domingo, agosto 12, 2012
Mark Knopfler - 63 anos
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Miguel Torga nasceu há 105 anos
Somos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.
E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.
Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.
Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.
in Odes (1946) - Miguel Torga
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Tanita Tikaram - 43 anos
Muito pouco conhecida no mundo inteiro, é a autora de uma das músicas mais tocadas no Brasil no final da década de 1990 e início da década atual: a música Cathedral Song, ou Catedral, famosa nas vozes de Zélia Duncan, Leandro (da dupla sertaneja Leandro e Leonardo), Banda Catedral e Renato Russo. Tanita é irmã do actor Ramon Tikaram.
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sábado, agosto 11, 2012
Deimos foi descoberto há 135 anos
A lua foi descoberta – junto com Fobos, o outro satélite de Marte – em agosto de 1877 por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.
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O poeta luso-brasileiro Tomás António Gonzaga, o Dirceu de Marília, nasceu há 268 anos
Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos,
queimar as capoeiras inda novas,
servir de adubo à terra a fértil cinza,
lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
altos volumes de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
tu me farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.
Lerás em alta voz, a imagem bela;
eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
que tens quem leve à mais remota idade
a tua formosura.
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Pedro Nunes morreu há 434 anos
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sexta-feira, agosto 10, 2012
Né Ladeiras faz hoje 53 anos
Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projectos musicais entre os quais, um duo acústico formado com uma amiga da escola.
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Ian Anderson, líder dos Jethro Tull, faz hoje 65 anos!
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Rui Knopfli nasceu há 80 anos
Arde um fulgor extinto
no longe da tarde agoniada.
Não me pesaria tanto
a caminhada se, em lugar do dia,
no seu extremo achasse a noite.
Exacta e concisa é a claridade.
Não mente à luz o que a noite
ilude. Terrível destino
o de quem é nocturno à luz solar.
Não vos ponha em cuidado,
porém, este meu penar:
são palavras e não sangram.
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Carlos de Oliveira nasceu há 91 anos
Para ti, meu amor, é cada sonho
de todas as palavras que escrever,
cada imagem de luz e de futuro,
cada dia dos dias que viver.
Os abismos das coisas, quem os nega,
se em nós abertos inda em nós persistem?
Quantas vezes os versos que te dou
na água dos teus olhos é que existem!
Quantas vezes chorando te alcancei
e em lágrimas de sombra nos perdemos!
As mesmas que contigo regressei
ao ritmo da vida que escolhemos!
Mais humana da terra dos caminhos
e mais certa, dos erros cometidos,
foste de novo, e sempre, a mão da esperança
nos meus versos errantes e perdidos.
Transpondo os versos vieste à minha vida
e um rio abriu-se onde era areia e dor.
Porque chegaste à hora prometida
aqui te deixo tudo, meu amor!
Carlos de Oliveira
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O Reporter X, pai do poeta Reinaldo Ferreira, nasceu há 115 anos
Repórter X - Reinaldo Ferreira nasceu há um século - Memórias de um repórter
Imaginou entrevistas com Mata Hari e Conan Doyle, enviou reportagens da "Rússia dos sovietes" sem nunca lá ter posto os pés, criou um dos primeiros detectives de gabinete da literatura policial, deu forma a uma galeria interminável de heróis de folhetim, fundou jornais, realizou filmes, previu, ao jeito de Júlio Verne, como seriam Lisboa e o Porto no ano 2000.Reinaldo Ferreira. R de realidade e F de ficção. Nasceu há um século. Os 38 anos da sua breve passagem pelo mundo foram vividos à beira do delírio, com a morfina a ajudar. Um tipógrafo distraído inventou a alcunha que o iria consagrar: Repórter X.
- O menino já fez incêndios?
Na redacção de "A Capital", a mãos com a cobertura da recém-deflagrada Primeira Guerra Mundial, Garibaldi Falcão, jornalista da velha guarda, interpelava um jovem aprendiz de 16 ou 17 anos. Interpretando mal a pergunta, e julgando que o tomavam por pirómano, Reinaldo Ferreira retorquiu com um indignado "Não, senhor!". Foi a primeira reportagem do futuro Repórter X: um fogo posto na rua lisboeta da Estefânia.Mas a sua adolescência, formada na leitura dos folhetins policiais e de espionagem, enfadava-se com a insossa rotina dos "casos do dia". E como a realidade se obstinava em lhe negar assuntos palpitantes, só lhe restava inventar. E inventou, há que dizê-lo, a torto e a direito. Ainda hoje será difícil determinar todas as suas "reinaldices", para usar a expressão posta a correr pelos que lhe iam desmascarando as farsas. Ele, porventura consciente de que essa pulsão para confundir factos e ficções era, afinal, o sinal distintivo do seu génio peculiar, retorquia com um neologismo da sua própria lavra: "reporterxizar".Em 1917, com dezenove anos - nasceu em Lisboa no dia 10 de Agosto de 1897 - arrepia os lisboetas com o crime, tão tenebroso quanto inexistente, da Rua Saraiva de Carvalho, que metia malfeitores empuçados, um presumível cadáver e um vilão, apropriadamente designado como "o homem dos olhos tortos". A história veio a lume n' "O Século", em forma de cartas enviadas "por um desconhecido", que se assinava Gil Goes. E a coisa atingiu tais proporções que o jornal achou prudente revelar o embuste. Mas o folhetim, finalmente assumido como ficção, prosseguiu até ao seu desenlace, e não tardou a transformar-se em livro - "O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho" -, que José Leitão de Barros tentou mesmo adaptar ao cinema com o título "O Homem dos Olhos Tortos". Segundo Joel Lima, minucioso biógrafo do Repórter X e autor de um extenso prefácio à recente reedição conjunta das suas histórias do "Dr. Duque, o Cartomante do Raciocínio" - uma espécie de Nero Wolfe "avant la lettre" -, a Cinemateca Nacional conserva ainda mil metros de película rodados para este abortado projecto.Escassos meses após ter encerrado as aventuras de Gil Goes, Reinaldo Ferreira publica em "A Manhã", em Março de 1918, um "inquérito à mendicidade". Fez-se fotografar mal barbeado e andrajoso, de mão estendida, e o público convenceu-se de que o repórter fizera, de facto, vida de mendigo. Mas, salvo o retrato, era tudo inventado, incluindo os 47 centavos que lhe teria rendido esta incursão na indigência.Neste mesmo ano, volta à carga em "O Século" com o suposto assassinato de uma estrangeira, perpetrado pelo respectivo marido numa pensão de Lisboa. Desta vez, auxiliado por Stuart de Carvalhais, vai ao ponto de pôr um quarto da dita pensão em pantanas e de espalhar sangue de galinha pelo aposento. E, a encerrar o ano de 1918, " recolhe" as últimas palavras do presidente Sidónio Pais, assassinado na Estação do Rossio: "Morro eu, mas salva-se a Pátria". A verdade é que não presenciou o sucedido e, ao que parece, o estadista tombou sem ter tido tempo de dizer seja o que for.
- Ir à Rússia sem sair de Paris
Já casado com Lucília Ferreira - de quem depois procurará debalde divorciar-se -, e sendo já pai de uma filha, Yolanda, Reinaldo Ferreira abala em 1920 para Paris, ao serviço da filial francesa da Agência Americana, que fora fundada pelo escritor brasileiro Olavo Bilac. Pelos finais do ano seguinte já deixara esta empresa e radica-se em Barcelona com a família, incuindo a mãe, que o pai abanonara. É aqui que nasce Edgar Reinaldo, que depois será o poeta Reinaldo Ferreira (filho).Com a subida ao poder de Primo de Rivera, o jornalista regressa a Portugal, mas não sem antes enviar de Barcelona uma crónica à imprensa de Lisboa, atacando o ditador. Assina o artigo com o seu próprio nome, mas um amigo faz-lhe ver que poderia sofrer represálias e, prudente, Reinaldo escreve por cima "Repórter". Todavia, por um desses acasos do destino, o tipógrafo que recebe a peça vê um "x" no que não era mais do que o rabisco final da mal escondida assinatura. Nascia, assim, o Repórter X.Já empregado no "ABC", o jornal envia-o à Rússia, em 1925, para acompanhar a luta intestina desencadeada após a morte de Lenine. De Paris, onde terá experimentado pela primeira vez a morfina, Reinaldo informa que lhe está a ser difícil conseguir um visto, mas vai mandando trabalho, designadamente uma entrevista forjada a Conan Doyle. E, finalmente, começam a chegar as crónicas de Moscovo, onde o jornalista passa a vida a tropeçar em portugueses, desde o porteiro do Kremlin ao homem que embalsamou Lenine. A convicção de Joel Lima é a de que o nosso repórter nunca pôs os pés na Rússia e que se limitou a ficar em Paris, aguardando os artigos de Henri Béraud, que para lá fora destacado pelo "Le Journal".Em 1926 está de novo em Portugal, fixando-se agora no Porto e escrevendo simultaneamente para o ABC e para "O Primeiro de Janeiro". É em Março desse ano que se dá em Lisboa o célebre assassinato da corista Maria Alves, estrangulada num táxi e lançada morta para a sarjeta. Baseando-se em anteriores crimes congéneres e na intriga de um romance espanhol, Reinaldo aventa nos jornais que o culpado é o ex-empresário da vítima, Augusto Gomes. E o espantoso é que acerta.Aproveitando mais este sucesso do então já famoso Repórter X, o "Janeiro" publica-lhe o folhetim "O Táxi nº 9297", que irá ser publicado em livro, levado ao palco e convertido em filme, que o próprio Reinaldo Ferreira dirigirá no Porto, nos estúdios da falida Invicta Film, com Alves da Costa no papel do protagonista. Já em 1924 vira adaptada ao cinema, em Espanha, a novela El Botones del Rit (O Groom do Ritz), e a sua Repórter X Film produzirá ainda três curtas-metragens.
- O desvairado caso das libras de louça
Abandonado por Lucília em 1928, Reinaldo passa a viver no ano seguinte com Carmen Cal, ainda aparentada com a família portuense dos advogados Cal Brandão. Continua, entretanto, a trabalhar no "Janeiro", onde congemina a mais inverosímil das suas "reinaldices": uma alegada campanha alemã para desacreditar a moeda inglesa, que passaria pela produção de libras de louça. Isso mesmo, de louça; quebravam-se e tudo. O pior é que envolveu na trama o banqueiro Francisco Borges, do Banco Borges & Irmão, e a coisa, naturalmente, deu para o torto. Despedido do diário portuense, que ainda assim voltará depois a empregá-lo, funda vários jornais de pouca dura, até que, em 1930, financiado por um irmão, Ângelo, lança, em Lisboa, o "Repórter X", que durará até 1933. A chefia da redacção é confiada a Mário Domingues, que fora seu condiscípulo no Colégio Francês e que não tarda a abandonar o projecto para fundar "O Detective", onde denunciará, aliás, algumas "reinaldices".De novo no Porto, Reinaldo Ferreira é internado, em finais de 1932, para uma cura de desintoxicação. E escassos meses depois decide confessar a sua morfinomania nas páginas do "Repórter X", dando também à estampa o primeiro volume - e o único que publicou em vida - das "Memórias de um ex-morfinómano".No final da vida ainda lançará os efémeros jornais "A Reportagem da Semana" e o "X". Mas, regressado à dependência da morfina, separa-se em 1935 de Carmen - de quem tivera um filho, Oswaldo - e, no dia 4 de outubro desse ano, morre em Lisboa, num prédio do actual Largo de S. Carlos.Além das suas reportagens, entre as quais se contam fascinantes visões futuristas do Porto e Lisboa do ano 2000, Reinaldo Ferreira deixou ainda uma quantidade assombrosa de novelas, sobretudo policiais e de espionagem, além de várias peças de teatro. No "Diabo", Fernando de Araújo Lima garantirá, após a sua morte, que o viu escrever de jacto, a uma mesa do café portuense Avenida, para ganhar uma aposta de 250 escudos, a novela "Impossível", editada em 1929.Se, como jornalista, e não obstante os seus múltiplos talentos, Reinaldo Ferreira merece óbvias reservas, já a sua inspiração torrencial, e até as acidentadas circunstâncias da sua biografia, fazem dele uma das nossas mais fascinantes figuras da primeira metade do século: uma espécie de Camilo da "série B".Artigo de Luís Miguel Queirós, colocado na Wikipédia pelo autor, publicado no PÚBLICO em 10.08.1997
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Jorge Amado, o romancista de língua portuguesa que os senhores do Prémio Nobel esqueceram, nasceu há um século
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D. Afonso I, o primeiro Duque de Bragança, nasceu há 635 anos
- D. Afonso, 4º conde de Ourém e 1º marquês de Valença (mercê de Afonso V) que faleceu ainda em vida de seu pai em 1460;
- D. Fernando que sucedeu no ducado de Bragança;
- D. Isabel que casou com o seu tio, o infante D. João, filho de D. João I.
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quinta-feira, agosto 09, 2012
O que um rapazinho começou, um homem gordo terminou
A bomba, de 2,34 metros de comprimento, 1,52 metros de diâmetro e 4.545 kg foi detonada a uma altitude de cerca de 650 metros sobre a cidade, após ter sido lançada do bombardeiro B-29 Bockscar, pilotado pelo Major Charles Sweeney. A bomba tinha uma potência de 25 kilotoneladas. O curioso é que, tendo uma potência praticamente duas vezes maior que a da bomba conhecida como "Little Boy", lançada em Hiroshima três dias antes, os danos foram menores e menos extensivos que os do ataque anterior, pois as condições climáticas de Nagasaki no dia estavam desfavoráveis, fazendo com que a Fat Man não atingisse o alvo com precisão, caindo em um vale ao lado da cidade. Como o terreno de Nagasaki é montanhoso, parte da carga energética da explosão foi contida. Ainda assim, cerca de 40.000 pessoas foram mortas e mais de 25.000 ficaram feridas. Milhares morreram nos anos posteriores ao ataque devido a radiações e doenças causadas pela radiação.
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Whitney Houston nasceu há 49 anos
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