quinta-feira, fevereiro 25, 2021

Saudades da guitarra de Paco de Lucia...

Os crimes de Estaline foram denunciados há 65 anos

 
O XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) teve lugar entre 14 e 26 de fevereiro de 1956. Na ocasião, o secretário do Partido, Nikita Khrushchov, com o seu célebre discurso secreto, denunciou as violências, os expurgos e as limitações à liberdade impostas pelo regime de Estaline, seu predecessor.
Durante a sessão a portas fechadas, no penúltimo dia do congresso, Khrushchov criticou asperamente a política estalinista, denunciando o culto de personalidade e uma série de crimes cometidos por ele e seus colaboradores. Estaline não procurava persuadir com explicações mas impunha suas ideias e exigia uma submissão absoluta, qualquer um que discordasse era demitido de qualquer função diretiva, e em seguida liquidado moralmente e fisicamente.
 

...Estaline descartou o método leninista de convencer e educar, ele abandonou o método de luta ideológica para que a violência, repressões em massa e terror...

...É claro que Estaline mostrou em toda uma série de casos a sua intolerância, a sua brutalidade e o seu abuso de poder. Em vez de provar a sua correção política e mobilizar as massas, muitas vezes ele escolheu o caminho da repressão e aniquilação física, não só contra os inimigos reais, mas também contra as pessoas que não tinham cometido qualquer crime contra o partido e o governo soviético. Aqui vemos nenhuma sabedoria, mas apenas uma demonstração da força brutal que outrora tão alarmou Lenine.

  

  
O discurso chocou os delegados presentes, que depois de anos de propaganda estavam convencidos da grandeza de Estaline. Após um longo debate, o discurso veio a tornar-se público no mês seguinte mas o relatório completo, no qual se baseou, só foi publicado em 1989. Logo após o congresso quase todos os Gulag foram fechados. Somente em Moscovo retornaram 200.000 presos políticos. Anastas Mikoyan, vice-primeiro ministro, criou comissões para reabilitar os presos acusados ou mortos injustamente.
    

O DJ e rapper norte-americano Big Ali faz hoje 43 anos

   
Big Ali, anteriormente Breakingz (Queens, 25 de fevereiro de 1978) é um cantor, compositor, DJ e rapper norte-americano.
Big Ali lançou o seu primeiro álbum "Louder" em maio de 2009. O álbum contou com um grande número de produtores e artistas franceses e internacionais.
Big Ali também trabalhou em locais de clube nos Estados Unidos, Ásia, América Latina e Europa e é muito famoso na França.
  

 


Luísa LoveFoxxx, vocalista dos Cansei de Ser Sexy, faz hoje 37 anos

  
LoveFoxxx ou Luísa LoveFoxxx, nomes artísticos de Luísa Hanaê Matsushita, (Campinas, 25 de fevereiro de 1984) é uma cantora brasileira, líder do grupo brasileiro de S. Paulo de rock Cansei de Ser Sexy.
     

 


José de San Martín nasceu há 243 anos

   
José Francisco de San Martín y Matorras (Yapeyú, 25 de fevereiro de 1778 - Boulogne-sur-Mer, 17 de agosto de 1850) foi um general argentino e o primeiro líder da parte sul da América do Sul que obteve sucesso no seu esforço para a independência da Espanha, tendo participado ativamente dos processos de independência da Argentina, do Chile e do Peru.
  

O Massacre do Túmulo dos Patriarcas, em Hebrom, foi há 27 anos

 
O Massacre do Túmulo dos Patriarcas ocorreu quando Baruch Goldstein, um colono israelita e membro do movimento de extrema-direita israelita Kach, abriu fogo contra palestinianos muçulmanos desarmados que estavam a rezar dentro da Mesquita Ibrahim, no Túmulo dos Patriarcas, em Hebrom, na Cisjordânia. Aconteceu no dia 25 de fevereiro de 1994, durante os feriados religiosos, com a sobreposição do Purim judaico e Ramadão muçulmano, com 29 muçulmanos mortos e mais de 100 feridos. O ataque terminou quando Goldstein foi subjugado e espancado até à morte pelos sobreviventes. Muitos sustentam de que o massacre terá tido inspirações sionistas.

O ataque deflagrou vários tumultos e protestos em toda a Cisjordânia e mais 19 palestinianos foram mortos pelas Forças de Defesa de Israel nas 48 horas seguintes após o massacre.

O então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, condenou o ataque, descrevendo Goldstein como um "assassino degenerado", "uma vergonha para o sionismo e um constrangimento para o judaísmo". Depois do massacre, Rabin impôs  recolher obrigatório aos 120.000 residentes palestinianos da cidade, mas os 400 colonos judeus em Hebron continuaram livres para ir e vir.

Goldstein era visto como um mártir por extremistas judeus em Hebrom e a sua sepultura tornou-se posteriormente  um local de peregrinação para os seus apoiantes.
 

Mark Hollis, vocalista dos Talk Talk, morreu há dois anos

 
Mark David Hollis (Londres, 4 de janeiro de 1955 - Londres, 25 de fevereiro de 2019) foi um músico, cantor e compositor inglês, com sucesso comercial na década de 80. como cantor da banda de synth-pop e pós-rock Talk Talk, que ele fundou ao lado de Lee Harris, baterista, e de Paul Webb, baixista, em 1981. Retirou-se da indústria musical após o lançamento de seu álbum a solo em 1998.

 

in Wikipédia

 


Caruso nasceu há 148 anos

     
Enrico Caruso (Nápoles, 25 de fevereiro de 1873 - Nápoles, 2 de agosto de 1921) foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. Com vasto reportório, Caruso foi o primeiro cantor clássico a atrair grandes plateias em todo o mundo e ainda hoje figura entre os maiores intérpretes clássicos da história. A sua interpretação de Vesti la giubba, da ópera Pagliacci, foi a primeira gravação na história a vender 1 milhão de cópias.
   

 

O fabuloso Alfredo Marceneiro nasceu há 130 anos

(imagem daqui)

Alfredo Rodrigo Duarte (Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro, devido à sua profissão inicial, foi um fadista português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal. Embora o bilhete de identidade refira a data acima, o seu nascimento pode ter acontecido, de facto, em 29 de fevereiro de 1888.
  
  
Vida
Alfredo Marceneiro nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de baptismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família oriunda do Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar os estudos. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro. Apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos.
Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.1
Nos anos 1930, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Em 3 de janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a Casa da Mariquinhas, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982, com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.
No dia 30 de julho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República Portuguesa, o General Ramalho Eanes.
O álbum The Fabulous Marceneiro (Columbia/Valentim de Carvalho, 1961)  
Alfredo Marceneiro gravou pouco e este álbum de início dos anos 60 é um dos clássicos absolutos do fado. Era um milagre meter Alfredo Marceneiro em estúdio: o fado era quase uma religião que se cantava de noite e com público, onde o guitarrista devia cingir-se a servir a voz e o contador era também um contador da história contida na letra.
A revista Blitz considerou este álbum o décimo-primeiro melhor disco português de sempre.
  

 


Anthony Burgess nasceu há 104 anos

  
John Anthony Burgess Wilson (Manchester, 25 de fevereiro de 1917 - Londres, 22 de novembro de 1993) foi um escritor, compositor e crítico britânico.

Prolífico e controverso, grande parte da sua obra ainda permanece no anonimato, sendo lembrado principalmente pelo seu décimo oitavo livro, Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1962). Os seus livros, críticas e resenhas são marcados por grande sátira social. James Joyce - de quem Burgess era admirador e estudioso - é considerado a mais marcante influência no trabalho de Anthony Burgess.

Burgess cedo ficou órfão de mãe, vítima da gripe espanhola. O pequeno John foi, desde então, criado por uma tia e, mais tarde, pela madrasta. Estudou literatura e língua inglesa na Universidade de Manchester. Foi compositor, serviu por seis anos no exército inglês, na II Guerra Mundial, e tornou-se oficial na Ásia e, mais tarde, professor, trabalhando inclusive para o Ministério de Educação na Malásia. Com a luta pela independência da Malásia a deixá-lo desempregado e tendo-lhe sido diagnosticada uma doença fatal, Burgess entrou num frenesim literário em 1959, preocupado por deixar a sua esposa sem recursos financeiros. A previsão médica estava errada - ele viveu até 1993, enquanto que a sua esposa, Llwela Isherwood Jones, morreu de cirrose hepática em 1968. No mesmo ano, Burgess casou-se com Liliana Macellari, uma linguista e tradutora italiana, com quem viveu até à sua morte.

A mais célebre fábula de ficção científica de Anthony Burgess, "Laranja Mecânica", é um libelo pelo livre-arbítrio. Burgess preocupava-se com a ampla utilização do behaviorismo em clínicas, consultórios e prisões. O aumento a delinquência juvenil tanto no ocidente capitalista quanto na Rússia soviética foi outro catalisador do livro cujo texto, inclusive, é um inglês russificado, de gíria abundante. O autor retornou ao tema de Laranja Mecânica em Enderby Outside (1968) e A Clockwork Testament, or Enderby's End (1974), livros que tiveram fraco acolhimento.
  
  

  
Laranja Mecânica
(A Clockwork Orange) é um filme norte-americano de 1971, escrito, produzido e dirigido por Stanley Kubrick, adaptado do romance homónimo de Anthony Burgess, de 1962. Emprega imagens violentas e perturbadoras que estão relacionadas com a psiquiatria, delinquência juvenil, gangues de jovens e outros assuntos sociais, políticos e económicos em uma Grã-Bretanha futurista.
   

Hosni Mubarak morreu há um ano


Muhammad Hosni Said Mubarak  (Monufia, 4 de maio de 1928 - Cairo, 25 de fevereiro de 2020) foi um militar e político egípcio, presidente da República Árabe do Egito de 1981 até 2011.

A partir de sua ascensão na Força Aérea egípcia, tornou-se vice-presidente em 1975; sucedeu Anwar Al Sadat, depois que este foi assassinado, em 6 de outubro de 1981. Assumiu o poder de seu país, em 14 de outubro de 1981. Era considerado um dos mais poderosos chefes de estado do Oriente Médio. Devido a sua posição neutra no conflito árabe-israelita, mediou diferentes negociações entre as duas partes.

Nos últimos dias de seu governo, foi alvo de críticas e de protestos por parte da população egípcia, que pedia sua renúncia, que acabou ocorrendo em 11 de fevereiro de 2011.

Foi condenado a prisão perpétua pela morte de 239 manifestantes nos protestos que o derrubaram em 2011. Foi absolvido por estas mortes em 29 de novembro de 2014, tendo sido hospitalizado no mesmo período por problemas de saúde. Em 9 de maio de 2015, foi condenado a três anos de prisão, dessa vez por corrupção.
 

Leonor de Áustria, rainha de Portugal e da França, morreu há 463 anos

  
Leonor de Áustria ou Leonor de Espanha (em espanhol: Leonor de Austria; Lovaina, 15 de novembro de 1498 - Talavera la Real, 25 de fevereiro de 1558), foi sucessivamente arquiduquesa da Áustria, princesa de Espanha e rainha de Portugal e da França.
  
Filha primogénita de Filipe, O Belo e de Joana, a Louca, era irmã dos imperadores Carlos V e Fernando I do Sacro Império Romano-Germânico, de Isabel de Habsburgo, esposa do rei Cristiano II da Dinamarca, de Maria da Hungria, esposa do rei Luís II da Hungria e I da Boémia, e de Catarina de Áustria, rainha de Portugal, como esposa de D. João III.
 
Leonor fora prometida desde cedo ao príncipe herdeiro de Portugal, o futuro D. João III. Porém, o rei D. Manuel I, que enviuvara pela segunda vez, decidiu casar com ela de forma a tentar uma segunda vez tornar-se rei de toda a Península Ibérica. Na primeira tentativa chegou a ser jurado herdeiro da coroa de Castela através do seu casamento com Isabel de Aragão, mas a morte prematura desta inviabilizou o seu projecto. D. João III nunca irá perdoar o pai por tal desfaçatez.
 

Tennessee Williams morreu há 38 anos

   
Tennessee Williams, pseudónimo de Thomas Lanier Williams III (Columbus, 26 de março de 1911 - Nova Iorque, 25 de fevereiro de 1983) foi um dramaturgo norte-americano, vencedor de inúmeros prémios.

Williams ganhou o Prémio Pulitzer de Teatro com A Streetcar Named Desire em 1948 e por Cat on a Hot Tin Roof em 1955. As suas peças The Glass Menagerie (1945) e The Night of the Iguana (1961) receberam o Prémio New York Drama Critics' Circle. A sua peça The Rose Tattoo, de 1952, recebeu o Tony Award de melhor peça. Em 1980 obteve a Medalha Presidencial da Liberdade do presidente Jimmy Carter.
  

Ferdinand Marcos fugiu das Filipinas há 35 anos


A Revolução do Poder Popular (também conhecida como Revolução EDSA e Revolução Filipina de 1986) foi uma série de manifestações populares nas Filipinas que começaram em 1983 e terminaram em 22-25 de fevereiro de 1986. Houve uma campanha sustentada de resistência civil contra a violência do regime e a fraude eleitoral. A revolução não-violenta provocaria a saída do presidente Ferdinand Marcos e o restabelecimento da democracia nas Filipinas.

Também é conhecida como Revolução Amarela devido à presença de fitas amarelas durante as manifestações após o assassínio do senador filipino Benigno Aquino. Foi amplamente vista como uma vitória do povo contra o regime autoritário repressivo de vinte anos do então presidente Ferdinand Marcos e fez manchetes como "a revolução que surpreendeu o mundo".

A maioria das manifestações ocorreram em um longo trecho da Epifanio de los Santos Avenue, mais conhecida pela sigla EDSA, na Grande Manila de 22 a 25 de fevereiro 1986. Estiveram envolvidos mais de dois milhões de civis filipinos, bem como vários políticos e grupos militares e grupos religiosos liderados pelo Cardeal Jaime Sin, Arcebispo de Manila, e pelo Presidente Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas Cardeal Ricardo Vidal, Arcebispo de Cebu. Os protestos, estimulados pela resistência e pela oposição ao governo corrupto de Marcos, terminaram com a saída do ditador do Palácio Malacañang para o Havaí. Corazon Aquino foi proclamada como a presidente legítima das Filipinas após a revolução.
 

Armand-Louis Couperin nasceu há 294 anos


Armand-Louis Couperin
(Paris, 25 de fevereiro de 1727 - Paris, 2 de fevereiro 1789) foi um compositor e organista francês do final do barroco e início do período clássico. Ele era um membro da família dos músicos Couperin, dos quais o mais notório foi o seu tio-avô Louis e o seu primo François.

Couperin nasceu em Paris. A sua mãe morreu quando ele tinha apenas 17 meses de idade e foi criado por seu pai, Nicolas, um compositor e também o sucessor de François Couperin "Le Grand" como organista na Igreja de Saint-Gervais de Paris, em 1748.

 


Christopher Wren, o arquiteto que projetou a Catedral de São Paulo em Londres, morreu há 298 anos

   
Christopher Wren, (East Knoyle, Wiltshire, 20 de outubro de 1632Londres, 25 de fevereiro de 1723) foi um projetista, astrónomo, especialista em geometria e, no seu tempo, o maior arquiteto da Inglaterra. Wren projetou 51 igrejas em Londres, incluindo a Catedral de São Paulo, considerada uma das obras primas da arquitetura europeia, e muitos edifícios seculares também dignos de nota.
Foi fundador da Royal Society e seu presidente (1680 -1682) e os seus trabalhos científicos eram conhecidos pelos seus contemporâneos, sendo citados por Isaac Newton e Blaise Pascal.
   
(...)
  
O grande arquiteto não teve uma velhice tranquila, com seu trabalho reconhecido. Em vez disso, foi alvo de criticas e ataques a sua competência e gosto. Particularmente agressivas foram as criticas de Ashley Cooper, que pediam um novo estilo para a arquitetura britânica. Wren morreu em 1723, com 91 anos, na casa de seu filho, após se expor ao frio de uma visita à catedral de São Paulo no inverno. Foi enterrado na cripta da catedral, onde uma lápide diz: Leitor, se procuras o seu monumento, olha em volta.
   
    

Renoir nasceu há cento e oitenta anos

     
Desde o princípio que a sua obra foi influenciada pela sensualidade e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza das suas habilidades anteriores, como decorador de porcelana. O seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de facto, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, pela sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu numa mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados e o seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou a obra Ao Piano, em 1892.
 
"O camarote", 1874
 
      

O poeta Cesário Verde nasceu há 166 anos

 
José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de fevereiro de 1855 - Lumiar, 19 de julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais, destacando-se a revista Branco e Negro, entre 1896 e 1898) e as actividades de comerciante, herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe roubara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1887.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.
   

Responso 

I
Num castelo deserto e solitário,
Toda de preto, às horas silenciosas,
Envolve-se nas pregas dum sudário
E chora como as grandes criminosas.

Pudesse eu ser o lenço de Bruxelas
Em que ela esconde as lágrimas singelas.

II
É loura como as doces escocesas,
Duma beleza ideal, quase indecisa;
Circunda-se de luto e de tristezas
E excede a melancólica Artemisa.

Fosse eu os seus vestidos afogados
E havia de escutar-lhe os seu pecados.

III
Alta noite, os planetas argentados
Deslizam um olhar macio e vago
Nos seus olhos de pranto marejados
E nas águas mansíssimas do lago.

Pudesse eu ser a Lua, a Lua terna,
E faria que a noite fosse eterna.

IV
E os abutres e os corvos fazem giros
De roda das ameias e dos pegos,
E nas salas ressoam uns suspiros
Dolentes como as súplicas dos cegos.

Fosse eu aquelas aves de pilhagem
E cercara-lhe a fronte, em homenagem.

V
E ela vaga nas praias rumorosas,
Triste como as rainhas destronadas,
A contemplar as gôndolas airosas,
Que passam, a giorno iluminadas.

Pudesse eu ser o rude gondoleiro
E ali é que fizera o meu cruzeiro.

VI
De dia, entre os veludos e entre as sedas,
Murmurando palavras aflitivas,
Vagueia nas umbrosas alamedas
E acarinha, de leve, as sensitivas.

Fosse eu aquelas árvores frondosas,
E prendera-lhe as roupas vaporosas.

VII
Ou domina, a rezar, no pavimento
Da capela onde outrora se ouviu missa,
A música dulcíssima do vento
E o sussurro do mar, que se espreguiça.

Pudesse eu ser o mar e os meus desejos
Eram ir borrifar-lhe os pés, com beijos.

VIII
E às horas do crepúsculo saudosas,
Nos parques com tapetes cultivados,
Quando ela passa curvam-se amorosas
As estátuas dos seus antepassados.

Fosse eu também granito e a minha vida
Era vê-la a chorar arrependida.

IX
No palácio isolado como um monge,
Erram as velhas almas dos precitos,
E nas noites de inverno ouvem-se ao longe
Os lamentos dos náufragos aflitos.

Pudesse eu ter também uma procela
E as lentas agonias ao pé dela!

X
E às lajes, no silêncio dos mosteiros,
Ela conta o seu drama negregado,
E o vasto carmesim dos reposteiros
Ondula como um mar ensanguentado.

Fossem aquelas mil tapeçarias
Nossas mortalhas quentes e sombrias.

XI
E assim passa, chorando, as noites belas,
Sonhando uns tristes sonhos doloridos,
E a refletir nas góticas janelas
As estrelas dos céus desconhecidos.

Pudesse eu ir sonhar também contigo
E ter as mesmas pedras no jazigo!

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XII
Mergulha-se em angústias lacrimosas
Nos ermos dum castelo abandonado,
E as próximas florestas tenebrosas
Repercutem um choro amargurado.

Uníssemos, nós dois, as nossas covas,
Ó doce castelã das minhas trovas!
    
in O Livro de Cesário Verde (1901) - Cesário Verde

Paco de Lucía morreu há sete anos...

   
Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gomes (Algeciras, 21 de dezembro de 1947Playa del Carmen, Quintana Roo, México, 25 de fevereiro de 2014) foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarrista.
   

 


Here Comes The Sun...!