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terça-feira, julho 25, 2023

Obviamente que há vulcanismo ativo em Vénus...

Descoberto um vulcão ativo em Vénus

Maat Mons é apresentado nesta perspetiva tridimensional, gerada por computador, da superfície de Vénus

 

A superfície de Vénus tem muitos vulcões, mas até agora não tinham sido encontradas provas de atividade vulcânica recente. Contudo, uma nova análise de dados recolhidos há três décadas revela fortes indícios de erupção.

Foram observadas, pela primeira vez na superfície de Vénus, evidências geológicas diretas de atividade vulcânica recente.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisarem imagens de radar tiradas há mais de 30 anos, na década de 90, pela missão Magellan da NASA. As imagens revelaram uma fissura vulcânica que mudou de forma e aumentou significativamente de tamanho em menos de um ano.

O estudo da Universidade do Alasca, nos Estados Unidos, liderado por Robert Herrick, revelou a existência de um respiradouro no vulcão Maat Mons de 2,2 quilómetros quadrados, que mudou de forma e cresceu durante oito meses em 1991.

De acordo com a equipa, os resultados do estudo, publicados esta semana na Science, apontam para que haja em Vénus atividade vulcânica contínua.

Quando ocorrem tais mudanças na Terra é sinal de atividade vulcânica – quer por uma erupção no respiradouro, quer pelo movimento do magma por baixo dele, que provoca o colapso e a expansão das paredes do respiradouro.

“A seleção da missão VERITAS pela NASA inspirou-me a procurar por atividade vulcânica recente nos dados da Magellan”, disse Robert Herrick, professor na Universidade do Alaska, em Fairbanks, e membro da equipa científica da VERITAS, que liderou a pesquisa dos dados de arquivo.

Não esperava realmente ter sucesso, mas após cerca de 200 horas de comparação manual das imagens de diferentes órbitas da Magellan, vi duas imagens da mesma região, tiradas com oito meses de intervalo, exibindo alterações geológicas provocadas por uma erupção”, acrescenta o investigador, em nota publicada pela universidade.

Os dados de altitude para as regiões Maat Mons e Ozza Mons, na superfície de Vénus, podem ser vistos à esquerda, com a área de estudo indicada pela caixa preta - à direita estão as observações da Magellan antes (A) e depois (B) da ampliação da fissura de Maat Mons, com possíveis novos fluxos de lava após um evento eruptivo

 

As imagens utilizadas para a investigação foram obtidas pela sonda espacial Magalhães, da NASA, que chegou a Vénus em 10 de agosto de 1990 e, durante a sua missão, obteve quase mil imagens, que, com as novas tecnologia, foram novamente analisadas.

Durante a missão, a sonda utilizou o radar para obter imagens da superfície de Vénus a partir de diferentes órbitas, olhando para alguns locais duas ou três vezes ao longo de dois anos, incluindo áreas mais tarde identificadas como possíveis locais de atividade vulcânica.

A equipa concentrou-se numa região de Vénus que inclui dois dos maiores vulcões do planeta, o Ozza e Maat Mons, comparáveis em volume aos maiores vulcões da Terra, mas com declives mais baixos, pelo que estão mais expandidos.

Herrick comparou uma imagem de meados de fevereiro de 1991 com uma de meados de outubro desse ano e notou uma alteração numa abertura no lado norte, que tinha passado de uma formação circular de cerca de 2,2 quilómetros quadrados para uma forma irregular de cerca de 4 quilómetros quadrados.

A segunda imagem indicava também que as paredes da chaminé se tinham tornado mais curtas e que a esta estava quase cheia até à borda.

Os investigadores acreditam que formou-se um lago de lava na chaminé durante os oito meses entre as imagens, embora se desconheça se o conteúdo era líquido ou se tinha arrefecido e solidificado. As alterações nas paredes do respiradouro poderiam estar associadas a um colapso no vulcânico, provocado por um terramoto.

No entanto, a equipa sublinhou que quedas desta magnitude nos vulcões da Terra foram sempre acompanhadas por erupções vulcânicas.

A superfície de Vénus é geologicamente jovem e as estimativas quanto ao número de erupções são especulativas e variam, disse Herrick. Agora é possível “dizer que Vénus é ativa a nível vulcânico, no sentido de que há pelo menos algumas erupções por ano”, indicou.

“É de esperar que as próximas missões a Vénus observem novos fluxos vulcânicos que ocorreram desde que a missão de Magalhães terminou há três décadas e devemos ver alguma atividade à medida que as próximas duas missões orbitais recolherem imagens”, concluiu.

 

 O legado da Magellan

Herrick e o resto da equipa da VERITAS estão ansiosos por ver como o conjunto de instrumentos científicos avançados e os dados de alta resolução da missão irão complementar a notável coleção de imagens de radar da Magellan, que transformou o conhecimento da humanidade sobre Vénus.

Vénus é um mundo enigmático e a Magellan sugeriu tantas possibilidades”, disse Jennifer Whitten, investigadora adjunta principal da VERITAS na Universidade de Tulane, em Nova Orleães.

“Agora que estamos muito certos de que o planeta sofreu uma erupção vulcânica há apenas 30 anos, esta é uma ante-visão das incríveis descobertas que a VERITAS irá fazer”, acrescentou.

A VERITAS vai utilizar um radar de abertura sintética topo-de-gama para criar mapas globais em 3D e um espectrómetro no infravermelho próximo para descobrir de que é feita a superfície.

A sonda também irá medir o campo gravitacional do planeta para determinar a estrutura do interior de Vénus. Juntos, os instrumentos vão fornecer pistas sobre os processos geológicos passados e presentes do planeta.

E enquanto os dados da Magellan eram originalmente complexos de estudar, os dados da VERITAS estarão disponíveis online para a comunidade científica. Isso permitirá aos investigadores aplicar técnicas de ponta, como a aprendizagem de máquina, para analisar o planeta e ajudar a revelar os seus segredos mais íntimos.

 

in ZAP

quarta-feira, junho 01, 2011

e-governo e mentiras à moda de Sócrates - para serviram os Magalhães e os e-escolas?





sexta-feira, março 04, 2011

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Acabou-se o saldo dos Magalhães...



NOTA: já não há daquilo com que se compram SCUT's, aeroportos, TGV's, Escolas de faz de conta, assessores e afins... Voltem daqui a 50 anos.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Carta aberta ao Sr. José

O Vendedor de Magalães

Caro Sr. José Sócrates, primeiro ministro de Portugal e vendedor de computadores:

Há coisa de ano e meio, frequentavam os meus filhos respectivamente o 2º e 3º ano do 1º ciclo, foi-me dito que deveria adquirir 2 PC's Magalhães pois os mesmos passariam a ser usados nas escolas.


Dado que:

- Actualmente os meus filhos frequentam respectivamente o 4º ano do 1º ciclo e o 5º ano do 2º ciclo e até à data nenhum dos dois Magalhães teve o prazer de pôr os K's na escola;
- Apesar de ter pago 50€ (cinquenta euros) por cada um, ambos já sofreram avarias;
- Das três vezes que tive que proceder à reparação das avarias paguei mais do que os 50 euros do custo do computador (exemplo: avaria na fonte de alimentação: 70 euros);
- Não sou livre de escolher onde ou por quem quero que o(s) Magalhães sejam reparados, antes sou obrigado a recorrer aos serviços de uma empresa que não conheço e que amavelmente se oferece para fazer a recolha do Magalhães avariado em casa sem avisar que posteriormente cobrará 20 euros por essa deslocação;
- Por virem com dois sistemas operativos instalados (Windows e Linux) e respectivos inúteis programas, não têm espaço de memória livre em disco para guardar nem um documento de Word;
- Não me permitirem, pela mesma razão, desinstalar o Microsoft Office e instalar um programa alternativo como o Open Office (que como deverá saber não tem custos de licenças, nem para mim utilizador, nem teria para mim, contribuinte, se usado de raiz);
- Simplesmente não servem para nada.

Venho pelo acima exposto solicitar a V. Exa. que aceite de volta os dois inúteis Magalhães que tenho cá em casa, devolvendo-me os 100 euros que me custaram e respectivas despesas de reparações (que somam à data 240 euros) pois neste momento estes 340 euros fazem-me muito mais falta do que os ditos Magalhães que ademais V. Exa. não terá dificuldade em revender ao seu amigo Hugo Chávez.

Quanto à educação dos meus filhos não se apoquente V. Exa. pois cada um tem um PC (chama-lhes "torres", não sei se já ouviu falar) que com software livre (linux), apropriado espaço de memória e com o auxílio de um modem que fornece internet (em inglês diz-se "u-ái-re-lé-sse") a toda a casa não ficarão desamparados.

Certo da sua compreensão que desde já agradeço, fico a aguardar que me indique para onde devo enviar os 2 Magalhães. Após receber (em numerário, por favor) os referidos 340 euros.

Cordialmente

João Moreira de Sá


PS (é post scriptum, não um viva ao partido): por favor não mande buscar porque a empresa a quem o governo concedeu o exclusivo da recolha e reparação dos Magalhães cobra carote, conforme informado acima.


NOTA - O meu filho tem muita sorte: está no 3º Ano, numa escola privada, de Leiria,e pediu Magalhães há 3 anos (no seu 1º Ano). A DREC perdeu os papéis de 200 alunos da Escola e no 1ª ano não houve Magalhães; no segundo mandámos novamente os papéis e houve promessa de virem nesse ano, se o Sócrates ganhasse as eleições.... Este ano veio a informação de que não virá para nenhum, excepto para os do 1º Ano...

domingo, outubro 24, 2010

Pacheco Pereira, as Novas Oportunidades e os Magalhães

Pacheco Pereira, no seu blog Abrupto, debruça-se com muita clareza sobre a brutal quantidade de dinheiro gasto para a fotografia com o nosso PM (e para alguns meterem ao bolso...) e para falsificar miseravelmente as estatísticas das habilitações literárias da nossa população:

sexta-feira, agosto 20, 2010

Ninguém pode parar o movimento nacional-saloiista

SUNGA
(imagem daqui)


Há objectos que são investidos de poderes mágicos que tudo resolvem por si. Basta convocá-los, derramá-los, que as massas pasmadas, mal crendo no maná portentoso que lhes cai nas cabeças, se prostrarão agradecidas. O raciocínio é simples de gente simples destinando-se aos que imaginam como igualmente simples: para distrair em festival demagógico, para anestesiar do abate de 701 escolas e da deslocação forçada de milhares de crianças, a dias do começo do ano lectivo, vamos lá atirar-lhes com a boa nova dos 250 000 portáteis ultra-leves! É assim que a gente de Sócrates vê o público: como uma chusma de débeis mentais - atira-se-lhes com a proclamação de uns portáteis e eles vão roendo a generosa novidade, entretidos. Enquanto roem não rosnam. Nem mordem.
As crianças: mega-agrupadas num atulhamento cego e acéfalo, mas reconhecidas. A caminho da socialização de aviário, empatadas nas horas de ponta - maravilha desconhecida da sua escola infra-21 das berças -, mas risonhas em série. Nas próximas semanas, receberão a visita do e-primeiro-ministro que, sorridente do abuso, olhará impressionado-pràs-câmaras os corredores do "novo centro escolar", percorrerá satisfeito as manjedouras da magalhanada e tocará ao de leve a cabeça de uma criancinha manipulável e se debruçará, interessado e comovido-pràs-câmaras, sobre um teclado para deditos a info-atrofiar "socraticamente". Dirá até algumas palavras inesquecíveis de prosápia saloia - qualquer coisa como: 'esta é a Escola que queremos para as nossas crianças, uma Escola fora do isolamento, uma Escola aberta ao sucesso, com todos os equipamentos da sociedade da informação, uma Escola do futuro! [ou 'da modernidade!'] Há os que só sabem dizer mal e nada constroem, mas esses sabem ler e escrever e já têm computador!' O homem é assim, mede o ponto de vista dos outros pela sua própria e confrangedora bitola. (Talvez haja nele alguma leve consciência disso - o que explicaria aquela pulsão da farronca que ele solta para cima de toda a divergência com que depara: esse chinfrim de valentão esganiçado procurará, umas vezes, compensar, disfarçar o seu vazio de pensamento, a sua ausência de projecto não-imediato, ou, noutras vezes, distrair os outros do avolumar das suspeitas sobre a veracidade das suas proclamações, como se a gritaria emprestasse alguma convicção de verdade àquilo que, tantas vezes, não passa de fabulação enganosa.)

Trata-se de gente que não pensa - nem a Escola em particular, nem, provavelmente, nada em geral. Funcionam por arrancos, sempre desconfiados do saudável e indispensável escrutínio. Este não lhes cabe no seu curto horizonte e revela para lá do que lhes é suportável o carácter inconsistente das suas medidas. Têm a consciência ansiosa da sua mediocridade, vivem na antecipação nervosa da descoberta dos logros que vão lançando - por isso reagem sempre tão mal a qualquer dúvida, crítica, divergência, oposição. Estas são sempre despedidas com arrogância e reduzidas a "ataques pessoais" ou "maledicência". Sócrates e Ca. têm uma visão (e uma prática) da política como uma actividade de entretenimento circense - chegam a deixar-se deslumbrar pelo seu próprio espectáculo/missão e perdem o pé, o contacto com a realidade. É esta que tem de se lhes adaptar e não o contrário. Detestam que lhes estraguem o foguetório. Por outro lado, o primeiro-ministro faz como que um investimento "egocêntrico" nas opções que toma e, por isso, encara como uma afronta pessoal qualquer apreciação mais independente que se faça ouvir. Como se isso não bastasse, tolera e incentiva os tiranetes que vão despontando ao redor - deixa-os medrar. (Para além dessa gente, não tem mais ninguém...) Ele mesmo tem pulsões de tiranete caprichoso. Com estas características, é um homem que nem deveria ter chegado a primeiro-ministro. O José Sócrates que há diz muito sobre nós.
in Blog O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

quinta-feira, janeiro 07, 2010

e-escolas e magalhães - pouco a pouco cai o véu

Queremos um Simplex para Palermas

A estória mal contada do impacto dos programas Magalhães, e-oportunidades e e-escolas começa, pouco a pouco, a cair como castelo de areia - quem era o parvo que dizia que os e-escolas e afins iriam levar-nos a outro patamar no uso de Internet ou número do PC's per capita? Eis alguns exemplos de dados bastante recentes que contrariam a propaganda oficial:



NOTA: citemos, só para os leitores também se puderem rir, um pedacinho da primeira notícia atrás referida, que dá um novo significado a expressões como novo-riquismo ou dar pérolas a porcos e nos permite perceber que as centenas de milhões de euros que o nosso governo, qual cópia de Valentim Loureiro em versão modernaça, investiu neste projecto, foram bem aproveitadas:

Entre 91 e 96 por cento das pessoas que aderiram aos vários programas das e.iniciativas já tinham computadores em casa, na sua grande maioria computadores de secretária, revela um estudo pedido pela Autoridade Nacional de Comunicações.

Segundo um estudo da KPMG, a pedido da Anacom, 86 por cento dos aderentes do programa e.professor já tinham acesso à Internet, números que descem para 82 por cento no caso do e.escolas e para 62 por cento no caso do e.oportunidades.

domingo, dezembro 27, 2009

Olhó Magalhães fresquinho!

O Vendedor de Magalães
5 euros é quanto vale um computador Magalhães no mercado paralelo

Há computadores Magalhães a ser vendidos por esse preço na Ilha de São Miguel, Açores, por crianças, ou em troca de brinquedos.



As crianças que os receberam nas suas escolas, muitas delas oriundas de bairros carenciados, fazem negócio, trocando o computador por dinheiro ou por brinquedos.

A troca pode ser efectuada por uma bicicleta ou por um carro-de-esferas - disseram algumas crianças à Antena 1 / Açores.

Quanto ao dinheiro, a venda pode ser concretizada entre os 5 e os 30 euros, porque, disse uma criança " é para a Mãe fazer a sua vida, para comer ou até mesmo para brincar.

O Governo pagou por cada computador um preço que ronda os 200 euros, com vista a implementar o uso da informática no ensino, distribuindo essa nova ferramenta de estudo e de trabalho pelas escolas do País e das Regiões Autónomas.

Solicitada a pronunciar-se sobre esta questão, a secretária regional da Educação, Maria Lina Mendes disse à Antena 1 / Açores "que, a partir do momento em que os pais pagam o computador, essa responsabilidade passa a ser deles e não da tutela".

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Os Magalhães desmascarados


Visão, 23 de Dezembro de 2009

Um esclarecimento cabal sobre o processo financeiro através do qual o Magalhães se tornou uma arma de propaganda ao serviço do Governo mais do que uma ferramenta pedagógica.

Conhecido o financiamento através das verbas da Acção Social Escolar percebem-se duas coisas: os investimento não foi feito por verbas específicas para o efeito, mas sim cortando nos outros apoios aos alunos carenciados, pelo que o anúncio do reforço de verbas na ASE para os últimos anos apenas servia para encobrir o financiamento da JP Sá Couto, desculpem, da aquisição e distribuição dos Magalhães.

Claro que numa perspectiva isaltina ou valentina, ou mesmo avelino ou felgueirista da coisa, os fins justificam os meios. Só que neste caso os fiuns foram a propaganda eleitoralista do PS e os meios foram o dinheiro para o apoio aos alunos carenciados que, por causa disso, ficaram muitas vezes sujeitos a escrutínios às finanças familiares (sendo mais prejudicados aqueles que menos sabem como fazer cosmética com as finanças) e a atrasos imensos na distribuição de materiais de trabalho diários, como os manuais escolares.


in A Educação do meu Umbigo - post de Paulo Guinote

terça-feira, dezembro 22, 2009

A aldrabice chamada Magalhães


Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais, iminente físico da Universidade de Coimbra e um dos melhores divulgadores científicos nacionais da actualidade:

VACUIDADES SOBRE O MAGALHÃES

Há cerca de um ano e porque me foi perguntado respondi, num encontro de inspectores de ensino, que o computador Magalhães não passava de uma manobra de propaganda e de um grande negócio. Todas as revelações feitas nos últimos tempos sobre o negócio têm-me, infelizmente, dado razão.

O ex-ministro Mário Lino, no programa "Quadratura do Círculo" da SIC bem tentou fazer a indefensável defesa do Magalhães para consumo interno, mas agora é a União Europeia que está a esmiuçar o caso por terem sido violadas normas comunitárias.

Foi, por isso, com natural curiosidade que, alertado pelo título "O Magalhães não é apenas um concurso", comecei a ler um artigo de Francisco Jaime Quesado, Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, publicado no jornal "Público" de 19-12-2009. A minha desilusão foi enorme. O artigo era um emaranhado de lugares comuns, disfarçados em "economês" que, tal como o "eduquês", é declarado inimigo do pensamento claro.

Diz o articulista: "O Magalhães constituiu um passo marcante na afirmação por parte do Governo português de uma aposta estratégica na Educação como o grande driver de mudança colectiva da sociedade e recentragem no valor e competitividade como factores de distinção na economia global. Não tenhamos dúvidas." Eu, se me é permitido, tenho sérias dúvidas; lamento, mas não me convencem nem o "driver" nem a "recentragem"...

E continua: "Na "escola nova" de que o país precisa, [a Educação] tem que se ser capaz de dotar as "novas gerações" com os instrumentos de qualificação estratégica do futuro. Aliar ao domínio por excelência da tecnologia e das línguas a capacidade de, com criatividade e qualificação, conseguir continuar a manter uma "linha comportamental de justiça social e ética moral", como bem expressou recentemente Ralph Darhendorf em Oxford." Ainda se me é permitido, esta ideia da "escola nova" é muito velha e a "qualificação estratégica" é uma expressão não só gasta como vazia. E "conseguir continuar a manter" não passa de um comboio de verbos que, apesar da citação erudita, não leva a frase a estação nenhuma.

O autor, em vez de clarificar, consegue ser ainda mais confuso quando acrescenta: "Na economia global das nações, os "actores do conhecimento" têm que internalizar e desenvolver de forma efectiva práticas de articulação operativa permanente, sob pena de verem desagregada qualquer possibilidade concreta e efectiva de inserção nas redes onde se desenrolam os projectos de cariz estratégico estruturante." Registo a duplicação do "efectiva". E a insistência no "estratégico". Mas pergunto: que dicionário será preciso para perceber a frase toda?

Conclui o autor: "Por isso, a oportunidade e a importância do Magalhães. Que, para além dos efeitos ao nível da revolução na utilização das TIC como um instrumento de qualificação pedagógica, teve também o mérito de elevar na escala produtiva empresas portuguesas do sector, aumentando as exportações, consolidando dinâmicas de inovação e reforçando o emprego". Quanto à dita "qualificação pedagógica" nada está provado, pois nada foi até agora adiantado em seu abono. O que parece, outrossim, estar a ser provado é o favorecimento escandaloso de uma certa empresa com prejuízo da concorrência e, pior, dos dinheiros públicos e de todos nós.

Após uma defesa tão confusa do Magalhães, em nome de uma entusiástica fé em "amanhãs que cantam" graças a "novas tecnologias" que tornarão excelente o nosso depauperado ensino, continuo à espera de argumentos pedagógico-científicos que sustentem a distribuição a esmo e a pataco de computadores pelos infantes do 1.º ciclo, em detrimento de outros projectos como, por exemplo, o ensino experimental das ciências no ensino básico. Fala-se muito em avaliação. Não haverá ninguém que avalie a sério o Magalhães?

PS) "Darhendorf" deve ser "Dahrendorf" se é quem eu estou a pensar, mas esse erro é o menos...

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Não eram as empresas de telecomunicações que os pagavam?



O ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino terá ido buscar, já em final da legislatura, cerca de 180 milhões de euros à Acção Social Escolar para pagar o computador Magalhães e fazer o acerto de contas com as operadoras, noticia o site da revista “Visão”. A informação foi confirmada pelo ex-governante.


terça-feira, abril 28, 2009

Deixai vir a mim as criancinhas, diz o PS

Pais já pediram explicações
PS usou em tempo de antena imagens de crianças com o Magalhães pedidas pelo Ministério da Educação
28.04.2009 - 09h35 PÚBLICO

O Ministério da Educação pediu a uma escola do primeiro ciclo de Castelo de Vide autorização para filmar crianças a utilizar o Magalhães. Mas, segundo conta hoje o Rádio Clube e o jornal “24 Horas”, as imagens acabaram por passar num tempo de antena do Partido Socialista, na RTP, no passado dia 22.

Os pais pediram já uma reunião na escola, a exigir uma explicação e a escola por sua vez, pediu explicações ao ministério, como adiantou ao Rádio Clube Ana Travassos, presidente do Conselho Executivo do agrupamento de escolas de Castelo de Vide.

“Não foi feito pelo Partido Socialista não. Nós tivemos um contacto da tutela, dos representantes do Ministério da Educação aqui no Distrito de Portalegre e na região de Évora, que é onde está a Direcção Regional, com a intenção de consultar crianças e pais”, disse a responsável.

Mas o produto final da consulta acabou por ser emitido num tempo de antena do PS na RTP, na passada quarta-feira. Os encarregados de educação já pediram explicações à escola.

Ao Rádio Clube, o gabinete de imprensa do PS explicou, através de um comunicado, que tudo foi autorizado, sem contudo esclarecer de onde partiu o pedido, se do ministério, se do partido.

Em reacção, o PSD considera a situação grave. Cristóvão Crespo, presidente da distrital do PSD de Portalegre, exige também explicações ao Ministério da Educação e ao PS.



PS - um partido que mente recorrentemente (à semelhança do seu líder), usa os outros como se fossem peões em jogo de Xadrez, que insulta, que usa as Escolas públicas para pura propaganda e, não contente com isso, ainda se atreve a (ab)usar das imagens (não autorizadas) de crianças em tempos de antena, é um partido muito similar a outro, quase homónimo, que prosperou no final da alemã República de Weimar. E quem nos avisa nosso amigo é....

sábado, outubro 25, 2008

Pequena Nuvem de Magalhães ou a triste vida dos professores de TIC

Cartoon de Augusto Cid (via A Educação do meu Umbigo)

sábado, outubro 18, 2008

Os Robots

Tarefas do Magalhães saturam professores
Ministério quer que sejam os docentes a tratar das burocracias e inscrições
TIAGO RODRIGUES ALVES

Os professores dizem que não são delegados comerciais e que as tarefas exigidas pelo Ministério não fazem parte das suas funções de docentes. As acções de formação do Magalhães ainda não foram esquecidas.

O Ministério da Educação, através das Direcções Regionais está a enviar orientações, no âmbito do programa e.escolinhas, para que os professores dêem todas as informações do Magalhães aos encarregados de educação e que tratem de todo o processo de inscrição. As tarefas passam por facultar os documentos de adesão aos pais, receber e validar as fichas e termos de responsabilidade depois de preenchidos e efectuar a inscrição dos alunos no sítio da Internet do programa, obtendo do sistema o código de validação para cada um.

"Isto está a deixar os professores indignadíssimos", afirmou, ao JN, Manuel Micaelo, coordenador do primeiro ciclo do Sindicato de Professores da Grande Lisboa. "Obviamente, isto não é conteúdo funcional da profissão e esta vai ser mais uma burocracia que impede os professores de se dedicarem às suas verdadeiras funções de docentes", explicou o sindicalista, salientando que "somos professores, não somos delegados de uma empresa ou técnicos informáticos".

Este é apenas mais um acidente de percurso na curta mas atribulada viagem do Magalhães. Ainda fresca na memória está a polémica que provocaram os vídeos das cinco acções de formação promovidas pelo Ministério da Educação. Recorde-se que cerca de 800 coordenadores de Tecnologia de Informação e Comunicação foram requisitados para terem um primeiro contacto e receberem formação específica sobre o Magalhães para depois a transmitirem aos professores do primeiro ciclo dos respectivos agrupamentos. Durando dois dias, as acções de formação passariam pela utilização do Magalhães em ambiente de sala de aula, na utilização da Internet com segurança e a questão do controlo parental.

No entanto, segundo os relatos de um cordenador que esteve presente na acção de Cantanhede, o que se passou foi "uma coisa completamente surreal". Paulo Carvalho confessa, no seu blogue, que "como professor e coordenador TIC" se sentiu "vexado nestes dois dias". E não percebe como é possível que se gaste "um dia a obrigar-nos a produzir teatrinhos e cantigas para miúdos de 6 anos, outro meio dia gasto com russos a lerem powerpoints em pseudo inglês, escritos em Português, com tradução por senhoras contratadas."

O gabinete de comunicação do Plano Tecnológico da Educação, através de um comunicado, afirmou que "das opiniões recolhidas sobre a qualidade destas jornadas de trabalho, nomeadamente através de inquéritos de avaliação, o balanço geral é francamente positivo." Quanto ao custo das acções de formação, o gabinete revelou ao JN que a despesa das acções propriamente ditas recaiu nas empresas associadas: Intel, Microsoft e Caixa Mágica. No entanto, foi o Estado a suportar as despesas de deslocação e estadia dos formandos.

Outras "falhas de navegação" do Magalhães - "convites" do Estado às autarquias para que estas suportassem as despesas com a Internet dos alunos do seu município, o facto de a empresa que está a produzir os Magalhães estar com um processo por incumprimento fiscal e, ainda, o falso anúncio de que este seria um computador 100% português.

in JN on-line - ler notícia


NOTA: Os sublinhados (bold/negrito) são da nossa responsabilidade. Já agora, aqui fica uma canção alusiva ao tema, por sugestão do Paulo Guinote:

Kraftwerk - Die Roboter

sexta-feira, outubro 10, 2008

sábado, outubro 04, 2008