Deixa que te diga
Hoje, como ontem
Deixa que te diga
Que gosto do teu rosto amigo.
Do teu mundo antigo,
(só sol no teu mundo)
O teu mundo amigo
O meu rosto talvez antigo
(às vezes não há sol no meu mundo)
- Gosto do teu rosto amigo
Hoje como ontem
Deixa que te diga
Que gosto desse teu ar de criança
Da tua história da cabrinha branca
(aquela que não tem fim...)
Gosto das tuas mãos grandes e fortes
Que trabalham e desenham pópós
Que cortam árvores e acariciam flores
- Gosto do teu ar de criança
Hoje como ontem
Deixa que te diga
Que gosto que cresças comigo
Que digas não quando é preciso
(mesmo se custe)
Gosto dos sonhos lindos que tivemos
E das tulipas que plantámos juntos
- Gosto que cresças comigo
Hoje, como sempre.
in De Bibe e Caneta - 2ª Edição (1982) - MJFOM