sábado, julho 04, 2020

A Rainha Santa Isabel morreu há 684 anos

   
Isabel de Aragão (ou, usando a grafia medieval portuguesa, Yzabel; Saragoça, 1271 - Estremoz, 4 de julho de 1336), foi uma infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.
   
Origens
Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II.
Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Para além disso, foi sobrinha materna de Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica.


  
Casamento
D. Dinis I de Portugal tinha 19 anos quando subiu ao trono e, pensando em casamento, convinha-lhe Isabel de Aragão, tendo por isso enviado uma embaixada a Pedro de Aragão em 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. Quando lá chegaram, estavam ainda à espera de resposta enviados dos reis de França e de Inglaterra, cada um desejoso de casar com Isabel um dos seus filhos. Aragão preferiu entre os pretendentes aquele que já era rei.
A 11 de fevereiro de 1282 com 12 anos, Isabel casou-se então por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa.
Em 1281 D. Isabel de Aragão recebeu como dote as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sido inteiramente devotado e visitaria damas nobres na região de Odivelas. Ao saber do sucedido, a rainha ter-lhe-á apenas respondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Contudo, esta interpretação não é sustentada pelos linguistas.
Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:
  
Pax Regina
Na década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que o rei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. O futuro D. Afonso IV declarou abertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria instabilizado o reino.
D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terás peregrinado ao santuário de Santiago, em Compostela na Galiza, fazendo-o montada num burro e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seus bens pessoais. Há historiadores que defendem a ideia que lá se terá deslocado duas vezes.
Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.
Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infanta Constança de Portugal e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua mulher D. Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, cavalgando na sua mula por dias e dias, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção da própria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.
  
Túmulo da Rainha Santa Isabel por Mestre Pêro, no Convento de Santa Clara-a-Nova
   
Falecimento e legado
Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de julho de 1336, tendo deixado expresso no seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada uma escavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.
Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis em Odivelas.
Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.
Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade de construir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no século XVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Santa. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.
No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou em capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.
Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriadomunicipal coincide com o dia da sua memória (4 de Julho). Alfredo Marceneiro dedicou-lhe o fadoRainha Santa, com letra de Henrique Rego.
O seu túmulo, bem como o Mosteiro Novo de Santa Clara (Santa Clara-a-Nova), está confiado à guarda da Confraria da Rainha Santa Isabel.
   

A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América foi há 244 anos


Declaração de Independência dos Estados Unidos
   
A Declaração da Independência dos Estados Unidos da América foi o documento no qual as Treze Colónias na América do Norte declararam sua independência do Reino Unido, bem como justificativas para o ato. Foi ratificada no Congresso Continental, em 4 de julho de 1776, considerado o dia da independência dos Estados Unidos para estar pronto quando o Congresso votou sobre a independência. Adams convenceu a comissão para selecionar Thomas Jefferson para compor o projeto original do documento, que o Congresso teve de editar para produzir a versão final.
Consideramos estas verdades como auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.
Isso tem sido chamado de "uma das frases mais conhecidas no idioma inglês", que contém "as palavras mais potentes e consequentes da história americana". A passagem passou a representar um padrão moral para que os Estados Unidos se devem esforçar. Este ponto de vista, nomeadamente, foi promovido por Abraham Lincoln, que considerou que a Declaração ser o alicerce de sua filosofia política, e argumentou que a declaração é uma declaração de princípios através dos quais a Constituição dos Estados Unidos deve ser interpretada. Ela inspirou o trabalho dos direitos das pessoas marginalizadas em todo o mundo.
   
   

Astor Piazzolla morreu há 28 anos

   
Astor Pantaleón Piazzolla (Mar del Plata, 11 de março de 1921Buenos Aires, 4 de julho de 1992), filho dos imigrantes italianos Vicente Piazzolla e Asunta Manetti, foi um bandoneonista e compositor argentino.
Aos quatro anos foi com a sua família viver em Nova York em busca de melhores condições de vida. No seu período americano tornou-se fluente em espanhol, inglês, italiano e francês, iniciando o seu interesse por música. Em 1929 ganhou o seu primeiro bandoneón do seu pai, e em 1933, começou a ter aulas de piano com Bela Wilde, um pianista húngaro discípulo de Sergei Rachmaninoff. Em Nova York conheceu o cantor argentino de tango Carlos Gardel, enquanto este estava na cidade, para rodar o filme El día que me quieras, onde atuou como um rapaz entregador de jornais.
Compositor de tango mais importante da segunda metade do século XX, estudou harmonia e música erudita com a compositora e diretora de orquestra francesa Nadia Boulanger. Em sua juventude, tocou e realizou arranjos orquestrais para o bandoneonista, compositor e diretor Aníbal Troilo.
Quando começou a fazer inovações no tango, no ritmo, no timbre e na harmonia, foi muito criticado pelos tocadores de tango mais antigos. Ao voltar de Nova Iorque, Piazzolla já mostrava a forte influência do jazz em sua música, estabelecendo então uma nova linguagem, seguida até hoje.
Quando os mais ortodoxos, durante a década de 60, bradaram que a música dele não era de facto tango, Piazzolla respondia-lhes que era música contemporânea de Buenos Aires. Para os seus seguidores e apreciadores, essa música certamente representava melhor a imagem da metrópole argentina.
Piazzola deixou uma discografia invejável, tendo gravado com Gary Burton, Tom Jobim, entre outros músicos que o acompanharam, como o também notável violinista Fernando Suarez Paz.
Entre os seus mais destacados parceiros na Argentina estão a cantora Amelita Baltar e o poeta Horacio Ferrer, além do escritor Jorge Luís Borges.
Algumas das suas composições mais famosas são Libertango e Adiós Nonino. Libertango é uma das mais conhecidas, sendo esta constantemente tocada por diversas orquestras de todo o mundo.
    
    

A sonda Mars Pathfinder (e a mini-sonda Sojourner) aterrou em Marte há 23 anos

Pathfinder e Sojourner no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em outubro de 1996
   
A Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte, auxiliado por um pára-quedas supersónico, que reduziu a sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para diminuir o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997, na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O local exato do aterragem foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 - 1996).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder foi a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery. Que é um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.
   
Sojourner
   
in Wikipédia

Barry White morreu há dezassete anos

    
Barrence Eugene Carter, mais conhecido como Barry White (Galveston, 12 de setembro de 1944 - Los Angeles, 4 de julho de 2003) foi um cantor e produtor musical norte-americano. Compositor de inúmeros sucessos em estilo soul e disco e de baladas românticas, e um intérprete com voz profunda e grave.
Crescendo no gueto negro da cidade de Los Angeles, como outros cantores norte-americanos de sucesso, também cantou em coros de igreja na juventude. Foi um adolescente inconsequente, que acabou preso aos dezassete anos, de idade, por roubar pneus. Na prisão, decidiu mudar de vida e de amigos.
Obteve um grande êxito como intérprete de baladas românticas nos anos 60. Em 1972 criou o trio feminino Love Unlimited. Posteriormente aproveitou este nome para batizar o seu grupo de acompanhamento, a Love Unlimited Orchestra.
Foi considerado um dos precursores da disco' music com o lançamento, em 1974, dos sucessos Can't Get Enough of Your Love, Babe, You´re the first, the last, my everything e o tema instrumental (da Love Unlimited Orchestra) Love´s Theme. Em 1975, veio What I´m gonna do with you. Em 1976, Let the music play. Em 1979, a sua Love Unlimited Orchestra lança o hit I´m só glad that I´m a woman. No início dos anos 80, esteve no Brasil, e, antes da turnê, lançou Rio de Janeiro.
Em meados de 90, em conjunto com a cantora Lisa Stansfield, gravou um de seus grandes sucessos: All Around The World. A sua simplicidade e simpatia aliadas a sua grande versatilidade em interpretar temas românticos, tornou essa parceria inesquecível.
Em fins dos anos 90, apareceu várias vezes na série de TV Ally McBeal, o que contribuiu para revitalizar a sua carreira. Foi também inspirador do personagem "Chef" do desenho animado South Park. Lançou em 1999 uma autobiografia.
No ano 2000 ganhou dois prémios Grammy de melhor música tradicional e R&B por Staying Power.
Morreu no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles aos 58 anos, vítima de falência renal. Sofria de pressão arterial alta e estava à espera de um transplante renal. O seu corpo foi cremado e as suas cinzas foram deitadas no Oceano Pacífico, na costa californiana.
   
  

A sonda Deep Impact chocou propositadamente contra um cometa há quinze anos

Deep Impact.jpg
 Concepção artística mostra a Deep Impact e a Impactor ao fundo
   
Inspirando-se no filme americano Impacto Profundo, a NASA chamou de Deep Impact esta sonda espacial. O objetivo da missão não tripulada norte-americana Deep Impact ou Impacto Profundo da NASA, sob os cuidados do Laboratório de Jato-propulsão - JPL, foi o de lançar um impactador contra o cometa 9P/Tempel 1 ou simplesmente Tempel 1 que circula entre as órbitas de Marte e Júpiter, observar a explosão e dela analisar os componentes químicos e físicos internos do cometa.
A sonda Deep Impact foi lançada em 12 de janeiro de 2005 pelo foguete Delta II (modelo 2925), do Cabo Canaveral, Estados Unidos. O impacto da sonda com o cometa ocorreu em 4 de julho de 2005.
O cometa escolhido pertence a uma classe de cometas que são comuns do sistema solar e o impacto não deverá causar uma significativa mudança na trajetória do cometa.
   
   
The spacecraft consists of two main sections, the 370-kg (815-lb) copper-core "Smart Impactor" that impacted the comet, and the "Flyby" section, which imaged the comet from a safe distance during the encounter with Tempel 1.
The Flyby spacecraft is about 3.2 meters (10.5 ft) long, 1.7 meters (5.6 ft) wide and 2.3 meters (7.5 ft) high. It includes two solar panels, a debris shield, and several science instruments for imaging, infrared spectroscopy, and optical navigation to its destination near the comet. The spacecraft also carried two cameras, the High Resolution Imager (HRI), and the Medium Resolution Imager (MRI). The HRI is an imaging device that combines a visible-light camera with a filter wheel, and an imaging infrared spectrometer called the "Spectral Imaging Module" or SIM that operates on a spectral band from 1.05 to 4.8 micrometres. It has been optimized for observing the comet's nucleus. The MRI is the backup device, and was used primarily for navigation during the final 10-day approach. It also has a filter wheel, with a slightly different set of filters.
The Impactor section of the spacecraft contains an instrument that is optically identical to the MRI, called the Impactor Targeting Sensor (ITS), but without the filter wheel. Its dual purpose was to sense the Impactor's trajectory, which could then be adjusted up to four times between release and impact, and to image the comet from close range. As the Impactor neared the comet's surface, this camera took high-resolution pictures of the nucleus (as good as 0.2 metre [7.9 in] per pixel) that were transmitted in real-time to the Flyby spacecraft before it and the Impactor were destroyed. The final image taken by the impactor was snapped only 3.7 seconds before impact.
The impactor's payload, dubbed the "Cratering Mass", was 100% copper (impactor 49% copper by mass) to reduce debris interfering with scientific measurements of the impact. Since copper was not expected to be found on a comet, scientists could eliminate copper from the spectrometer reading. Instead of using explosives, it was also cheaper to use copper as the payload.
The name of the mission is shared with the 1998 Deep Impact film, in which a comet strikes the Earth. This is coincidental, however, as the scientists behind the mission and the creators of the film devised the name independently of each other at around the same time.
   
Filme (gif animado) do High Resolution Imager (HRI) na sonda Deep Impact do impacto
    

Hoje é dia da Rainha Santa...!



sexta-feira, julho 03, 2020

Música adequada à data - Riders on the Storm...



Laura Branigan nasceu há 63 anos

    
Laura Ann Branigan Kruteck (Brewster, 3 de julho de 1957East Quogue, 26 de agosto de 2004) foi uma cantora e atriz norte-americana conhecida mundialmente como Laura Branigan.
Laura nasceu em 3 de julho de 1957 em Brewster, no Condado de Putnam, estado de Nova Iorque.
Casou-se em 1981 com o advogado Lawrence Kruteck, 20 anos mais velho que ela. Pouco depois de ter sido diagnosticado um cancro do cólon ao seu marido, retirou-se temporariamente da cena musical, em 1994, para o acompanhar nos tratamentos, até à morte do seu companheiro, em 15 de junho de 1996.
Ficou mundialmente famosa devido a grandes hits músicais como "Gloria", "Solitaire", "How Am I Supposed To Live Without You, "Self Control", "Ti Amo", "Spanish Eddie", "I Found Someone", "Power of Love", "Shattered Glass", "Never In A Million Years" e "Over You".
Faleceu subitamente, em sua casa, em Long Island, Nova Iorque, a 26 de agosto de 2004, vítima de um aneurisma cerebral não-diagnosticado. Tinha apenas 47 anos de idade.
Laura Branigan começou a carreira fazendo coros para Leonard Cohen, nos anos 70, e no ano de 1973 entrou para a banda Meadow no qual fez alguns vocais a solo, porém a banda não obteve sucesso, e desapareceu no mesmo ano.
Em 1981 seria lançado o seu primeiro álbum solo, intitulado "Silver Dreams". Deste álbum algumas faixas chegaram a ser executadas em rádios, o single "Looking For A Number One" chegou a ser lançado oficialmente e a canção "Fools Affair" teve um video-clipe. Porém nas vésperas de lançamento o álbum foi cancelado.
Tornou-se conhecida do público em 1982, após o sucesso de "Gloria", versão de uma canção do cantor e compositor italiano Umberto Tozzi que lhe rendeu sua primeira indicação ao Grammy. E assim, veio o primeiro álbum a solo intitulado "Branigan", além de "Glória" o álbum tem outros sucessos como "All Night With Me".
Em 1983 lançou seu segundo álbum intitulado "Branigan 2" e trouxe as baladas românticas "Solitaire" e "How Am I Supposed to Live Without You" (gravada mais tarde por Michael Bolton) que conseguiram manter o nível de sucesso atingido por "Gloria". A cantora também gravou neste mesmo ano a canção "Imagination" para a banda sonora de "Flashdance", e também fez sua primeira atuação como atriz no episódio "Fox Trap" da série CHiPs no qual interpretou a personagem "Sarah".
Em 1984 lançou o seu terceiro álbum intitulado "Self Control", versão do italiano Raf, cujo vídeo, dirigido por William Friedkin, foi inicialmente banido da MTV por ser muito "sexualmente sugestivo". Além de "Self Control" o álbum teve outros singles de sucesso como "The Lucky One" e "Ti Amo", nova versão de um sucesso de Tozzi. Foi o álbum mais vendido de Laura Branigan. No mesmo ano gravou a canção "Hot Night" para a banda sonora do filme "Ghostbusters" ("Os Caça-Fantasmas") e participou da série Automan no episódio "Murder MTV". Ainda em 1984 gravou a canção "Sharp-Shooter", para o filme "Body Rock".
1985 é o ano do álbum "Hold Me", o seu quarto álbum de estúdio. Este álbum trouxe grandes sucessos como "Spanish Eddie", "I Found Someone" (dois anos depois regravada por Cher) e "Maybe Tonight". Trouxe também sucessos moderados como "Forever Young" (regravação de um sucesso do grupo Alphaville) e "Tenderness". Neste mesmo ano Laura Branigan atua no seu primeiro papel de protagonista, no filme Mugsy's Girls, também conhecido como Delta Pi. No filme Laura interpreta "Monica", e contracena com Ruth Gordon.
Em 1987 foi lançado o quinto álbum, "Touch", que incluía o tema "Shattered Glass" produzido por Stock-Aitken & Waterman. Esse disco teve como grande sucesso a canção "The Power of Love", regravação da canção de Jennifer Rush que havia feito algum sucesso dois anos antes. Porém, na versão de Branigan o "The" foi omitido do título, ficando apenas "Power of Love". O álbum teve também sucessos moderados como "Cry Wolf" e "Spirit of Love".
No ano de 1988 Laura Branigan protagoniza o seu segundo filme chamado Backstage. No filme seu personagem é "Kate Lawrence" uma estrela pop americana. No mesmo ano gravou o dueto "Come Into My Life" com Joe Esposito, para a banda sonora de Um príncipe em Nova York; e também "Your Love" para o filme Salsa - O Filme Quente.
Em 1990 lançou o seu sexto álbum de estúdio como o nome de "Laura Branigan (álbum)". O álbum teve grande repercussão, e trouxe sucessos como "Moonlight On Water" e "Never In A Million Years". Músicas que não foram singles oficiais também ganharam popularidade como é o caso da balada romântica "No Promise, No Guarantee" e as dançáveis "Turn The Beat Around" e "Reverse Psychology".
Em 1991 atuou na série Monsters no episódio "A Face fo Radio", onde interpretou a personagem "Amanda Smith-Jones".
Em 1993 foi o ano de "Over My Heart", o sétimo álbum de estúdio da cantora. Este porém, não foi muito bem aceite pela crítica, talvez pelo facto de ser um álbum mais independente e pessoal de Laura Branigan. Mas mesmo assim teve como grande sucesso a canção "Over You", e sucessos moderados como "Didn't We Almost Win It All" e "It's Been Hard Enough Getting Over You".
Em 1995 lançou "Dim All the Lights", regravação da canção de Donna Summer, que seria seu último single, para a sua primeira coletânea oficial chamada "The Best of Branigan" a coletânea trouxe também a regravação de "Show Me Heaven". Neste mesmo ano Laura Branigan se afastou definitivamente da indústria musical para cuidar do marido, a quem havia sido diagnosticado cancro.
Em 2002 interpretou Janis Joplin na peça Love, Janis, sendo alternante da cantora Amy Jo Johnson. A peça musical, que ganhou notoriedade como um tributo à cantora Janis Joplin, foi exibida no circuito teatral fora da Broadway. Ainda nesse ano, "Self Control" foi incluída no popular jogo eletrónico Grand Theft Auto: Vice City.
Em 2004, ano de sua morte, foi lançado o álbum "Remember Me: The Last Recordings" que contém algumas faixas inéditas gravadas por Branigan e novos vocais para "Gloria" e "Self Control". O álbum teve quatro singles "The Challenge", "The Winner Takes It All" (regravação do grupo ABBA), "Gloria 2004" e "Self Control 2004".
Em 2006 o seu maior hit "Gloria" foi incluído na trilha sonora do popular jogo eletrónico Grand Theft Auto: Vice City Stories
Em 2007 o seu hit "How Am I Supposed to Live Without You" apareceu na série Todo Mundo Odeia o Chris, no episódio "Everybody Hates the Bachelor Pad". E no mesmo ano o hit "Self Control" tocou na série Arquivo Morto no episódio "Shuffle, Ball Change".
   
  

Brian Jones morreu há 51 anos


Lewis Brian Hopkin Jones (Cheltenham, Gloucestershire, 28 de fevereiro de 1942 - Essex, 3 de julho de 1969) foi um músico inglês e membro-fundador da banda The Rolling Stones.
Filho de um engenheiro da marinha inglesa, Lewis Jones, com uma dona de casa, Brian era conhecido pela sua versatilidade musical, tocando vários instrumentos diferentes, ainda que se tenha notabilizado como guitarrista da banda. Músico de origem clássica (Brian aprendeu a tocar com a sua mãe, que dava aulas de piano numa Igreja próxima) era inicialmente o único músico da banda capaz de ler e escrever partituras.
Durante o seu período nos Rolling Stones ele manteve uma inventividade que gerou o Rolling Stones Rock'n Roll Circus, entre outros. Costumava usar roupas extravagantes, além de um estilo de vida baseado no "sexo, drogas e rock'n roll".
Apesar da fama e fortuna originada pelo sucesso da banda, Brian acabou por ceder ao uso desregrado de drogas, o que lhe valeu a saída do grupo, em 8 de junho de 1969. Menos de um mês depois, no dia 3 de julho, Brian foi encontrado afogado na piscina de sua casa, Cotchford Farm, em Sussex, antiga casa do escritor A. A. Milne, criador do Ursinho Pooh, que o músico adorava. Desde a sua morte, tida oficialmente como acidental, muitas dúvidas e livros encheram os media, alimentando muitas teorias conspiratorias.
Apesar dos poucos anos de vida é considerado um dos mentores do estilo adotado pela banda. Deixou um grande número de fãs que praticam um culto da sua imagem e contribuição musical até os dias de hoje.
Na primavera de 1962, Jones convidou Jagger e Richards para formar uma banda, que se chamaria The Rolling Stones, inspirado numa citação de uma canção de Muddy Waters (Rollin' Stone) que dizia: "… pedras rolantes não criam musgo…", e cujo nome foi utilizado oficialmente, pela primeira vez, na sua apresentação no Marquee Club de Londres, em 12 de julho de 1962.
Embora não tivesse a mesma facilidade de Keith e Jagger para compor músicas, ele era um grande instrumentista, sendo, com George Harrison, um dos primeiros músicos de rock a introduzir a cítara em suas músicas. Tocava gaita tão bem quanto guitarra, assim como vários outros instrumentos, sendo responsável por várias contribuições marcantes em músicas dos Stones, como a harpa em "You got the Silver", saxofone em "Dandelion", acordeão em Back Street Girl, entre outras. Fez os slides de guitarra na versão dos Stones de "I wanna be your man", em "I'm king bee" e outros. Também tocou o saxfone na música dos Beatles, "You Know My Name (Look Up the Number)", em 8 de junho de 1967. Ainda em 1967, ele compôs a banda sonora do filme A Degree Of Murder, no qual Anita Pallenberg, (a sua namorada na época) atuou como protagonista.
Foi afastado da banda em 1969, por causa de sua dependência de drogas, sendo substituído por Mick Taylor. O seu último álbum feito com os Stones foi Let it Bleed, e ele tocou apenas em algumas músicas.
   
  

Romé de l'Isle, o criador da moderna cristalografia, morreu há 230 anos

   Estátua de Jean-Baptiste Romé de l'Isle em sua cidade natal, Gray (Haute-Saône)
    
Jean-Baptiste Louis Romé de l'Isle (Gray, 26 de agosto de 1736 - Paris, 3 de julho de 1790) foi um mineralogista francês.
É considerado o criador da moderna cristalografia. Formulou a lei de constância dos ângulos interfaciais, no seu Tratado sobre Cristalografia (1772), baseado nas observações do geólogo Nicolaus Steno.
Em 1775 foi eleito membro estrangeiro da Academia Real das Ciências da Suécia.

Kafka nasceu há 137 anos

   
Franz Kafka (Praga, 3 de julho de 1883 - Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção do século XX. Kafka era de origem judaica, nasceu em Praga, Áustria-Hungria (atual República Checa), e escrevia em língua alemã. O conjunto de seus textos - na maioria incompletos e publicados postumamente - situa-se entre os mais influentes da literatura ocidental.
Em obras como a novela A Metamorfose (1915) e romances como O Processo (1925) e O Castelo (1926), retratam indivíduos preocupados com um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.
   

João Rasteiro faz hoje 55 anos

   
João Rasteiro (Ameal, Coimbra, 1965) é um poeta português e ensaísta. É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Universidade de Coimbra. Vive e trabalha actualmente em Coimbra, na Casa da Escrita, da Câmara Municipal Coimbra.
 
Biografia
Para além da sua escrita; essencialmente poesia, mas também alguma ficção e ensaio, traduziu para o português vários poemas da língua castelhana, de Harold Alvarado Tenorio a Miro Villar, Juan Armando Rojas Joo, Enrique Villagrasa, Juan Carlos García Hoyuelos e Antonio Colinas.
É Vogal de Direcção do Pen Clube Português e integra os Conselhos Editoriais das revistas DEVIR - Revista Ibero-americana de Cultura e “Folhas - letras & outros ofícios”.
Possui diversos poemas publicados em várias revistas e antologias em Portugal, Brasil, Moçambique, Itália, França, Colômbia, Honduras, Nicarágua,Finlândia, República Checa, Hungria, Chile, México, USA, e Espanha e vários poemas traduzidos para o espanhol, italiano, catalão, inglês, francês, holandês, checo, japonês, finlandês, húngaro, occitano e persa.
"Em João Rasteiro vamos encontrar uma poesia cujas principais referências e influências se vão encontrar em nomes como os dos poetas Herberto Helder, Fiama Hasse Pais Brandão ou Daniel Faria, mas também em nomes como os de Charles Bernstein ou Gertrude Stein. É uma poesia do corpo, físico e essencialmente do corpo da linguagem": (sic) ( Graça Capinha, Universidade de Coimbra).
Em 2005 integrou a antologia: “Cânticos da Fronteira/Cânticos de la Frontera (Trilce Ediciones - Junta de Castilha y León). Em 2007 fez parte do grupo de poetas convidados para o VI Encontro Internacional de Poetas de Coimbra, organizados pelo grupo de estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi também um dos poetas convidados para o III Festival Internacional de Poesia de Granada, Nicarágua. Em 2008 integrou a antologia "O Reverso do Olhar" - exposição Internacional de Surrealismo Actual. Em 2009 integrou a antologia: “Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua – antropologia de uma poética” (livro-DVD), organizada pelo poeta brasileiro Wilmar Silva e que engloba poéticas de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Goa,Macau e Galiza. Em 2009 integrou o livro de ensaios “O que é a poesia?”, organizado pelo brasileiro Edson Cruz. Em 2010 integrou a antologia "Poesia do Mundo VI", resultante dos VI[1] organizados pelo Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 2011 integrou o livro "Três Poetas Portugueses" [Editora RG, São Paulo), organizado pelo poeta Álvaro Alves de Faria. Em 2012 integrou a antologia de poesia portuguesa contemporânea "Corté la naranja en dos", (México, Ediciones Libera) com compilação e tradução de Fernando Reyes da Universidade Nacional Autónoma do México. Tem participado e diversos festivais literários (essencialmente de poesia), tanto em Portugal, como no estrangeiro. Em 2014, no âmbito dos XVII Encontros de Poetas Iberoamericanos (Salamanca), em que participou como poeta convidado, viu apresentado pelo poeta Antonio Colinas (com tradução de Alfredo Pérez Alencart e capa e imagens de Miguel Elias) no Centro de Estudos Brasileiros da USAL (Universidade de Salamanca) o seu livro “Salamanca ou a memória do Minotauro”. Em 2016, conjuntamente com Paulo José Miranda, foi poeta convidado a representar Portugal, no Festival de poesia VOIX VIVES, de Méditerranée en Méditerranée, em Sète, Languedoc, França.
Integra, desde a sua fundação, conjuntamente com Miguel Carvalho, Seixas Peixoto, Pedro Prata, Luiz Morgadinho e Rik Lina (Hol.), o "Cabo Mondego Section of the Portuguese Surrealism”, tendo participado na exposição “Surrealism in 2012” do Goggleworks Center for the Arts, Reading, EUA, com trabalhos individuais e colectivos, executados em parceria com os elementos do grupo.
Em 2009 e 2018 organizou antologias dedicadas à poesia portuguesa, respectivamente: "Poesia Portuguesa Hoje" (Arquitrave, Colômbia) e "Aquí, en Esta Babilonia" (Amargord, Espanha).
   
  
Com a morte, também o amor

Um dia, o excelso dilúvio do sangue
queimará a noite, também os livros
jazerão sós sob as túnicas de Istambul,
"com a morte, também o amor devia
acabar" – num único e violento segredo.

A melancolia esvoaçará dos orifícios
expiando a culpa, as criaturas cinzentas
comover-se-ão fartas pelo calor do tacto,
perecerão sozinhas - como a sua progénie.

E haverá a celebração dos precipícios
urdindo o beneplácito das heras, pois a flor
é um corpo excessivamente fresco e mortal,
o sangue, na primavera, é mais vermelho
que o barro nu – a terra é um lírio dobrado.

Porque amor e morte têm existência própria
convertem-se, mas os seus monstros subsistem
e subsistirão recolhidos à agonia do tempo
amando-se pelo ventre - até ao fim do mundo.

 

in Tríptico da Súplica (2011) - João Rasteiro

Jim Morrison morreu há 49 anos

   
James "Jim" Douglas Morrison (Melbourne, Flórida, 8 de dezembro de 1943 - Paris, 3 de julho de 1971) foi um cantor, compositor e poeta norte-americano, mais conhecido como o vocalista da banda de rock The Doors. Foi o autor da maior parte das letras da banda. Após aumento explosivo da fama dos The Doors em 1967, Morrison desenvolveu uma grave dependência de álcool que, juntamente com o consumo de drogas, culminou na sua morte, com 27 anos de idade, em Paris. Alguns dizem que veio a falecer devido a uma overdose de heroína, mas como não foi realizada autópsia, a causa exata de sua morte ainda é contestada.
Morrison era conhecido por muitas vezes dizer as suas Spoken word e poesias improvisadas enquanto a banda tocava ao vivo. Devido às suas performances e à sua personalidade selvagem, ele é considerado por críticos e fãs como um dos vocalistas mais icónicos, carismático e pioneiro do rock da história da música. Morrison foi classificado na 47° posição na lista da revista Rolling Stone dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos ", e em 22° lugar na lista da revista Classic Rock dos "50 maiores cantores de rock".
   
    
  

Mark Sandman, vocalista dos Morphine, morreu há vinte e um anos

                                               
Mark Sandman (Newton, 24 de setembro de 1952 - Palestrina, 3 de julho de 1999) foi um músico dos Estados Unidos. Fundou a banda de blues Treat Her Right, que lançou três discos: Treat Her Right (1986), Tied To The Tracks (1989) e What's Good For You (1991).
Inovou ao criar a banda Morphine, que fazia uma fusão vitoriosa de rock e jazz. Formada apenas por baixo, sax e bateria, além da intervenção eventual de alguns outros instrumentos, a música do grupo servia de base para que Sandman, com sua voz aveludada, cantasse as suas belas poesias.
Mark veio a falecer, em 1999, durante um show na Itália, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
   

quinta-feira, julho 02, 2020

Porque os outros se mascaram mas tu não...



Poesia adequada à data...

(imagem daqui)
 
Porque
 
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
 
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
 
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
 
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
 
  
Sophia de Mello Breyner Andresen

Oitenta e oito anos de saudade...

(imagem daqui)
     
Regulus
 
Não há sombra para nela abrigares
o olhar das estilhas da luz no amanhecer.
 
Nenhuma trama nasce dos teus passos
que o vento não apague, com o andar.
  
Sem passado, tens por céu um alvo
neutro como o horizonte. Não há intenção
  
por detrás do sono dos teus passos,
posto que é tudo deserto à tua volta.
  
As cidades foram o lugar de uma morte espaçosa
enquanto a chama ia medrando no calor.
  
  
in As Esperas e outros poemas (1997) - Paulo Teixeira

Zélia Gattai nasceu há 104 anos

(imagem daqui)
   
Zélia Gattai Amado (São Paulo, 2 de julho de 1916 - Salvador, 17 de maio de 2008) foi uma escritora, fotógrafa e memorialista (como ela mesma preferia denominar-se) brasileira, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.
  
Início
Filha dos imigrantes italianos, Angelina e Ernesto Gattai, é a mais nova de cinco irmãos. Nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, Consolação, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, no início do século XX. Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido na cidade de São Paulo, em 1942.
   
Jorge Amado e Zélia
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai conheceu-o em 1945, quando trabalharam juntos num movimento pela amnistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando, à máquina, os seus originais e auxiliando-o no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris durante três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registo, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.
   
Escritora
Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. A sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus, foi adaptado para mini-série pela Rede Globo e Um chapéu para viagem foi adaptado para o teatro.
   
Homenagens
Baiana por merecimento, Zélia Gattai recebeu em 1984 o título de cidadã da Cidade do Salvador.
Na França, recebeu o título de cidadã de honra da comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).
A prefeitura de Taperoá, no estado da Bahia, homenageou Zélia Gattai dando o nome da escritora à sua Fundação de Cultura e Turismo, em 2001.
Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, que teve Machado de Assis como primeiro ocupante e José de Alencar como patrono. No mesmo ano, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras. Em 2002, tomou posse nas três. É mãe de Luís Carlos, Paloma e João Jorge. É amiga de personalidades e gente simples. No lançamento do livro Jorge Amado: um baiano romântico e sensual, em 2002, numa livraria de Salvador, estavam pessoas como António Carlos Magalhães, Sossó, Calasans Neto, Auta Rosa, Bruna Lima, Antonio Imbassahy e James Amado, entre outros.
Ao lançar seu primeiro livro, Anarquistas graças a Deus, Zélia Gattai recebeu o Prémio Paulista de Revelação Literária de 1979. No ano seguinte, recebeu o Prémio da Associação de Imprensa, o Prémio McKeen e o Troféu Dante Alighieri. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia concedeu-lhe a Medalha Castro Alves, em 1987. Em 1988, recebeu o Troféu Avon, como destaque da área cultural e o Prémio Destaque do Ano de 1988, pelo livro Jardim de inverno. O livro de memórias Chão de meninos recebeu o Prémio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, em 1994.
   

El-Rei D. Manuel II faleceu há 88 anos...

   
D. Manuel II de Portugal (nome completo: Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Saboia e Saxe-Coburgo-Gotha) (15 de novembro de 18892 de julho de 1932) foi o trigésimo-quinto e último Rei de Portugal. D. Manuel II sucedeu ao seu pai, o Rei D. Carlos I, depois do assassinato deste e do seu irmão mais velho, o Príncipe Real D. Luís Filipe, a 1 de fevereiro de 1908. Antes da sua ascensão ao trono, D. Manuel foi duque de Beja e Infante de Portugal.
(...)
Morte
Faleceu inesperadamente na sua residência, a 2 de julho de 1932, sufocado por um edema da glote. O governo português, chefiado por António de Oliveira Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando o funeral com honras de Estado. Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de agosto, sendo sepultados no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
   
Balanço
Passou à história com os cognomes O Patriota, pela preocupação que os assuntos pátrios sempre lhe causaram; O Desventurado, em virtude da Revolução que lhe retirou a coroa; O Estudioso ou o Bibliófilo (devido ao seu amor pelos livros antigos e pela literatura portuguesa). Os monárquicos chamavam-lhe O Rei-Saudade, pela saudade que lhes deixou, após a abolição da monarquia.
   
(imagem daqui)