeiro funicular construído na Península Ibérica, é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água.
  
Entrada, carruagem no topo do percurso, em 2007
  
Foi construído por iniciativa do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894), com projeto de autoria do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, a partir do seu país natal enviou todas as indicações necessárias para a execução do projeto e instalação dos equipamentos. Os trabalhos foram iniciados em março de 1880, com colaboração técnica do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard que, no local, superintendeu os trabalhos. A inauguração ocorreu em 25 de março de 1882.
O seu sucesso foi de tal ordem que, nesse mesmo ano, constituiu-se em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Mesnier para projetar e instalar na capital portuguesa uma série de elevadores, como o da Lavra, o da Glória, o da Bica, o de Santa Justa, e outros, uma parte dos quais se encontra até hoje em funcionamento.
A campanha de reparações levada a cabo em 1946 utilizou material oriundo do desmantelamento do Comboio do Monte, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira.

Funciona sobre uma rampa, sendo constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um sistema funicular do tipo "endless rope", com contrapeso de água. Cada cabine tem um depósito, que é cheio de água quando no nível superior, e esvaziado quando no inferior. A diferença de pesos assim obtida permite a deslocação. A quantidade de água é calculada em função do número de passageiros nas cabines, a cada viagem.

sábado, março 20, 2021

São Martinho de Dume morreu há 1442 anos

 Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976
  
Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, actual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte acção desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.
  

sexta-feira, dezembro 25, 2020

Adolfo Luxúria Canibal, o vocalista dos Mão Morta faz hoje 61 anos

 
 
Adolfo Luxúria Canibal
(Luanda, 25 de dezembro de 1959), de nome de baptismo Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, é um advogado, músico e poeta português.
 
(...)
 
Letrista e vocalista do grupo Mão Morta, desde 1984, depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang (1981), Auaufeiomau (1981-1984) e PVT Industrial (1984). De 2000 a 2009 integrou o grupo francês Mécanosphère, como vocalista. Participou ainda como vocalista ou letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell, WrayGunn, Houdini Blues, Jorge Palma, Pat Kay & The Gajos, Steve Mackay, Mark Stewart ou Hilmar Orn Hilmarsson.
  
  

   

domingo, março 11, 2018

O poeta Sebastião Alba nasceu há 78 anos

(imagem daqui)
  
Dinis Albano Carneiro Gonçalves, cujo pseudónimo era Sebastião Alba (Braga, 11 de março de 1940 - Braga, 14 de outubro de 2000 - 60 anos), foi um escritor português naturalizado moçambicano. Pertenceu à jovem vaga de autores moçambicanos que vingaram na literatura lusófona.
Nasceu em Braga, onde viveu durante alguns anos. Radicou-se, juntamente com a sua família, em 1950, em terras moçambicanas e só voltou a Portugal em 1984, voltando novamente para a «Cidade dos Arcebispos», Braga. Mas foi em Moçambique que se formou em jornalismo, lecionou em várias escolas e contraiu matrimónio com uma moçambicana.
Publicou, em 1965, Poesias, inspirado na sua própria biografia. Um dos seus primeiros poemas foi Eu, a canção. Os seus três livros colocaram-no numa posição cimeira no ambiente cultural bracarense.
Faleceu com 60 anos, atropelado numa rodovia. Deixa um bilhete dirigido ao irmão: «Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá».
  
  
Gosto dos amigos
 

Gosto dos amigos
Que modelam a vida
Sem interferir muito;
Os que apenas circulam
No hálito da fala
E apõem, de leve,
Um desenho às coisas.
Mas, porque há espaços desiguais
Entre quem são
E quem eles me parecem,
O meu agrado inclina-se
Para o mais reconciliado,
Ao acordar,
Com a sua última fraqueza;
O que menos se preside à vida
E, à nossa, preside
Deixando que o consuma
O núcleo incandescente
Dum silêncio votivo
De que um fumo de incenso
Nos liberta.

Sebastião Alba

sexta-feira, dezembro 25, 2015

Adolfo Luxúria Canibal, o vocalista dos Mão Morta, faz hoje 56 anos

Adolfo Luxúria Canibal (Luanda, 25 de dezembro de 1959), de nome de baptismo Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, é um advogado, músico e poeta português.

Biografia
Adolfo Luxúria Canibal nasceu em Luanda, Província Ultramarina de Angola. Cresceu entre Vieira do Minho e Braga e em 1978 mudou-se para Lisboa, para estudar Direito. Viveu em Lisboa de 1978 até 1999, onde, após terminar o curso de Direito, exerceu a advocacia e a consultoria jurídica. Na qualidade de especialista em Direito do Ambiente foi orador convidado em diversos congressos e seminários, portugueses e estrangeiros, e professor em cursos de formação, de pós-graduação e de mestrado. Integrou de 1993 a 1999 um Grupo de Peritos Jurídicos da Convenção de Berna, junto ao Conselho da Europa, em Estrasburgo. No final de 1999 foi habitar para Paris, cidade onde praticou diversos misteres, como tradutor, actor de figuração, gerente comercial, jornalista, cronista, voz para telemóveis, estudos de mercado, crítico musical ou gestor liquidatário de sociedades cinematográficas. No final de 2004 regressou a Braga e à consultoria jurídica, cidade onde reside actualmente.
Entre 1979 e 1982 Adolfo Luxúria Canibal esteve casado com Eva Machado, bisneta do antigo Presidente da República Bernardino Machado, com quem teve uma filha, Isabel Sofia, nascida em Braga em fevereiro de 1980. Isabel Sofia vive em Cork, na Irlanda, desde 2007, tendo feito o doutoramento em engenharia alimentar na Universidade local, mas de 2012 a 2014 habitou em Chicago, nos EUA, onde em maio de 2014 nasceu o seu filho Leonardo, primeiro neto de Adolfo Luxúria Canibal. Este, entre 1993 e 2004, viveu maritalmente com a cineasta francesa Mariana Otero, com quem teve o segundo filho, Mateus, nascido em Lisboa em julho de 1997 e que, desde 1999, habita em Paris, com a mãe. Actualmente Adolfo Luxúria Canibal vive com Marta Abreu, antiga baixista dos grupos Voodoo Dolls e Mão Morta e gestora hoteleira, proprietária do restaurante japonês Hocho.
Letrista e vocalista do grupo Mão Morta, desde 1984, depois de ter fundado e exercido igual função nos grupos Bang-Bang (1981), Auaufeiomau (1981-1984) e PVT Industrial (1984). De 2000 a 2009 integrou o grupo francês Mécanosphère, como vocalista. Participou ainda como vocalista ou letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas portugueses e estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell, WrayGunn, Houdini Blues, Jorge Palma, Pat Kay & The Gajos, Steve Mackay, Mark Stewart ou Hilmar Orn Hilmarsson.
Encenou e actuou em performances e espectáculos multimédia como Rococó, Faz o Galo (1983), Dos Gatos Brancos que Jazem Mortos na Berma do Caminho de Ferro (1983), Labiu e a Pulga Amestrada (1984) e Müller no Hotel Hessischer Hof (1997), ou foi apenas actor, como em Maldoror (2007), encenado por António Durães. Foi também actor em teatro, na peça Eis o Homem! da companhia Mundo Razoável, encenada por Marta Freitas (2013). Foi ainda autor de espectáculos de spoken word, a solo (1999) ou com António Rafael (desde 2004), sob a designação de Estilhaços. Concebeu, com João Martinho Moura e Miguel Pedro, a performance de arte digital Câmara Neuronal para a exposição FrameArt da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012. Participou na concepção colectiva e actuou, com os Mão Morta, José Mário Branco, Fernando Lapa, Amélia Muge e Pacman, no musical Então Ficamos..., espectáculo de comunidade de encerramento da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012 encenado por António Durães. Com António Rafael concebeu, gravou e interpretou ao vivo a banda sonora para a instalação The Wall of Pleasure do artista plástico Tiago Estrada na Rooster Gallery, em Nova Iorque (2013). Ainda com António Rafael e Miguel Pedro compôs e actuou no musical Chão, um espectáculo de comunidade, com a participação de 70 mulheres de Paredes de Coura, encenado por João Pedro Vaz para o décimo aniversário da companhia de teatro Comédias do Minho.
Concebeu a colectânea de bandas bracarenses À Sombra de Deus, tendo realizado, com Berto Borges, o seu primeiro volume À Sombra de Deus - Braga 88, editado pela Câmara Municipal de Braga, e, com Miguel Pedro, o quarto volume À Sombra de Deus IV - Braga 2012, editado pela Capital Europeia da Juventude - Braga 2012. Em 2002 criou, com António Rafael e Miguel Pedro, a editora independente Cobra, tendo editado vários discos de Mão Morta e de artistas como Anger, Erro!, Houdini Blues, Fat Freddy, Jazz Iguanas, Umpletrue, Mundo Cão ou At Freddy's House.
Participou como actor nos filmes Gel Fatal, de António Ferreira, e O Dragão de Fumo, de José Carlos de Oliveira, e concebeu, com João Onofre, o filme de videoarte S/título (мій голос), exibido no 19.º Festival Internacional de Cinema - Curtas de Vila do Conde. Em 2012 foi objecto do documentário Fado Canibal, realizado por Timóteo Azevedo.
Escreveu textos diversos para jornais e revistas, como a Vértice ou a 365, e foi, de 2000 a 2004, correspondente do jornal Blitz. Teve uma coluna de opinião no semanário O Independente (1999) e manteve, de 2001 a 2004, uma crónica semanal na rádio Antena 3 e, de 2008 a 2010, uma crónica quinzenal na revista Vidas do diário Correio da Manhã. Desde janeiro de 2011 tem uma rubrica mensal na revista Domingo do mesmo diário e desde janeiro de 2014 uma crónica quinzenal no semanário Sol.
Editou os livros Rock & Roll, Estilhaços, Estilhaços e Cesariny e Todas as Ruas do Mundo e escreveu o prefácio para uma edição de Os Cantos de Maldoror, do Conde de Lautrèamont. Foi autor de uma súmula sobre a história do Parque Nacional da Peneda-Gerês e de um ensaio ecocrítico sobre os romances de Valter Hugo Mãe. Criou com o fotógrafo e artista plástico Fernando Lemos o livro-objecto Desenho Diacrónico, editado no Brasil por ocasião da inauguração da sua exposição retrospectiva Lá e Cá, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Traduziu Heiner Müller (1997) e Vladimir Maiakovski (2006).
Foi considerado, em 2003, pelo semanário Expresso, como uma das cinquenta personalidades vivas mais importantes da cultura portuguesa. Em 2011, nas Comemorações do Centenário da Universidade de Lisboa, foi um dos 100 ex-alunos convidados para proferir uma palestra no ciclo 100 Lições, a que deu o título Profissão: Diletante. Da Música à Conservação da Natureza.


domingo, março 25, 2012

O Elevador (Funicular) do Bom Jesus de Braga faz hoje 130 anos

Aspecto da linha do Elevador

O Elevador do Bom Jesus localiza-se no Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, em Portugal.
Operado pela Confraria do Bom Jesus do Monte, liga a parte alta da cidade ao Santuário, vencendo um desnível de mais de cem metros de altura, e segue um percurso paralelo ao dos Escadórios do Bom Jesus, terminando, na parte mais alta, junto à estátua equestre de São Longuinho.
Sendo o primeiro funicular construído na Península Ibérica, é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água.

Entrada, carruagem no topo do percurso, em 2007

Foi construído por iniciativa do empresário bracarense Manuel Joaquim Gomes (1840-1894), com projeto de autoria do engenheiro suíço Niklaus Riggenbach. Este, a partir do seu país natal enviou todas as indicações necessárias para a execução do projeto e instalação dos equipamentos. Os trabalhos foram iniciados em março de 1880, com colaboração técnica do engenheiro português de ascendência francesa Raul Mesnier du Ponsard que, no local, superintendeu os trabalhos. A inauguração ocorreu em 25 de março de 1882.
O seu sucesso foi de tal ordem que, nesse mesmo ano, constituiu-se em Lisboa a Companhia dos Ascensores, que convidou Mesnier para projetar e instalar na capital portuguesa uma série de elevadores, como o da Lavra, o da Glória, o da Bica, o de Santa Justa, e outros, uma parte dos quais se encontra até hoje em funcionamento.
A campanha de reparações levada a cabo em 1946 utilizou material oriundo do desmantelamento do Comboio do Monte, na cidade do Funchal, na ilha da Madeira.

Funciona sobre uma rampa, sendo constituído por duas cabines independentes, ligadas entre si por um sistema funicular do tipo "endless rope", com contrapeso de água. Cada cabine tem um depósito, que é cheio de água quando no nível superior, e esvaziado quando no inferior. A diferença de pesos assim obtida permite a deslocação. A quantidade de água é calculada em função do número de passageiros nas cabines, a cada viagem.

terça-feira, março 20, 2012

São Martinho de Dume morreu há 1433 anos

 Representação de São Martinho de Dume numa miniatura do Códice Albeldensis, circa 976

Martinho de Dume, Martinho Dumiense ou ainda Martinho de Braga (ou Martinho Bracarense) são os vários nomes por que é conhecido Martinho da Panónia, um bispo de Braga e de Dume considerado santo pela Igreja Católica.
Martinho nasceu na Panónia, actual Hungria, no século VI. É tido como o apóstolo dos Suevos, responsável maior pela sua conversão do arianismo ao catolicismo.

Estudou grego e ciências eclesiásticas no Oriente. De volta ao Ocidente, dirigiu-se para Roma e para a França, para continuar os estudos, onde visitou o túmulo do seu conterrâneo Martinho de Tours.
Estabeleceu um mosteiro em Dume, uma aldeia das proximidades de Bracara Augusta, a partir do qual começou a irradiar a sua pregação. Estabeleceu a Diocese de Dume (caso único na história cristã - confinada ao referido Mosteiro de Dume a que presidia), da qual foi primeiro bispo, em 556. Depois, por vacatura da diocese bracarense, em 569, foi feito metropolita dessa região de Braga, então capital do Reino Suevo.
Reuniu o Concílio de Braga em 563, tendo proibido que se cantassem muito dos hinos e cantos de carácter popular que estavam incluídos nas missas e noutras celebrações. Ao longo dos anos, a música litúrgica foi sendo fixada no Cantochão, mas o povo, apoiado num substrato musical muito antigo, apoderou-se de alguns destes cânticos da Igreja e popularizou-os, dando-lhes a sua interpretação própria.
Para além de batalhador pela ortodoxia contra os arianos, foi também um fecundo escritor. Entre as principais obras, citamos: Escritos canónicos e litúrgicos. Destacou-se também como tradutor (designadamente, dos Pensamentos dos padres egípcios).
Martinho de Dume é também uma figura de capital importância para a história da cultura e língua portuguesas; de facto, considerando indigno de bons cristãos que se continuasse a chamar os dias da semana pelos nomes latinos pagãos de Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, foi o primeiro a usar a terminologia eclesiástica para os designar (Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies), donde os modernos dias em língua portuguesa (segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), caso único entre as línguas novilatinas, dado ter sido a única a substituir inteiramente a terminologia pagã pela terminologia cristã.
Isto explica o facto de os mais antigos documentos redigidos em português, fortemente influenciados por este latim eclesiástico, não terem qualquer vestígio da velha designação romana dos dias da semana, prova da forte acção desenvolvida por Martinho e seus sucessores na substituição dos nomes.
Martinho tentou também substituir os nomes dos planetas, mas aí já não foi tão bem sucedido, pelo que ainda hoje os chamamos pelos seus nomes clássicos pagãos.
Morreu no dia 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dúmio. Para si compôs o seguinte epitáfio: Nascido na Panónia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da missa. Tendo-te seguido, ó patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo.