sábado, março 27, 2010

ENTREVISTA NO NOTÍCIAS MAGAZINE

Do Blog De Rerum Natura publicamos um excerto de um post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais, com bold/negrito da nossa responsabilidade:

Entrevista que dei a Catarina Pires para a rubrica "Todos os nomes" da revista "Notícias Magazine" e que foi publicada no número 929 de 14 de Março, que saiu ontem a acompanhar o "Diário de Notícias" e o "Jornal de Notícias":

Todos os nomes - Carlos Fiolhais

Não sabe em que caldeirão caiu em pequenino, mas deve ter caído em vários: o dos livros, o da curiosidade, o do bom humor, o do optimismo. Só assim se explica que este físico, director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, nos faça perder as noções de tempo e espaço estabelecidas por Einstein, quando nos pomos à conversa com ele.

(...)

P- Um dos maiores alvos da sua crítica é o sistema de ensino português.

R- Ah sim, é o meu alvo preferido.

P- Porquê?

R- Porque é de algum modo a mãe de todos os problemas. Temos uma formação que deixa muito a desejar e não nos prepara devidamente para a vida. E não tem de ser assim. A boa escola é algo que estamos a dever a nós mesmos. Se queremos futuro, temos que apostar na escola, que é a instituição que a humanidade inventou – e já foi há muitos anos – para nos garantir o futuro. Se não temos um futuro melhor é porque não o estamos a promover na escola.

P- O que é que está mal? Está tudo mal?

R- Não, temos bons professores, que fazem, a maioria deles, por cumprir a sua obrigação profissional num ambiente que não é nada fácil. Se me pergunta o que está mal, dou-lhe um exemplo: o Ministério da Educação é – vou usar uma palavra brutal para fazer jus à minha fama de crítico – um monstro. É um aparelho criado pelo Estado, que está por todo o lado em demasia, retirando liberdade aos bons professores. Há regulamentos para tudo e mais alguma coisa, os programas não são bons, os livros têm que se ater aos programas, os horários são o que se sabe, há disciplinas que não são disciplinas nenhumas. Enfim, não tenho dúvidas de que é possível fazer melhor e que isso passa por uma menor intervenção do Estado. Será precisa toda aquela burocracia? Será preciso aquela linguagem em que se exprime o monstro e que eu e outras pessoas designamos por «eduquês»? Não se pode falar claro? A actual ministra domina bem o português, é uma boa escritora, não poderá pôr aquele Ministério a falar claro?

P- O que é que é preciso, então, para melhorar?

R- É preciso que os professores tenham mais poder na escola. Nos últimos anos, assistimos a lutas entre o Ministério e os professores, em que os destroços da batalha são os alunos. O que a ministra está a fazer – e desejo-lhe sorte – é limpar o campo da batalha, o que demora algum tempo. O tempo que se perdeu e que se perde... Não tenho dúvidas de que a nossa escola pode melhorar e isso faz-se pelo exemplo, por procurar e premiar as melhores práticas, por recompensar mais do que punir. É preciso valorizar a criatividade. O que eu gostava de ver era uma escola mais aberta, fora do espartilho do governo. Neste momento, a escola está refém do Ministério da Educação.

P- A máquina ministerial condiciona a criatividade de alunos e de professores?

R- Condiciona a criatividade dos professores, que são a chave do sucesso da escola. Diminuir o papel dos professores foi o pior que se podia ter feito. Portanto, tudo o que possamos fazer para valorizar este papel, para lhes dar importância e autoridade, é útil. Há uma palavra que não se tem usado muito em Portugal e que se devia usar mais (o Ministério da Educação, então, foge dela como o diabo da cruz) que é ensinar. A escola é um sítio onde se ensina. Claro que também é um sítio onde se aprende, mas para aprender é preciso que se ensine. Quase tudo aquilo que sei foi porque alguém me ensinou. A partir de certa altura já fui capaz de aprender por mim próprio, mas devo muito à escola e aos meus professores. Porque é que os jovens de agora não hão-de poder dizer o mesmo? Estamos a desviar-nos do essencial e o essencial é preparar para a vida. Não estaremos a alienar os nossos jovens da capacidade de saber mais, de decidir, que não devia ser apenas de alguns, mas de todos?

P- Esse sistema, tal como o descreveu, é a razão por que Portugal não tem sido um país de ciência?

R- A nossa educação científica é uma área em que podemos progredir. A ciência devia estar presente mais cedo na escola, e não se trata tanto de falar de ciência, mas mais de ver como ela se faz. A ciência devia estar presente no jardim-escola e no ensino básico. A palavra ciência quase não aparece nos programas, aparece uma coisa chamada “estudo do meio”. O que é isso? Um cientista é um "estudioso do meio"? Percebo a ideia de que o meio não é só o meio material, é também o meio social. Muito bem, é evidente que vivemos num meio social, mas antes disso pisamos um planeta que nos puxa para baixo, respiramos ar, bebemos água, e é bom que no básico façamos experiências que nos permitam compreender o que é o planeta, o que é o ar, e o que é a água. A descoberta do mundo pela criança tem de começar por aí. A junta de freguesia e outras construções sociais, por muito importantes que sejam, vêm depois do ar e da água.


(...)

III Congresso Ibérico de Paleontologia

top_imagem.jpgIII Congresso Ibérico de Paleontologia

XXVI Jornadas da Sociedad Española de Paleontología

"A Ibéria no centro das relações atlanto-mediterrânicas"

7 a 10 de Julho de 2010

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2ª Circular, Inscrições e Resumos de Comunicações

Já está disponível a segunda circular do III CIP

Ficha de inscrição e dados para o pagamento da inscrição.


Não esquecer de adiantar o relógio logo à noite...

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Mudança de hora
Relógios vão ser adiantados na próxima madrugada

Os relógios vão adiantar-se 60 minutos quando marcarem 01.00 horas neste domingo em Portugal Continental e na Madeira

Os relógios vão adiantar-se 60 minutos quando marcarem 01.00 horas neste domingo em Portugal Continental e na Madeira. Nos Açores, a mudança ocorre pelas 00h00, para que o país, tal como a comunidade europeia, entre na hora de verão.

Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), explicou que a hora de Verão passou a ser decidida a nível da União Europeia, ao contrário do horário de Inverno, que continua na competência de cada Estado.

Para definir o melhor horário e para que se cumpra a sequência do dia e da noite - porque a “actividade humana está extremamente dependente desse ciclo” - existe um órgão consultivo do Governo: a Comissão Permanente da Hora. Esta instituição é liderada pelo OAL e a sua última reunião foi há dois anos para dar o parecer sobre se a hora de Verão deveria continuar a vigorar.

Apesar de aos negócios e a quem investe nas bolsas internacionais desse mais jeito regressar à hora+1, Rui Agostinho diz que “para já” não têm existido pressões para essa redefinição, que, segundo vários relatórios, teve mais impactos negativos. “Na prática as pessoas vão atrás da luz solar”, resumiu.

O mesmo responsável sublinhou que o sismo que assolou o Chile em Fevereiro deixou inalterada a hora porque a rotação do planeta não foi afectada de “maneira mensurável”, como tinha sido avançado pela NASA através de modelos teóricos.

A ocorrer mudanças, serão apenas notadas dentro de “algumas dezenas de anos” com a acumulação de dados comprováveis que ultrapassem a taxa de erro. No entanto, o presidente do OAL sublinhou que em Ciência é “tão importante provar que se acertou, como que não se acertou”, já que apenas assim se percebe se os modelos estão correctos.

Sismo no Faial

Do nosso amigo Carlos publicamos o seguinte post, roubado ao seu Blog GEOCRUSOE:

O sismo ocorrido hoje às 00.53 horas locais, de muito pequena Magnitude (MD 2.3), foi sentido com uma intensidade III da Escala Mercalli Modificada nas freguesias de Ribeirinha, Pedro Miguel, Praia do Almoxarife e Flamengos.

Apesar de só ter havido agora um evento sentido, já foram registados outros microssismos de menor Magnitude na mesma área epicentral indicada na figura num passado mais ou menos recente.

Os vários sismos próximos desta zona não originaram eventos graves. Assim deve-se seguir com calma as regras normais de segurança para estas situações, acompanhar eventuais Comunicados dos Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, tendo em conta a monitorização que o Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos faz continuamente nestes casos.

Em caso de necessidade, Geocrusoe fará novas actualizações consideradas convenientes ou que receba para divulgação.

ADENDA: aproveitamos este post para informar os nossos leitores que, no passado dia 12 de Março de 2010, pelas 10.20 horas locais (mais uma no continente e UTC) houve um sismo sentido em S. Miguel. Aqui ficam os dados, deste e do antes citado no post do Geocrusoe, segundo o IM:

Arquipélago dos Açores (Data de actualização 2010-03-26)
Data(TU)Lat.Lon.Prof.Mag.Ref.GrauLocal
2010-03-26 01:53 38,57 -28,65 9 2,8 E Caldeira (Faial) III/IVFlamengos
2010-03-12 11:20 37,46 -25,01 - 3,7 Banco Grande Norte IIFaial da Terra

O sacrifício de Leandro não pode ter sido em vão



O menino Leandro pode finalmente descansar. Deus o abençoe! E a sua família pode velá-lo e visitar-lhe a campa. A família pobre de dinheiro e pobre de poder que em lugar do esquecimento e da humilhação da atribuição de culpas, merecia um telefonema de condolências dos mais altos responsáveis do País, lamentando a morte e garantindo que aprenderam e que o menino não morreu em vão.

Mas, na campa, Leandro não fica só. Com ele fica a verdade do que sofreu, enterrada pelo sistema que não assume as culpas e passa-as para o próprio, de 12 anos, cujo corpo chocava com os punhos e pés dos coitados dos rufias de 17 e 18 anos das turmas dos CEFs!). O sistema - a lei (e os seus autores e decisores) e os seus executantes - faz a lei (o famigerado Estatuto do Aluno, leis sobre delinquência juvenil, normas e regulamentos) e executa-a. Executa-a, com pressão sobre os directores das escolas, que resulta em condutas de Pilatos, que se abstêm de punir alunos rufias e desprotegem as vítimas efectivas - alunos e professores.

Por que é que o sistema mantém no degenerado vigor este modelo permissivista?
  • para encenar que a violência social diminui e os problemas nas escolas também;
  • para exibir evolução das estatísticas e provar, contra toda a evidência e bom senso, a redução de ocorrências de crime, violência e problemas;
  • para mostrar que a organização das Escolas Básicas do 2º e 3º Ciclos e das Escolas Secundárias com 2º e 3º Ciclos, onde convivem, sem protecção especial, crianças de 10 anos com jovens adultos das turmas dos CEFs, é a correcta e funciona às mil maravilhas;
  • para demonstrar que a pretensa responsabilização dos pais também corre bem, quando se sabe que são muitos raros os pais de rufias e de alunos problemáticos que comparecem às notificações dos directores de turma e de Escola, sem que nada lhes aconteça (e não basta punir os pais negligentes que sejam beneficiários do Rendimento Social, como quer o PP, mas todos!).
O que o sistema não prova é a eficácia do modelo do bom selvagem que premeia os erros em vez de os punir. Porque existem vítimas alunos, e também vítimas professores, de uma utopia delirante e da sua absurda tentativa de concretização. Será assim tão difícil enterrar o modelo utópico, que os professores sabem que não funciona, e copiar modelos que efectivamente funcionam noutros países, com a responsabilização efectiva dos alunos e dos pais, com um sistema disciplinar claro e fácil de executar, com responsáveis determinados, em vez da diluição dos conselhos e das garantias, complexas e demoradas, semelhantes às de processo judicial para aplicação à educação imediata e atempada de crianças e jovens?...

Este paradigma ideológico do desleixo está a destruir a educação e a promover a indisciplina e mediocridade nas escolas. Julgo que seria importante, nesta altura, e face ao desnorte do Governo, o Presidente da República promover um grande debate nacional sobre a disciplina na escola e a violência e delinquência juvenil para que se atinja um consenso viável para a educação das crianças e jovens do País.

Nota: a proposta de Rui Zink (rufia) para a tradução de «bullying» parece-me adequada. Assim, em vez de «bully», rufia e, em vez de «bullying», rufiagem.

in Blog Do Portugal Profundo - post de António Balbino Caldeira

Sta 'nfronte a te!


O Sol, de hoje, 26-3-2010, traz várias reportagens muito interessantes:

  1. «Conversas em código: O Sol revela uma das 12 conversas entre José Sócrates e Armando Vara, interceptadas no caso Face Oculta. Data de 6 de Agosto passado: falam de forma cifrada, de algo que já devia ter sido feito por Rui Pedro Soares» - Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita

  2. «O que disseram Sócrates e Vara» em 6 de Agosto de 2009 - Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita

  3. «Temos dois anos para fazer dinheiro: Procurador de Aveiro confrontou o arguido Paiva Nunes, gestor da EDP, com telefonemas que referem um plano de obtenção rápida de negócios, tendo em conta que o novo Governo PS já não tem maioria absoluta» - Felícia Cabrita

  4. «O empresário que abre portas: Lopes Barreira, arguido no processo Face Oculta, move-se na área do PS. Foi um dos poucos protagonistas do 'caso JAE', nos anos 90 - José Manuel Moroso

  5. «PGR muda argumentos» - Luís Rosa
1. «Conversas em código» (link parcial do Sol
O Sol descreve o contexto deste alegado telefonema em código, a sua irrelevância determinada pelo procurador-geral da República e pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça que ainda terá dito que a gravação e indicação de passagens no relatório afecta nomeadamente «o direito fundamental à palavra e à audeterminação informacional». «Autodeterminação informacional» é realmente a chave deste caso do «plano governamental para o controlo dos meios de comunicação social».

2. «O que disseram Sócrates e Vara» em 6 de Agosto de 2009
Relativamente à alegada conversa de 6 de Agosto de 2010 entre Armando Vara e José Sócrates (alegadamente de férias em Menorca, nas Ilhas Baleares), com destaque para: «aqueles-exames-médicos que-eram-para-ser-feitos-no-dia-1, não-se-fizeram», «a clínica», «se-ele-percebeu-aquilo-que-ele-quis-dizer», «Tagus» e «o-que-é-que-aquilo-tem-a-ver-com-o-nome-que-ele-disse» e «foi-aquilo-que-se-pode-arranjar».

3. «Temos dois anos para fazer dinheiro»
Fica em evidência maior a frase: «Deixem-se de tretas porque a gente não tem muito tempo para ganhar dinheiro». Parece que eram dois anos...

4. «O empresário que abre portas»
Uma notável reportagem de José Manuel Moroso sobre o «grupo transmontano», a qual fica para a história, como aquela do independente sobre o «grupo da sueca». Não sei se este é o da bisca. Mas ao contrário do outro, os laços indicados são mais de local de nascimento e familiares: Sócrates, Vara, Barreira, Paiva Nunes (marido de uma prima de Sócrates) José Penedos, Mota Andrade, João Cordeiro (da ANF), além do esporádico Jorge Coelho. O jornalista indica ainda que o Dr. Antero Luís, director do SIS, é alegadamente «da mesma aldeia de Vara» e «seu primo». É assim que se percebe que Paiva Nunes é marido de uma prima de Sócrates. Note-se que laços de parentesco, de origem ou de convívio nada significam, por si, de suspeito.

5. «PGR muda argumentos»
Para negar a entrega dos seus despachos ao Parlamento, o procurador-geral já não fala na existência de escutas nos seus despachos, mas no argumento de que os seus despachos estão «interconectados» e ainda «interligados »com o processo face Oculta.

in Blog Do Portugal Profundo - post de António Balbino Caldeira

Opera bufa

Isto já atingiu as raias da comédia de maus costumes. Uma ópera bufa em que os actores mais notáveis têm sido aplaudidos pelos espectadores das primeiras filas e pelos encenadores mais empenhados.

Esta autêntica pouca-vergonha em que se transformou o Governo do país, e o seu primeiro-ministro, revela-se nesta linguagem tragicómica porque reveladora dos bastidores da comédia de enganos.

Ninguém parece interessado em lhe pôr cobro, enquanto dura o intermezzo.

Sol:

Numa conversa telefónica interceptada pelos investigadores do processo Face Oculta, a 6 de Agosto de 2009, já depois de Armando Vara saber que estaria sob escuta, José Sócrates e Vara falam numa estranha linguagem cifrada. O SOL reproduz a conversa.

6 de Agosto de 2009: o primeiro-ministro estava de férias em Espanha, na ilha Menorca. Às 11h46, Armando Vara recebe um telefonema de um indivíduo com sotaque brasileiro, que se identifica como ‘Carlos’ e lhe diz que tem ali «uma pessoa que lhe quer falar».

Vara não quer conversas por aquele número e pergunta-lhe se não tem outro telefone, ao que Carlos responde que sim, mas que «está no quarto».

Dois minutos depois, é Vara quem liga. Carlos atende e passa o telefone ao primeiro-ministro. Sócrates diz a Armando Vara que «aqueles exames médicos, que eram para ser feitos no dia 1, não se fizeram», ele que veja «com a clínica».

Armando Vara mostra-se aborrecido e diz que lhe tinham confirmado tudo. Sócrates comenta que «aquela gente é assim» e Vara aponta o responsável: «É o Rui… e agora teve bebé…» [referência a Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT e vogal da Tagusparque].

O vice-presidente do BCP promete que vai ligar a Rui Pedro Soares e que já lhe diz «alguma coisa». Sócrates pergunta «se ele percebeu aquilo que ele quis dizer» e Vara confirma que já entendeu: «não aconteceu nada» do que estava previsto. Sócrates insiste: «não aconteceu nada» e Vara «tinha dito que os exames…». Este reafirma «que lhe disseram que sim, que estivesse descansado»

O primeiro-ministro pergunta então, referindo-se aos «exames», «o que é que aquilo tem a ver com o nome que ele disse». Vara responde que «é Tagus» – ao que Sócrates comenta que «não sabe se isso é bom». «Foi aquilo que conseguiu arranjar», diz Vara.

«O gajo fala muito, fala muito» – comenta Sócrates. Armando Vara diz que «não lhe deu nenhuma indicação de coisa nenhuma». Sócrates diz que «o outro fala muito e fala pouco» – Armando Vara que veja isso.

in Blog portadaloja - post de José

Mais uma espécie humana descoberta?

Achados na Sibéria podem revelar ramo hoje extinto da humanidade que vivia há 40 mil anos

Descoberto fóssil de nova espécie de homem?

Os cientistas na gruta onde foi feita a descoberta

A lasca de osso encontrada na Sibéria terá pertencido a uma espécie humana desconhecida - e hoje extinta - que coexistiu há 40 mil anos com os Neandertais e o homem moderno.

Quando olhou para os resultados, Johannes Krause, do Instituto Max Planck de Leipzig, na Alemanha, pensou que tinha havido um erro. Fez mais umas análises para ter a certeza de que o material genético era autêntico e muito antigo – e não o produto de uma qualquer contaminação. Quando acabou os testes, as dúvidas tinham desaparecido: estava mesmo perante “um novo tipo de ADN de homem primitivo”, como contou ontem numa conferência de imprensa telefónica.

Espantado e excitado, Krause quis dar logo a incrível notícia ao seu colega Svante Pääbo – um dos mais reputados especialistas mundiais de paleoantropologia genética –, com quem tinha realizado a análise genética de uma lasca de osso fossilizado de um dedo com 30 a 50 mil anos de idade, encontrado numa gruta do Sul da Sibéria. Pääbo estava nesse momento em viagem nos Estados Unidos e, quando atendeu o telemóvel do outro lado do Atlântico, Krause lembra-se de lhe ter dito para se sentar.

“O resultado era tão absolutamente espantoso que pensei que Johannes estava a pregar-me uma partida”, disse por seu lado Pääbo durante a mesma áudio-teleconferência, organizada pela revista Nature, que amanhã publica os resultados em questão.

O que tinham descoberto que era tão fora do vulgar? Um bocado de ADN humano inédito, pertencente a uma linhagem diferente das duas principais que até aqui se sabia que tinham habitado na Europa e na Ásia naquela altura: os Neandertais e os Homo sapiens (os Neandertais extinguiram-se há uns 28 mil anos). Mas hoje, essa visão mudou. “Há 40 mil anos, o planeta tinha mais gente do que pensávamos”, escreve na Nature Terence Brown, da Universidade de Manchester, num comentário ao trabalho dos investigadores alemães.

Contudo, a descoberta de uma potencial nova espécie humana não é em si inédita: a última, a do pequeno Homem das Flores, ou Hobbit, descoberto na Indonésia, aconteceu em 2003. Mas o que torna a nova descoberta notável, acrescenta Brown, é que, “pela primeira vez, uma nova espécie de humanos é descrita não a partir da morfologia dos seus ossos fossilizados, mas a partir da sua sequência de ADN”.

Comparação genética
Por enquanto, Krause, Pääbo e os seus colegas não sequenciaram ainda o ADN do núcleo das células, mas apenas o ADN mitocondrial do fóssil desenterrado em 2008 na Gruta Denisova, nos Montes Altai da Ásia Central – a ponta do osso de um dedo mínimo (não sabem se da mão esquerda ou direita) que terá pertencido a uma criança de cinco a sete anos de idade, frisam ainda os investigadores.

O ADN mitocondrial é um pequeno anel de material genético que se encontra dentro das mitocôndrias – as baterias das células – e que existe em muito maiores quantidades do que o resto do ADN. Utilizando técnicas de ponta desenvolvidas por estes mesmos cientistas para estudar o ADN dos Neandertais e de outras espécies extintas, foi possível ler cada “letra” desse ADN mitocondrial 156 vezes – tornando a probabilidade de erros de leitura extremamente remota.

A seguir, os cientistas compararam esse ADN mitocondrial com o de 54 seres humanos actuais, um homem moderno que viveu há 30 mil anos, seis Neandertais, um bonobo e um chimpanzé. E, como escrevem na Nature, constataram que enquanto a sequência dos Neandertais difere da do homem moderno em 202 posições (ou “letras” do ADN mitocondrial), a sequência vinda do dedo de Denisova difere em 385 posições. “É duas vezes mais distante de nós do que a dos Neandertais”, salienta Pääbo.

Isto sugere que o antepassado comum mais recente das três espécies terá vivido (em África) há cerca de um milhão de anos e que, na árvore da família humana, “o ramo que deu origem ao homem da Sibéria bifurcou -se muito tempo antes da separação dos ramos dos homens modernos e dos Neandertais”, lê-se num outro artigo também hoje publicado na mesma revista. “Se assim for, a suposta nova espécie terá saído de África aquando de uma migração até agora desconhecida, entre a do Homo erectus, há 1,9 milhões de anos, e a do antepassado dos Neandertais (...), há 300 mil a 500 mil anos.” (Diga-se, a título comparativo, que os nossos antepassados terão saído de África há uns 60 mil anos.)

Krause e Pääbo permanecem muito prudentes quanto a dizer que se trata mesmo de uma nova espécie. Afinal de contas, o ADN mitocondrial representa apenas uma muito pequena parte da história genética, uma vez que é transmitido exclusivamente por via matrilinear directa. O ADN mitocondrial é indubitavelmente inédito, insistem ambos, mas só a sequência do ADN nuclear é que poderá dizer se se trata de uma nova espécie ou não. Os cientistas também já conseguiram extrair ADN nuclear do fóssil de Denisova e estão actualmente a fazer a sua sequenciação, que deverá estar pronta “dentro de uns meses”.

Pääbo, entretanto recuperado da surpresa inicial, acredita que poderá haver muitas outras descobertas do mesmo género, sobretudo nas regiões mais frias do planeta, onde o clima permite a conservação do ADN dos fósseis – não só na Sibéria, mas também na Rússia e no Norte da China. “Até agora, a nova criatura que transportou este ADN para fora de África não tinha sido apanhada pelos nossos radares”, explica o cientista. Mas no fundo “não seria surpreendente [encontrarem] outras”.

Enquanto não obtiverem a sequência dos cromossomas sexuais contidos no ADN nuclear, os investigadores não vão saber se o dono do dedo de Denisova era homem ou mulher. Mas já lhe deram uma alcunha: X-woman. Só para lembrar que o ADN mitocondrial é matrilinear – e porque, dizem, gostam de imaginar que era uma mulher.

Descoberta de mais pinturas rupestres alentejanas

Com mais de cinco mil anos
Investigadores da Universidade de Évora descobrem pinturas rupestres numa gruta do Alentejo

As pinturas têm mais de cinco mil anos e pertencem ao período do Neolítico e Calcolítico

Uma equipa da Licenciatura e do Mestrado de Arqueologia da Universidade de Évora (UE) descobriu um conjunto de pinturas rupestres numa gruta situada sob o altar de uma Igreja na vila de Alegrete, no concelho de Portalegre. "Do ponto de vista patrimonial (igreja, gruta e pinturas rupestres) é de uma importância extrema este achado", disse hoje à Lusa Jorge Oliveira, professor responsável pelos trabalhos de arqueologia da UE.

"Este achado é importante porque traz consigo uma memória de cinco mil anos de história e de devoção naquele espaço", sublinhou. O acesso à gruta, onde foram descobertas as pinturas rupestres esquemáticas de cor avermelhada, faz-se através de uma pequena porta oculta sob o altar da Ermida de Nossa Senhora da Lapa, espaço de culto erguido nos campos circundantes à vila de Alegrete.

De acordo com Jorge Oliveira, as pinturas rupestres, com mais de cinco mil anos, pertencem ao período do Neolítico e Calcolítico.

Ainda que parcialmente cobertas por cal, estas pinturas revelam, segundo os especialistas, uma continuada sacralização do espaço, ao qual está associada uma antiquíssima lenda relacionada com um cavaleiro medieval.

"As pessoas visitam aquele espaço todos os anos, principalmente quando se realiza a romaria em honra de Nossa Senhora da Lapa, mas a comunidade não sabia bem o que ia visitar, nem tinha conhecimento daquelas pinturas", relatou.

Jorge Oliveira, que considera aquela ermida construída entre os séculos XVI e XVII de "elevado interesse religioso", apelidou também de "elevado interesse etnográfico" o culto desenvolvido pelos populares em redor de uma lenda relacionada com um cavaleiro medieval.

A equipa da Licenciatura e do Mestrado de Arqueologia da UE vai iniciar, na segunda-feira, os primeiros trabalhos de estudo daquele sítio histórico, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Junta de Freguesia de Alegrete e a universidade.

Numa primeira fase, além da elaboração do levantamento topográfico do local proceder-se-á à fotografia e decalque das pinturas já visíveis e a prospecções arqueológicas na área envolvente da ermida.

A continuação dos trabalhos está prevista para o próximo Verão, prevendo-se a limpeza da cal que cobre grande parte das pinturas. "Vai ser complicado trabalhar naquele espaço pela ausência de luz e a cal que cobre algumas das pinturas também não vai facilitar o nosso trabalho", disse.

A equipa de trabalho da UE está ainda a equacionar a possibilidade de sondagens arqueológicas no interior da gruta.

Os trabalhos arqueológicos foram recentemente aprovados pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e autorizados pela Diocese de Portalegre e Castelo Branco, que tutela aquela ermida.

"A gruta tem um potencial arqueológico interessante que nos vai possibilitar uma escavação que nos poderá levar à identificação de que tipo de vivências ou depósitos arqueológicos é que estão no chão desta gruta", concluiu.



NOTA: a notícia, bem escrita, só peca por se esquecer que, até para divulgar, a referência à Gruta do Escoural...

Mais um interessante contributo para as comemorações do centenário da república


Bandeira monárquica hasteada em Lisboa

Elementos da Polícia Municipal chegaram cerca das 11.15 horas ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, onde a bandeira nacional foi substituída esta sexta-feira por uma bandeira monárquica de grandes dimensões.

Um dos promotores da iniciativa, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que a bandeira monárquica foi ali colocada a meia haste, durante a madrugada, como prova do "estado da nação".

Ao longo da manhã, vários simpatizantes da causa monárquica têm passado no Parque Eduardo VII mostrando-se agradados com a iniciativa.

Um dos apoiantes monárquicos presentes, o fotógrafo António Homem Cardoso, disse à Lusa que "a monarquia é uma das soluções para o actual estado do País".

"O País nunca esteve tão desalentado como agora, quando se comemora o centenário da República", afirmou.


in CM - ler notícia

sexta-feira, março 26, 2010

Lançamento de livro geológico em Lisboa


Aqui fica o convite para o lançamento do livro Diagrafias Aplicadas à Hidrogeologia, a realizar no Auditório Carlos Ribeiro em Alfragide, no próximo dia 30 de Março.

Compareçam...!

quinta-feira, março 25, 2010

Música para entendedores

Eis uma música da minha adolescência de que me tenho lembrado nos últimos dias...


quarta-feira, março 24, 2010

Geoturismo na Islândia

Customized tours to experience Eyjafjallajokull volcanic eruption

Nordic Visitor offers customized trips to the area around Eyjafjallajokull for those interested in seeing the fire and ice with their own eyes.

Last Saturday (20th of March) around midnight, the skies of South-East Iceland were lit up by a blood-red shimmer from the lava spurting out of a rift that had suddenly opened up in the ice capped ground next to the Eyjafjallajökull glacier.The power of the eruption has been steadily growing and the lava explosions are said to reach up to 150 meters into the air and the volcanic ash is said to stretch as far as 4-8 kilometers into the sky.

The eruption next to Eyjafjallajökull is predicted to continue for a longer period of time. This volcanic eruption is an amazing spectacle that can be observed from a safe distance. At the moment the best conditions for catching a glimpse of the phenomenon are in the area of Fljótshlíð.

Reacting to this unravelling of nature, Nordic Visitor offers customized trips to the area around Eyjafjallajökull.

Your wish is our command - your tour can include one or more of the following:
• accommodation
• sightseeing flights over the volcanic erupting area
• guided bus tour to the volcanic erupting area
• super-jeep tour to the volcanic erupting area
• other optional services (rental car, meet and greet at airport and more - contact our experts)

If you are interested in a customized tour, we can arrange that in very short notice.

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- by chat: chat with one of our travel experts now
- by phone: +354 5782080 (see our toll free numbers)
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Ver mapa maior

Erupção na Islândia

Como alguns nossos leitores e amigos tem especial interesse por este belíssimo país, aqui ficam vários filmes de uma erupção no meio de um glaciar (o impronunciável Eyjafallajoekull, com o homónimo vulcão, que estava a descansar desde 1823...) na Islândia:






Poema para dez indomáveis patifes

Gritam todos

Gritam todos: venham!
E os outros: tenham!
Aqueles que estão comigo
Sonham. Não querem, nem partem,
Encantados...

in Nós não somos deste mundo (1941) - Ruy Cinatti

NOTA: dedicamos este poema a dez indomáveis patifes que votaram/elegeram ontem um membro deste Blog para um singelo cargo na sua Escola...

Proposta do CDS para reajustamentos no Estatuto do Aluno

Via Blog A Educação do meu Umbigo (post de Paulo Guinote):

Recebi para aí uma dezena ou mais de mails com a proposta do CDS para alterar o Estatuto do Aluno na forma de um powerpoint com 13 slides.

Embora menos atractivo, prefiro ler mesmo o projecto de lei entregue na Assembleia da República para debate na 6ª feira.

É difícil dizer que alguma coisa me provoca desafeição. Mais do que alguns aspectos mais restritivos (como a redução do número de faltas injustificadas permitidas e os seus efeitos) desta proposta, acho importante que o tom com que estes assuntos são abordados na opinião pública mude e deixe de oscilar entre o baixar o pau neles e a desculpabilização permanente.

Em suma, se estas propostas forem aprovadas, o Estatuto do Aluno ficará certamente melhor, mas tanto melhor quanto exista a vontade de o levar à prática, o que nem sempre acontece ao nível dos órgãos de gestão, nem é bem visto em alguns ambientes centrais ou intermédios do ME.

terça-feira, março 23, 2010

Poema alusivo à época




No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

Música para geopedrados




Daryl Hall & John Oates - Maneater

She'll only come out at night
The lean and hungry type
Nothing is new, I've seen her here before
Watching and waiting
She's sitting with you but her eyes are on the door

So many have paid to see
What you think you're getting for free
The woman is wild, a she-cat tamed by the purr of a Jaguar
Money's the matter
If you're in it for love you ain't gonna get too far

Oh here she comes
Watch out boy she'll chew you up
Oh here she comes
She's a maneater

Oh here she comes
Watch out boy she'll chew you up
Oh here she comes
She's a maneater

I wouldn't if I were you
I know what she can do
She's deadly man, and she could really rip your world apart
Mind over matter
The beauty is there but a beast is in the heart

Oh here she comes
Watch out boy she'll chew you up
Oh here she comes
She's a maneater

segunda-feira, março 22, 2010

Sismograma no geofone de Manteigas

Como de costume, para memória futura, aqui fica o registo no geofone de Manteigas (clicar para aumentar):

Sismo no centro de Portugal continental

Ocorreu hoje (22.03.2010) um sismo, às 12.07 horas (hora local e UTC) num ponto de longitude 39,61º e latitude -7,96º, nas proximidades de Mação. O hipocentro, segundo dados do Instituto de Meteorologia, situou-se a 26 km de profundidade e teve magnitude 3,5 e intensidade IV.

nuestros hermanos do IGN têm uma opinião um bocadinho diferente:


Fecha Hora(GMT) Latit. Longit. Prof. Mag.
22/03/10 12:06:58 39.63 -7.94 11 3.1

Poema para celebrar o Dia da Água




Navio Naufragado

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.

in Dia do Mar - Sophia de Mello Breyner Andresen (1947)

domingo, março 21, 2010

Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

No dia 21 de Março de 1960, ocorreu na cidade de Sharpeville, na província de Gauteng, na África do Sul, um protesto, realizado pelo Congresso Pan-Africano (PAC). O protesto pregava contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta onde estava escrito onde eles podiam ir.

Cerca de cinco mil manifestantes reuniram-se em Sharpeville, uma cidade negra nos arredores de Johannesburg, e marcharam calmamente, num protesto pacífico. A polícia sul-africana conteve o protesto com rajadas de metralhadora. Morreram 69 pessoas, e cerca de 180 ficaram feridas.

Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do apartheid. No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado no dia 21 de Março a partir do ano seguinte.

in Wikipédia

Cinquenta anos depois, recordemos a data e usemos uma música dedicada a um eminente lutador da liberdade sul-africano para a celebrar:



Poesia declamada para o dia da mesma

Para celebrar o Dia da Árvore e da Poesia...


Árvore


Antes que tua mão para mim se levante
pensa bem.

Fui eu quem te deu o berço
onde tua mãe te embalou...
Foi no meu corpo que gravaste (disseste ao Mundo) o teu amor
e escondi na minha sombra os teus primeiros beijos...

Fui eu que te dei teu leito,
onde tua mãe te gerou e te pariu...
Fui eu que te aqueci nas longas noites de Inverno
e te alimentei quando tinhas fome...

Foi em mim que fizeste o teu filho,
em noite mágica de amor…
E é em mim que descansas
das agruras desta vida e te recolhes, rendido ao cansaço.

E, quando partires,
minhas tábuas serão tua cama final...

Pensa bem,
antes que tua mão me abata.

Pedro Luna - poema inédito

Ayrton Senna nasceu há 50 anos

Ayrton Senna da Silva (São Paulo, 21 de Março de 1960 – Bolonha, Itália, 1 de Maio de 1994) foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, três vezes campeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Foi também vice-campeão no controverso campeonato de 1989 e em 1993. Morreu em acidente no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prémio de San Marino de 1994.
NOTA: celebremos a data com música portuguesa, neste caso uma homenagem de Norberto Lobo a Ayrton Senna:

Ayrton Senna nasceu há 50 anos

Ayrton Senna da Silva (São Paulo, Brasil, 21 de Março de 1960 – Bolonha, Itália, 1 de Maio de 1994) foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, três vezes campeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e 1991. Foi também vice-campeão no controverso campeonato de 1989 e em 1993. Morreu em acidente no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, durante o Grande Prémio de San Marino de 1994.

Recordemos o poeta das pistas molhadas com uma música fantástica de Norberto Lobo que o homenageia:



sábado, março 20, 2010

Censura e vandalismo - versão rosa par(a)lamentar...

O trauliteiro deputado do PS José Lello tentou limitar o trabalho dos fotógrafos na Assembleia da Republica - não contente com isso, teve um acto de vandalismo num computador que não é seu, pelos vistos secundado por alguns colegas, como é audível no vídeo...




PS - "questões de uma perversidade"...?!? Para que raios usa José Lello o seu computador...?

Poesia para celebrar o equinócio

Primavera

As heras de outras eras água pedra
E passa devagar memória antiga
Com brisa madressilva e primavera
E o desejo da jovem noite nua
Música passando pelas veias
E a sombra da folhagem nas paredes
Descalço o passo sobre os musgos verdes
E a noite transparente e distraída
Com seu sabor de rosa densa e breve
Onde me lembro amor de ter morrido
- Sangue feroz do tempo possuído

in Livro Sexto (1962) - Sophia de Mello Breyner Andresen

Para Portugal, zero...


...disse aos jornalistas, segundo o jornal Correio da Manhã, o ex-jogador Figo, em representação do Inter de Milão no sorteio das competições europeias.




CONCLUSÃO - Como dizia um certo cientista, não há refeições grátis. A falta que faz um ruipedro ou um bêpêène qualquer nestas ocasiões...

Adiamento da actividade de hoje



A Saída de Campo aqui antes referenciada, com o Doutor Jorge Dinis da Universidade de Coimbra, prevista para hoje na cidade do Lis, foi adiada, por motivos climatéricos, para 08.05.2010 (também um sábado).

Em breve daremos novidades sobre o assunto, bem como de uma acção de formação, em Alcobaça, sobre a Geologia da região, dada também pelo Doutor Jorge Dinis.

Música para celebrar a Primavera



Here Comes The Sun

Here comes the sun, here comes the sun,
and I say it's all right

Little darling, it's been a long cold lonely winter
Little darling, it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
and I say it's all right

Little darling, the smiles returning to the faces
Little darling, it seems like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
and I say it's all right

Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...
Sun, sun, sun, here it comes...

Little darling, I feel that ice is slowly melting
Little darling, it seems like years since it's been clear
Here comes the sun, here comes the sun,
and I say it's all right
It's all right

Anarquia - versão rosa par(a)lamentar...

Ainda se o moço fosse secretário de estado das novas oportunidades - e o Presidente Gama é mesmo malvado...


Primavera

null

Volverán las oscuras golondrinas

Volverán las oscuras golondrinas
en tu balcón sus nidos a colgar,
y otra vez con el ala a sus cristales,
jugando llamarán;

pero aquellas que el vuelo refrenaban
tu hermosura y mi dicha al contemplar;
aquellas que aprendieron nuestros nombres,
esas... ¡no volverán!

Volverán las tupidas madreselvas
de tu jardín las tapias a escalar,
y otra vez a la tarde, aun mas hermosas,
sus flores abrirán;

pero aquellas cuajadas de rocío,
cuyas gotas mirábamos temblar
y caer, como lágrimas del día...
esas... ¡no volverán!

Volverán del amor en tus oídos
las palabras ardientes a sonar;
tu corazón, de su profundo sueño
tal vez despertará;

pero mudo y absorto y de rodillas
como se adora a Dios ante su altar,
como yo te he querido... desengáñate,
¡así no te querrán!

Gustavo Adolfo Becquer (1836-1870)

Quem se mete com o PS leva...prendas...



sexta-feira, março 19, 2010

quinta-feira, março 18, 2010

Torre de Anto

Morre jovem quem os Deuses amam - tão pouco viveu António Nobre, em Coimbra e no Mundo, mas ainda hoje é recordado...

Uma homenagem com música, recordando o Poeta e a Torre onde viveu, que lhe roubou o nome, imortalizando-o, para sempre.

Anto morreu há 110 anos

António Pereira Nobre (Porto, 16 de Agosto de 1867 — Foz do Douro, 18 de Março de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua principal obra, (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu com apenas 33 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar.



Vou sobre o Oceano

Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!)
Por este mar de Glória, em plena paz.
Terra da Pátria somem-se na treva,
Águas de Portugal ficam, atrás.

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o Vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.

Ó Lusitânia que te vais à vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!

Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!

quarta-feira, março 17, 2010

José QUÊ?!?

Em duas versões, para os que não acreditam...






PS - gosto mais do speaker e dos comunicados deste José Sócrates:


Música de aniversariante já desaparecida




PS - Elis Regina nunca envelhece (morrem jovens os que os Deuses amam...) - uma das melhores músicas de sempre da MPB para recordar a data em que faria 65 anos...

Conferência sobre Petróleo em Lisboa

Na próxima 5ª feira 18 de Março, terão lugar no GeoFCUL duas Conferências apresentadas por Kenneth E. Peters, no âmbito do Distinguished Lecture Program da AAPG para 2010.

Este programa visa levar personalidades de alto nível na investigação científica e com vasta experiência na indústria petrolífera, a partilhar o seu conhecimento com diversas entidades, tais como Student Chapters, empresas e faculdades, entre outros.

Ken Peters é “Geochemical Advisor” e “Business Development Manager” da Schlumberger, sendo também Professor Convidado no Programa de Modelação de Bacias e Sistemas Petrolíferos na Stanford University.

Estas 2 Conferências terão lugar na Sala 6.2.53, a primeira às 15.30 e a segunda às 17.00 horas, com os seguintes títulos:
  • Exploration Paradigm Shift: The Dynamic Petroleum System Concept
  • Tracing the Origins of Crude Oil using Biomarkers, Isotopes, and Chemometrics
A organização destas conferências é uma iniciativa do AAPG SC-FCUL, contando com o apoio da GALP-Energia e dos Centros de Geologia e de Geofísica da FCUL.

A organização informa que estão convidados todos os interessados a participar nestas importantes apresentações na área das Geociências relacionadas com o petróleo e em particular na temática mais específica da geoquímica orgânica.

A Pimentinha da MPB nasceu há 65 anos!


Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de Março de 1945São Paulo, 19 de Janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na Música Popular Brasileira. Era carinhosamente chamada a Pimentinha. Considerada por boa parcela de músicos e público como uma das maiores cantoras da MPB.




O Bêbado e a Equilibrista

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel,
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
Chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil p'ra noite do Brasil.
Meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente, a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar...