terça-feira, fevereiro 18, 2014

A Batalha de Almoster foi há 180 anos

(imagem daqui)

A Batalha de Almoster (por vezes também referida como Batalha de Santa Maria ou da Ponte de Santa Maria) foi travada em 18 de fevereiro de 1834, saldando-se por uma vitória das tropas liberais, comandadas pelo Marechal Saldanha, sobre as chamadas tropas absolutistas, ou legitimistas, comandadas pelo General Lemos.
Pela vitória nesta batalha o Marechal Saldanha, então Conde de Saldanha, recebeu os títulos de Marquês de Saldanha e Conde de Almoster, este último reservado aos herdeiros da Casa de Saldanha. Com a posterior elevação a Ducado os herdeiros da Casa de Saldanha passaram a usar o título de Marquês de Saldanha.

História
Santarém era o fulcro da guerra civil, mas o domínio da facção miguelista não existia apenas nesta cidade. Com efeito, apesar de várias vitórias liberais, no Norte as províncias de Trás-os-Montes, Minho e Beira Alta estavam ainda em poder de D. Miguel, que contava além disso com um vasto número de milícias que lhe eram fiéis no sul do País.
Foi então que Saldanha, comandante das forças liberais, estabeleceu o plano de, sem deixar de manter o cerco a Santarém, atacar com uma parte das suas tropas as cidades de Leiria e Coimbra, o que teria por efeito isolar os miguelistas que resistiam na capital ribatejana. As tropas de Saldanha fizeram a sua junção, em Rio Maior, com as que ele mandara ir de Lisboa e, em 16 de janeiro de 1834, foi lançado, por dois lados, o ataque a Leiria. Vendo-se na iminência de ficar com a retirada cortada, os miguelistas abandonaram sem demora o Castelo de Leiria e tentaram refugiar-se em Coimbra. Seguidamente, nos primeiros dias de fevereiro, o General Póvoas, comandante das tropas miguelistas, pôs em execução um plano para atacar os liberais que ocupavam Pernes e os que cercavam Santarém.
Prevendo a possibilidade de tal tentativa, Saldanha tomou as precauções necessárias, fazendo com que o plano se gorasse. Póvoas estabeleceu então novo projecto, que se baseava num ataque a Ponte de Asseca - em poder dos liberais - a fim de abrir caminho para Lisboa, onde deveria eclodir uma revolução miguelista. Dividindo-se em dois, no dia 18 de Fevereiro os miguelistas fizeram marchar as cerca de 4000 tropas do general Póvoas sobre Ponte de Asseca, embora sem efectuarem um ataque em larga escala que lhes permitisse conquistar posições. O seu objectivo era fazer uma manobra de diversão, para que fosse o General Lemos, que enquanto isso avançava com entre 4500 e 5000 homens em direcção a Almoster e Santa Maria, a romper as linhas dos liberais. Estes viam-se assim obrigados a estender a sua cortina defensiva, enfraquecendo-a. Contudo, os comandados de Saldanha tinham a seu favor o facto de o terreno por si ocupado ser extremamente difícil de conquistar, pois formava um desfiladeiro estreito, entre colinas cobertas de mato denso.
Embora Saldanha viesse mais tarde a ficar com a fama de ter compreendido desde logo os intuitos de Lemos, armando por isso uma cilada aos miguelistas, ao alegadamente permitir de forma deliberada que estes subissem o desfiladeiro uma vez passada a ponte de Santa Maria, tal teoria carece de qualquer fundamento tendo em conta os relatos da batalha de Luz Soriano e de outras crónicas coevas, tais como a do Barão de Saint Pardoux (A Guerra Civil em Portugal - 1833-1834). Segundo se depreende claramente da leitura de Luz Soriano, os liberais limitaram-se a seguir os movimentos dos miguelistas, respondendo-lhes apressadamente quando estes decidiram avançar, tendo Saldanha, mesmo nessa altura, dado mostras de grande indecisão.
Atacando então primeiro em campo aberto e, uma vez passada a ponte, pelo desfiladeiro acima (sempre debaixo de fogo inimigo), a infantaria miguelista foi conquistando terreno com grande bravura, mas à custa de pesadas baixas. Assim perderam a vida o General Santa Clara, quando carregava o inimigo, à frente das suas tropas, e o Brigadeiro Brassaget, que prontamente o substituiu na vanguarda, ao vê-lo cair. A sorte das armas manteve-se indecisa até ao momento em que, "por iniciativa própria", segundo Luz Soriano, o coronel Queirós vislumbrou a hipótese de atacar os miguelistas de flanco e, à frente dos Batalhões de Caçadores nº 2 e nº 12, cortou-lhes a retirada para a ponte de Santa Maria, ao passo que, com os Regimentos de Infantaria nº 3 e nº 6, o brigadeiro Brito lançava uma impetuosa carga à baioneta, ficando o nº1 de reserva. Quanto a Saldanha, comandava pessoalmente o Infantaria nº1 - o mesmo Regimento com que detivera, com notável mestria, mais de 20 anos antes, a célebre carga do Buçaco - e manteve-se sempre na retaguarda.
Só nessa altura os soldados de D. Miguel compreenderam a terrível situação em que se encontravam. Vendo a sua infantaria em riscos de ser dizimada, o General Lemos ainda fez avançar a cavalaria, mas o Brigadeiro Bacon, à cabeça dos experientes Lanceiros da Rainha (que, à semelhança do que acontecia em todo o exército liberal, contavam com um assinalável número de mercenários estrangeiros), gorou mais esse intento dos miguelistas. A derrota destes foi pesada, e as suas perdas excederam um milhar de homens. No entanto, a forma como retiraram foi, do ponto de vista militar, irrepreensível, o que evitou um número de baixas ainda maior. Do lado liberal houve também baixas de vulto a lamentar, tendo sido particularmente sentida a morte do Coronel Miranda.
Esta Batalha de Almoster significou, na opinião de muitos, o desmoronar das esperanças do irmão de D. Pedro IV de reconquistar Lisboa e, possivelmente, de vencer a guerra.

O grande poeta popular algarvio, António Aleixo, nasceu há 115 anos

Estátua de António Aleixo, em Loulé

António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 - Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um poeta popular português.

Biografia
Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social, sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
No emaranhado de uma vida cheia de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante, foi exercido em França.
De regresso ao seu país natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".
Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

Estilo
Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», António Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".
A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registar suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta no intuito de compor o primeiro volume de suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registo do próprio poeta tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.
Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia foram queimados, como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.

Reconhecimento
A partir da descoberta de Joaquim de Magalhães, o grande responsável por "passar a limpo" e registar a obra do poeta, António Aleixo passou a ser apreciado por inúmeras figuras da sociedade e do meio cultural algarvio. Também é digno de registo José Rosa Madeira, que o protegeu, divulgou e coleccionou os seus escritos, contribuindo no lançamento do primeiro livro, "Quando Começo a Cantar" (1943), editado pelo Círculo Cultural do Algarve.
A opinião pública aceitou a primeira obra de António Aleixo com bom agrado, tendo sido bem acolhida pela crítica. Com uma tiragem de cerca de 1.100 exemplares, o livro esgotou-se em poucos dias, o que proporcionou ao Poeta Aleixo uma pequena melhoria de vida, contudo ensombrada pela morte de uma filha sua, com tuberculose. Desta mesma doença viria o poeta a sofrer pelos tratamentos que a vida lhe foi impondo, tendo de ser internado no Hospital – Sanatório dos Covões, em Coimbra, a 28 de junho de 1943.
Em Coimbra começa uma nova era para o poeta que descobre novas amizades e deleita-se com novos admiradores, que reconhecem o seu talento, de destacar o Dr. Armando Gonçalves, o escritor Miguel Torga, e António Santos (Tóssan), artista plástico e autor da mais conhecida imagem do poeta algarvio, amigo do poeta que nunca o desamparou nas horas difíceis. Os seus últimos anos de vida foram passados ora no sanatório em Coimbra, ora no Algarve, em Loulé.
A 27 de maio de 1944 recebeu o grau de Oficial da Ordem do Mérito.

Homenagem e Consagração
Em homenagem ao poeta popular e à sua obra, muitos distritos portugueses atribuíram o seu nome a ruas e avenidas e até a diversas escolas, como:
  • O Liceu de Portimão passou a chamar-se Escola Secundária Poeta António Aleixo.
  • Em Coimbra - Na zona de Santa Clara e em Brasfemes.
  • Em Paço de Arcos, junto da Escola Náutica, também existe uma rua com o nome de António Aleixo.
  • Em Odivelas foi dado o nome do poeta a um largo.
  • Em Setúbal, o nome do poeta foi também atribuído a uma rua de um bairro da cidade, situado na zona do Centro Hospitalar.
  • Em Camarate, no Bairro São José
  • Em Albufeira, junto às praias no Algarve, e em muitas ruas espalhadas por esse Portugal fora e não só, pode-se ver e ouvir o nome do Poeta do Povo imortalizado em alguma placa.
  • Há alguns anos também passou a existir a «Fundação António Aleixo», com sede em Loulé e que já usufrui do Estatuto de Utilidade Pública, o que lhe permite atribuir bolsas de estudo aos mais carenciados, facto que deve ser encarado como bastante positivo.
  • O reconhecimento a este poeta tem-se repercutido noutros países de língua portuguesa, nos quais o nome de Aleixo foi imortalizado em instituições como, por exemplo, a Escola Poeta António Aleixo no Liceu Católico de São Paulo no Brasil.

Obra
António Fernandes Aleixo está hoje, bem enraizado e presente. As suas obras foram apresentadas na televisão, rádio e demais sistemas de informação, os seus versos incluídos em diversas antologias, o seu nome figura na história da literatura de língua portuguesa, é patrono de instituições e grupos político-culturais, existem medalhas cunhadas e monumentos erigidos em sua honra. Da sua autoria estão publicadas as seguintes obras:
  • Quando começou a cantar (1943);
  • Intencionais (1945);
  • Auto da vida e da morte (1948);
  • Auto do curandeiro (1949);
  • Auto do Ti Jaquim (1969) - incompleto;
  • Este livro que vos deixo (1969) - reunião de toda a obra do poeta;
  • Inéditos (1979) - tendo sido, estes quatro últimos, publicados postumamente.


Quando não tenhas à mão
Outro livro mais distinto,
Lê estes versos que são
Filhos das mágoas que sinto

Forçam-me, mesmo velhote,
De vez em quando, a beijar
A mão que brande o chicote
Que tanto me faz penar.

Porque o mundo me empurrou,
Caí na lama, e então
Tomei-lhe a cor, mas não sou
A lama que muitos são.

Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

Deixam-me sempre confuso
As tuas palavras boas,
Por não te ver fazer uso
Dessa moral que apregoas.

São parvos, não rias deles,
Deixa-os ser, que não são sós;
Às vezes rimos daqueles
Que valem mais do que nós.

À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia,
Não querem que acabe a guerra

Vós que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério.


Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a Razão mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão?

P'ra mentira ser segura
E atingir profundidade,
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.

Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

Enquanto o homem pensar
Que vale mais que outro homem,
São como os cães a ladrar,
Não deixam comer, nem comem.

Eu já não sei o que faça
P'ra juntar algum dinheiro;
Se se vendesse a desgraça
Já hoje eu era banqueiro.

A vida na grande terra
Corrompe a humanidade.
Entre a cidade e a serra
Prefiro a serra à cidade.

O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
- Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!

Eu já não sei o que faça
P'ra juntar algum dinheiro;
Se se vendesse a desgraça
Já hoje eu era banqueiro.

A vida na grande terra
Corrompe a humanidade.
Entre a cidade e a serra
Prefiro a serra à cidade.

O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
- Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!

Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.

Num arranco de loucura,
Filha desta confusão,
Vai todo o mundo à procura
Daquilo que tem à mão.

Vinho que vai para vinagre
Não retrocede o caminho;
Só por obra de milagre,
Pode de novo ser vinho.

Entre leigos ou letrados,
Fala só de vez em quando,
Que nós, às vezes, calados,
Dizemos mais que falando.

Quando te vês mal, e dizes
Que preferias a morte,
Pensa que outros menos felizes
Invejam a tua sorte.

Mentiu com habilidade,
Fez quantas mentiras quis;
Agora fala verdade
Ninguém crê no que ele diz.

Vemos gente bem vestida,
No aspecto desassombrada;
São tudo ilusões da vida,
Tudo é miséria dourada.

Tem a música o poder
De tornar o homem feliz;
Nem há quem saiba dizer
Tanto quanto ela nos diz.

Quando os homens se convençam
Que a força nada faz,
Serão felizes os que pensam
Num mundo de amor e paz.

Gosto do preto no branco,
Como costumam dizer:
Antes perder por ser franco
Que ganhar por não ser.

Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado:
Sou simplesmente o produto
Do meio em que fui criado.

Queremos ver sempre à distância
O que não está descoberto,
Sem ligarmos importância
Ao que está à vista e perto.

Porque será que nós temos
Na frente, aos montes, aos molhos,
Tantas coisas que não vemos
Nem mesmo perto dos olhos?

Há pessoas muito altas
De nome ilustrado e sério,
Porque o oiro tapa as faltas
Da moral e do critério.

Quantas sedas aí vão,
Quantos colarinhos,
São pedacinhos de pão
Roubados aos pobrezinhos!

Julgam-me mui sabedor;
E é tão grande o meu saber
Que desconheço o valor
Das quadras que sei fazer.

Peço às altas competências
Perdão, porque mal sei ler,
P’ra aquelas deficiências
Que os meus versos possam ter.

Quem nada tem, nada come;
E ao pé de quem tem de comer,
Se alguém disser que tem fome,
Comete um crime, sem querer.

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito.

Nada direi, mas, enfim,
Vou ter a grande alegria
De a Arte dizer por mim
Tudo quanto eu vos diria.

Nos versos que se improvisem,
Os poetas sabem ler,
Para além do que eles dizem,
Tudo o que querem dizer.

Falemos sinceramente,
Como p'ra nós mesmos, a sós;
Lá longe de toda a gente,
Do mundo, e até de nós.

Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
são assim todos os dias.

Mentiu com habilidade,
Fez quantas mentiras quis;
Agora fala verdade,
Ninguém crê no que ele diz.

São parvos, não rias deles,
Deixa-os ser, que não são sós;
Às vezes rimos daqueles
Que valem mais do que nós.

Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.

Quando os Homens se convençam
Que à força nada se faz,
Serão f'lizes os que pensam
Num mundo de amor e paz.

A arte em nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente.

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre,
Vai correr por outro lado.

Embora os meus olhos sejam
Os mais pequenos do mundo,
O que importa é que eles vejam
O que os Homens são no fundo.

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério.!

Ser criada de um ricaço,
Desses que temos a rodos,
É dar o primeiro passo
P'ra ser criada de todos.

Este livro que vos deixo
E que a minha alma ditou,
Vos dirá como o Aleixo
Viveu, sentiu e pensou.

 

in Este livro que vos deixo (1969) - António Aleixo

Música para geopedrados...



Utopia - Dulce Pontes
Letra e música: Zeca Afonso

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

Regina Spektor - 34 anos

Regina Spektor (Moscovo, 18 de Fevereiro de 1980), é uma cantora, compositora e pianista russa radicada nos Estados Unidos. A sua música está ligada ao meio antifolk de Nova Iorque, localizado no East Village.

Biografia
Regina Spektor nasceu em Moscovo, ainda na extinta União Soviética, numa família de músicos: o seu pai, um fotógrafo, era também um violinista amador, e a sua mãe era uma professora da Universidade de Música Russa (agora ela leciona música numa escola pública em Mount Vernon, Nova Iorque).
Regina aprendeu a tocar piano praticando num piano Petrof que a sua mãe tinha herdado do seu avô. Ela também conviveu com a música de bandas de rock como The Beatles, Queen, e The Moody Blues graças a seu pai, que trouxe cassetes para a União Soviética. A família deixou o país em 1989, quando Regina tinha nove anos, durante o período da Perestroika, quando era permitido que os cidadãos judeus emigrassem. Nessa ocasião, Regina teve que deixar o seu piano para trás. A importância dos estudos de piano fez com que seus pais pensassem duas vezes antes de sair do país, mas, por razões políticas e religiosas. decidiram fazê-lo.
Viajando primeiro para a Áustria e depois para a Itália, a sua família se estabeleceu no Bronx, em Nova Iorque, onde Regina se formou na SAR Academy, uma escola yeshiva de nível médio. Ela então, estudou dois anos na Frisch School e outros dois na Fair Lawn High School, onde terminou os seus estudos.
Regina no começo interessava-se apenas por música clássica, mas depois passou a se interessar também por hip hop, rock, e punk.

Início de carreira
Em Nova Iorque, Regina estudou piano clássico até aos 17 anos com Sonia Vargas - a qual seu pai conheceu por meio do violinista Samuel Marder, marido de Vargas - uma professora da Escola de Música de Manhattan, onde foi declarada superdotada. Apesar de sua família não ter podido trazer o seu piano da Rússia, Regina achou um piano na cave da sua Sinagoga, e também praticava em cima da mesa e outras superfícies.
Regina fazia sempre músicas em casa, mas passou a se interessar por um estilo mais formal de compor as suas músicas durante a sua visita a Israel pelo Instituto Nesiya na adolescência, quando atraiu a atenção de outras crianças na viagem, devido às músicas que fez enquanto estava caminhando. Foi então que ela se deu conta de que tinha aptidão para compor músicas.
Depois dessa viagem ela viu o trabalho de Joni Mitchell, Ani DiFranco e outros cantores-compositores, que encorajaram a sua crença de que poderia fazer as suas próprias músicas. Ela escreveu as suas primeiras músicas a cappella por volta dos dezasseis anos, e as suas primeiras músicas com voz e piano com quase dezoito.
Regina completou o programa de Composição de Estúdio de quatro anos do Conservatório de Música no Colégio Purchase em apenas três anos, recebendo o grau académico, com honras, em 2001. Nessa mesma época, ela trabalhou por pouco tempo numa quinta de criação de borboletas em Luck, Wisconsin, e estudou em Tottenham, Inglaterra, durante um semestre.
Ela gradualmente ganhou reconhecimento através de suas performances no cenário do antifolk na cidade de Nova Iorque, mais especificamente no East Village's Sidewalk Cafe, e também no Living Room, Tonic, Fez, o Knitting Factory e a Galeria CB. Ela vendeu CD's produzidos independentemente, nas suas performances durante esse período: 11:11 (2001) e Songs (2002).

Estilo
Regina disse que já criou mais de 700 músicas, mas raramente as escreve. Ela também nunca aspirou a escrever as músicas por si mesma, mas as músicas parecem apenas fluir por ela. As sua músicas normalmente não são autobiográficas, mas sim baseadas em cenários e personagens criados em sua imaginação. As suas músicas mostram influências que incluem folk, punk, rock, judaica, russa, hip hop, jazz, e música clássica. O seu estilo é comparável ao de Tori Amos e Fiona Apple, e o seu estilo vocal ao de Björk. Regina diz que ela trabalha imenso para assegurar que cada música tenha um estilo musical próprio, ao mesmo tempo em que tenta desenvolver um estilo distinto para a sua música como um todo.
Regina possui um amplo alcance vocal e usa toda a extensão de sua voz. Ela também explora a variedade de diferentes e algo heterodoxas técnicas vocais, como versos contendo apenas barulhos e zunidos feitos por seus lábios, além de usar beatbox no meio das suas músicas. Também faz uso de técnicas musicais muito pouco utilizadas, como baquetes, batendo numa cadeira ou no próprio piano para fazer o ritmo. Parte de seu estilo resulta do exagero de certos aspectos de vocalização. Ela também usa um forte sotaque de Nova Iorque em algumas palavras, que, diz ela, é devido a seu amor por Nova Iorque e a sua cultura.
As suas letras são igualmente elétricas, geralmente tomando forma de narrativas abstratas ou estudo de personagens em primeira pessoa, similar a estórias curtas ou vignettes. Regina geralmente canta em inglês, embora algumas vezes inclui palavras ou versos em latim, russo, francês e outras línguas em suas músicas. Algumas das letras de Regina Spektor incluem alusões à literatura, como F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway em "Poor Little Rich Boy"; The Little Prince em "Baobabs", Virginia Woolf e Margaret Atwood em "Paris"; Ezra Pound e William Shakespeare em "Pound of Flesh"; Boris Pasternak em "Après Moi"; Sansão e Dalila em "Samson" e Oedipus o Rei em "Oedipus". Ela também usou um verso de "Califórnia", de Joni Mitchell, na sua música "The Devil Came to Bethlehem". Os temas mais usados nas letras de Regina Spektor incluem amor, morte, religião (particularmente referências bíblicas e judaicas), vida na cidade (particularmente referências a Nova Iorque), e certas palavras chave recorrem em várias músicas diferentes, como referências a coveiros (originalmente Gravediggers), a "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal" e o nome "Mary Ann". O uso de sátira é evidente em "Wasteside," que se refere ao clássico romance satírico dos autores soviéticos Ilya Ilf e Yevgeni Petrov, The Twelve Chairs, que descreve uma cidade em que cada pessoa nasceu, teve o seu cabelo cortado, e foi então mandada para o cemitério.
Nos seus primeiros álbuns, muitas das faixas tiveram uma produção com voz excessivamente seca, pouca reflexão acústica ou atraso (delay) adicionado. Entretanto, nos discos mais recentes, boa parte das faixas, particularmente em Begin to Hope, têm maior ênfase na produção da música e contaram com instrumentos tradicionais do pop e rock. Regina disse que as gravações que mais impacte nela tiveram foram as de "bandas cuja música era realmente engajada", especialmente falando de The Beatles, Bob Dylan, Billie Holiday, Radiohead, Tom Waits, e Frédéric Chopin como influências primárias.

Ao vivo
O primeiro tour nacional foi acompanhando a banda The Strokes, abrindo os seus shows no tour de 2003–2004 Room on Fire, ocasião em que ela e a banda gravaram a música "Modern Girls & Old Fashioned Men". A banda Kings of Leon também abria os shows dos The Strokes, e eles convidaram Regina para abrir os seus próprios shows num tour na Europa logo de seguida. Em junho de 2005, Regina abriu o show da banda inglesa Keane no seu tour norte americana do álbum Hopes and Fears, onde se apresentou no Radio City Music Hall, no dia 7 de junho de 2005. No seu tour em 2006, do álbum Begin to Hope, Regina apresentou-se em dois shows no Teatro Town Hall, em Nova Iorque, nos dias 27 e 28 de setembro.
Subsequentemente, ela apareceu no Late Night with Conan O'Brien(duas vezes), The Tonight Show with Jay Leno (duas vezes), Jimmy Kimmel Live, Last Call with Carson Daly (cinco vezes), Late Show with David Letterman, CBS News Sunday Morning, Good Morning America e Rove Live na Austrália. Desde janeiro de 2005, Regina apresenta-se com um piano Baldwin Baby Grand vermelho brilhante. Ela também toca uma guitarra, semi-acústica, Wildkat, da Epiphone.
Ainda que geralmente apresente apenas material próprio, Regina cantou os seus primeiros covers em 2005, músicas de Leonard Cohen e Madonna para o 2º Festival Anual de Música e Herança Judaica na 92nd Street Y em Nova Iorque. Em 2006 e 2007, Regina embarcou num tour pelos Estados Unidos e Europa, enchendo muitos clubes e teatros. Ela também fez um cover da música "Real Love" de John Lennon no Centro de Arte e Performance Purchase, no dia 28 de março de 2007, um show beneficente para o conservatório de Música. Também em 2007, Regina gravou "Real Love" para o CD Instant Karma: The Amnesty International Campaign to Save Darfur, que foi lançado em junho do mesmo ano. Em 2007, a música On The Radio foi tema do casal Dona Vilma e Delegado Silva, no capítulo final de "Malhação 2007". Ela também gravou uma nova música para a banda sonora do filme "Crónicas de Nárnia: Príncipe Caspian", chamada "The Call" e, em agosto de 2008, Fidelity foi adicionada à banda sonora da novela da Globo "A Favorita".
  

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Billie Joe Armstrong - 42 anos

Billie Joe Armstrong (Oakland, 17 de fevereiro de 1972) é o vocalista e guitarrista da banda americana Green Day. O seu pai, Andy, era motorista de camião e baterista de jazz nas horas vagas e a sua mãe chamava-se Ollie, era empregada de bar e fã de música country.
Ele é o mais jovem de seis irmãos (David, Allen, Marcy, Holly e Anna). Viveu com a sua família em Rodeo, Califórnia, nos Estados Unidos.
Em uma entrevista concedida, em agosto de 2009, para a revista americana Maxim, Billie revelou ter 1,70 m de altura, ter os olhos verdes e cabelos de cor castanho avermelhado, apesar de nunca ter sido visto com a cor original.


Pixinguinha morreu há 41 anos

Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 23 de abril de 1897 - Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
Era filho do músico Alfredo da Rocha Viana, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos. Pixinguinha aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Viana). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o rapaz, que começou a atuar, em 1912, em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.
Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves ou Mário Reis. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali. Na década de 1940 passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas das suas principais obras foram registadas em parceria com o líder do conjunto, mas é sabido que Benedito Lacerda não era o compositor mas pagava pelas parcerias.
Quando compôs "Carinhoso", entre 1916 e 1917 e "Lamentos" em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado, e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Além disso, "Carinhoso" na época não foi considerado choro, e sim uma polca. Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres".
No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro, uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente a 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.
Pixinguinha morreu na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, quando seria padrinho em uma cerimónia de batismo. Foi enterrado no Cemitério de Inhaúma.


Thelonious Monk morreu há 32 anos

Thelonious Monk foi um pianista único, e considerado um dos mais importantes músicos do jazz. Monk tinha um estilo único de improvisar e tocar. Era famoso por seus improvisos de poucas e boas notas. Preciso, fazia com duas ou três notas o que outros pianistas faziam com nove ou dez. Cada nota entrava perfeitamente no contexto da música, numa mistura melódica e rítmica. Somente notas necessárias e muito bem trabalhadas. Sentado ao piano, tocava-o encurvado, com uma má postura, além de seu dedilhado ruim, com os dedos rígidos, que ficavam perfeitamente eretos e batiam nas teclas tal qual uma baqueta faria em um tambor. Excêntrico, Thelonious não era muito bem visto pela crítica da época, porém gerava unanimidade entre os jazzistas, pois compunha melodias e criava ritmos nada usuais. Compôs vários temas que hoje são considerados standards, como "Epistrophy", "'Round Midnight", "Blue Monk", "Straight No Chaser" e "Well, You Needn't".
Apesar de ser lembrado como um dos fundadores do bebop, o seu estilo, com o passar do tempo, evoluiu para algo único, próprio, de composições com harmonias dissonantes e guinadas melódicas combinadas a linhas de percussão desenvolvidas com abruptos ataques ao piano e uso de silêncios e hesitações.


Música tradicional portuguesa para os nossos leitores...

O poeta romântico espanhol Gustavo Adolfo Bécquer nasceu há 178 anos

Gustavo Adolfo Claudio Domínguez Bastida (Sevilla, 17 de febrero de 1836 - Madrid, 22 de diciembre de 1870), más conocido como Gustavo Adolfo Bécquer, fue un poeta y narrador español, perteneciente al movimiento del Romanticismo. Por ser un romántico tardío, ha sido asociado igualmente con el movimiento posromántico. Aunque en vida ya alcanzó cierta fama, solo después de su muerte y tras la publicación del conjunto de sus escritos alcanzó el prestigio que hoy se le reconoce.
Su obra más célebre son las Rimas y Leyendas. Los poemas e historias incluidos en esta colección son esenciales para el estudio de la literatura hispana, sobre la que ejercieron posteriormente una gran influencia.


Amor eterno

Podrá nublarse el sol eternamente;
Podrá secarse en un instante el mar;
Podrá romperse el eje de la tierra
Como un débil cristal.
¡todo sucederá! Podrá la muerte
Cubrirme con su fúnebre crespón;
Pero jamás en mí podrá apagarse
La llama de tu amor.


Gustavo Adolfo Bécquer

Há 110 anos estreou no La Scala a ópera de Puccini Madame Butterfly

Cartaz de Madame Butterfly
(litografia de Adolfo Hohenstein, 1904)

Madame Butterfly é uma ópera em três atos (originalmente em dois atos) de Giacomo Puccini, com libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, baseado no drama de David Belasco, o qual por sua vez se baseia numa história escrita pelo advogado americano John Luther Long. Estreou no Teatro alla Scala (ou La Scala), de Milão, a 17 de fevereiro de 1904. É sobre um tenente da marinha que se apaixona por uma gueixa.
O trama da ópera recebeu, mais tarde, uma citação na peça teatral (depois adaptada para o cinema) M. Butterfly, de David Henry Hwang (1988), inspirada no relacionamento entre um diplomata francês, Bernard Boursicot, e um cantor da ópera de Pequim, Shi Pei Pu. O nome Butterfly faz a ligação entre as duas histórias.


O chefe índio a quem americanos e mexicanos chamavam Gerónimo morreu há 105 anos

Gerónimo, Goyaałé - traduzindo da língua apache, O Que Boceja; frequentemente soletrado Goyathlay em inglês (16 de junho de 1829Fort Sill, 17 de fevereiro de 1909) foi um líder indígena da América do Norte, comandando os apaches chiricahua que, durante muitos anos, guerrearam contra a imposição pelos brancos de reservas tribais aos povos indígenas dos Estados Unidos da América.
Gerónimo era guerreiro de Cochise e depois se opôs a ele quando dos acordos com os Estados Unidos. Tornou-se o mais famoso dos chamados "índios renegados". Resistiu heroicamente, mas se rendeu ao ter uma visão de um comboio passando pelas suas terras. Foi preso e passou 22 anos prisioneiro, até à data da sua morte.
 
Biografia
Goyaałé (Gerónimo) nasceu em Bedonkohe, próximo de Turkey Creek, atual Novo México (Estados Unidos), na época parte do México.
O pai de Gerónimo chamava-se Tablishim e Juana era o nome da mãe. Ele foi educado de acordo com a tradição Apache. Casou com uma mulher Chiricauhua e teve três filhos. Em 5 de março de 1851, uma companhia de 400 soldados de Sonora, liderados pelo Coronel José Maria Carrasco atacou o acampamento de Gerónimo. No ataque foram mortos a esposa de Gerónimo, Alope, os seus filhos e a mãe. O chefe da tribo, Mangas Coloradas, juntou-se à tribo de Cochise, que estava em guerra contra os mexicanos. Foi nessa época que se acredita ter Gerónimo ganhado a sua famosa alcunha, que seria uma referência dos mexicanos a São Jerónimo, depois de ele matar vários soldados com uma faca numa batalha.
Antes dos mexicanos, os apaches da região de Sonora lutaram contra os espanhóis em defesa de suas terras. Em 1835, o México estabeleceu recompensas pelos escalpos dos Apaches. Mangas Coloradas começou a liderar os ataques aos mexicanos, dois anos depois. Na sua luta com ele, Gerónimo agia como um líder militar, sem ser chefe da tribo. Ele casou novamente, com Chee-hash-kish e teve mais dois filhos, Chappo e Dohn-say. Teve uma segunda esposa, Nana-tha-thtith, e teve outro filho. Depois teria anda mais esposas: Zi-yeh,She-gha, Shtsha-she e Ih-tedda. Algumas foram capturadas, como Ih-tedda, que estava com Gerónimo quando ele se rendeu.
Entre 1858 e 1886, Gerónimo atacou tropas mexicanas e americanas, e escapou a diversas tentativas de captura. No final da sua carreira de guerreiro, o seu bando contava com apenas 38 homens, mulheres e crianças. O seu bando tinha sido uma das maiores forças de índios renegados, ou seja, aqueles que recusaram acordos com o governo americano. Gerónimo rendeu-se a 4 de setembro de 1886 às tropas do General Nelson A. Miles, em Skeleton Canyon, Arizona, colocando um fim ao episódio que hoje é chamado de Guerras Apaches.
Gerónimo e outros guerreiros foram mantidos presos em Fort Pickens, Flórida, e as suas famílias enviadas para o Fort Marion. Reuniram-se em 1887, quando foram transferidos para Mount Vernon Barracks, Alabama. Em 1894, mudaram para Fort Sill, Oklahoma. No fim da vida, Gerónimo tinha-se tornado uma celebridade, aparecendo em eventos populares, como a Feira Mundial de 1904 em St. Louis, vendendo souvenirs e fotografias dele mesmo. Em 1905 Gerónimo contou sua história a S. M. Barrett, Superintendente de Educação de Lawton, Oklahoma. Barrett apelou ao Presidente Roosevelt para publicar o livro.
Gerónimo nunca pode regressar à terra onde nasceu; morreu de pneumonia em Fort Sill, em 1909, e foi enterrado como prisioneiro de guerra.

Edward S. Curtis, Retrato de Gerónimo, 1905
Emblem of the 501st Parachute Infantry Regiment

Thanks to a 1939 movie about Geronimo, US paratroopers traditionally shout "Geronimo" to show they have no fear of jumping out of an airplane. Other Native American-based traditions were also adopted in WWII, such as "Mohawk" haircuts, face paint and spears on their unit patches.


domingo, fevereiro 16, 2014

Carlos Paredes nasceu há 89 anos

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pai, avô, e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilo coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação era do Fado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.

Biografia
Filho do famoso compositor e guitarrista, mestre Artur Paredes, neto e bisneto de guitarristas, Gonçalo Paredes e António Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa (de Coimbra, cuja afinação é diferente) aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas, a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai e do meu avô".
Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se, em 1949, funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública, na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas, na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP, "Guitarra Portuguesa".
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que, certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central, (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu a 23 de julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.


Gaspard de Coligny, o último grande líder dos huguenotes, nasceu há 495 anos

Gaspard de Châtillon, conde de Coligny, barão de Beaupont e Beauvoir, Montjuif, Roissiat, Chevignat e outros lugares, mais conhecido como Gaspard de Coligny (Châtillon-sur-Loing, 16 de fevereiro de 1519 - Paris, 24 de agosto de 1572) foi um almirante francês e líder huguenote.
Foi assassinado em Paris em 1572, durante o massacre da noite de São Bartolomeu, depois de ter sofrido um atentado, praticado por Maurevert, do qual saiu ferido, depois de uma visita ao Rei Carlos IX. Apesar de gozar de grande estima do rei, foi traído e assassinado por ordem do Duque de Guise (Henrique de Lorraine). O seu corpo foi defenestrado e depois decapitado. Foi um influente estadista e líder dos calvinistas franceses, os huguenotes.

E, no entanto, move-se... (ou Mais um deslizamento de terras significativo no concelho de Leiria)

Casa no concelho de Leiria em risco iminente de ruir

Uma casa está em risco de ruir a qualquer momento, em Cortes, concelho de Leiria, disse hoje a protecção civil municipal, que esteve a ajudar a família a retirar os bens da habitação, onde moravam quatro pessoas.

"A casa está em risco de ruir devido ao deslizamento de terras que a suportavam", afirmou à agência Lusa o comandante municipal da protecção civil, Artur Figueiredo, referindo que a situação foi sinalizada na sexta-feira, dia em que a família -- um casal e duas crianças -- deixou a casa.

Também a via defronte à habitação, de três pisos, foi interditada à circulação por decisão da protecção civil, dado ter ficado danificada devido ao deslizamento de terras.

"A família está, neste momento, a viver noutra casa que arrendou", adiantou Artur Figueiredo.

Hoje de manhã, além da protecção civil, estiveram no local bombeiros, GNR, Câmara de Leiria, Junta da União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, populares, vizinhos e familiares, que ajudaram a retirar mobiliário e electrodomésticos do interior da residência.

O proprietário da habitação, Fernando David, disse à agência Lusa que "os vidros já começaram a partir" e é "uma questão de meio dia ou um dia até a casa ruir".

"Já não consigo fechar a porta de entrada", declarou, adiantando que desde a semana passada a casa deslizou "seis a sete metros".

Segundo Fernando David, "a casa tem cinco anos, está bem construída e tem seguro contra tempestades e inundações".

"A seguradora fez uma peritagem e estamos à espera de uma solução que queremos rápida. Neste momento estamos a pagar duas casas, uma onde não podemos viver e outra que foi arrendada", acrescentou o proprietário.

Segundo informação da Câmara de Leiria disponibilizada ao Diário de Leiria, que avançou com a notícia, a habitação tem licença de construção com data de agosto de 2007, observando que o município implementou os "procedimentos legais de licenciamento para assegurar a segurança das edificações", pelo que é exigido sempre "os termos de responsabilidade aos autores dos projectos das especialidades, onde se incluem os projectos de engenharia de estruturas".

Por outro lado, a autarquia nota que o Regime Jurídico de Urbanização e Edificação "considera que os termos de responsabilidade dos projectistas na especialidade são garantia suficiente", situação que revoga "a análise prévia por parte dos municípios neste âmbito".

Para a Câmara, estão, assim, "todas as salvaguardas garantidas, uma vez que os projectistas estão abrangidos por seguros profissionais", manifestando "disponibilidade" para prestar apoio técnico na defesa dos direitos dos munícipes.

in Sol - ler notícia

Leiria: Vivenda desliza em encosta e deixa família sem lar

O mau tempo provocou o deslizamento de uma vivenda, construída numa encosta, na localidade de Lourais. Moradores estão a residir em casa de familiares.

Uma vivenda construída há cerca de seis anos numa encosta na Rua da Ribeira, na localidade de Lourais, Cortes, deslizou alguns metros devido ao mau tempo e a família teve de abandonar a casa por não estarem reunidas as condições de segurança.
Ao que o Diário de Leiria apurou, na passada sexta-feira técnicos da Câmara Municipal de Leiria e elementos da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes estiveram no local a avaliar o problema.


Casa que sofreu deslizamento, no GoogleMaps, em modo Street View, vista da estrada Leiria-Cortes

NOTA: este deslizamento rotacional (sugere-se a visita a este site, para saber mais) continua ativo e irá provocar a destruição da casa, se nos próximos dias tornar a chover - sugere-se a visita ao local (que já fizemos e que nos levará a colocar aqui, mais tarde, algumas fotos interessantes...), com algumas precauções - aqui fica a sua localização: