domingo, agosto 12, 2012

Mark Knopfler - 63 anos

Mark Knopfler (nascido em 12 de Agosto de 1949 em Glasgow, Escócia) é um guitarrista, cantor e compositor britânico. Considerado por muitos um génio da guitarra, é bastante idolatrado principalmente pelo seu estilo alternativo de tocar. É mais conhecido pelo seu trabalho com a extinta banda Dire Straits, que liderou de 1978 até 1994, do que pela sua carreira solo, embora continue a dar concertos por todo o mundo e esgote consecutivamente salas de espetáculos históricas como o Royal Albert Hall de Londres. Paralelamente, lançou álbuns solo, o seu primeiro foi Golden Heart de 1996, poucas cópias dele em CD foram produzidas, sendo, hoje, raríssimas. Escreveu também algumas trilhas sonoras e criou ainda uma outra banda: The Notting Hillbillies. Participou também no trabalho de outros artistas, como Bob Dylan, Eric Clapton e B. B. King, e produziu álbuns para Tina Turner, Randy Newman e, novamente, Dylan. Ao longo da sua carreira, fez mais de quatrocentos concertos em mais de trinta países, além de ser considerado um dos melhores guitarristas e compositores de todos os tempos. Apesar de canhoto, ele toca como destro, e de uma forma totalmente inovadora: toca com a combinação principalmente do polegar, do indicador e do dedo médio, sem o uso de palhetas.
Foi considerado o 44º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.

Miguel Torga nasceu há 105 anos

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907Coimbra, 17 de janeiro de 1995) foi um dos mais importantes poetas e escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios.


Aos Poetas

Somos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.

Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...

Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.

Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.

E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.

Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.

Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.

in
Odes (1946) - Miguel Torga

Tanita Tikaram - 43 anos

Tanita Tikaram (Münster, 12 de agosto de 1969) é uma cantora britânica, mais conhecida pelo êxito Twist in My Sobriety. O seu estilo é caracterizado pela sua voz grave, a guitarra acústica e composições poéticas.
Tanita Tikaram nasceu na Alemanha, em Münster. A sua mãe é originária da Malásia e o seu pai, Indo-Fijiano, é um oficial do Exército britânico. A sua família mudou-se para Basingstoke, Inglaterra, quando tinha 12 anos.
Muito pouco conhecida no mundo inteiro, é a autora de uma das músicas mais tocadas no Brasil no final da década de 1990 e início da década atual: a música Cathedral Song, ou Catedral, famosa nas vozes de Zélia Duncan, Leandro (da dupla sertaneja Leandro e Leonardo), Banda Catedral e Renato Russo. Tanita é irmã do actor Ramon Tikaram.


sábado, agosto 11, 2012

Deimos foi descoberto há 135 anos


Observando o planeta Marte, identificou dois satélites naturais (luas): Deimos, em 11 de agosto de 1877, e Fobos, em 17 de agosto de 1877, usando o telescópio refrator de 26" do U. S. Naval Observatory.


Deimos (em grego: terror), é a menor e mais afastada das duas luas de Marte. É, também, a menor lua reconhecida do Sistema Solar.
A lua foi descoberta – junto com Fobos, o outro satélite de Marte – em agosto de 1877 por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.

Por ser pequeno, Deimos não apresenta uma forma esférica, possuindo dimensões muito irregulares. É composto por rochas ricas em carbono, tal como muitos asteróides, e gelo. A sua superfície apresenta um número razoável de crateras mas, relativamente a Fobos, é muito mais lisa, consequência do preenchimento parcial das crateras com rególito (poeira de rochas decompostas). As maiores crateras deste satélite são Swift e Voltaire que medem, aproximadamente, 30 km de diâmetro.
Visto de Deimos, Marte surge no céu como um objeto 1000 vezes maior e 400 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, como é observada da Terra.
Visto de Marte, Deimos surge como um pequeno ponto no céu, difícil de distinguir das outras estrelas embora, no seu máximo brilho, possua um brilho equivalente a Vénus (tal como é visto da Terra).


O poeta luso-brasileiro Tomás António Gonzaga, o Dirceu de Marília, nasceu há 268 anos

Tomás António Gonzaga (Miragaia, Porto, 11 de agosto de 1744 - Ilha de Moçambique, 1810), cujo nome arcádico é Dirceu, foi um jurista, poeta e ativista político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seus poemas para "Marília de Dirceu" (versos feitos para a sua amada).


Lira III

Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.

Não verás derrubar os virgens matos,
queimar as capoeiras inda novas,
servir de adubo à terra a fértil cinza,
lançar os grãos nas covas.

Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.

Verás em cima da espaçosa mesa
altos volumes de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.

Enquanto revolver os meus consultos,
tu me farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.

Lerás em alta voz, a imagem bela;
eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.

Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
que tens quem leve à mais remota idade
a tua formosura.

Pedro Nunes morreu há 434 anos

Pedro Nunes (Alcácer do Sal, 1502 - Coimbra, 11 de agosto de 1578), com o nome latinizado Petrus Nonius, foi um matemático português.
Foi um dos maiores vultos científicos do seu tempo. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da navegação teórica, tendo-se dedicado, entre outros, aos problemas matemáticos da cartografia. Foi ainda inventor de vários instrumentos de medida, incluindo o nónio (nonius, o seu sobrenome em latim).
Traduziu para a língua portuguesa o Tratado da Esfera de Johannes de Sacrobosco (1537), os capítulos iniciais das Novas Teóricas dos Planetas de Georg von Peuerbach (por vezes referido como Jorge Purbáquio) e o livro primeiro da Geografia de Ptolomeu.
Em 1544 foi-lhe confiada a cátedra de matemática da Universidade de Coimbra, a maior distinção que se podia conferir, no país, à época, a um matemático.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Né Ladeiras faz hoje 53 anos

Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras Porto, 10 de Agosto de 1959).
Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projectos musicais entre os quais, um duo acústico formado com uma amiga da escola.

A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projecto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espectáculos pelo país e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
Em 1977, na sequência de uma actuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espectáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
Entre 1980 e 1982, integra um dos projectos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex- Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns No Jardim da Celeste (em 1981) e Também Eu (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam Natação Obrigatória e Salvé Maravilha.
O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
Em 1988 integra o projecto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então director da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.
Em 1989, ela curiosamente lança um álbum dedicado à actriz sueca Greta Garbo, Corsária, fruto de um projecto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da actividade musical.
Em 1993 participa nas gravações de Matar Saudades,tema bónus incluído na edição em CD do disco Banda do Casaco com Ti Chitas.
Entre Janeiro de 1993 e Outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efectuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias.O disco recebeu o Prémio José Afonso.
A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em dialecto mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
O álbum Todo Este Céu, editado em (1997), é inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
Durante a Expo '98 partilha Afinidades com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espectáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paúl e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale. Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização. Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser gravado.
Colabora no disco Sexto Sentido que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a colectânea Cantigas de Amigos com produção de João Balão e Moz Carrapa.
Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois concertos realizados no mês de Novembro de 2000.
O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espectáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
Ao mesmo tempo foi delineando outros projectos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto")contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
É editada uma compilação com os discos "Alhur" e "Sonho Azul".
Em Abril de 2010 iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Conta com as participações de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Nuno Patrício (Blasted Mechanism), Francesco Valente (Terrakota), Corvos, Lara Li e Mísia.


Ian Anderson, líder dos Jethro Tull, faz hoje 65 anos!

Ian Scott Anderson (Dunfermline, Escócia, 10 de agosto de 1947) é um cantor, compositor, guitarrista e flautista britânico, mais conhecido por ser o líder da banda de rock and roll Jethro Tull.


Rui Knopfli nasceu há 80 anos

(imagem daqui)

Fez os seus estudos na África do Sul e iniciou uma carreira muito activa na então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Publicou a sua obra muitas vezes marcada pela vivência tropical africana em Moçambique. Integrou o grupo de intelectuais locais. Conviveu com muitos dos artistas, críticos literários, etc. da capital moçambicana, como Eugénio Lisboa, Carlos Adrião Rodrigues, Craveirinha, António Quadros (pintor), etc. Como fotografo publicou um livro sobre a Ilha de Moçambique (A Ilha de Próspero, 1972). Com António Quadros (pintor) fundou os cadernos de Caliban. Deixou Moçambique em 1975. A nacionalidade portuguesa não impediu que a sua alma fosse assumidamente africana. Mas a sua desilusão pelos acontecimentos políticos estão expressos na sua poesia publicada após a saída da sua terra. Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou alguns livros. Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.


ARDE UM FULGOR EXTINTO

Arde um fulgor extinto
no longe da tarde agoniada.
Não me pesaria tanto
a caminhada se, em lugar do dia,
no seu extremo achasse a noite.

Exacta e concisa é a claridade.
Não mente à luz o que a noite
ilude. Terrível destino
o de quem é nocturno à luz solar.

Não vos ponha em cuidado,
porém, este meu penar:

são palavras e não sangram.

Carlos de Oliveira nasceu há 91 anos

(imagem daqui)

Carlos de Oliveira (Belém do Pará, 10 de agosto de 1921Lisboa, 1 de julho de 1981) foi um escritor português.
Nascido no Brasil, filho de imigrantes portugueses, veio aos dois anos para Portugal. A família fixa-se em Cantanhede, mais precisamente na vila de Febres, onde o pai exercia medicina. Em 1933 muda-se para Coimbra, onde permanece durante quinze anos, a fim de prosseguir os estudos. Em 1941 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabelece amizade com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora. Em 1947 licencia-se em Ciências Histórico-Filosóficas, instalando-se definitivamente em Lisboa, no ano seguinte. Periodicamente volta a Coimbra e à Gândara. Em 1949 casa-se com Ângela, jovem madeirense que conhecera nos bancos da Faculdade, sua companheira e futura colaboradora permanente.
Data de 1942 o seu primeiro livro de poemas, intitulado "Turismo", com ilustrações de Fernando Namora e integrado na colecção poética de 10 volumes do "Novo Cancioneiro", iniciativa colectiva que, em Coimbra, assinalava o advento do movimento neo-realista. Porém, em 1937, já publicara em conjunto com Fernando Namora e Artur Varela, amigos de juventude, um pequeno livro de contos "Cabeças de Barro". Em 1943 publica o seu primeiro romance, "Casa na Duna", segundo volume da colecção dos Novos Prosadores (1943), editado pela Coimbra Editora. No ano de1944 surge o romance "Alcateia", que viria a ser apreendido pelo regime. No entanto é desse mesmo ano a segunda edição de "Casa na Duna".
Em 1945 publica um novo livro de poesias, "Mãe Pobre". Os anos seguintes serão, para Carlos de Oliveira, bem profícuos quanto à integração e afirmação no grupo que veicula e auspera por um novo humanismo, com a participação nas revistas Seara Nova e Vértice, além da colaboração no livro de Fernando Lopes Graça "Marchas, Danças e Canções", uma antologia de vários poetas, musicadas pelo maestro.
Em 1953 publica "Uma Abelha na Chuva", o seu quarto romance e, unanimemente reconhecido, uma das mais importantes obras da literatura portuguesa do século XX, tendo sido integrado no programa da disciplina de português no ensino secundário.
Em 1957 organiza, com José Gomes Ferreira, os Contos Tradicionais Portugueses, alguns deles posteriormente adaptados ao cinema por João César Monteiro.
Em 1968 publica dois novos livros de poesia, "Sobre o Lado Esquerdo" e "Micropaisagem", e colabora com Fernando Lopes na adaptação de "Uma Abelha na Chuva". Em 1971 sai "O Aprendiz de Feiticeiro", colectânea de crónicas e artigos, e "Entre Duas Memórias", livro de poemas, que lhe vale o Prémio da Casa da Imprensa.
Em 1976 reúne toda a sua poesia em dois volumes, sob o título de "Trabalho Poético", juntando aos seus poemas anteriores, os inéditos reunidos em "Pastoral", publicado autonomamente no ano seguinte.
O seu último romance, "Finisterra", sai em 1978, tendo como fundo a paisagem gandaresa. A obra proporciona-lhe o Prémio Cidade de Lisboa, no ano seguinte.
Morre na sua casa em Lisboa, com 60 anos incompletos.


Carta a Ângela

Para ti, meu amor, é cada sonho
de todas as palavras que escrever,
cada imagem de luz e de futuro,
cada dia dos dias que viver.

Os abismos das coisas, quem os nega,
se em nós abertos inda em nós persistem?
Quantas vezes os versos que te dou
na água dos teus olhos é que existem!

Quantas vezes chorando te alcancei
e em lágrimas de sombra nos perdemos!
As mesmas que contigo regressei
ao ritmo da vida que escolhemos!

Mais humana da terra dos caminhos
e mais certa, dos erros cometidos,
foste de novo, e sempre, a mão da esperança
nos meus versos errantes e perdidos.

Transpondo os versos vieste à minha vida
e um rio abriu-se onde era areia e dor.
Porque chegaste à hora prometida
aqui te deixo tudo, meu amor!

Carlos de Oliveira

O Reporter X, pai do poeta Reinaldo Ferreira, nasceu há 115 anos

Reinaldo Ferreira, conhecido pelo pseudónimo de Repórter X, (Lisboa, 10 de agosto de 1897 - Lisboa, 4 de outubro de 1935), foi um repórter, jornalista, dramaturgo e realizador de cinema português. Era pai do poeta Reinaldo Ferreira (filho), que viveu em Moçambique.
Iniciou a sua carreira jornalística aos doze anos de idade e foi, desde os vinte até à sua morte, considerado o maior repórter português. Em 1926, instalou residência permanente no Porto.

Repórter X - Reinaldo Ferreira nasceu há um século - Memórias de um repórter

Imaginou entrevistas com Mata Hari e Conan Doyle, enviou reportagens da "Rússia dos sovietes" sem nunca lá ter posto os pés, criou um dos primeiros detectives de gabinete da literatura policial, deu forma a uma galeria interminável de heróis de folhetim, fundou jornais, realizou filmes, previu, ao jeito de Júlio Verne, como seriam Lisboa e o Porto no ano 2000.
Reinaldo Ferreira. R de realidade e F de ficção. Nasceu há um século. Os 38 anos da sua breve passagem pelo mundo foram vividos à beira do delírio, com a morfina a ajudar. Um tipógrafo distraído inventou a alcunha que o iria consagrar: Repórter X.
O menino já fez incêndios?
Na redacção de "A Capital", a mãos com a cobertura da recém-deflagrada Primeira Guerra Mundial, Garibaldi Falcão, jornalista da velha guarda, interpelava um jovem aprendiz de 16 ou 17 anos. Interpretando mal a pergunta, e julgando que o tomavam por pirómano, Reinaldo Ferreira retorquiu com um indignado "Não, senhor!". Foi a primeira reportagem do futuro Repórter X: um fogo posto na rua lisboeta da Estefânia.
Mas a sua adolescência, formada na leitura dos folhetins policiais e de espionagem, enfadava-se com a insossa rotina dos "casos do dia". E como a realidade se obstinava em lhe negar assuntos palpitantes, só lhe restava inventar. E inventou, há que dizê-lo, a torto e a direito. Ainda hoje será difícil determinar todas as suas "reinaldices", para usar a expressão posta a correr pelos que lhe iam desmascarando as farsas. Ele, porventura consciente de que essa pulsão para confundir factos e ficções era, afinal, o sinal distintivo do seu génio peculiar, retorquia com um neologismo da sua própria lavra: "reporterxizar".
Em 1917, com dezenove anos - nasceu em Lisboa no dia 10 de Agosto de 1897 - arrepia os lisboetas com o crime, tão tenebroso quanto inexistente, da Rua Saraiva de Carvalho, que metia malfeitores empuçados, um presumível cadáver e um vilão, apropriadamente designado como "o homem dos olhos tortos". A história veio a lume n' "O Século", em forma de cartas enviadas "por um desconhecido", que se assinava Gil Goes. E a coisa atingiu tais proporções que o jornal achou prudente revelar o embuste. Mas o folhetim, finalmente assumido como ficção, prosseguiu até ao seu desenlace, e não tardou a transformar-se em livro - "O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho" -, que José Leitão de Barros tentou mesmo adaptar ao cinema com o título "O Homem dos Olhos Tortos". Segundo Joel Lima, minucioso biógrafo do Repórter X e autor de um extenso prefácio à recente reedição conjunta das suas histórias do "Dr. Duque, o Cartomante do Raciocínio" - uma espécie de Nero Wolfe "avant la lettre" -, a Cinemateca Nacional conserva ainda mil metros de película rodados para este abortado projecto.
Escassos meses após ter encerrado as aventuras de Gil Goes, Reinaldo Ferreira publica em "A Manhã", em Março de 1918, um "inquérito à mendicidade". Fez-se fotografar mal barbeado e andrajoso, de mão estendida, e o público convenceu-se de que o repórter fizera, de facto, vida de mendigo. Mas, salvo o retrato, era tudo inventado, incluindo os 47 centavos que lhe teria rendido esta incursão na indigência.
Neste mesmo ano, volta à carga em "O Século" com o suposto assassinato de uma estrangeira, perpetrado pelo respectivo marido numa pensão de Lisboa. Desta vez, auxiliado por Stuart de Carvalhais, vai ao ponto de pôr um quarto da dita pensão em pantanas e de espalhar sangue de galinha pelo aposento. E, a encerrar o ano de 1918, " recolhe" as últimas palavras do presidente Sidónio Pais, assassinado na Estação do Rossio: "Morro eu, mas salva-se a Pátria". A verdade é que não presenciou o sucedido e, ao que parece, o estadista tombou sem ter tido tempo de dizer seja o que for.
Ir à Rússia sem sair de Paris
Já casado com Lucília Ferreira - de quem depois procurará debalde divorciar-se -, e sendo já pai de uma filha, Yolanda, Reinaldo Ferreira abala em 1920 para Paris, ao serviço da filial francesa da Agência Americana, que fora fundada pelo escritor brasileiro Olavo Bilac. Pelos finais do ano seguinte já deixara esta empresa e radica-se em Barcelona com a família, incuindo a mãe, que o pai abanonara. É aqui que nasce Edgar Reinaldo, que depois será o poeta Reinaldo Ferreira (filho).
Com a subida ao poder de Primo de Rivera, o jornalista regressa a Portugal, mas não sem antes enviar de Barcelona uma crónica à imprensa de Lisboa, atacando o ditador. Assina o artigo com o seu próprio nome, mas um amigo faz-lhe ver que poderia sofrer represálias e, prudente, Reinaldo escreve por cima "Repórter". Todavia, por um desses acasos do destino, o tipógrafo que recebe a peça vê um "x" no que não era mais do que o rabisco final da mal escondida assinatura. Nascia, assim, o Repórter X.
Já empregado no "ABC", o jornal envia-o à Rússia, em 1925, para acompanhar a luta intestina desencadeada após a morte de Lenine. De Paris, onde terá experimentado pela primeira vez a morfina, Reinaldo informa que lhe está a ser difícil conseguir um visto, mas vai mandando trabalho, designadamente uma entrevista forjada a Conan Doyle. E, finalmente, começam a chegar as crónicas de Moscovo, onde o jornalista passa a vida a tropeçar em portugueses, desde o porteiro do Kremlin ao homem que embalsamou Lenine. A convicção de Joel Lima é a de que o nosso repórter nunca pôs os pés na Rússia e que se limitou a ficar em Paris, aguardando os artigos de Henri Béraud, que para lá fora destacado pelo "Le Journal".
Em 1926 está de novo em Portugal, fixando-se agora no Porto e escrevendo simultaneamente para o ABC e para "O Primeiro de Janeiro". É em Março desse ano que se dá em Lisboa o célebre assassinato da corista Maria Alves, estrangulada num táxi e lançada morta para a sarjeta. Baseando-se em anteriores crimes congéneres e na intriga de um romance espanhol, Reinaldo aventa nos jornais que o culpado é o ex-empresário da vítima, Augusto Gomes. E o espantoso é que acerta.
Aproveitando mais este sucesso do então já famoso Repórter X, o "Janeiro" publica-lhe o folhetim "O Táxi nº 9297", que irá ser publicado em livro, levado ao palco e convertido em filme, que o próprio Reinaldo Ferreira dirigirá no Porto, nos estúdios da falida Invicta Film, com Alves da Costa no papel do protagonista. Já em 1924 vira adaptada ao cinema, em Espanha, a novela El Botones del Rit (O Groom do Ritz), e a sua Repórter X Film produzirá ainda três curtas-metragens.
O desvairado caso das libras de louça
Abandonado por Lucília em 1928, Reinaldo passa a viver no ano seguinte com Carmen Cal, ainda aparentada com a família portuense dos advogados Cal Brandão. Continua, entretanto, a trabalhar no "Janeiro", onde congemina a mais inverosímil das suas "reinaldices": uma alegada campanha alemã para desacreditar a moeda inglesa, que passaria pela produção de libras de louça. Isso mesmo, de louça; quebravam-se e tudo. O pior é que envolveu na trama o banqueiro Francisco Borges, do Banco Borges & Irmão, e a coisa, naturalmente, deu para o torto. Despedido do diário portuense, que ainda assim voltará depois a empregá-lo, funda vários jornais de pouca dura, até que, em 1930, financiado por um irmão, Ângelo, lança, em Lisboa, o "Repórter X", que durará até 1933. A chefia da redacção é confiada a Mário Domingues, que fora seu condiscípulo no Colégio Francês e que não tarda a abandonar o projecto para fundar "O Detective", onde denunciará, aliás, algumas "reinaldices".
De novo no Porto, Reinaldo Ferreira é internado, em finais de 1932, para uma cura de desintoxicação. E escassos meses depois decide confessar a sua morfinomania nas páginas do "Repórter X", dando também à estampa o primeiro volume - e o único que publicou em vida - das "Memórias de um ex-morfinómano".
No final da vida ainda lançará os efémeros jornais "A Reportagem da Semana" e o "X". Mas, regressado à dependência da morfina, separa-se em 1935 de Carmen - de quem tivera um filho, Oswaldo - e, no dia 4 de outubro desse ano, morre em Lisboa, num prédio do actual Largo de S. Carlos.
Além das suas reportagens, entre as quais se contam fascinantes visões futuristas do Porto e Lisboa do ano 2000, Reinaldo Ferreira deixou ainda uma quantidade assombrosa de novelas, sobretudo policiais e de espionagem, além de várias peças de teatro. No "Diabo", Fernando de Araújo Lima garantirá, após a sua morte, que o viu escrever de jacto, a uma mesa do café portuense Avenida, para ganhar uma aposta de 250 escudos, a novela "Impossível", editada em 1929.
Se, como jornalista, e não obstante os seus múltiplos talentos, Reinaldo Ferreira merece óbvias reservas, já a sua inspiração torrencial, e até as acidentadas circunstâncias da sua biografia, fazem dele uma das nossas mais fascinantes figuras da primeira metade do século: uma espécie de Camilo da "série B".

Artigo de Luís Miguel Queirós, colocado na Wikipédia pelo autor, publicado no PÚBLICO em 10.08.1997

Jorge Amado, o romancista de língua portuguesa que os senhores do Prémio Nobel esqueceram, nasceu há um século

Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 - Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos e Tenda dos Milagres. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prémio Camões.

D. Afonso I, o primeiro Duque de Bragança, nasceu há 635 anos


(imagem daqui)

D. Afonso de Portugal, depois D. Afonso I de Bragança (Veiros - Estremoz, 10 de agosto de 1377 - Chaves, 15 de dezembro de 1461) foi o 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança. Supõe-se ter nascido em Veiros, no Alentejo, como filho natural do Rei D. João I e de Inês Pires.


Biografia
«Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera (o rei), em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai: foi D. Afonso I de Bragança ou Afonso de Portugal (nascido em Veiros em 10 de agosto de 1377 e morto em 15 de dezembro de 1461 em Chaves, ali sepultado). Foi feito em 30 de dezembro de 1442 Duque de Bragança, 8° Conde de Barcelos, Conde de Ourém.
O primitivo Estado e património dos Bragança se formou com bens e terras com que dotou a filha o condestável D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) 7° Conde de Barcelos. Foi o fundador da casa de Bragança. O senhorio e o ducado de Bragança solicitou-os ao regente D. Pedro, por ocasião de breve reconciliação entre ambos, que lhos concedeu no ano de 1442. Os descendentes foram Duques de Guimarães em 23 de novembro de 1470 e de Barcelos em 5 de agosto de 1562.
Na armada de Ceuta foi encarregado dos aprestos nas províncias de Estremadura e Entre Douro e Minho e capitão da capitania real. Do regresso de Ceuta, e pelos serviços, recebeu novas mercês de seu pai D. João I. Durante o reinado de D. Duarte teve excelentes relações com o meio-irmão, mas não o conseguiu demover da trágica expedição a Tânger.
Depois da morte de D. Duarte e durante a regência da sua viúva D. Leonor e D. Pedro, irmão do falecido rei, não foram boas as relações entre D. Afonso e D. Pedro, chegando quase ao campo de batalha em Mesão Frio nas margens do rio Douro, luta que foi evitada pelo conde de Ourém, filho de D. Afonso. Em 1442 este obteve do regente o senhorio e ducado de Bragança. Era o terceiro ducado de Portugal (os dois primeiros foram criados por D. João I para seus dois filhos: o de Coimbra para D. Pedro e o de Viseu para D. Henrique)
Depois da batalha de Alfarrobeira (1449), D. Afonso V concedeu ao Duque de Bragança outras importantísssimas mercês, e nove anos depois, quando partiu para África, deixou entregue ao duque o governo do reino na sua ausência.


Casamentos e descendência 
Casou em Frielas em 1 de novembro de 1401 com D. Brites ou D. Beatriz Pereira de Alvim (1380-1412) condessa de Barcelos e condessa de Arraiolos, filha única do condestável D. Nuno Álvares Pereira e de Leonor de Alvim, a herdeira da casa mais opulenta do reino.
Casou em 1420 com D. Constança de Noronha (morta em 1480 e sepultada em Guimarães), chamada a Pia ou a Condessa Santa, filha de Afonso, conde de Gijón e Noronha, Conde de Gijon e de Noronha, filho do rei Henrique II de Castela.
Seu neto na sexta geração, D. João II, 8° Duque de Bragança, se tornará D. João IV de Portugal, 21° Rei. Recorde-se que este título de Bragança foi criado em 1442 por Afonso V, sobrinho do 1º duque de Bragança.
Do primeiro matrimónio, com D. Beatriz Pereira de Alvim, teve três filhos;
De D. Constança de Noronha não houve descendência.



quinta-feira, agosto 09, 2012

O que um rapazinho começou, um homem gordo terminou

Fat Man (em português, "Homem Gordo") é o nome de código da bomba atómica lançada sobre Nagasaki, Japão, pelos Estados Unidos da América, em 9 de agosto de 1945. Foi a segunda das duas bombas atómicas utilizadas em guerras. O nome refere-se mais genericamente ao primeiro design de bombas norte-americanas baseadas no tipo "Fat Man".

A bomba, de 2,34 metros de comprimento, 1,52 metros de diâmetro e 4.545 kg foi detonada a uma altitude de cerca de 650 metros sobre a cidade, após ter sido lançada do bombardeiro B-29 Bockscar, pilotado pelo Major Charles Sweeney. A bomba tinha uma potência de 25 kilotoneladas. O curioso é que, tendo uma potência praticamente duas vezes maior que a da bomba conhecida como "Little Boy", lançada em Hiroshima três dias antes, os danos foram menores e menos extensivos que os do ataque anterior, pois as condições climáticas de Nagasaki no dia estavam desfavoráveis, fazendo com que a Fat Man não atingisse o alvo com precisão, caindo em um vale ao lado da cidade. Como o terreno de Nagasaki é montanhoso, parte da carga energética da explosão foi contida. Ainda assim, cerca de 40.000 pessoas foram mortas e mais de 25.000 ficaram feridas. Milhares morreram nos anos posteriores ao ataque devido a radiações e doenças causadas pela radiação.

(...)

Nagasaki antes e após o ataque

Na manhã de 9 de agosto de 1945, a tripulação do avião dos E.U.A. B-29 Superfortress, baptizado de Bockscar, pilotado pelo Major Charles W. Sweeney e carregando a bomba nuclear de nome de código Fat Man, deparou-se com o seu alvo principal, Kokura, obscurecido por nuvens. Após três voos sobre a cidade e com baixo nível de combustível devido a problemas na sua transferência, o bombardeiro dirigiu-se para o alvo secundário, Nagasaki - a maior comunidade cristã do Japão. Cerca das 07.50 (fuso horário japonês) soou um alerta de raide aéreo em Nagasaki, mas o sinal de "tudo limpo" (all clear, em inglês) foi dado às 08.30 horas. Quando apenas dois B-29 foram avistados às 10.53, os japoneses aparentemente assumiram que os aviões se encontravam em missão de reconhecimento, e nenhum outro alarme foi dado.
Alguns minutos depois, às 11.00 horas, o B-29 de observação, baptizado de The Great Artiste (em português "O Grande Artista"), pilotado pelo Capitão Frederick C. Bock, largou instrumentação amarrada a três pára-quedas. Esta continha também mensagens para o Professor Ryokichi Sagane, um físico nuclear da Universidade de Tóquio que tinha estudado na Universidade da Califórnia com três dos cientistas responsáveis pelo bombardeamento atómico. Estas mensagens, encorajando Sagane a falar ao público acerca do perigo destas armas de destruição maciça, foram encontradas pelas autoridade militares, mas nunca entregues ao académico.
Às 11.02 horas, uma abertura de última hora nas nuvens sobre Nagasaki permitiu ao artilheiro do Bockscar, Capitão Kermit Beahan, ter contacto visual com o alvo. A arma Fat Man, contendo um núcleo de aproximadamente 6,4 kg de plutónio-239, foi largada sobre o vale industrial da cidade. Explodiu a 469 metros sobre o solo, a cerca de meio caminho entre a Mitsubishi Steel and Arms Works (a sul) e a Mitsubishi-Urakami Ordnance Works (a norte), os dois principais alvos na cidade. De acordo com a maior parte das estimativas, cerca de 40 mil dos 240 mil habitantes de Nagasaki foram mortos instantaneamente, e entre 25 mil e 60 mil ficaram feridos. No entanto, crê-se que o número total de habitantes mortos poderá ter atingido os 80 mil, incluindo aqueles que morreram, nos meses posteriores, devido a envenenamento radioativo.


Whitney Houston nasceu há 49 anos

Whitney Elizabeth Houston (Newark, 9 de agosto de 1963 - Los Angeles, 11 de fevereiro de 2012) foi uma cantora norte-americana de R&B, pop, gospel, além de atriz e modelo. Whitney Houston foi a artista mais premiada de todos os tempos, segundo o Guinness World Records; a sua lista de prémios inclui dois Emmy Awards, seis Grammy Awards, trinta Billboard Music Awards, 22 American Music Awards, num total de 415 prémios conquistados na sua carreira até 2010.