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terça-feira, agosto 26, 2025

D. António, Prior de Crato, morreu há 430 anos

   

D. António I de Portugal (Lisboa, 1531Paris, 26 de agosto de 1595), mais conhecido pelo cognome de O Prior do Crato (e, mais raramente, como o Determinado, o Lutador ou o Independentista, pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal), foi filho do Infante D. Luís e neto de D. Manuel I, pretendente ao trono durante a crise sucessória de 1580 e, segundo alguns historiadores, rei de Portugal (durante um breve espaço de tempo em 1580, no continente, e desde então, até 1583, reconhecido como rei nos Açores). Não consta geralmente na lista de Reis de Portugal, contudo há quem considere que seria historicamente correto incluí-lo nela, pois não só foi aclamado rei como teria reinado de facto, durante um curto período. Porém a maioria da historiografia, tanto em Portugal como a nível internacional, continua a caracterizá-lo apenas como um dos pretendentes ao trono em 1580, e assim, no ensino português, não lhe é atribuída a ordem de décimo-oitavo rei de Portugal.
  

  
O príncipe bastardo
 
   
O príncipe bastardo António Prior do Crato
Morreu no exílio não conquistou seu reino
E aqueles que invocou não o coroaram
  
Entre ele e seu destino havia um outro
Perdido em batalha tão confusa
Que ninguém sabe se está vivo ou morto
 
  
  
in Ilhas (1989) - Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, agosto 04, 2025

Poema adequado à data...




 

RAZÓN PARA EL REY DON SEBASTIÁN 

 

Quien teme a sus sueños es sabio,
y el que escucha la fuente y observa sus peces
y en ellos posa su pequeña vida
para descubrir en sí mismo el hechizo inmaculado
de la quietud y el retoño.
Pero quien rehuye a los sueños prepara ya su muerte,
cada día sube hasta su casa sabiendo que hace tiempo
su casa es un sudario y su rostro en el espejo
el frío rostro de una estatua esculpida en el aire.
Y quizás fueran tus sueños, devastadores, locos,
del todo irrealizables, los que aún retumben en las calles
y den a tu figura el lustre que la vida niega siempre.
La muerte a todos cumple, pero limpios y dorados
son los sueños que nunca se realizan.
Todos en el fondo lo intuimos:
empezamos a morir justo ese día
que decidimos aceptar nuestro fracaso
y horrorizados olvidamos en el campo de batalla
nuestros sueños.
 

Manuel Moya 

 

Razão para El-Rei D. Sebastião 

 

Quem teme seus sonhos é sábio,
e também o que escuta a fonte e observa seus peixes
e neles pousa sua pequena vida
para descobrir em si mesmo o feitiço imaculado
da quietude e do renovo.
Mas quem evita os sonhos prepara já sua morte,
cada dia entra em casa sabendo que há muito
sua casa é um sudário e seu rosto no espelho
o frio rosto de uma estátua lavrada no ar.
E talvez fossem teus sonhos, loucos, devastadores,
de todo irrealizáveis, os que ainda retumbem na sruas
e dêem a teu perfil o lustro que a vida nega sempre.
A morte a todos cumpre, mas limpos e dourados
são os sonhos que nunca se realizam.
Todos no fundo o intuímos:
começamos a morrer justo no dia
em que decidimos aceitar o nosso fracasso
e como horror esquecemos no campo de batalha

nossos sonhos.


Manuel Moya tradução Albino M.

Poema para recordar que hoje é um dia complicado para Portugal...

(imagem daqui)

 

NEVOEIRO

   

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer —

Brilho sem luz e sem arder

Como o que o fogo-fátuo encerra.

     

Ninguém sabe que coisa quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

                                 Valete, Fratres.

 

 in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

A batalha de Alcácer-Quibir foi há 447 anos...

        
A Batalha de Alcácer-Quibir, conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis, foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Alcácer-Quibir, entre Tânger e Fez, em 4 de agosto de 1578. Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião, aliados ao exército do sultão Mulei Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadiana) contra um grande exército marroquino liderado pelo sultão Mulei Moluco (Abd Al-Malik, seu tio) e com apoio otomano.
No seu fervor religioso, o Rei D. Sebastião planeara uma cruzada, após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que o seu tio Abu Marwan Abd al-Malik I Saadi havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate de El-Rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa. Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos.
A batalha ditou um rápido fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal, por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.
       
in Wikipédia
    
      
  
D. Sebastião, Rei de Portugal
 

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

segunda-feira, junho 02, 2025

O pai do rei D. Sebastião nasceu há 488 anos

   
João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
  
Vida e morte
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se príncipe herdeiro de Portugal em 1539 depois da morte, na infância, dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552 casou com Joana de Áustria, outra princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do imperador Carlos V e da Imperatriz Dona Isabel, irmã de D. João III.
Dezoito dias depois da sua morte nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

segunda-feira, janeiro 20, 2025

El-Rei D. Sebastião nasceu há 471 anos

      
D. Sebastião (Lisboa, 20 de janeiro de 1554Alcácer-Quibir, 4 de agosto de 1578), apelidado de "o Desejado" e "o Adormecido", foi o Rei de Portugal e dos Algarves de 1557 até à sua morte. Era filho de João Manuel, Príncipe de Portugal, e Joana da Áustria. Ele ascendeu ao trono aos três anos, após a morte de seu avô, o rei D. João III, com uma regência sendo instaurada durante a sua menoridade, liderada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, e depois pelo seu tio-avô, o cardeal Henrique de Portugal.
Sebastião assumiu o governo aos catorze anos de idade em 1568, manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias da chamada Reconquista, decidiu montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada, após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580, que levou à perda da independência para a Espanha e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

  
(imagem daqui)
    
 
A ÚLTIMA NAU

Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.

Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.

Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou ’spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.

Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
  
 
  
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

quinta-feira, janeiro 02, 2025

O príncipe herdeiro que foi pai de D. Sebastião morreu há 471 anos

    
D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal
, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se Príncipe Herdeiro de Portugal em 1539, depois da morte na infância dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552, casou com Joana de Áustria, uma princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do Imperador Carlos V (e o 2º Rei de Espanha, com título de Carlos I) e da Imperatriz Dª Isabel, irmã de D. João III.
Dezoito dias depois da sua morte, com apenas 16 anos, nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião. Está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
D. João Manuel morreu de diabetes juvenil (diabetes tipo I, uma doença autoimune) em 1554. Dezoito dias depois nascia o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

segunda-feira, agosto 26, 2024

O Prior de Crato morreu há 429 anos

   

D. António I de Portugal (Lisboa, 1531Paris, 26 de agosto de 1595), mais conhecido pelo cognome de O Prior do Crato (e, mais raramente, como o Determinado, o Lutador ou o Independentista, pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal), foi filho do Infante D. Luís e neto de D. Manuel I, pretendente ao trono durante a crise sucessória de 1580 e, segundo alguns historiadores, rei de Portugal (durante um breve espaço de tempo em 1580, no continente, e desde então, até 1583, reconhecido como rei nos Açores). Não consta geralmente na lista de Reis de Portugal, contudo há quem considere que seria historicamente correto incluí-lo nela, pois não só foi aclamado rei como teria reinado de facto, durante um curto período. Porém a maioria da historiografia, tanto em Portugal como a nível internacional, continua a caracterizá-lo apenas como um dos pretendentes ao trono em 1580, e assim, no ensino português, não lhe é atribuída a ordem de décimo-oitavo rei de Portugal.
  

  
O príncipe bastardo

   
O príncipe bastardo António Prior do Crato
Morreu no exílio não conquistou seu reino
E aqueles que invocou não o coroaram
  
Entre ele e seu destino havia um outro
Perdido em batalha tão confusa
Que ninguém sabe se está vivo ou morto
 
  
  
in Ilhas (1989) - Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, agosto 04, 2024

Poema para recordar um dia complicado para Portugal...

(imagem daqui)

 

NEVOEIRO

   

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer —

Brilho sem luz e sem arder

Como o que o fogo-fátuo encerra.

     

Ninguém sabe que coisa quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

                                 Valete, Fratres.

 

 in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

A batalha de Alcácer-Quibir foi há 446 anos...

        
A Batalha de Alcácer-Quibir, conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis, foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Alcácer-Quibir, entre Tânger e Fez, em 4 de agosto de 1578. Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião, aliados ao exército do sultão Mulei Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadiana) contra um grande exército marroquino liderado pelo sultão Mulei Moluco (Abd Al-Malik, seu tio) e com apoio otomano.
No seu fervor religioso, o Rei D. Sebastião planeara uma cruzada, após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que o seu tio Abu Marwan Abd al-Malik I Saadi havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate de El-Rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa. Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos.
A batalha ditou um rápido fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal, por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.
       
in Wikipédia
    
      
  
D. Sebastião, Rei de Portugal
 

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

segunda-feira, junho 03, 2024

O pai do rei D. Sebastião nasceu há 487 anos

   
João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
  
Vida e morte
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se príncipe herdeiro de Portugal em 1539 depois da morte, na infância, dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552 casou com Joana de Áustria, outra princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do imperador Carlos V e da Imperatriz Dona Isabel, irmã de D. João III.
Dezoito dias depois da sua morte nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

sábado, janeiro 20, 2024

El-Rei D. Sebastião nasceu há 470 anos...

      
D. Sebastião (Lisboa, 20 de janeiro de 1554Alcácer-Quibir, 4 de agosto de 1578), apelidado de "o Desejado" e "o Adormecido", foi o Rei de Portugal e dos Algarves de 1557 até à sua morte. Era filho de João Manuel, Príncipe de Portugal, e Joana da Áustria. Ele ascendeu ao trono aos três anos após a morte de seu avô o rei João III, com uma regência sendo instaurada durante a sua menoridade, liderada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, e depois pelo seu tio-avô, o cardeal Henrique de Portugal.
Sebastião assumiu o governo aos catorze anos de idade em 1568, manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias da chamada Reconquista, decidiu montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada, após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a Espanha e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

  
(imagem daqui)
    
 
A ÚLTIMA NAU

Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.

Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.

Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou ’spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.

Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
  
 
  
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

terça-feira, janeiro 02, 2024

O pai de D. Sebastião morreu há 470 anos

    
D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal
, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se Príncipe Herdeiro de Portugal em 1539, depois da morte na infância dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552, casou com Joana de Áustria, uma princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do Imperador Carlos V (e o 2º Rei de Espanha, com título de Carlos I) e da Imperatriz Dª Isabel, irmã de D. João III.
Dezoito dias depois da sua morte, com apenas 16 anos, nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião. Está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
D. João Manuel morreu de diabetes juvenil (diabetes tipo I, uma doença autoimune) em 1554. Dezoito dias depois nascia o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

sábado, agosto 26, 2023

O Prior de Crato morreu há 428 anos

   

D. António I de Portugal (Lisboa, 1531Paris, 26 de agosto de 1595), mais conhecido pelo cognome de O Prior do Crato (e, mais raramente, como o Determinado, o Lutador ou o Independentista, pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal), foi filho do Infante D. Luís e neto de D. Manuel I, pretendente ao trono durante a crise sucessória de 1580 e, segundo alguns historiadores, rei de Portugal (durante um breve espaço de tempo em 1580, no continente, e desde então, até 1583, reconhecido como rei nos Açores). Não consta geralmente na lista de Reis de Portugal, contudo há quem considere que seria historicamente correto incluí-lo nela, pois não só foi aclamado rei como teria reinado de facto, durante um curto período. Porém a maioria da historiografia, tanto em Portugal como a nível internacional, continua a caracterizá-lo apenas como um dos pretendentes ao trono em 1580, e assim, no ensino português, não lhe é atribuída a ordem de décimo-oitavo rei de Portugal.
  

  
O príncipe bastardo

   
O príncipe bastardo António Prior do Crato
Morreu no exílio não conquistou seu reino
E aqueles que invocou não o coroaram
  
Entre ele e seu destino havia um outro
Perdido em batalha tão confusa
Que ninguém sabe se está vivo ou morto
 
  
  
in Ilhas (1989) - Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, agosto 04, 2023

Poema para recordar um mau augúrio...

(imagem daqui)

 

NEVOEIRO

 

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser

Este fulgor baço da terra

Que é Portugal a entristecer —

Brilho sem luz e sem arder

Como o que o fogo-fátuo encerra.

   

Ninguém sabe que coisa quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

                                 Valete, Fratres.

 

 in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

A batalha de Alcácer-Quibir foi há 445 anos...

        
A Batalha de Alcácer-Quibir, conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis, foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Alcácer-Quibir, entre Tânger e Fez, em 4 de agosto de 1578. Os combatentes foram os portugueses liderados pelo rei D. Sebastião, aliados ao exército do sultão Mulei Mohammed (Abu Abdallah Mohammed Saadi II, da dinastia Saadiana) contra um grande exército marroquino liderado pelo sultão Mulei Moluco (Abd Al-Malik, seu tio) e com apoio otomano.
No seu fervor religioso, o Rei D. Sebastião planeara uma cruzada, após Mulay Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono, que o seu tio Abu Marwan Abd al-Malik I Saadi havia tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate de El-Rei D. Sebastião e da nata da nobreza portuguesa. Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, originando o nome "Batalha dos Três Reis", com que ficou conhecida entre os marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do sebastianismo. O reino foi gravemente empobrecido pelos resgates que foi preciso pagar para reaver os cativos.
A batalha ditou um rápido fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou na perda da independência de Portugal, por 60 anos, com a união ibérica sob a dinastia Filipina.
       
in Wikipédia
    
      
  
D. Sebastião, Rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

sábado, junho 03, 2023

O pai de El-Rei D. Sebastião nasceu há 486 anos

   
João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
  
Vida e morte
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se príncipe herdeiro de Portugal em 1539 depois da morte, na infância, dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552 casou com Joana de Áustria, outra princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do imperador Carlos V e da Imperatriz Dona Isabel, irmã de D. João III.
Dezoito dias depois da sua morte nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

sexta-feira, janeiro 20, 2023

El-Rei D. Sebastião nasceu há 469 anos

      
D. Sebastião (Lisboa, 20 de janeiro de 1554Alcácer-Quibir, 4 de agosto de 1578), apelidado de "o Desejado" e "o Adormecido", foi o Rei de Portugal e dos Algarves de 1557 até à sua morte. Era filho de João Manuel, Príncipe de Portugal, e Joana da Áustria. Ele ascendeu ao trono aos três anos após a morte de seu avô o rei João III, com uma regência sendo instaurada durante a sua menoridade, liderada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, e depois pelo seu tio-avô, o cardeal Henrique de Portugal.
Sebastião assumiu o governo aos catorze anos de idade em 1568, manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias da chamada Reconquista, decidiu montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada, após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a Espanha e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

  
(imagem daqui)
    
A ÚLTIMA NAU

Levando a bordo El-Rei D. Sebastião,
E erguendo, como um nome, alto o pendão
Do Império,
Foi-se a última nau, ao sol aziago
Erma, e entre choros de ânsia e de pressago
Mistério.

Não voltou mais. A que ilha indescoberta
Aportou? Voltará da sorte incerta
Que teve?
Deus guarda o corpo e a forma do futuro,
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro
E breve.

Ah, quanto mais ao povo a alma falta,
Mais a minha alma atlântica se exalta
E entorna,
E em mim, num mar que não tem tempo ou ’spaço,
Vejo entre a cerração teu vulto baço
Que torna.

Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império.
  
 
  
in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

segunda-feira, janeiro 02, 2023

O pai de D. Sebastião morreu há 469 anos

    
D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, (Évora, 3 de junho de 1537 - Lisboa, 2 de janeiro de 1554) foi o oitavo filho do rei D. João III e da sua mulher, a rainha D. Catarina de Áustria.
D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se Príncipe Herdeiro de Portugal em 1539, depois da morte na infância dos seus quatro irmãos mais velhos. Em 1552, casou com Joana de Áustria, uma princesa espanhola, sua prima direita pelos lados paterno e materno. Joana era filha do Imperador Carlos V (e o 2º Rei de Espanha, com título de Carlos I) e da Imperatriz Dona Isabel, irmã de Dom João III.
Dezoito dias depois da sua morte, com apenas 16 anos, nasceu o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião. Está sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
D. João Manuel morreu de diabetes juvenil (diabetes tipo I, uma doença autoimune) em 1554. Dezoito dias depois nascia o seu filho póstumo, o futuro rei D. Sebastião.
  
   

sexta-feira, agosto 26, 2022

O Prior de Crato morreu há 427 anos


D. António I de Portugal (Lisboa, 1531Paris, 26 de agosto de 1595), mais conhecido pelo cognome de o Prior do Crato (e, mais raramente, como o Determinado, o Lutador ou o Independentista, pela ênfase posta no recobro da independência de Portugal), foi filho do Infante D. Luís e neto de D. Manuel I, pretendente ao trono durante a crise sucessória de 1580 e, segundo alguns historiadores, rei de Portugal (durante um breve espaço de tempo em 1580, no continente, e desde então, até 1583, reconhecido como rei nos Açores). Não consta geralmente na lista de Reis de Portugal, contudo há quem considere que seria historicamente correto incluí-lo nela, pois não só foi aclamado rei como teria reinado de facto, durante um curto período. Porém a maioria da historiografia, tanto em Portugal como a nível internacional, continua a caracterizá-lo apenas como um dos pretendentes ao trono em 1580, e assim, no ensino português, não lhe é atribuída a ordem de décimo-oitavo rei de Portugal.
  

  
O príncipe bastardo

   
O príncipe bastardo António Prior do Crato
Morreu no exílio não conquistou seu reino
E aqueles que invocou não o coroaram
  
Entre ele e seu destino havia um outro
Perdido em batalha tão confusa
Que ninguém sabe se está vivo ou morto
 
  
  
in Ilhas (1989) - Sophia de Mello Breyner Andresen