quarta-feira, maio 27, 2009

Recordar os anos oitenta

Donzela Diesel - Rui Veloso


Donzela diesel - Rui Veloso

NOTA: post número 2.000 deste Blog...!

Poesia alusiva à época

LOUCURA

Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!...

Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada, Deus, não tenho nada!...

Pesadelos de insônia, ébrios de anseio!
Loucura a esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!

Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!

in Reliquiae - Florbela Espanca

segunda-feira, maio 25, 2009

sábado, maio 23, 2009

Trabalhar no fim-de-semana

Como professor, tenho às vezes uns serviços (generosamente pagos, em noites mal dormidas, almoços em cantinas e obrigado por ter vindo...) em dias em que devia descansar ou estar a fazer outras coisas para a Escola. É o caso deste fim-de-semana, com a minha vinda aos primeiros Nacionais de Xadrez do Desporto Escolar, na bonita cidade de Setúbal.

A coisa está correr bem - afinal o Bairro da Bela Vista não é assim tão mau (estamos na sua periferia e ainda não fomos assaltados nem agredidos - os vizinhos só apedrejaram uma sala de aula, partindo um vidro, e invadiram o recinto escolar, mas isso praticamente em qualquer Escola do país poderia acontecer...). Os garotos estão a adorar e é muito engraçado fazer parte de um evento histórico - o primeiro Nacional de de Desporto Escolar de Xadrez...

Se tiver uns minutinhos, mais logo vou publicar umas fotos...

sexta-feira, maio 22, 2009

Viva Morrissey

Steven Patrick Morrissey, o ex-vocalista dos The Smiths, faz hoje 50 aninhos...!

Uma música para matar saudades:


quarta-feira, maio 20, 2009

O primeiro dia - Sérgio Godinho


O Primeiro Dia - Sérgio Godinho

A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.


PS - para os que gostam com imagem, uma versão ao vivo:

terça-feira, maio 19, 2009

Poesia - Mário de Sá-Carneiro

Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Mário de Sá-Carneiro

O Outro - Mário de Sá Carneiro

Fumo branco

Annuntio vobis gaudium magnum;
Habemus Papam!




PS - por todo o lado há decisões sobre o rosto que personaliza o poder nas Escolas Públicas portuguesas. O meu Agrupamento de Escolas, há pouco, escolheu como Director o colega António Oliveira.

Votos de felicidades e de bom trabalho em prol da Comunidade Escolar para o meu Director...

Mário de Sá Carneiro

O Outro - Adriana Calcanhotto


PS - Nasceu há 119 anos este poeta - um dos mais brilhantes e que se suicidou ainda jovem em Paris... Fiquemos com uma sua poesia, cantada por uma bonita voz do nosso país irmão de além-mar.

segunda-feira, maio 18, 2009

Música para entendedores...

Aos nossos leitores que nos têm questionado sobre ausência de novos posts queremos dizer que o muito trabalho e a importância do mesmo nos tem levado a estar ausentes deste nosso fórum.

Para amenizar e suavizar o nosso pecado, duas músicas do Zeca Afonso, uma na versão dos Diva e outra só em som e no original:

Diva - Canção de Embalar





Coro dos Caídos



Cantai bichos da treva e da aparência
Na absolvição por incontinência
Cantai cantai no pino do inferno
Em Janeiro ou em Maio é sempre cedo
Cantai cardumes da guerra e da agonia
Neste areal onde não nasce o dia

Cantai cantai melancolias serenas
Como o trigo da moda nas verbenas
Cantai cantai guizos doidos dos sinos
Os vossos salmos de embalar meninos
Cantai bichos da treva e da opulência
A vossa vil e vã magnificência

Cantai os vossos tronos e impérios
Sobre os degredos sobre os cemitérios
Cantai cantai ó torpes madrugadas
As clavas os clarins e as espadas
Cantai nos matadouros nas trincheiras
As armas os pendões e as bandeiras

Cantai cantai que o ódio já não cansa
Com palavras de amor e de bonança
Dançai ó parcas vossa negra festa
Sobre a planície em redor que o ar empesta
Cantai ó corvos pela noite fora
Neste areal onde não nasce a aurora

Música para acalmar

Com a trabalheira que vai para aí, aqui fica uma música para acalmar os mais sensíveis...

terça-feira, maio 12, 2009

Recordar Bob Marley



Buffalo Soldier - Bob Marley

Buffalo soldier, dreadlock rasta:
There was a buffalo soldier in the heart of america,
Stolen from Africa, brought to America,
Fighting on arrival, fighting for survival.

If you know your history,
Then you would know where you coming from,
Then you wouldn't have to ask me,
Who the eck do I think I am.

m just a buffalo soldier in the heart of america,
Stolen from Africa, brought to America,
Said he was fighting on arrival, fighting for survival;
Said he was a buffalo soldier win the war for America.

Dreadie, woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Buffalo soldier troddin through the land, wo-ho-ooh!
Said he wanna ran, then you wanna hand,
Troddin through the land, yea-hea, yea-ea.

Said he was a buffalo soldier win the war for America;
Buffalo soldier, dreadlock rasta,
Fighting on arrival, fighting for survival;
Driven from the mainland to the heart of the Caribbean.

Singing, woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!
Woy yoy yoy, woy yoy-yoy yoy,
Woy yoy yoy yoy, yoy yoy-yoy yoy!

Portuguesa descobriu novos insectos

Uma bióloga portuguesa descobriu duas novas espécies de insectos. São escaravelhos e vivem em grutas na Serra de Aire e Candeeiros.
2009-05-05 10:20:57 RTP 1

segunda-feira, maio 11, 2009

Bob Marley morreu há 29 anos

Foi no dia 11 de Maio de 1981 que morreu este grande cantor. Recordemo-lo com uma canção sua:

domingo, maio 10, 2009

Canções para ajudar nas decisões difíceis de alguém deste blog...




In memoriam - Joaquim Agostinho





Sentado e a árvore ali
Ao pé de mim
O vento agora
Já nem vem aqui
Deixei, de ter com quem falar
Fiquei sozinho com o meu olhar

Do longe, se faz bem mais perto
Sentindo que o tempo corre incerto
Ouvindo sons que só eu sei pensar
Sorrindo parto para outro lugar

No meu momento final
Sei que tenho um lugar
Onde um santo e pecador
Possa enfim descansar
No meu momento final
Sei que tenho um lugar
Onde um santo e pecador
Possa enfim descansar

sábado, maio 09, 2009

Música para um dia especial



Carla Bruni - "Le toi du moi"

Je suis ton pile
Tu es mes faces
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
Toi le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la guitare et moi la basse

Je suis la pluie et tu es mes gouttes
Tu es le oui et moi le doute
T'es le bouquet je suis les fleurs
Tu es l'aorte et moi le coeur
Toi t'es l'instant moi le bonheur
Tu es le verre je suis le vin
Toi tu es l'herbe et moi le joint
Tu es le vent j'suis la rafale
Toi la raquette et moi la balle
T'es le jouet et moi l'enfant
T'es le vieillard et moi le temps
Je suis l'iris tu es la pupille
Je suis l'épice toi la papille
Toi l'eau qui vient et moi la bouche
Toi l'aube et moi le ciel qui s'couche
T'es le vicaire et moi l'ivresse
T'es le mensonge moi la paresse
T'es le guépard moi la vitesse
Tu es la main moi la caresse
Je suis l'enfer de ta pécheresse
Tu es le ciel moi la terre, hum
Je suis l'oreille de ta musique
Je suis le soleil de tes tropiques
Je suis le tabac de ta pipe
T'es le plaisir je suis la foudre
Tu es la gamme et moi la note
Tu es la flamme moi l'allumette
T'es la chaleur j'suis la paresse
T'es la torpeur et moi la sieste
T'es la fraîcheur et moi l'averse
Tu es les fesses je suis la chaise
Tu es bémol et moi j'suis dièse

T'es le laurel de mon hardy
T'es le plaisir de mon soupir
T'es la moustache de mon trotski
T'es tous les éclats de mon rire
Tu es le chant de ma sirène
Tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour

Je suis ton pile
Toi mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
T'es le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la putain et moi la passe
Tu es la tombe et moi l'épitaphe
Et toi le texte, moi le paragraphe
Tu es le lapsus et moi la gaffe
Toi l'élégance et moi la grâce
Tu es l'effet et moi la cause
Toi le divan moi la névrose
Toi l'épine moi la rose
Tu es la tristesse moi le poète
Tu es la belle et moi la bête
Tu es le corps et moi la tête
Tu es le corps. hummm !
T'es le sérieux moi l'insouciance
Toi le flic moi la balance
Toi le gibier moi la potence
Toi l'ennui et moi la transe
Toi le très peu moi le beaucoup
Moi le sage et toi le fou
Tu es l'éclair et moi la poudre
Toi la paille et moi la poutre
Tu es le surmoi de mon ça
C'est toi charybde et moi scylla
Tu es la mère et moi le doute
Tu es le néant et moi le tout
Tu es le chant de ma sirène
Toi tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour

sexta-feira, maio 08, 2009

Faz hoje 107 anos...

O vulcão da Montanha Pelada (Mont Pelée), na Martinica, libertou em 8 de Maio de 1902 uma nuvem ardente (fluxo piroclástico) que matou cerca de 28 a 30 mil pessoas e destruiu a capital da ilha (Cidade de S. Pedro - Saint Pierre). O único sobrevivente era um criminoso condenado à morte, que se salvou porque estava numa cela subterrânea da prisão e ficou um pouco protegido dos gases pelas grossas paredes...

samson_lg.jpg


quarta-feira, maio 06, 2009

Poesia para entendedores

O Rei da Ítaca

A civilização em que estamos é tão errada que
Nela o pensamento se desligou da mão

Ulisses rei da Ítaca carpinteirou seu barco
E gabava-se também de saber conduzir
Num campo a direito o sulco do arado

in O nome das coisas - Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, maio 05, 2009

Cinco de Mayo

O México não é só a gripe - hoje recordemos o feriado deste gigante que celebra uma vitória militar.


In the blues

Skip James - Catfish Blues




I would ruther, be a little catfish
So I could swim way down
In the sea-ee
I would have somebody, somebody
Settin' out hooks for me
Settin' out a hook for me
A hook for -

You know I went
To my baby's house
She told me to sit down
On her step
'Sir, you can come right on in
Because my
Husband just now left
He just now left
He just now -

An I, asked my baby
To let me sit down
'Side her bed
Turn on yo' heater, baby
'Till it turn cherry red
Cherry red
Red an cherry red

That's the reason I ruther
Be a little catfish
So I could swim way down
In the sea-ee
I would have netted
Some of these women
Settin' out a line for me
Settin' out their line for me
A line for -

You know I went
To the church house
And they called on
Me to pray-ay
I got down on my knees
But I didn't, no
Have no word to say
Not a word to say
No word to say

That's the reason I ruther
Be a little catfish
So I could swim
Way down in the sea-ee
I would have somebody, somebody
Settin' out a line for me
Settin' out a line for me
A line for -

I don't wanna
Be no tadpole
And I don't want ta be
No bullfrog
An if I can't be
Be your catfish
I won't swim at all
No, I won't swim at all
No, swim at -

That's the reason I want ta
Be a little catfish
So I could swim way down
In the sea-ee
I would have these goodlookin' women
Settin' out a hook for me
Settin' out a hook for me
A hook for.

segunda-feira, maio 04, 2009

PNSAC na Internet

Duas notícias interessantes sobre o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), a primeira com algumas incorrecções e a segunda já dada por nós aqui no Blog:


Parque | Serras de Aire e Candeeiros
Protegido há 25 anos

Criado a 4 de Maio de 1979 pelo decreto-lei 118/79, o PNSAC estende-se por uma área de quase 40 mil hectares. É o sétimo maior parque natural do País, num total de doze, e abrange os concelhos de Alcobaça e Porto de Mós (no distrito de Leiria) e ainda os municípios de Alcanena, Ourém, Rio Maior, Santarém e Torres Novas (distrito de Santarém). Inclui uma parte significativa - mas não total - do Maciço Calcário Estremenho, constituído pelas Serras de Aire e Candeeiros e pelos planaltos de Santo António e São Mamede.

Embora tenha sido criado em 1979, só sete anos mais tarde é que começou o trabalho efectivo nesta área protegida onde o contraste é a sua marca principal: a água, que não se encontra à superfície, tem no seu subsolo um enorme reservatório que está agora a ser objecto de estudo.

Possuindo um vasto número de formações calcárias - grutas, algares, lapiaz e poljes -, o PNSAC tem, ao nível da fauna morcegos, grupo ao qual pertencem nove das onze espécies de mamíferos ameaçados de extinção em Portugal. Ao nível da flora destaque para as orquídeas. “A “Inula montana”, uma espécie rara, tem pelo menos dois núcleos nesta área protegida.




Canção para Vital Moreira e sus compañeros de mão leve e língua afiada da CGTP

Este Blog pede desculpa, em nome dos que se esqueceram de o fazer, da bárbara agressão de que foi alvo o Doutor Vital Moreira nas comemorações do 1º de Maio. Pediríamos também desculpas, em nome dos vidreiros da Marinha Grande, que, na longínqua campanha presidencial dos anos oitenta, puseram pelas suas acções Mário Soares no cargo de Supremo Magistrado da República, mas estes já foram amnistiados por quem de direito.

Para provar que as desculpas são sentidas e profundas, uma música:



PS - temos ainda dados contraditórios sobre o líquido derramado sobre o ex-camarada professor dótor especialista em pós-graduações - a ser verdade que foi água-benta, será mais um aspecto para aqui escapelizar...

El-Rei D. Sebastião desapareceu há 431 anos


sábado, maio 02, 2009

Observação astronómica em Vieira de Leiria

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post, com informação de actividade astronómica:

O Fernando Martins e o João Cruz, membros activos deste Blog, vão fazer hoje uma Observação Astronómica em Vieira de Leiria, das 21.00 às 24.00 horas, na margem direita (norte) da foz do Rio Lis.

Embora sendo feita para os Escuteiros de Carvide, está aberta à participação de todos os interessados...

sexta-feira, maio 01, 2009

Ahh! Desde que Senna não corre mais... não é mais domingo...

Conheci uma vez uma senhora velhinha que começou a ver Fórmula 1 quando o Senna começou a ganhar corridas e campeonatos. Ela e o campeão já partiram - mas, para os que ficaram, uma canção italiana que fala dos domingos sem F1 e sem Ayrton...

Palestra em Leiria - Como Compreender o Universo?


Os alunos João César, Joel Ramos, Mário Fonseca e Pedro Rodrigues, da Escola Secundária Domingos Sequeira, convidam todos os alunos e professores do Ensino Secundário e Superior a assistir à palestra a realizar pelo Professor Doutor António Onofre no dia 6 de Maio, pelas 10:30, no Auditório do Orfeão de Leiria subordinada ao tema “Como Compreender o Universo?”

Para compreender o Universo, é necessário conhecer as Partículas Elementares. Estas são as partículas mais básicas que constituem o átomo. Através do seu estudo é possível conhecer melhor o mundo que nos rodeia assim como todo o Universo e a sua origem. Este é o tema que o Professor António Onofre abordará de uma forma acessível e rigorosa na sua palestra.

Professor na Universidade de Coimbra e investigador do LIP-Coimbra, o Doutor António Onofre integra a equipa da experiência ATLAS – um dos detectores em funcionamento no LHC, no CERN, sendo um profundo conhecedor desta temática.

in Blog AstroLeiria

Senna morreu há 15 anos

ayrton_senna


Fórmula 1

O Grande Prémio mais negro da história faz hoje 15 anos

Ayrton Senna levou bagagem extra no seu Williams-Renault para o Grande Prémio de São Marino, em Ímola, Itália, realizado há precisamente 15 anos: uma bandeira da Áustria para, no final da corrida, homenagear Roland Ratzenberger, piloto que tinha morrido na véspera após um acidente na última sessão de qualificação. "Não existem acidentes pequenos nesta pista", disse o brasileiro depois da morte do austríaco. O fim-de-semana ainda ficaria mais negro. Pouco depois do início da prova, Senna também embateu num muro de betão e morreu.

A sua morte, transmitida em directo pelo mundo inteiro através da televisão, marcou uma geração e é um dos momentos mais imediatos para os adeptos do desporto motorizado. O brasileiro, que aos 34 anos já tinha três títulos mundiais e milhões de fãs, tornou-se um mito. Essa tarde de 1 de Maio definiu a época de 1994 da Fórmula 1: mais do que pelo primeiro dos sete títulos de Michael Schumacher, esse ano é recordado pelas duas mortes em Ímola, especialmente a de Senna.

Até esse fim-de-semana, não morria um piloto num Grande Prémio há 12 anos - Elio de Angelis perdeu a vida em 1986, mas durante a realização de testes. Mas esse não foi mesmo um fim-de-semana qualquer. "Aconteceu tudo nesse Grande Prémio", recordou ao PÚBLICO Pedro Lamy, um dos 25 pilotos que iniciaram a corrida. "O acidente do Rubens Barrichello na sexta-feira, a morte do Ratzenberger no sábado. Eu também tive um acidente já na corrida que podia ter sido mais grave. Depois, aconteceu o acidente do Ayrton Senna. Não dá para acreditar". Foi um Grande Prémio maldito.

O português, que considera Senna o melhor piloto de todos os tempos, recorda-se que o brasileiro ficou bastante abalado com os incidentes da qualificação. "Alguma coisa nele estava diferente". Barrichello, que ficou algum tempo inconsciente após o seu grande acidente, era compatriota e um protegido de Senna. E Ratzenberger, a primeira vítima mortal desde que o "Mágico" entrou na F1, em 1984, ao serviço da equipa Toleman, confrontava-o com a mortalidade do desporto que escolheu.

Dez anos, 162 Grandes Prémios, 41 vitórias, 80 pódios, 65 pole positions e 19 voltas mais rápidas depois, o monolugar de Senna ia a 310km/h quando, na sétima volta da prova, saiu da curva Tamburello em direcção ao muro. As causas do acidente nunca foram completamente determinadas e há duas teorias principais: uma atribui o despiste a uma falha mecânica (ruptura da coluna da direcção), outra advoga que o chassi tocou no chão, o que fez descontrolar o carro. Menos de 15 centésimos de segundo depois de o monolugar ter começado a derrapar, o brasileiro conseguiu reduzir a velocidade para os 220km/h, mas isso de nada lhe serviu. Com graves lesões cerebrais, foi declarado morto pouco depois de dar entrada no hospital Maggiore, em Bolonha.

"Aquela pista tinha zonas muito rápidas. Se algo acontecesse, batia-se muito depressa", considera Pedro Lamy. O Autódromo Enzo e Dino Ferrari, como se chama a pista que acolheu o GP de San Marino entre 1981 e 2006, foi mesmo o palco do GP mais negro de que há memória. Além do despiste de Barrichello e dos dois acidentes fatais, Lamy esteve envolvido em mais um violento choque com J.J. Lehto. A colisão lançou uma roda para as bancadas, que provocou ferimentos ligeiros em quatro pessoas. Perto do final, o Minardi de Michelle Alboreto perdeu uma roda nas boxes, o que resultou no ferimento de três mecânicos.

Os trágicos acontecimentos de há 15 anos marcaram uma viragem histórica na modalidade, pois obrigaram a alterar drasticamente as regras de segurança.

Para celebrar a Estação das Festas Académicas



Música para preparar as eleições que se avizinham

Norah Jones, The Long Day Is Over

Queima das Fitas 2009

A tradicional Queima das Fitas, versão 2009, irá decorrer de 1 a 8 de Maio.

Para a preparar, uma canção que os Estudantes de Coimbra (os de hoje e os antigos) não esquecem:

Coimbra - Na Hora da Despedida

Canta: Fernando Machado Soares

Autor da letra e música

Video-Clip realizado por José Manuel Pedrosa Moreira

Fotos de Daniel Tiago

in Lisboa no Guiness


quinta-feira, abril 30, 2009

Para começar bem a Queima...


Fado mentira - Adriano Correia de Oliveira

Joaquim Agostinho caiu há 25 anos



Parece-me ainda ontem, mas foi há 25 anos. O ciclista Joaquim Agostinho, com as duas camisolas que marcaram a sua vida vestidas (a do Sporting e a amarela, de líder...) à chegada de uma etapa da Volta ao Algarve, caía na tentativa de não atropelar um cão.

As fracas condições que a Medicina tinha na altura no Algarve impediram uma rápida assistência e levaram a que só fosse operado muito mais tarde e já na zona de Lisboa. Depois de dias de agonia, acabaria por morrer a 10 de Maio o melhor ciclista de sempre português.

Até sempre, campeão...!

quarta-feira, abril 29, 2009

Noites do Parque - Queima das Fitas 2009



ADENDA - faz hoje anos (e logo sessenta...!) o ensaísta, poeta, ficcionista e professor universitário português Nuno Júdice - celebremos a data com um poema seu:

Cantiga

É pelo teu rosto em que as marés passam,
pelos teus lábios em que voam gaivotas,
pelos teus dedos em que a luz perpassa,
pelos teus olhos que me traçam as rotas,

que este barco encontra o caminho,
que este dia descobre que não é tarde,
que as palavras se bebem como vinho,
e o fogo não queima quando arde.

É no que me dizes quando a noite fala,
no que perdura da manhã que se esquece,
no que é dito em tudo o que se cala,
e não precisa de ser dito quando amanhece.

Pode ser o amor tantas vezes sentido,
ou só aquilo que vive no coração,
pode ser o que pensava ter esquecido,
e regressa agora pela tua mão.

Quantas vezes já foi primavera,
e logo aí as flores morreram:
até ao dia em que nada ficou como era,
e todas as folhas mortas reverdeceram.

O Ministério da Educação e a Ética Inquisitorial

Interrogatórios a alunos indignam pais
Inspecção-Geral de Educação acusada de incentivar "comportamentos denunciantes"
29.04.2009 - 07h24 Graça Barbosa Ribeiro

Vários meses depois de a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, ter sido recebida com ovos, a Inspecção-Geral de Educação (IGE) foi ouvir os estudantes, maiores de 16 anos, da Escola Secundária de Fafe. A Associação de Pais contesta o método de interrogatório que, diz, incentiva a um "comportamento denunciante" e "é absolutamente inconcebível depois do 25 de Abril". Os pais já enviaram cartas ao procurador-geral da República, ao provedor de Justiça e aos grupos parlamentares. A IGE assegura, através de ofício, que nada de ilegal ocorreu.

O protesto que deu origem às averiguações da IGE ocorreu em Novembro. Maria de Lurdes Rodrigues dirigia-se a um edifício próximo da Escola Secundária de Fafe, para participar numa sessão de entrega de diplomas do programa Novas Oportunidades, quando cerca de 200 alunos se aproximaram, vaiando a ministra e arremessando ovos contra as viaturas oficiais. A ministra nem chegou a sair do automóvel e a manifestação não durou muito, ao contrário das consequências, que se prolongaram no tempo.

O conselho executivo da escola, os pais e as associações sindicais vieram a terreiro criticar a forma como os estudantes protestaram contra o estatuto do aluno. Mas nem assim os ânimos serenaram. Vinte quatro horas depois, em Baião, miúdos armados com ovos esperaram por um governante que não apareceu. E, dias mais tarde, era a vez de os secretários de Estado Jorge Pedreira e Valter Lemos serem alvejados com ovos e tomates, em Lisboa, ao que reagiram dizendo não acreditar que as manifestações fossem espontâneas.

“As perguntas feitas aos alunos permitem-nos deduzir que é isso que pretenderão provar — que eles foram manipulados, nomeadamente pelos professores”, comentou ontem, em declarações ao PÚBLICO, Paulo Nogueira Pinto, ele próprio docente (noutra escola) e pai de uma das alunas interrogadas pelo inspector da DGE. “Como é que souberam que a ministra vinha a Fafe? Quem é que se lembrou de fazer a manifestação? Os professores deram aulas? Marcaram faltas a quem não esteve na sala? Como é que os alunos saíram da escola? Estava algum funcionário à porta?”, desfia Nogueira Pinto, exemplificando perguntas a que a sua filha, aluna do 10.º ano, teve de responder.

Segundo diz, ela foi escolhida “de forma mais ou menos aleatória”. Estava a terminar uma aula de Educação Física quando o inspector pediu ao professor que lhe indicasse alunos com 16 anos ou mais. “Ela fazia parte do grupo e, como já tinha acabado os exercícios, foi indicada ”, explicou.

Nogueira Pinto diz não duvidar da veracidade do esclarecimento da DGE que, em resposta à sua reclamação, informa que o interrogatório foi legal na medida em que foi feito a jovens maiores de 16 anos, imputáveis para fins penais. Insiste, no entanto, que, “do ponto de vista ético, o método é profundamente incorrecto”.

Aquele pai contesta o facto de a aluna, de 16 anos, ter sido levada para uma sala que não conhecia para ser interrogada durante cerca de uma hora, e também o facto de, na sua perspectiva, ter sido “incitada a acusar e denunciar pessoas, nomeadamente os seus professores, pelos quais se espera que tenha respeito como figuras de autoridade”. “No fim, fizeram-na assinar uma folha com a suposta transcrição das suas declarações, feitas por uma pessoa que a DGE identifica como sendo o secretário do inspector”, relatou.

O presidente da associação de pais, Manuel Oliveira Gonçalves, diz que mal foi alertado para o que estava a acontecer, durante o mês de Março, se dirigiu ao conselho executivo, que disse desconhecer como estavam a ser escolhidos os alunos e como decorriam as audições. E que, por isso, auscultou alguns dos estudantes ouvidos, cujos relatos coincidiam com o da filha de Nogueira Pinto.

“Assim como criticámos os alunos pela forma como se manifestaram, agora questionamos a legalidade e a legitimidade de um interrogatório deste tipo”, afirmou ontem Manuel Gonçalves. Não se considera “satisfeito com o esclarecimento” dado a Nogueira Pinto. “Por um lado, custa-me a crer que seja legal. Mas, ainda que assim fosse, não é legítimo. Eu nem queria acreditar que isto estava acontecer, tantos anos depois do 25 de Abril”, comentou.

O PÚBLICO contactou o vice-presidente do conselho executivo da escola, Rui Fonseca, que, dando conta da ausência do presidente, não quis comentar o assunto, alegando desconhecer pormenores. Também o Ministério da Educação, através do assessor de imprensa, Rui Nunes, se escusou a prestar qualquer esclarecimento.


in Público - ler notícia

terça-feira, abril 28, 2009

Música para recordar quando a vida era maravilhosa

Black - Wonderful Life


Here I go out to see again
the sunshine fills my hair
and dreams hang in the air
Gulls in the sky and in my blue eyes
you know it feels unfair
there's magic everywhere

Look at me standing
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

Sun in your eyes
the heat is in your hair
they seem to hate you
because you're there
and I need a friend
Oh, I need a friend
to make me happy
not stand here on my own

Look at me standing
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

I need a friend
oh, I need friend
to make me happy
not so alone.......
Look at me here
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
wonderful life, wonderful life

Deixai vir a mim as criancinhas, diz o PS

Pais já pediram explicações
PS usou em tempo de antena imagens de crianças com o Magalhães pedidas pelo Ministério da Educação
28.04.2009 - 09h35 PÚBLICO

O Ministério da Educação pediu a uma escola do primeiro ciclo de Castelo de Vide autorização para filmar crianças a utilizar o Magalhães. Mas, segundo conta hoje o Rádio Clube e o jornal “24 Horas”, as imagens acabaram por passar num tempo de antena do Partido Socialista, na RTP, no passado dia 22.

Os pais pediram já uma reunião na escola, a exigir uma explicação e a escola por sua vez, pediu explicações ao ministério, como adiantou ao Rádio Clube Ana Travassos, presidente do Conselho Executivo do agrupamento de escolas de Castelo de Vide.

“Não foi feito pelo Partido Socialista não. Nós tivemos um contacto da tutela, dos representantes do Ministério da Educação aqui no Distrito de Portalegre e na região de Évora, que é onde está a Direcção Regional, com a intenção de consultar crianças e pais”, disse a responsável.

Mas o produto final da consulta acabou por ser emitido num tempo de antena do PS na RTP, na passada quarta-feira. Os encarregados de educação já pediram explicações à escola.

Ao Rádio Clube, o gabinete de imprensa do PS explicou, através de um comunicado, que tudo foi autorizado, sem contudo esclarecer de onde partiu o pedido, se do ministério, se do partido.

Em reacção, o PSD considera a situação grave. Cristóvão Crespo, presidente da distrital do PSD de Portalegre, exige também explicações ao Ministério da Educação e ao PS.



PS - um partido que mente recorrentemente (à semelhança do seu líder), usa os outros como se fossem peões em jogo de Xadrez, que insulta, que usa as Escolas públicas para pura propaganda e, não contente com isso, ainda se atreve a (ab)usar das imagens (não autorizadas) de crianças em tempos de antena, é um partido muito similar a outro, quase homónimo, que prosperou no final da alemã República de Weimar. E quem nos avisa nosso amigo é....

domingo, abril 26, 2009

Mário de Sá Carneiro

Trovante - Fim



Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.


NOTA: Faz hoje 92 anos que morreu Mário de Sá Carneiro. Aqui fica um dos seus mais bonitos poemas, cantado pelos Trovante...

ADENDA: como é curta a música da versão inicial deste post (feito há muitos meses, como muitos aqui - se eu morrer o Blog continua a debitar posts por muito tempo...) aqui ficam mais duas, desta vez do YouTube:





Guernica - 72 anos

O CEDRO DE GUERNICA

No fragor da batalha
- que era como um troar de tempestade -
a árvore tombou
ceifada da metralha.
.....................................................................................
Todo o Euzcádi chorou
no cedro assassinado a morta liberdade.
.....................................................................................
Mas que importa perder o cedro de Guernica,
por momentos não ter ao sol o seu lugar,
se a luta que travais, gentes de Euzcádi implica
que cada "pueblo" tenha um cedro de Guernica
para não mais tombar?!

Álvaro Feijó (Novembro de 1938)

sábado, abril 25, 2009

Bairro Negro - nova versão com música alusiva à situação actual do país


25 de Abril em música

Uma canção do Sérgio Godinho, do seu primeiro álbum (Os Sobreviventes, de 1971) que o meu marido adora, neste dia tão especial:


Aprende a nadar, companheiro
aprende a nadar, companheiro
Que a maré se vai levantar
que a maré se vai levantar
Que a liberdade está a passar por aqui
que a liberdade está a passar por aqui
que a liberdade está a passar por aqui
Maré alta
Maré alta
Maré alta

Celebrar a utopia - recordar o 25 de Abril enquanto o Big Brother ainda deixa


Utopia - José Afonso

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?


ADENDA: aqui fica outra versão, do sobrinho João Afonso, completa e em vídeo galego:

25.04.1974

Celebremos o dia de hoje, enquanto ainda nos deixam, com poesia:



25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, abril 24, 2009

Contabilidade final - Açores

Com excepção do caso dos colegas que acabaram por faltar (por doença de um participante...) as contas finais ficam aqui:


Devem verificar se tudo está correcto para depois passarmos ao acerto final de contas...

quinta-feira, abril 23, 2009

Os casos isolados do Ministério da Educação

Sintra: DREL diz que incidente com alunos na escola Matias Aires foi acto isolado

O incidente ocorrido hoje na escola Matias Aires, em Agualva, onde um aluno foi esfaqueado por outro, "foi um acto isolado que resulta da violência dos bairros", disse fonte da Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL).

"Dentro da escola é um acto pontual, muito raramente isto acontece. Aquilo é o resultado da vida que os miúdos trazem dos bairros onde moram", disse a mesma fonte.

Segundo a fonte da DREL, o incidente de hoje é o resultado "da violência que existe fora da escola, entre grupos de diferentes bairros", e adiantou que o jovem esfaqueado sofreu somente "um corte superficial". "São questões de relacionamento entre os grupos de miúdos de diferentes bairros", acrescentou.

Dois alunos ficaram hoje feridos, um deles esfaqueado nas costas, na sequência de um conflito entre grupos na escola Matias Aires. Segundo fonte policial, as agressões ocorreram dentro do recinto escolar, em dois locais distintos. "O agressor foi ouvido, libertado e o caso baixou a inquérito", disse a fonte policial, acrescentando que os dois alunos feridos deverão ter alta muito em breve.


Hoje mais um daqueles casos isolados que, a custo, o Ministério da Educação envergonhadamente comenta. Desta vez foi apenas um caso de esfaqueamento numa Escola pública. Mas, um dia destes, será um assassinato. E aí cairá a máscara da Ministra da Educação e de todos os mentirosos que, criminosamente, colaboram com esta megafraude portuguesa.

À família do aluno ferido e à comunidade da Escola (alunos, pais e encarregados de educação, funcionários e docentes) os nossos votos de este caso não fique impune e sirva para alguma coisa. A todos aqueles que vão furando a peneira com que nos querem aldrabar, o nosso obrigado...

PS - já fui professor de PIEF's, de Currículos Alternativos, de CEF's e afins - só quem nunca foi agredido, cuspido, alvo de ameaças, obrigado a apreender armas brancas, confrontado com consumos de drogas, enojado com casos de pedofilia contados por alunos, como eu já fui (e, ainda por cima, numa pequena cidade como é a minha...), percebe a ironia de se falar em casos isolados de violência nas escolas portuguesas.

Dia do Livro

Os livros sábios,JONATHAN WOLSTENHOLME


Com uma poesia aparentemente contrária ao espírito do dia, de Fernando Pessoa e magistralmente declamada por João Villaret, celebremos o Dia do Livro:


Liberdade - João Villaret

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Dia de São Jorge


Chris de Burgh - Rose Of England

Hear my voice and listen well, and a story I will tell,
How duty brought a broken heart, and why a love so strong
Must fall apart;

She was lovely, she was fine, daughter of a royal line,
He, no equal, but for them it mattered little for they were in love;

Rose of England, sweet and fair, shining with the sun,
Rose of England, have a care, for where the thorn is,
There the blood will run;

Oh my heart, oh my heart;

Through the summer days and nights, stolen kisses and delights
Would thrill their hearts and fill their dreams with all emotions
That true love can bring;

But black of mourning came one day, when her sister passed away,
And many said on bended knee, she has gone, and you must be our Queen;
[ Find more Lyrics at www.mp3lyrics.org/CKL ]

Rose of England, sweet and fair, shining with the sun,
Rose of England, have a care, for where the thorn is,
There the blood will run;

Oh my heart, oh my heart;

To the abbey she did ride, with her lover by her side,
When they heard the church bells ring, she was Queen
And one day, he'd be King;

But men of malice, men of hate, protesting to her chambers came,
"A foreign prince will have your hand, for he'll bring peace
And riches to our land;"
She said, "Do you tell me that I cannot wed the one I love?
Do you tell me that I am not mistress of my heart?"

And so with heavy weight of life she kissed her lover one last time,
"This land I wed, and no man comes, for if I
cannot have you, I'll have none;"

Rose of England, sweet and fair, shining with the sun,
Rose of England have a care, for where the thorn is,
There the blood will run;

Oh my heart, oh my heart.

O sismo que destruiu Benavente foi há 100 anos



23 de Abril de 1909, 17.05 horas

Forte abalo sísmico arrasa parte do Ribatejo, fazendo sentir-se em todo o país. Benavente, Samora Correia, Santo Estêvão e Salvaterra de Magos ficam destruídas. Em Benavente não fica uma casa de pé.

Interrompidas as comunicações telegráficas, as primeiras notícias do ocorrido em Benavente chegam a Santarém através de um lavrador que aí se dirige de automóvel.

A população em pânico começa a juntar-se no largo do Chaveiro.

Cerca das 23 horas começam a chegar automóveis de Santarém com o Governador Civil, o chefe da polícia, guardas cívicos e bombeiros.

De Lisboa seguem médicos e “artigos de penso”.

O balanço é de 24 mortos em Benavente e 15 em Samora Correia.

Ao longo da noite ouvem-se fortes e prolongados ruídos subterrâneos.

(in “Estudo Histórico e Descritivo de Benavente”, de Rui de Azevedo - via Blog Comunicação & Divulgação - Museu Municipal de Benavente)

A loucura do dia-a-dia

Ando tão cansado que só penso adiar tudo o que posso. Infelizmente muitos dos meus compromissos são inadiáveis - isto de ser Presidente do Conselho Geral Transitório (a concluir o novo Regulamento Interno de um Agrupamento de Escolas e ainda a seleccionar o Director para quatro anos), de ser Coordenador do Xadrez e responsável da página do Desporto Escolar de Leiria, de ser professor de 5 turmas, de dar aulas de Xadrez a cerca de 40 miudos e ainda ser Pai e Marido, torna as coisas mais difíceis.
Assim cá vou fazendo uma coisa de cada vez, enquanto aguento. E aqueles que esperam por novos posts e novas fotos (v.g. a malta da Acção dos Açores) fiquem sabendo que as contas estão feitas e que, logo que possa, publicarei uma série de materiais que adorarão, logo que tenha três ou quatro horas livres (o que será difícil nos próximos tempos - esta semana inclui um Torneio de Xadrez inter escolas de Leiria e ainda um Regional, com uma dormida fora, no fim-de-semana...).

quarta-feira, abril 22, 2009

Dia da Terra


Hoje é o Dia da Terra. Celebremos a data com um telúrico poema de um médico transmontano enxertado em Coimbra e que, como nós, sendo das Ciências, amava a Terra e a Poesia...

A terra

Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!


Miguel Torga