Gémeo, a sua irmã Maria João morre três dias após o nascimento, mas dois anos depois ganha outra irmã, Maria Gabriela. Na infância foi fortemente influenciado pelo
rock desde cedo, em especial o francês através do grupo
Les Chats Sauvages e
Johnny Halliday, além do maior de todos,
Elvis Presley. Conhece a música brasileira através de
Miltinho e
Doris Monteiro, discos que seu pai tinha em casa. Em
1963 toma contato com o que viria a determinar a sua opção pela música:
The Beatles.
Tinha catorze anos na época e viu-se envolvido com a
música brasileira de imediato. Cedo começou escrevendo letras para músicas de um vizinho, o que o levou a aprender viola para fazer as suas próprias músicas. A partir dos dezassete, dezoito anos, compôs algumas das que viriam a se tornar clássicos da banda seminal que fundou, os
Secos & Molhados.
Início de carreira
Com a mudança para o Brasil em 28 de março de
1964 depara-se com a efervescência musical do país e com o começo da
Jovem Guarda, movimento ligado ao
rock da época que viria a estimulá-lo mais ainda. Começa a escrever letras em músicas já existentes, em especial dos
Beatles. Falta agora aprender a tocar violão para compor. Muda-se para o seu prédio um rapaz chamado Renato que toca viola e com ele forma a sua primeira dupla, chamada
Zeus. Aprende então a tocar viola e a escrever as suas primeiras canções. Chega a fazer um programa de televisão chamado “Quadrado e Redondo” na recém inaugurada
TV Bandeirantes. Estuda e trabalha como jornalista no jornal Diário Popular, na
TV Globo e no extinto jornal
Última Hora onde tem contato com personagens do teatro brasileiro por causa de seu pai, crítico de teatro. Um desses, o diretor
Antunes Filho pede-lhe uma música para o monólogo
Corpo a Corpo, de
Oduvaldo Vianna Filho, com
Juca de Oliveira. A canção
“Voo" viria a ser gravada por sua banda em seu segundo álbum. Conhece Carlos Augusto Oliveira, o
Guga, dono da produtora de filmes Blimp Filmes, depois Criasom, e tem a sua primeira experiência como cantor numa paródia dos filmes
spagghetti sob sua direção em
1970. Em setembro desse ano, passa férias em Ubatuba com um amigo dessa produtora e numa casa de secos e molhados, onde comiam e bebiam, João resolve adotar esse nome para a sua banda, ainda apenas como “one man band”. Em
1971 conhece António Carlos, Pitoco, (viola de 10 cordas) e Fred (bongô). Com seu viola de doze cordas e harmónica de boca, completa agora a banda anunciada:
Secos & Molhados.
Secos & Molhados
A primeira apresentação acontece no bar Kurtisso Negro, propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz António Machado, no bairro do
Bixiga, em
São Paulo.
Com essa formação chegam a ser convidados para gravar por
Solano Ribeiro (diretor/criador dos maiores festivais de música no país) na gravadora
Som Livre, mas Pitoco resolve continuar carreira solo, já que havia lançado um EP com músicas suas inéditas.
Em outro dia, apresentava-se no mesmo Kurtisso Negro, uma cantora e compositora chamada Luli (hoje
Luhli) com quem João viria a compor alguns dos maiores sucessos da banda. Ela sugere-lhe um vocalista que João procurava e que morava no
Rio de Janeiro: Ney de Souza Pereira, futuro
Matogrosso.
Em 10 de novembro de 1971, muda-se para
São Paulo e nesse mesmo dia à noite gravam a música Voo para a peça de Antunes. Depois de alguns meses,
Gérson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O
Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".
No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar - em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu
primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.
Os
Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenómenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendas de discos e público. Em fevereiro de 1974, fazem um concerto no
Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no
Brasil. Em agosto do mesmo ano, é lançado o
segundo disco e João Ricardo decide reciclar os integrantes da banda.
Em maio de 1978, João Ricardo lança o
terceiro disco dos
Secos & Molhados com Lili Rodrigues,
Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. Surge mais um sucesso do grupo, "Que Fim Levaram Todas as Flores?", canção mais executada no Brasil naquele ano. Em agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé - César e Roberto – os
Secos & Molhados lançam o
quarto disco. A quinta formação do grupo nasce no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo. Em maio de 1988 sai o álbum "A Volta do Gato Preto". Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança "Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e Molhados.
A solo
Após o término da segunda formação, João Ricardo num encontro casual com o empresário Guilherme Araújo, é levado para um jantar com o presidente da
Phillips/Phonogram (
André Midani) e o diretor artístico (
Roberto Menescal), que o convidam para gravar seu primeiro disco solo em
1975.
Em
1976, lança o disco "Da Boca Prá Fora" acompanhado de um trio de jovens músicos, entre eles o guitarrista
Wander Taffo. Em
1979, lança o
LP "Musicar", com participação do guitarrista
Mozart Mello. O último disco solo "Puto", lançado em junho de 2007, é uma colaboração de João Ricardo (que compôs, produziu e cantou todas as canções) com o músico
Daniel Iasbeck (responsável por todos os arranjos, instrumentos, gravação e mistura).
Vida familiar
João Ricardo casa-se pela primeira vez com Maria Renata Diehl Corazza em 20 de março de 1976 e tem dois filhos da esposa, Felipe Corazza Teixeira Pinto, professor de filosofia e cantor, em 5 de abril de 1977, e Tila Corazza Teixeira Pinto, atriz, em 8 de novembro de 1979. Separa-se em junho de 1986.
Em 10 de novembro de 1993, casa-se com Tânia, jornalista e professora universitária e nasce Irina, em 16 de dezembro de 2000. Em seu mais recente CD
a solo,
Puto, João Ricardo grava, entre as onze músicas, duas canções em homenagem à mulher e à filha.