segunda-feira, março 16, 2020
O primeiro-ministro da Itália, Aldo Moro, foi raptado pelas Brigadas Vermelhas há 42 anos
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O poeta António Botto morreu há 61 anos
Já na minha alma se apagam
As alegrias que eu tive;
Só quem ama tem tristezas,
Mas quem não ama não vive.
Andam pétalas e folhas
Bailando no ar sombrio;
E as lágrimas, dos meus olhos,
Vão correndo ao desafio.
Em tudo vejo Saudades!
A terra parece morta.
- Ó vento que tudo levas,
Não venhas à minha porta!
E as minhas rosas vermelhas,
As rosas, no meu jardim,
Parecem, assim caídas,
Restos de um grande festim!
Meu coração desgraçado,
Bebe ainda mais licor!
- Que importa morrer amando,
Que importa morrer d'amor!
E vem ouvir bem-amado
Senhor que eu nunca mais vi:
- Morro mas levo comigo
Alguma cousa de ti.
in Canções (1921) - António Botto
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Marcadores: António Botto, homossexuais, modernismo, poesia
Natália Correia morreu há 27 anos
Decididamente a palavra
quer entrar no poema e dispõe
com caligráfica raiva
do que o poeta no poema põe.
Entretanto o poema subsiste
informal em teus olhos talvez
mas perdido se em precisa palavra
significas o que vês.
Virtualmente teus cabelos sabem
se espalhando avencas no travesseiro
que se eu digo prodigiosos cabelos
as insólitas flores que se abrem
não têm sua cor nem seu cheiro.
Finalmente vejo-te e sei que o mar
o pinheiro a nuvem valem a pena
e é assim que sem poetizar
se faz a si mesmo o poema.
in O Vinho e a Lira (1969) - Natália Correia
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Camilo Castelo Branco nasceu há 195 anos
Luís - O Bom
Quando El-Rei D. Luís for acolhido
Aos penetrais da escura eternidade,
Será pungente a funeral saudade
Que mais pondera e chora o bem perdido...
Não houve em seu reinado um só gemido
De guerra fratricida! A Majestade,
Passando o ceptro às mãos da Caridade,
Baixava ao lar sem pão, do desvalido.
Senhor! deram-te as letras ledos dias,
E as intimas, supremas alegrias
De quem trabalha - Eterna e santa lei!
Revives na saudade, alma serena!
Se a pátria em que reinaste era pequena,
Foras em maior reino um grande rei.
in NAS TREVAS - Sonetos sentimentais e humorísticos (1890) - Camilo Castelo Branco
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domingo, março 15, 2020
Poesia para celebrar a quarentena...
Com que voz
Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura prisão me sepultou,
que mor não seja a dor que me deixou
o tempo, de meu bem desenganado?
Mas chorar não se estima neste estado,
onde suspirar nunca aproveitou;
triste quero viver, pois se mudou
em tristeza a alegria do passado.
Assi a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão duro
que lastima o pé que o sofre e sente!
De tanto mal a causa é amor puro,
devido a quem de mi tenho ausente
por quem a vida, e bens dela, aventuro.
Luís Vaz de Camões
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Bukharin foi executado há 82 anos
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Marcadores: Bukharin, comunistas, Estaline, Grande Purga, PCUS, pena de morte, URSS
Gilberto Freyre nasceu há cento e vinte anos
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil
mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos Brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil
mãos sem anéis (que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus
sem Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
Mãos brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.
Gilberto Freyre
will.i.am - 45 anos!
William James Adams Junior, estilizado como will.i.am, ocasionalmente conhecido como Zuper Blahq (Los Angeles, 15 de março de 1975) é um rapper, compositor, cantor, ator, DJ e produtor musical norte-americano. will.i.am ganhou destaque na década de 1990 como membro do grupo de hip hop Black Eyed Peas, juntamente com apl.de.ap, Taboo e, mais tarde, a cantora Fergie. Como produtor musical, ele produziu outros artistas, incluindo Michael Jackson, Lady Gaga, Britney Spears, U2, Rihanna, Usher, Nicole Scherzinger, Justin Timberlake, Nicki Minaj, Cheryl Cole 2NE1, Daddy Yankee e Juanes.
in Wikipédia
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Acautelai-vos com os Idos de março - Júlio César foi assassinado há 2064 anos
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Marcadores: assassinato, idos de Março, Imperador, Império Romano, Júlio César
sábado, março 14, 2020
Giovanni Schiaparelli nasceu há 185 anos
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Marcadores: astronomia, Giovanni Schiaparelli, Itália, Marte, Percival Lowell
George Philipp Telemann nasceu há 339 anos
Johann Strauss Pai nasceu há 214 anos
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Marcadores: Áustria, Johann Strauss I, Marcha Radetzky, música, romantismo, valsa
Vítor Emanuel I, o primeiro Rei da Itália unificada, nasceu há dois séculos
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heróico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
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A ópera O Mikado foi apresentada pela primeira vez há 135 anos!
The Mikado; or, The Town of Titipu is a comic opera in two acts, with music by Arthur Sullivan and libretto by W. S. Gilbert, their ninth of fourteen operatic collaborations. It opened on 14 March 1885, in London, where it ran at the Savoy Theatre for 672 performances, which was the second longest run for any work of musical theatre and one of the longest runs of any theatre piece up to that time. Before the end of 1885, it was estimated that, in Europe and America, at least 150 companies were producing the opera. The Mikado remains the most frequently performed Savoy Opera, and it is especially popular with amateur and school productions. The work has been translated into numerous languages and is one of the most frequently played musical theatre pieces in history.
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Marcadores: Gilbert and Sullivan, música, O Mikado, Ópera, Savoy Theatre, The Mikado
A última Imperatriz da Áustria morreu há 31 anos
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Marcadores: Áustria-Hungria, Carlos I de Habsburgo, Imperatriz, Império Austro-Húngaro, Zita de Habsburgo
sexta-feira, março 13, 2020
Percival Lowell nasceu há 165 anos
Biografia
Percival Lowell nasceu no seio da distinta família Lowell de Boston. O seu irmão mais novo Abbott Lawrence Lowell foi presidente da Universidade de Harvard, e a sua irmã Amy Lowell era uma bem conhecida poeta e crítica.
Percival Lowell graduou-se na Universidade Harvard em 1876 com distinção em matemática, e viajou intensivamente através do Este americano antes de decidir estudar Marte e astronomia. Estava particularmente interessado nos supostos canais de Marte, como desenhados por Giovanni Schiaparelli, director do Observatório de Milão.
Em 1894 mudou-se para Flagstaff, no estado do Arizona. A uma altitude superior a 7000 pés, e com noites com pouca nebulosidade, era o sítio ideal para observações astronómicas. Nos 15 anos seguintes estudou intensivamente o planeta Marte, fazendo o desenho intricado das marcas da superfície enquanto as tentava perceber. Lowell publicou as suas observações em três livros: Mars (1895), Mars and its Canals (1906) e Mars as the Abode of Life (1908). Desse modo apresentava a opinião de que Marte teria tido formas de vida inteligente.
A maior contribuição de Lowell para estudos planetários surgiu durante os últimos oito anos da sua vida, os quais dedicou ao então chamado Planeta X, que era a designação para o planeta atrás de Netuno. A investigação prosseguiu durante alguns anos após a sua morte em Flagstaff, ocorrida em 1916; o novo planeta, chamado Plutão, foi descoberto por Clyde Tombaugh em 1930. O símbolo astrónomico do planeta é "PL" (♇), escolhido em parte para homenagear Lowell. Plutão é agora considerado um planeta anão.
Plutão | |
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Planeta anão | |
Fotografia de Plutão, obtida pela sonda New Horizons a 14 de julho de 2015, de uma distância de 450 mil quilómetros |
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Marcadores: astronomia, canais de Marte, Observatório Lowell, Percival Lowell, Plutão
César Cui morreu há 102 anos
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O Papa Francisco foi eleito há sete anos!
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Adam Clayton, o baixista dos U2, faz hoje sessenta anos!
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