Prolífico e controverso, grande parte da sua obra ainda permanece no
anonimato, sendo lembrado principalmente pelo seu décimo oitavo livro,
Laranja Mecânica (
A Clockwork Orange, 1962). Os seus livros, críticas e resenhas são marcados por grande sátira social.
James Joyce - de quem Burgess era admirador e estudioso - é considerado a mais marcante influência no trabalho de Anthony Burgess.
Burgess cedo ficou órfão de mãe, vítima da
gripe espanhola. O pequeno John foi, desde então, criado por uma tia e, mais tarde, pela madrasta. Estudou literatura e língua inglesa na
Universidade de Manchester. Foi compositor, serviu por seis anos no exército inglês, na II Guerra Mundial, e tornou-se oficial na
Ásia e, mais tarde, professor, trabalhando inclusive para o Ministério de Educação na
Malásia.
Com a luta pela independência da Malásia a deixá-lo desempregado e
tendo-lhe sido diagnosticada uma doença fatal, Burgess entrou num
frenesim literário em 1959, preocupado por deixar a sua esposa sem
recursos financeiros. A previsão médica estava errada - ele viveu até
1993, enquanto que a sua esposa,
Llwela Isherwood Jones, morreu de
cirrose hepática em
1968. No mesmo ano, Burgess casou-se com Liliana Macellari, uma linguista e tradutora italiana, com quem viveu até à sua morte.
A mais célebre fábula de ficção científica de Anthony Burgess, "Laranja Mecânica", é um libelo pelo
livre-arbítrio. Burgess preocupava-se com a ampla utilização do
behaviorismo em clínicas, consultórios e prisões. O aumento a delinquência juvenil tanto no
ocidente capitalista quanto na
Rússia soviética
foi outro catalisador do livro cujo texto, inclusive, é um inglês
russificado, de gíria abundante. O autor retornou ao tema de Laranja
Mecânica em
Enderby Outside (1968) e
A Clockwork Testament, or Enderby's End (1974), livros que tiveram fraco acolhimento.