quarta-feira, abril 28, 2021

O motim do HMS Bounty foi há 232 anos

 
O motim do HMS Bounty ocorreu a bordo do navio HMS Bounty da Marinha Real Britânica em 28 de abril de 1789, no meio do Oceano Pacífico. Tripulantes insatisfeitos, liderados pelo mestre assistente Fletcher Christian, tomaram o controle da embarcação das mãos do seu comandante, o tenente William Bligh, deixando-o à deriva, a bordo de um bote com poucos suprimentos, junto com outros dezoito marinheiros. Os amotinados estabeleceram-se no Taiti ou nas Ilhas Pitcairn; enquanto isso Bligh conseguiu realizar uma viagem de mais de 6.500 quilómetros no bote até encontrar terra, começando então um processo para levar os amotinados para a justiça.

O Bounty havia deixado a Grã-Bretanha em 1787 para recolher e transportar frutas-pão do Taiti até as Índias Ocidentais. A disciplina dentre os homens deteriorou-se depois de cinco meses de descanso passados no Taiti, período em que muitos marinheiros viveram em terra e formaram ligações sexuais com mulheres nativas. As relações de Bligh com a sua tripulação foram piorando à medida que ele passava a punições cada vez mais severas e aumentava as suas críticas e abusos, com Christian sendo um alvo frequente. Ele realizou com sucesso um motim contra o comandante, cerca de três semanas depois do navio ter deixado o Taiti.

Bligh conseguiu voltar para a Grã-Bretanha em abril de 1790 e o Almirantado Britânico enviou o HMS Pandora para prender os amotinados. Catorze foram capturados no Taiti e aprisionados no navio, que então procurou sem sucesso por Christian e o resto dos homens, que haviam ficado em Pitcairn. O Pandora encalhou na Grande Barreira de Coral no caminho de volta, perdendo 31 tripulantes e quatro prisioneiros do Bounty. Os dez restantes chegaram na Grã-Bretanha em junho de 1792 e foram julgados na corte marcial; quatro foram absolvidos, três perdoados e três enforcados.

O grupo de Christian permaneceu sem ser descoberto até 1808, altura em que apenas um dos amotinados, John Adams, ainda estava vivo. Quase todos os outros homens, incluindo Christian, haviam sido mortos uns pelos outros ou por suas companheiras polinésias . Nenhuma ação foi tomada contra Adams. Os descendentes dos amotinados com suas consortes taitianas vivem até os dias de hoje em Pitcairn. A visão que acabou entrando no imaginário popular era a de Bligh como um tirano e Christian como uma vítima trágica das circunstâncias, como mostrada em vários filmes sobre os eventos, porém historiadores dos séculos XX e XXI estão trazendo uma imagem mais simpática de Bligh. 

 

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Salazar nasceu há 132 anos...

   
António de Oliveira Salazar, Oliveira Salazar ou simplesmente Salazar (Vimieiro, Santa Comba Dão, 28 de abril de 1889 - Lisboa, 27 de julho de 1970) foi um estadista, ditador nacionalista português de influência fascista e professor catedrático da Universidade de Coimbra.
O seu percurso no Estado português iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas, na sequência da Revolução de 28 de maio de 1926. Foi substituído pelo comandante Filomeno da Câmara de Melo Cabral após o golpe do general Gomes da Costa. Posteriormente, foi também Ministro das Finanças entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das finanças públicas portuguesas.
Figura de destaque e promotor do Estado Novo (1933–1974) e da sua organização política, a União Nacional, o ditador Salazar dirigiu os destinos de Portugal como presidente do Ministério entre 1932 e 1933 e, como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968. Os autoritarismos e nacionalismos que surgiam na Europa foram uma fonte de inspiração para Salazar em duas frentes complementares: a da propaganda e a da repressão. Com a criação da Censura, da organização de tempos livres dos trabalhadores FNAT e da Mocidade Portuguesa, o Estado Novo procurava assegurar a doutrinação de largas massas da população portuguesa ao estilo do fascismo, enquanto que a sua polícia política (PVDE, posteriormente PIDE e mais tarde, ainda, DGS), em conjunto com a Legião Portuguesa, combatiam os opositores do regime que, eram julgados em tribunais especiais (Tribunais Militares Especiais e, posteriormente, Tribunais Plenários).
Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado, com uma linha de acção económica nacionalista assente no ideal da autarcia. Esse seu nacionalismo económico levou-o a tomar medidas de protecionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e as suas colónias, que tiveram impacto negativo, sobretudo até aos anos 60.
   
(...)
   
Os Grandes Portugueses
No programa da RTP Os Grandes Portugueses, realizado em março de 2007, Salazar foi a mais votada das personalidades em jogo, com 42% dos votos expressos, seguido de Álvaro Cunhal, com 19%, e de Aristides de Sousa Mendes, com 13%.
Foi Jaime Nogueira Pinto, professor universitário, que fez a sua apresentação.
O concurso é desvalorizado por alguns historiadores como José Mattoso, António Reis, António Manuel Hespanha e Fernando Rosas, que acusaram a RTP de desinformação e manipulação num texto publicado no jornal Expresso. Em declarações ao Diário de Notícias, Nuno Santos, ex-director de programas da RTP, considera que a acusação é de mau gosto e revela má-fé.


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Kurt Godel nasceu há 115 anos

    
O trabalho mais conhecido de Gödel é seu teorema da incompletude, no qual afirma que qualquer sistema axiomático suficiente para incluir a aritmética dos números inteiros não pode ser simultaneamente completo e consistente. Isto significa que se o sistema é auto-consistente, então existirão proposições que não poderão ser nem comprovadas nem negadas por este sistema axiomático. E se o sistema for completo, então ele não poderá validar a si mesmo - seria inconsistente.
    

Oskar Schindler nasceu há 113 anos

 
Oskar Schindler (Svitavy, 28 de abril de 1908 - Hildesheim, 9 de outubro de 1974) foi um empresário alemão sudeto célebre por ter salvo cerca 1.200 trabalhadores judeus do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Tornou-se membro do Partido Nazi após a anexação território dos Sudetos em 1938. No início da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para a Polónia a fim de ganhar dinheiro aproveitando-se da situação. Em Cracóvia, abre uma fábrica de armas esmaltadas, onde passa a empregar trabalhadores judeus. A origem destes trabalhadores era o Gueto de Cracóvia, local onde todos os judeus da cidade foram escondidos.
Em março de 1943, o gueto foi ativado e os moradores que não foram no local foram enviados para o campo de concentração de Plaszow. Os operários de Schindler trabalhavam o dia todo na sua fábrica e à noite voltavam para Plaszow.
Quando, em 1944, os administradores de Plaszow receberam ordens para desativar o campo, devido ao avanço das tropas soviéticas - o que significava mandar os seus habitantes para outros campos de concentração, onde seriam mortos. Oskar Schindler convenceu-os através de suborno que necessitava desses operários "especializados" e criou a famosa Lista de Schindler. Os judeus integrantes desta lista foram transferidos para a sua cidade natal de Zwittau-Brinnlitz, onde foram colocados numa nova fábrica adquirida por ele (Brnenec).
No fim da guerra, 1.200 judeus, entre homens, mulheres e crianças foram salvos de perecer num campo de concentração nazi. Nos últimos dias da guerra, antes da entrada do exército russo na Morávia, Schindler conseguiu ir para a Alemanha, no território controlado pelos Aliados. Ele livrou-se de ser preso devido aos depoimentos dos judeus a quem ajudara.
Passada a guerra, ele e a esposa Emilie Schindler foram agraciados com uma pensão vitalícia do governo de Israel,  em agradecimento pelos seus atos humanitários. O seu nome foi inscrito, junto a uma árvore plantada por ele. no centro da cidade, na avenida dos Justos entre as Nações do Museu do Holocausto do Yad Vashem, em Jerusalém, ao lado do nome de outras cem personalidades não judaicas que ajudaram os judeus durante o Holocausto. Durante a guerra tornou-se próspero, mas gastou o seu dinheiro com a ajuda prestada aos judeus que salvou e com empreendimentos que não deram certo após o término da guerra.
Viveu na Alemanha na cidade de Hildesheim (Rua Goettingstrasse 30 no bairro Weststadt) entre 1971 e 1974 e morreu pobre num hospital em Hildesheim no dia 9 de outubro de 1974, com 66 anos de idade. Foi enterrado no cemitério cristão (ele era católico) no Monte Sião, em Jerusalém, com honras de herói.
A sua história foi contada em livro (Schindler's Ark) por Thomas Keneally e, posteriormente filmada por Steven Spielberg (A Lista de Schindler) no ano de 1993. Este filme é considerado pelo próprio Spielberg e pela crítica como sua obra-prima, e apontado entre os dez melhores filmes da história de Hollywood. O filme foi filmado a preto-e-branco para criar um efeito sombrio e ambientar-se à história retratada. O filme foi o vencedor do Óscar de 1994 e Steven Spielberg levou o almejado Óscar de melhor direção.

 

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A atriz Penélope Cruz faz hoje 47 anos


Penélope Cruz Sánchez (Alcobendas, 28 de abril de 1974) é uma atriz espanhola, a primeira intérprete do país a obter o Óscar de Melhor Atriz Secundária pelo seu desempenho no filme Vicky Cristina Barcelona

 

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Jessica Alba - quarenta anos!


Jessica Marie Alba (Pomona, 28 de abril de 1981) é uma atriz, empresária e modelo norte-americana. Ela é conhecida pelas atuações em Dark Angel, Sin City, Quarteto Fantástico, Honey, Into the Blue, Good Luck Chuck e The Eye.

  

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Francis Bacon morreu há 29 anos

Retrato de Francis Bacon feito por Reginald Gray - Londres, 1960
   
Francis Bacon (Dublin, 28 de outubro de 1909 - Madrid, 28 de abril de 1992) foi um pintor anglo-irlandês de pintura figurativa. Era descendente colateral de Francis Bacon, filósofo do Período Elisabetano. O seu trabalho é mais conhecido como audaz, austero, e frequentemente grotesco ou imagem de pesadelo.

Vida e obra
Este artista irlandês de nascimento, tratou com uma extraordinária complacência alguns temas que continuam a chocar a nossa vida em grupo. As fantasias masoquistas, a pedofilia, o desmembramento de corpos, a violência masculina ligada à tensão homoerótica, as práticas de dissecação forense, a atracção pela representação do corpo (um especial fascínio pelos fluidos naturais, sangue, bílis, urina, esperma, etc.) e, no geral, com tudo o que está directamente ligado à transgressão seja relacionada com o sexo, a religião (são paradigmáticos os seus retratos do Papa Inocêncio X que efectuou a partir da obra de Diego Velázquez) ou qualquer tabu, foram as peças com as quais Bacon construiu a sua visão "modernista" do mundo.
Nasceu em 28 de outubro de 1909, em Dublin e sofria de asma. Esta debilidade irritava o seu pai, um homem rude e violento, que o costumava chicotear para o "fazer homem". Devido a isto Bacon criou um comportamento de oposição a seu pai. Uma infância difícil, que sempre o influenciou na sua arte e lhe inspirou um certo desdém por essa Irlanda da sua infância, tal como Oscar Wilde e James Joyce.
A sua primeira exposição individual na Lefevre Gallery, em 1945, provocou um choque e não foi bem recebida. Toda a gente estava farta de guerra e de horrores, só se falava da "construção da paz" e as imagens de entranhas dos quadros de Bacon, com os seus tons sanguíneos, provocaram mais repulsa do que admiração.
Como homem do seu tempo, Bacon transmitiu a ideia de que o ser humano, ao conquistar e fazer uso da sua própria liberdade, também liberta a besta que existe dentro de si. Pouca diferença faz dos animais irracionais, tanto na vida - ao levar a cabo as funções essenciais da existência como o sexo ou a defecação - como na solidão da morte; representando o homem como um pedaço de carne.
A sua obra esteve em exposição, em Serralves, em 2003.


O Massacre de Port Arthur, na Tasmânia, foi há 25 anos


The Port Arthur massacre of 28–29 April 1996 was a mass shooting in which 35 people were killed and 23 wounded in Port Arthur, Tasmania. The murderer, Martin Bryant, pleaded guilty and was given 35 life sentences without possibility of parole. Fundamental changes of gun control laws within Australia followed the incident. The case is the worst massacre in modern Australia committed by a single person.

 

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O primeiro voo de turismo espacial foi há vinte anos


Dennis Anthony Tito (Nova York, 8 de agosto de 1940) é um multimilionário norte-americano e o primeiro turista espacial do mundo, indo ao espaço na nave russa Soyuz TM-32 até a Estação Espacial Internacional, em 28 de abril de 2001, pagando vinte milhões de dólares pela viagem.

Tito é bacharel em ciência da aeronáutica pela Universidade de Nova York, e não era um estranho à exploração espacial, tendo trabalhado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA como técnico-cientista.

Em 1972 ele fundou a administradora de investimentos, consultoria e serviços tecnológicos Wilshire Associates, na Califórnia, chegando a administrar, através da empresa, mais de doze mil milhões de dólares de clientes norte-americanos e internacionais, usando intrincados cálculos matemáticos como ferramenta para a avaliação de riscos nas aplicações financeiras de diversas empresas e clientes particulares, metodologia que usava da mesma maneira nos desenhos e cálculos para construção de sondas e foguetões, quando trabalhava na NASA.

Apesar da mudança na carreira, da engenharia aeroespacial para administração de investimentos financeiros, ele nunca perdeu o interesse pela exploração espacial, até o dia em que pôde realizar seu sonho de ir ao espaço. 

 

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José Malhoa nasceu há 166 anos

    
José Vital Branco Malhoa (Caldas da Rainha, 28 de abril de 1855Figueiró dos Vinhos, 26 de outubro de 1933) foi um pintor, desenhista e professor português.
    
José Vital Branco Malhoa nasceu em Caldas da Rainha, na Região do Centro de Portugal, em 28 de abril de 1855. Com apenas 12 anos entrou para a escola da Real Academia de Belas-Artes de Lisboa. Em todos os anos ganhou o primeiro prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidade artísticas.
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo do Leão.
Destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística impressionista.
Foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago. Em 1933, o ano da sua morte, foi criado o Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha.
Teve colaboração artística na revista Atlântida.

 

O Fado - José Malhoa, 1910

 

O Grupo do Leão, 1885, óleo sobre tela de Columbano Bordalo Pinheiro, Museu do Chiado, Lisboa
    

 

Idea Vilariño morreu há doze anos...

   
Idea Vilariño (Montevideo, 18 de agosto de 1920 Montevideo, 28 de abril de 2009)​ fue una poeta, ensayista y crítica literaria uruguaya perteneciente al grupo de escritores denominado Generación del 45. Dentro de sus facetas menos conocidas se encuentran la de traductora, compositora y docente

  
 No te amaba


No te amaba
no te amo
bien sé que no
que no
que es la luz
es la hora
la tarde de verano
lo sé
pero te amo
te amo esta tarde
hoy
como te amé otras tardes
desesperadamente
con ciego amor
con ira
con tristísima ciencia
más allá de deseos
o ilusiones
o esperas
y esperando no obstante
esperándote
viendo
que venías
por fin
que llegabas
de paso.
    
   
Idea Vilariño

O ditador Saddam Hussein nasceu há 84 anos

 

    
Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti
(Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque, de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath de Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath iraquiano, a qual era composta de uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio a longo prazo no Iraque.
     
(...)
     
Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, invadiu o Iraque para depor Saddam, depois que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush acusou o líder iraquiano de possuir armas de destruição maciça e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após a sua captura, em 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. A 5 de novembro de 2006, ele foi condenado por acusações relacionadas com o assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A bárbara execução de Saddam Hussein foi feita a 30 de dezembro de 2006.
 

terça-feira, abril 27, 2021

Música adequada à data...

 

Fausto Bordalo Dias - Quando às vezes ponho diante dos olhos
Álbum: Por Este Rio Acima (1982)

Quando às vezes ponho diante dos olhos
A lusitana viagem medonha que eu dobrei
Os tormentos passados e os fados que chorei
Arde o corpo em oração entre pecado e perdão
Agonia o coração e arde o corpo
Do cotovelo da terra á pestana do mundo
Fui treze vezes cativo dezassete vendido
Mataram os mares milhares num gemido
Ai de mim sou missionário
Foge cafre já sou corsário
Marinheiro voluntário
Ai de mim

Quando às vezes ponho diante dos olhos
A fúria da onda tremenda rasgada no vento
O assombro da fronha de um monstro
Que horrenda estampada no breu
Ai meu Deus o aperto em que estou
Olha o cobre e o ouro
Olha o bobo que eu sou
Que se escapa o tesouro
Que me dá a fraqueza

Enriquece bandido
A saudade do Tejo
O inventário da presa
Meu amor dá-me um beijo
Afasta-o do sentido
E lá vou eu desvalido

II
Quando às vezes ponho diante dos olhos
Os trabalhos tremendos, os perigos que passei
O Inferno maldito Infinito que afrontei
Vem à boca uma prece
A alma inteira estremece
Arde
Grita
Enlouquece
E vem à boca
Um amargo de morte arrefece-me o corpo
Um grande medo
Meu Deus
Que estala no peito
Só o meu coração respira amores perfeitos
Que eu nem conto em segredo
Que eu risquei do enredo
Num latino arremedo
Que eu nem conto
Quando às vezes ponho diante dos olhos
Cobras
Lagartos
Mostrengos
Horríveis
Sarnentos
O delírio dos rios
Das selvas ardentes
Da febre a queimar
A matar
Terra à vista
Atenção

Espia como mercador
Eu cá sou benfeitor

Assalta como ladrão
Olha o rombo na quilha

Olha a tua quadrilha
Quem me dera estar longe

Empunha o machado
Ser um anjo ser monge

Aguenta safado
Sendo o mais enjeitado

III
De Lisboa p' rá Índia
Da Tartária ao Sião
Da China à Etiópia
De Ormuz ao Japão
P' lo Cabo do Mundo
Passei por um triz
Da Ilha Maluca
À Arábia Feliz
São de todas as cores
As paixões os ardores
Na voragem do cio
O amor aplacado
Entre esteiras deitado
No porão do navio
Vai o sonho entornado

Quando às vezes ponho diante dos olhos
As guerras
Assaltos e gritas
O sangue a jorrar
A alagar
Os turcos
Senhora bendita
Lançados ao mar
A afundar
Tangendo panelas

P'ró diabo que os leve
Infiéis tagarelas

Filhos de Mafamede
Ai da vossa cegueira

Dispara o roqueiro
No rescaldo da afronta

Amordaça o escravo
Rezo pela desconta

És cruzado és um bravo
Dos pecados sem conta

IV
De Lisboa p' rá Índia
Da Tartária ao Sião
Da China à Etiópia
De Ormuz ao Japão
P' lo Cabo do Mundo
Passei por um triz
Da Ilha Maluca
À Arábia Feliz
São de todas as cores
As paixões os ardores
Na voragem do cio
O amor aplacado
Entre esteiras deitado
No porão do navio
Vai o sonho entornado
Foi de fio a pavio
P'ró diabo que os leve
Infiéis tagarelas
Filhos de Mafamede
Ai da vossa cegueira
Dispara o roqueiro
Amordaça o escravo
És cruzado és um bravo
Espia como mercador
Assalta como ladrão
Olha o rombo na quilha
Empunha o machado
Olha a tua quadrilha
Aguenta safado
Dos pecados sem conta
És o mais enjeitado
O aperto em que estás
Olha o cobre e o ouro
Que se escapa o tesouro
Que te dá a fraqueza
Enriquece bandido
No rescaldo da afronta
Ai quem te dera estar longe
Ser um anjo ser monge
Reza pela desconta
Entre apupos e gritas
De mãos alevantadas
Treme o bom jesuíta
Ai Jesus que embrulhada
Em pouco mais de dois credos
Dois mil mortos no chão
Pelejando um milhão
Soçobrados em sangue
Estalam mil bofetadas
No traseiro de um cafre
Sobrevoa o milhafre
Seis cabeças rachadas
Muitas feridas e chagas
Numa grande chacina
Entre insultos e pragas
Chovem panelas de urina
Vinte e três afogados
Trinta e quatro perdidos
Nus e ajoelhados
Sem contar os aflitos
Pelas pernas abaixo
Vai o pobre de mim
De Quedá a Samatra
De Malaca a Pequim
Fugindo a sete pés
Quando estoira o convés
Perde-se ouro o provento
A prata fina a saúde
Mas glória santa me ajude
A dar graças a Deus
Misericórdia infinita
Pois eu não me lamento
Se ao fim de tantos tormentos
Escapei deles com vida
O Senhor seja louvado
Santos apostolados
Viva eu entre os mortais
Pois não mereci mais
Por meus grandes pecados

Coretta King nasceu há 94 anos

  
Coretta Scott King (Marion, 27 de abril de 1927 - Playas de Rosarito, 30 de janeiro de 2006), foi uma escritora e ativista dos direitos iguais dos negros e das mulheres nos Estados Unidos da América e em todo o mundo.
Viúva do ativista Martin Luther King Jr, Coretta fundou em 1968 o Centro King, entidade para auxiliar a promover a igualdade racial.
Desempenhou um papel proeminente nos anos após o assassinato de seu marido em 1968, quando assumiu a liderança da luta pela igualdade racial e tornou-se ativa no Movimento das Mulheres e no movimento de direitos LGBT. Coretta King fundou o King Center e procurou fazer do aniversário dele um feriado nacional. King finalmente o conseguiu quando Ronald Reagan assinou a legislação que estabeleceu o Martin Luther King, Jr. Day. Mais tarde, ela ampliou a sua luta para incluir tanto a oposição ao apartheid como a defesa dos direitos LGBT. King tornou apoiante de muitos políticos antes e depois da morte de Martin Luther King, principalmente de John F. Kennedy, Lyndon B. Johnson e Robert F. Kennedy. O telefonema de John F. Kennedy para ela , durante a eleição de 1960, foi o que ela gostava de acreditar que estava por trás de sua vitória.
Em agosto de 2005 Coretta sofreu um derrame que a deixou paralisada do seu lado direito e incapaz de falar. Cinco meses mais tarde morreu de insuficiência respiratória devido a complicações decorrentes de um cancro do ovário. O seu funeral foi assistido por quatro dos cinco presidentes vivos dos EUA e por mais de 10 mil pessoas. Ela foi temporariamente enterrada nos terrenos do King Center, até que ficou ao lado de seu marido. Ela foi homenageada por seu ativismo na promoção dos direitos humanos e foi introduzida no salão da fama das mulheres do Alabama em 2009.
No seu funeral, no dia 7 de fevereiro de 2006, além do ex-presidente norte-americano George Walker Bush estiveram presentes outros três ex-presidentes. Acredita-se que mais de 42 mil pessoas passaram pelo seu funeral. Encontra-se sepultada ao lado do marido no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Condado de Fulton, Geórgia nos Estados Unidos.

Ace Frehley, o guitarrista original dos Kiss, faz hoje setenta anos

  
Ace Frehley (Bronx, 27 de abril de 1951) é um músico americano, mais conhecido por ter sido guitarrista original da banda americana de hard rock Kiss. O seu nome real é Paul Daniel Frehley. Ele possuía uma maquilhagem de ser extraterrestre e andrógino, um riso estranho e uma guitarra esfumaçante.
A revista musical Guitar World classificou o guitarrista como sendo o 14º maior guitarrista de heavy metal de todos os tempos.
  

 


Vasco Graça Moura morreu há sete anos...

(imagem daqui)
  
Vasco Navarro da Graça Moura (Foz do Douro, 3 de janeiro de 1942 - Lisboa, 27 de abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português
  
Biografia
Vasco Graça Moura nasceu a 3 de janeiro de 1942, na freguesia de Foz do Douro, no Porto.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde colaborou na publicação académica Quadrante (1958-1962) publicada pela Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.
Passou 39 meses na tropa, numa altura em que era já casado e pai de dois filhos.
Foi advogado entre 1966 e 1983.
Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do independente pró-Comunista  Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos ligados ao Grupo dos Nove) e dos Retornados (VI Governo Provisório, José Pinheiro de Azevedo).
Na década de 80 enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um dos maiores defensores da língua portuguesa contra o denominado "Acordo Ortográfico" que tem sido alvo de grande polémica e resistência, não só em Portugal como em todos os países faladores de português, devido à sua introdução e implementação forçada e conta-vontade da generalidade dos povos.
Divorciou-se da sua primeira mulher, Maria Fernanda de Sá Dantas, no início dos anos 80, e voltou a casar-se mais duas vezes. Primeiro com a ensaísta Clara Crabbé Rocha, filha de Miguel Torga e de Andrée Crabbé Rocha, em 1985, e depois com Maria do Rosário Sousa Machado, em 1987, com quem teve mais duas filhas, enternecidamente referidas em vários poemas dos seus últimos livros. A sua última companheira foi Maria Bochicchio (italiana), que o acompanhou até perto da sua morte e com quem publicou O Binómio de Newton & A Vénus de Milo.
Foi director da RTP2 (1978), administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995), director da revista Oceanos (1988-1995), director da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e director do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).
Juntamente com António Mega Ferreira, foi o autor da proposta de realização da Exposição Mundial de 1998 em Lisboa, que mais tarde seria considerada pelo Bureau International de Expositions uma das melhores exposições internacionais de sempre.
De novo pelo PSD foi durante dez anos consecutivos deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, desde 1999 até 2009.
Em janeiro de 2012, o Secretário de Estado da Cultura do governo de Passos Coelho, Francisco José Viegas, nomeou Vasco Graça Moura para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém, substituindo assim António Mega Ferreira, mantendo-se no cargo mesmo quando procurava curar-se do cancro que lhe provocou a morte, a 27 de abril de 2014. No mesmo dia, Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro de Portugal, destacou o percurso político de Graça Moura e a sua actividade como "divulgador das letras portuguesas", afirmando que o escritor deixou um "vasto legado literário, marcado pela inspiração e pela dedicação à língua portuguesa, que enriqueceu como poucos, uma constante procura da identidade nacional e um clarividente pensamento sobre as raízes, a herança política e filosófica e o futuro da Europa", concluindo: "Portugal perdeu hoje um dos seus maiores cidadãos".
Graça Moura foi uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico, que considerava que apenas "serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo".

 

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lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.
 
 
in Antologia dos Sessenta Anos (2002) - Vasco Graça Moura

Porque um Grande Português morreu há quinhentos anos...

(imagem daqui)
   
Fernão de Magalhães
 
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
 
De quem é a dança que a noite aterra?
São os Titãs, os filhos da Terra,
Que dançam da morte do marinheiro
Que quis cingir o materno vulto —
Cingi-lo, dos homens, o primeiro —,
Na praia ao longe por fim sepulto.
 
Dançam, nem sabem que a alma ousada
Do morto ainda comanda a armada,
Pulso sem corpo ao leme a guiar
As naus no resto do fim do espaço:
Que até ausente soube cercar
A terra inteira com seu abraço.
 
Violou a Terra. Mas eles não
O sabem, e dançam na solidão;
E sombras disformes e descompostas,
Indo perder-se nos horizontes,
Galgam do vale pelas encostas
Dos mudos montes.
  
 
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

Samuel Morse nasceu há 230 anos!

  
Samuel Finley Breese Morse (Charlestown, 27 de abril de 1791 - Nova Iorque, 2 de abril de 1872 ) foi um inventor, físico e pintor de retratos e cenas históricas dos Estados Unidos da América que se tornou mundialmente célebre pela suas invenções: o código Morse e o telégrafo com fios, em 1843.



 

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Dinho Ouro Preto, o vocalista dos Capital Inicial, faz hoje 57 anos

     
Dinho Ouro Preto, nome artístico de Fernando de Ouro Preto (Curitiba, 27 de abril de 1964), é um músico brasileiro. É líder e vocalista da banda brasileira Capital Inicial, além de irmão do músico brasileiro Ico Ouro Preto.
      

 


Porque hoje é dia de recordar Fernão de Magalhães...

Efígie de Fernão de Magalhães no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal 

 

Fernão de Magalhães
 
Fernão de Magalhães da Ibéria toda,
Alma de tojo arnal sobre uma fraga
A namorar a terra em corpo inteiro,
Consciência do fim no fim da boda,
Fernão de Magalhães que andaste à roda
De quanto Portugal sonhou primeiro :
 
Ter um destino, é não caber no berço
Onde o corpo nasceu.
É transpor as fronteiras uma a uma
E morrer sem nenhuma,
Às lançadas à bruma,
A cuidar que a ilusão é que venceu.

   
   
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga