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domingo, setembro 01, 2024

Notícia interessante sobre uma gigantesca gruta no Vietname

Son Doong, a maior e mais maravilhosa caverna do Mundo, tem o seu próprio ecossistema

 

 

A caverna de Son Doong, no Vietname, é tão vasta que nela caberiam vários arranha-céus de 40 andares. Foi explorada pela primeira vez por humanos em 2009, quase 20 anos depois de a sua entrada ter sido descoberta por acaso.

Situada perto da fronteira entre o Laos e o Vietname, “Hang Son Doon”, algo como “caverna do rio da montanha”, tem entre 2 e 5 milhões de anos.

Com a maior secção transversal de todas as cavernas conhecidas,  é considerada a maior caverna do Mundo - tão vasta, que nela caberiam vários arranha-céus de 40 andares.

Descoberta acidentalmente em 1990 por um madeireiro vietnamita que procurava espécimes valiosas de madeira, a caverna foi considerara em fevereiro deste ano pela revista TimeOut como “uma das 10 melhores cavernas do mundo“, aparecendo em sexto lugar na lista.

Para a Wonderslist, Son Doong é mesmo a caverna mais maravilhosa do mundo: há dois anos, atribuiu-lhe o primeiro lugar no seu Top 10 de cavernas naturais do planeta, numa lista onde as grutas da região de Lagos, no Algarve, constam no pódio, em 3º lugar.

Quase quinze anos após a sua descoberta, Son Doong continua a surpreender cientistas, exploradores, e turistas que têm a sorte de arranjar bilhete para a visitar. Para 2024 já não há, estão esgotados desde dezembro do ano passado.

Em 2019, uma equipa de espeleólogos britânicos liderada por Howard Limbert observou um rio que desaparecia numa parede da caverna e reaparecia numa outra gruta próxima.

O espeleólogo britânico e a sua equipa, que tinham explorado a caverna pela primeira vez 10 anos antes, seguiram o rio, e encontraram uma passagem submersa que ligava a caverna a uma outra cavidade - o que aumentava ainda mais o seu tamanho.

“Estávamos certos de que o rio que desaparecia em Son Doong era o mesmo que reaparecia na caverna de Hang Tung, a 600 metros”, explicou na altura à Agência EFE a espeleóloga Debora Limbert, assessora de segurança da Oxalis Adventure, empresa que organiza passeios na caverna.

Parte da resposta surgiu poucos dias mais tarde, quando uma os mergulhadores especializados Christopher Jewell, Jason Mallinson, John Volanthen e Richard Stanton descobriram uma passagem que levava à caverna de Hang Tung.

Os mergulhadores, conhecidos pela participação no resgate dos 12 rapazes que ficaram presos numa caverna na Tailândia em junho do ano passado, só conseguiram chegar a 77 metros de profundidade por não terem equipamentos especiais, mas as medições confirmaram a existência do túnel subaquático.

“Já podemos dizer que Son Doong é maior do que era. Normalmente, contamos desde a superfície da água, mas dada a existência do túnel, contamos esses 93 metros de profundidade”, explicou a espeleóloga.

Embora tenha a certeza de que existem cavernas maiores na Terra, Son Doong é a maior já explorada pelo ser humano, com um volume total de 38,5 milhões de metros cúbicos de água, muito maior do que a chamada Caverna dos Cervos, na Malásia.

Segundo Debora Limbert, Son Doong é um universo único, com clima próprio, “uma obra-prima da natureza, com paisagens sobrenaturais e enormes estalactites e estalagmites esculturais”.

A região do Parque Nacional de Phong Nha-Ke Bang, onde em 2016 foram filmadas partes da superprodução de “Kong: A Ilha da Caveira”, é um paraíso para os espeleólogos, que estimam que apenas 30% das cavernas da região de selva montanhosa foram descobertas até hoje.

 

in ZAP

quarta-feira, maio 01, 2024

Notícia fantástica de bioespeleologia...

Ana Sofia Reboleira, de Caldas da Rainha coordena projeto de investigação de espécies relevantes em "hotspot mundial de biodiversidade subterrânea"

Prémio Belmiro de Azevedo-Fundação para a Ciência e a Tecnologia irá financiar projeto coordenado por bióloga nos próximos 36 meses

 

ana-sofia-reboleira-de-caldas-da-rainha-coordena-projecto-de-investigacao-de-especies-relevantes-em-hotspot-mundial-de-biodiversidade-subterranea

Espécies únicas do Algarve passam a ser monitorizadas a longo-prazo

 

Ana Sofia Reboleira, professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, natural de Caldas da Rainha, é a responsável pela investigação distinguida com o segundo lugar do Prémio Fundação Belmiro de Azevedo 2023, cujo foco é a conservação da Gruta do Vale Telheiro, no Barrocal do Algarve, reconhecida como um "hotspot mundial de biodiversidade subterrânea".

Os estudos, realizados com o financiamento atribuído pelo galardão de 163.883 euros, terão como fim criar informação útil para a proteção da gruta e um quadro para a sua futura avaliação ecológica, garantindo a sua sustentabilidade.

Está ainda prevista uma proposta de enquadramento legal para a proteção do habitat e das espécies mais relevantes.

Ana Sofia Reboleira é a líder do grupo de investigação em Ecologia Subterrânea do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), neste projeto que tem como parceiros a Universidade Lusófona e a Universidade do Algarve e o apoio da Câmara Municipal de Loulé, proprietária do terreno onde se encontra a gruta e do Centro de Ciência Viva do Algarve.

 

 

O lançamento da investigação acontecerá no Palácio Gama Lobo, em Loulé, no dia 3 de maio.

 

Resumo técnico

Recentemente, uma gruta no Algarve (Barrocal) foi reconhecida como hotspot mundial de biodiversidade subterrânea, devido à sua incomparável riqueza em espécies endémicas, muitas das quais só são conhecidas nessa gruta.

Um sítio único em Portugal que enfrenta diversas ameaças, como a urbanização e degradação de áreas de influência superficial.

Isto urge o seu estudo, proteção e restauração de áreas degradadas, a fim de gerar informações úteis para a sua proteção e um quadro para a sua futura avaliação ecológica, baseada em sólidos conhecimentos científicos.

O projeto Barrocal-Cave irá colmatar esta lacuna, estabelecendo as bases para a conservação do hotspot de biodiversidade cavernícola de classe mundial em Portugal.

O projeto irá avaliar a sua biodiversidade e estado de conservação, implementar uma monitorização a longo prazo e a criação da primeira Investigação Ecológica de Longo Prazo em Grutas da Europa Ocidental, e avaliar as suas necessidades de restauração ecológica em áreas degradadas da gruta e da sua área de influência superficial.

Por último, em alinhamento com as partes interessadas, será criada uma proposta formal de um quadro jurídico para a proteção deste habitat cavernícola de importância mundial e das suas espécies únicas mais relevantes, garantindo a sua sustentabilidade.

Tal inclui a adoção de um programa específico de sensibilização para o valor e a singularidade dos ecossistemas cavernícolas como legado para as gerações futuras.

 

in Jornal de Leiria 


NOTA: parabéns à Doutora Ana Sofia Reboleira, conhecida de longa data das lides espeleológicas e cuja carreira temos acompanhado aqui no nosso Blog, por mais este feito...!

sábado, abril 14, 2012

Mais um troglóbio português

Natureza
Maior insecto subterrâneo da Europa é do Algarve

O insecto tem três centímetros (foto de Sofia Reboleira)

O maior insecto subterrâneo terrestre da Europa foi descoberto em quatro grutas do Algarve pela bióloga Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro. A palavra “maior” traduz-se num corpo de três centímetros de comprimento e, se contarmos as antenas e as estruturas sensoriais no fim do abdómen para se orientar na escuridão, então chega aos dez centímetros.

Pertence ao grupo de insectos conhecidos por peixinhos-de-prata ou traças-dos-livros, embora tenha outro habitat: as grutas, onde nunca vê a luz do dia, pelo que não tem olhos e é esbranquiçado. Com o nome científico Squamatinia algharbica, é um novo género e nova espécie para a ciência, agora descrito na revista Zootaxa. “Vive apenas nas grutas do Algarve e não sobrevive no exterior”, explica a bióloga numa nota da universidade, considerando que é “uma relíquia biogeográfica, que terá sobrevivido a vários episódios de alterações climáticas, refugiado no meio subterrâneo”.

O que come? “Não sabemos ao certo, mas foram observadas células vegetais no seu conteúdo estomacal”, responde-nos a bióloga. Com este insecto, Sofia Reboleira, de 31 anos, a fazer doutoramento, já tem no currículo, desde 2006, a descoberta de sete novas espécies em vários locais de Portugal, todas de animais cavernícolas.

E por que a fascinam eles tanto? “Normalmente, os animais confinados a este meio têm grandes padrões de endemismo, ou seja, só existem naquele local. Muitos são relíquias biogeográficas, que já não têm parentes à superfície”, frisa. “São muito raros também. Ao não haver luz, não há fotossíntese e os alimentos são muito escassos. Por isso, as populações têm de ser muito reduzidas.”


NOTA: a mestre e doutoranda Sofia Reboleira, responsável pelo blog Profundezas... e minha amiga, está outra vez de parabéns - o seu trabalho na área da bioespeleogia e da espeleologia continua somar sucessos atrás de sucessos...!

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Os trogóblios mais profundos da Terra foram encontrados por equipa que incluiu a bioespeleóloga portuguesa Sofia Reboleira

Portuguesa ajuda a descobrir novas espécies na gruta mais profunda da Terra

Plutomurus ortobalaganensis, encontrado a 1980 metros de profundidade

Insectos primitivos sem asas e sem olhos foram encontrados a quase dois quilómetros de profundidade, na mais completa escuridão, na gruta mais funda do planeta, na Geórgia. A expedição, na qual participou a cientista portuguesa Sofia Reboleira, não esperava encontrar vida tantos metros abaixo do solo.
No Verão de 2010, uma expedição ibero-russa de 30 pessoas (CAVEX Team) esteve 30 dias no interior da gruta Krubera-Vorónia, na região da Abkhazia, no Norte da Geórgia e perto do Mar Negro, com os seus 2191 metros de profundidade.

Sofia Reboleira, investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e o seu colega espanhol Alberto Sendra, do Museu Valenciano de História Natural, descobriram quatro novas espécies de colêmbolos, insectos primitivos sem asas e sem olhos, adaptados à vida subterrânea, na mais completa escuridão: Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus ortobalaganensis. Este último, encontrado a 1980 metros de profundidade, é o animal subterrâneo terrestre mais profundo até agora conhecido. Cada uma das espécies tem exemplares que medem entre um e quatro milímetros.

“Fomos surpreendidos por uma biodiversidade superior àquela que esperávamos a tão grandes profundidades. Não se conheciam animais cavernícolas a viver abaixo dos 1000 metros de profundidade”, diz a cientista ao PÚBLICO.

A gruta Krubera-Vorónia é a única no mundo que supera os dois quilómetros de profundidade. Apesar das várias expedições ao seu interior – entre as quais da CAVEX Team que a estuda há 10 anos – esta foi a primeira vez que se estudou a sua fauna.

Os animais encontrados adaptaram-se para sobreviverem em condições subterrâneas extremas, como a ausência total de luz e a pouca disponibilidade de alimentos. O zoólogo Enrique Baquero, da Universidade de Navarra, descreveu as espécies encontradas num artigo publicada na revista Terrestrial Arthropod Reviews. “Como resposta a estas condições, nenhum dos animais tem olhos e/ou pigmentação. Além disso, uma das espécies desenvolveu um quimioreceptor, uma espécie de antena parabólica química que lhe permite mover-se num local tão complicado”, disse o investigador citado num comunicado daquela universidade.

Com seis toneladas às costas

Sofia Reboleira, 31 anos, foi convidada pela CAVEX Team a participar na expedição à gruta Krubera-Vorónia, uma missão que “foi custeada na totalidade por cada um dos participantes, sem apoios externos ou patrocínios”, disse.

Mas chegar e descer à gruta mais profunda do planeta – com cavidades formadas quando o Mar Negro estava praticamente seco e com níveis freáticos muito mais baixos do que actualmente – foi uma missão exigente.

“Esta cavidade está situada na Abkhazia e é necessário passar pela Rússia e cruzar a fronteira a pé com todo o equipamento às costas. A subida à zona do acampamento é feita em camiões militares que carregam os espeleólogos e as cerca de seis toneladas de equipamento necessário para uma expedição desta magnitude”, conta. Este inclui equipamentos de espeleologia, de mergulho e comida para 30 pessoas durante 30 dias.

“Os camiões cruzam a zona de floresta e sobem às montanhas do Cáucaso, deixando-nos na base do vale do Ortobalagan, onde estão situadas várias grutas profundas, entre as quais a Krubera-Vorónia”.

Depois, “todo o material é carregado, pelos expedicionários, desde a base do vale até à zona da entrada da cavidade, onde se estabelece o campo espeleológico”. Este é um trabalho comunitário no qual todos ajudam e que dura cerca de quatro dias.

Uma vez no interior da gruta – onde as temperaturas oscilam entre 0.5ºC e 5ºC e a água fria é omnipresente, o que “dificulta todo o tipo de trabalho no seu interior” –, “é necessário instalar cordas por toda a cavidade, o que consome quase três quilómetros de corda, e instalar os acampamentos subterrâneos, onde os espeleólogos descansam, comem e dormem”.

O trabalho da CAVEX Team em Krubera-Vorónia não terminou. “A gruta é tão grande como o empenho das pessoas. Pensamos voltar em 2013”, disse Sofia Reboleira.

Esta investigadora já tem descoberto em Portugal novas espécies em grutas. Em dezembro de 2010 anunciou a descoberta de um pseudoescorpião (Titanobochica magna) e um escaravelho (Trechus tatai) no Algarve e em Montejunto. Um ano depois publicou na revista Zootaxa a descoberta de um insecto mais primitivo do que aqueles que se conhecem actualmente, o Litocampa mendesi, numa gruta algarvia.
in Público - ler notícia
NOTA:  a minha amiga Sofia Reboleira, principal responsável do blog espeleológico Profundezas... e nossa habitual presença aqui no blog, pelos seus feitos e descobertas cientificas, está outra vez de parabéns. Para quem quiser saber mais sobre este assunto, sugere-se as seguintes leituras:

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Como a Bulgária e alguns artistas de Hollywood comemoraram o Ano Internacional do Morcego

(imagem daqui)

Para conhecimento de quem ainda não sabia, aqui fica um texto do espeleólogo Lee H. Skinner, veiculado pela mailing list cavediggers, que foi traduzido pelo espeleólogo português Pedro Silva Pinto e colocado na mailing list portuguesa espeleo_pt (com a sugestão deste blog de boicote a tal filme...):


No início de setembro, a capital da Bulgária limpou a poeira dos seus ombros para acolher o elenco repleto de estrelas, do filme de acção de Hollywood "The Expendables 2" (“Os Mercenários 2”).

Para demonstrar o orgulho da Bulgária sobre o facto de estar fornecendo os locais de filmagem para tal blockbuster, uma robusta delegação consistindo do primeiro-ministro Borisov, ministro da Cultura Vezhdi Rashidov e, sem surpresa, a estrela de futebol Hristo Stoichkov, apressou-se a conhecer e cumprimentar as celebridades.

Dominado pela exaltação colectiva na visita de alto perfil, o Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos deu luz verde para as filmagens na caverna Devetashka, um monumento natural de importância nacional e internacional e casa para 13 espécies de morcegos protegidos, duas delas consideradas globalmente ameaçadas de extinção.

A autorização para filmar foi concedida apesar do facto da legislação nacional só permitir actividades relacionadas com o turismo ou a investigação científica poderem ter lugar no local.

Após as lendas de Hollywood deixarem o ‘set’, uma inspeção realizada por ambientalistas revelou o forte impacto sobre o habitat natural.

Os especialistas averiguaram que os morcegos tinham sido acordados da hibernação e estavam enfrentando a morte por exaustão ou subalimentação.

Mesmo que eles pudessem voltar a entrar em hibernação, os biólogos afirmaram, as hipóteses dos mamíferos voadores "o fazerem até ao verão seriam severamente reduzidas porque as suas reservas de energia foram prematuramente esgotadas devido à actividade irregular.

No entanto, os morcegos perturbados podem mesmo não ser capazes de re-hibernar, porque a sua casa se transformou numa barulhenta e concorrida atracção turística depois de "Os Mercenários 2" reconstruirem a ponte que conduz à caverna Devetashka e deixando-a como um "presente" para o país.

A inspecção realizada por peritos ambientais mostrou que a caverna estava habitada por tão pouco quanto 10.400 morcegos, enquanto no inverno de 2010 tinham sido mais de 35.000.

Os biólogos encontraram morcegos mortos de três espécies que tinham caído do tecto da caverna, vendo-se nos seus cadáveres sinais facilmente discerníveis de exaustão.

A verificação mostrou que a equipa de filmagem tinha violado os termos da licença, entrando na parte escura da caverna e praticando uma variedade de actividades particularmente barulhentas.

A Comissão Europeia e um número de organizações ambientais globais requereram investigações a respeito do porquê da situação ter sido autorizada.

Ministério búlgaro do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos respondeu com a sua habitual frase: Haverá multas!


Para que serve esta história?

Serve para mostrar que os morcegos da Bulgária são dispensáveis.

Também mostra que o ‘Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos’ é antes um ‘Ministério para a Venda de Ambiente e Recursos Hídricos’.

A ironia disto tudo é que isto está a acontecer em 2011, o Ano Internacional do Morcego, como declarado pela Convenção do UNEP sobre Espécies Migratórias (CMS) e pelo Acordo sobre a Conservação das Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).

quinta-feira, março 03, 2011

II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea

© Nuno Farinha

1ª Circular


No seguimento do primeiro encontro, realizado em Valência em 2009, terá lugar no próximo mês de Setembro (dias 2 a 4), na Universidade de Aveiro, o II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea.
Este encontro versará sobre a biodiversidade, ecologia e conservação das cavidades nas distintas regiões cársicas da Península Ibérica e Baleares, sobre as zonas vulcânicas dos arquipelagos da Macaronésia, incluindo Canárias, Açores e Madeira, entre outros habitats subterrâneos.
O encontro inclui sessões de conferências e posters para a apresentação e discussão dos avanços teóricos e aplicados da biologia subterrânea, alguns workshops temáticos e uma saída de campo a algumas cavidades emblemáticas do carso português.

Organização:
Ana Sofia P.S. Reboleira (CESAM/UA)| Fernando Gonçalves (CESAM/UA)
Alberto Sendra (MVHN) | Pedro Oromí (ULL)| Paulo Borges (UAç)

Datas:
  • Março 2011: Abertura de inscrições
  • 15 de Maio 2011: Limite de submissão de resumos
  • 1 de Junho 2011: Limite de inscrições a tarifa reduzida
  • 2 de Setembro 2011: Recepção e início do IIEIBS

Mais informações:
biologiasubterranea (at) gmail.com

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Troglóbios portugueses - trabalho científico com lista actualizada



Foi publicada, no International Journal of Speleology, um artigo com a lista actualizada dos seres vivos que vivem na escuridão de cavidades naturais (grutas e tubos lávicos) em Portugal. Aos autores, em particular à amiga Sofia Reboleira, principal responsável pelo Blog Profundezas..., os nossos parabéns!

terça-feira, janeiro 04, 2011

Mais um troglóbio português - IV

Ciência: Sofia Reboleira descreve um animal sem olhos e sem asas
Bióloga portuguesa descobre insecto

Sofia Reboleira descobriu o insecto numa gruta do Algarve. O animal mede três milímetros e não tem olhos

Já tinha descoberto três escaravelhos das cavernas e um pseudo-escorpião de espécies desconhecidas. Agora, a bióloga portuguesa Sofia Reboleira, encontrou um novo insecto. As descobertas aconteceram todas em grutas, ao que não é alheio o facto de a cientista ser também espeleóloga. 

A nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta em grutas do Algarve. "Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia qualquer dipluro [insecto] exclusivamente cavernícola em Portugal", explica bióloga. 

A nova espécie foi encontrada no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves, do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e Pedro Oromí, da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife. 

O insecto – descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra – chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há milhões de anos, sendo "evolutivamente um precursor dos insectos actuais", diz Sofia Reboleira, de 29 anos, natural das Caldas da Rainha. 

Esta é a quinta espécie descoberta por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudo-escorpião), desde 2007, durante os seus trabalhos de campo realizados em grutas da serra de Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto.

O pseudo-escorpião, nomeado Titanobochica magna, tem dois centímetros de comprimento e grandes pinças para agarrar as presas, e foi encontrado em quatro grutas do Algarve.

O pequeno escaravelho Trechus tatai, um predador com dois milímetros de comprimento, foi descoberto numa gruta da serra de Montejunto. A este juntam-se outras duas espécies de escaravelhos cavernícolas, nas serras de Aire e na do Caldeirão, que a bióloga encontrou e estudou no mestrado.

in CM

Mais um troglóbio português - III

Descoberto no Algarve insecto sem asas nem olhos
Nova espécie foi encontrada em grutas do Algarve por jovem bióloga



Fica descrito para a ciência como Litocampa mendesi, não excede três milímetros, é desprovido de visão e de asas. Vive em grutas do Algarve. Este é o insecto mais recentemente descoberto por Sofia Reboleira, bióloga e espeleóloga, a trabalhar no seu doutoramento.

Pela quinta vez, Sofia Reboleira desvenda a existência de espécies que vivem na profundeza de cavernas e sem acesso à luz. Esta especialista em bioespeleologia descobriu agora, numa gruta do Algarve, uma nova espécie de insecto sem olhos nem asas.

"Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal", disse à agência Lusa esta jovem doutoranda da Universidade de Aveiro, que é bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A nova espécie está adaptada a viver exclusivamente nas grutas e deverá existir desde há vários milhões de anos, sendo "evolutivamente um percursor dos insectos actuais". A descoberta surge já descrita em revistas científicas, em artigos que Sofia Reboleira escreveu com a colaboração do especialista espanhol Alberto Sendra.

A nova espécie, a que foi atribuída a designação Litocampa mendesi, torna-se assim "a representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria".

Com esta descoberta, aumentam para cinco as já descritas por Sofia Reboleira como novas espécies, resultado que decorreu do seu trabalho de campo, realizado em grutas da Serra d'Aire e Candeeiros, do Algarve e de Montejunto. Antes, a bioespeleóloga tinha descoberto três escaravelhos e um pseudoescorpião. Alguns destes seres vivem a cerca de cem metros de profundidade, num ambiente de total escuridão.

Sofia Reboleira está a especializar-se em ecologia das águas subterrâneas e conservação dos sistemas cavernícolas. A sua tese de doutoramento versa a última destas áreas.

Algumas das espécies descritas por Sofia Reboleira alimentam-se da matéria orgânica que as águas transportam quando se infiltram no subsolo. É esse o caso, por exemplo, do escaravelho Trechus tatai, encontrado numa gruta de Montejunto, perto do Cadaval. 

in JN

Mais um troglóbio português - II

Bióloga portuguesa descobre espécie de insectos sem olhos nem asas
Nova espécie de insecto cavernícola foi descoberta no Algarve



Uma nova espécie de insecto, sem olhos e sem asas, foi descoberta pela bióloga portuguesa Sofia Reboleira, em grutas do Algarve, que assim acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola nacional.

«Esta descoberta acrescenta uma nova ordem à fauna cavernícola portuguesa, uma vez que não se conhecia nenhum dipluro (insecto) exclusivamente cavernícola em Portugal», disse à agência Lusa a bióloga Sofia Reboleira.

Os dipluros pertencem a um grupo de insectos denominados apterigotas (sem asas) que são, segundo a bióloga «naturalmente desprovidos de olhos e vivem associados ao solo ou em cavidades».

A nova espécie, o primeiro dipluro troglóbio (adaptado exclusivamente à vida nas grutas) descoberto em Portugal, foi encontrada nas grutas do Algarve, no âmbito do doutoramento da bióloga, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).

O insecto - descrito em revistas científicas com o especialista espanhol Alberto Sendra - chama-se Litocampa mendesi, mede pouco mais de três milímetros e deverá existir há vários milhões de anos, sendo «evolutivamente um precursor dos insectos actuais», explica Sofia Reboleira.

A descoberta torna esta espécie «o representante mais ocidental do género Litocampa na Europa, cuja espécie mais próxima se encontra nas grutas da Cantábria» sublinha.

Com esta aumentam para cinco as espécies já descobertas por Sofia Reboleira (três escaravelhos e um pseudoescorpião) durante o trabalho de campo realizado em grutas da Serra D'Aires e Candeeiros, do Algarve e do Montejunto. O trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia da qual a bióloga é bolseira.

Mais um troglóbio português

Bióloga descobre espécie de insecto com milhões de anos em gruta algarvia

Os trabalhos de campo decorreram durante 2009

Existe há milhões de anos numa gruta algarvia mas só agora foi encontrado por uma bióloga portuguesa. O Litocampa mendesi, animal com três milímetros e sem olhos ou asas, será mais primitivo do que os insectos que hoje conhecemos. Mas as novidades do frágil mundo vivo cavernícola só agora estão a começar.


Sofia Reboleira, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, tem estado atarefada a estudar as amostras que trouxe para a superfície, fruto de doze meses de trabalho de campo em 2009, a dezenas de metros de profundidade nas grutas portuguesas.

A 22 de Dezembro, a revista "Zootaxa" publicava a descoberta do Litocampa mendesi. “Procurámos a fauna das grutas através da observação do interior das cavidades e com a ajuda de armadilhas de queda colocadas no chão”, explicou hoje ao PÚBLICO a bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Nas armadilhas foram colocados iscos odoríferos para atrair os insectos. “Este tipo de armadilhas também ajuda a medir a actividade dos animais, porque os que mais andam são os que mais caem” nas armadilhas.

Mas este é um trabalho exigente. “São animais muito raros que apenas vivem em zonas difíceis de estudar”, disse Sofia Reboleira, também espeleóloga. Investigar a espécie em laboratório está fora de questão. “É impossível manter estes insectos em cativeiro. É muito difícil. Eu nunca vi [o Litocampa mendesi] vivo”, referiu.

A investigadora, que estuda a fauna cavernícola do país, está em condições para dizer que este insecto desenvolveu, ao longo de milhões de anos, impressionantes estratégias de poupança energética para conseguir sobreviver na escuridão das grutas, como a ausência de olhos e asas e a grande resistência ao jejum. Estima-se que este será um animal “mais primitivo do que os insectos” actuais.

A fragilidade das espécies cavernícolas

Sofia Reboleira estuda os animais que não vivem em mais nenhum local que não nas grutas, até aos 220 metros de profundidade, sob a orientação de Fernando Gonçalves (do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (da Faculdade de Biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha). Até agora anunciou cinco novas espécies. Em Maio foi anunciada a descoberta de duas novas espécies de escaravelhos nas grutas das serras de Aire e Candeeiros e no início de Dezembro outra espécie de escaravelho em Montejunto e um pseudoescorpião nos maciços calcários do Algarve. Agora foi a vez do Litocampa mendesi, numa gruta algarvia a 30 metros de profundidade.

A maioria dos invertebrados que constituem a fauna cavernícola são artrópodes, como as aranhas e insectos. Apesar de viverem em ambientes até agora pouco estudados, estas espécies merecem atenção. "As espécies cavernícolas não conseguem sobreviver em mais nenhum local, logo têm a sua distribuição geográfica muito reduzida. Qualquer perturbação pode pôr em causa a sua sobrevivência", sublinhou Sofia Reboleira. A investigadora lembrou, nomeadamente, a poluição por pesticidas e insecticidas que se podem infiltrar nas grutas e a perturbação ou mesmo destruição daqueles locais por actividades humanas.

Além disso, estas populações nunca são de grande dimensão. "Não tendo luz, as grutas onde vivem estes animais não têm plantas e as fontes de alimento são muito escassas. Por isso, as populações não podem ser muito grandes. Na verdade, estes são exemplares raríssimos".

Sofia Reboleira acredita que 2011 poderá trazer mais surpresas. “Ainda estamos a estudar a fauna encontrada no ano da amostragem, em 2009”, salientou.

terça-feira, maio 12, 2009

Portuguesa descobriu novos insectos

Uma bióloga portuguesa descobriu duas novas espécies de insectos. São escaravelhos e vivem em grutas na Serra de Aire e Candeeiros.
2009-05-05 10:20:57 RTP 1

sábado, março 21, 2009

I Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea

Post roubado ao Blog Profundezas...:

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Museu Valenciano de História Natural promove a organização do I Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea.

Este evento, que contará com a presença dos mais prestigiados investigadores na área da Bioespeleologia Ibérica, Macaronésica e Balear, decorrerá em Valência (Espanha) de 10 a 12 de Julho de 2009.

Vocacionado para a comunidade científica que estuda a Biologia Subterrânea no âmbito Ibérico, este evento é também aberto a todos os espeleólogos interessados nas temáticas da bioespeleologia e conservação da fauna cavernícola.

Mais informações sobre o evento, inscrições e programa, podem ser consultados no site do Museu: www.naturamuseo.org



Valencia - España, 10, 11 y 12 de julio