O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Erros meus, má fortuna, amor ardente Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!
Na fonte está Lianor Mote Na fonte está Lianor Lavando a talha e chorando, Às amigas perguntando: - Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa. Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
As armas e os barões assinalados Que da ocidental praia lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo reino que tanto sublimaram
As armas e os barões assinalados Que da ocidental praia lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo rеino que tanto sublimaram
Problema é que agora já conhеço Todas as regras Do novo jogo
E Verdade verdadinha Já não é fácil Ser-se músico
São as mesmíssimas palavras Só os acentos É que mudaram
O agudo é esdrúxulo E o esdrúxulo Agora é grave
Ai, as palavras estão em crise E não é só pelo que elas querem dizer E não é só pelo que elas querem dizer
Ai, as palavras têm raízes E começam no som que eles estão a perder E começam no som que eles estão a perder
La larai laraio La larai laraio La larai laraio
Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular Arrocachula, arrocachula, arrocachula na espiral medular
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
Camões dirige-se aos seus contemporâneos Podereis roubar-me tudo: as ideias, as palavras, as imagens, e também as metáforas, os temas, os motivos, os símbolos, e a primazia nas dores sofridas de uma língua nova, no entendimento de outros, na coragem de combater, julgar, de penetrar em recessos de amor para que sois castrados. E podereis depois não me citar, suprimir-me, ignorar-me, aclamar até outros ladrões mais felizes. Não importa nada: que o castigo será terrível. Não só quando vossos netos não souberem já quem sois terão de me saber melhor ainda do que fingis que não sabeis, como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais, reverterá para o meu nome. E mesmo será meu, tido por meu, contado como meu, até mesmo aquele pouco e miserável que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito. Nada tereis, mas nada: nem os ossos, que um vosso esqueleto há-de ser buscado, para passar por meu. E para outros ladrões, iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
...diz o poeta esotérico Mário Saa, o único a conseguir calcular a data...! No seu fantástico livro As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de janeiro de 1524
(publicado em 1940) é o primeiro a fazer uma tentativa de calcular a
data de nascimento do eterno poeta, ele que já tinha sido o primeiro a
divulgar Fernando Pessoa (na também politicamente incorreta e invulgar obra anti-semita A Invasão dos Judeus, de
1925).
Como não há outras possibilidades para colocar a data de nascimento de Camões,
fixemos esta para celebrar os Poetas, os Portugueses e a Poesia...
O dia em que nasci moura e pereça
O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Não correu muito tempo que a vingança
Não visse Pedro das mortais feridas,
Que, em tomando do Reino a governança,
A tomou dos fugidos homicidas;
Do outro Pedro cruíssimo os alcança,
Que ambos, imigos das humanas vidas,
O concerto fizeram, duro e injusto,
Que com Lépido e António fez Augusto.
137
Este castigador foi reguroso
De latrocínios, mortes e adultérios;
Fazer nos maus cruezas, fero e iroso,
Eram os seus mais certos refrigérios.
As cidades guardando, justiçoso,
De todos os soberbos vitupérios,
Mais ladrões castigando, à morte deu,
Que o vagabundo Alcides ou Theseu.
Na fonte está Lianor Mote Na fonte está Lianor Lavando a talha e chorando, Às amigas perguntando: - Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa. Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Erros meus, má fortuna, amor ardente Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!
Camões dirige-se aos seus contemporâneos Podereis roubar-me tudo: as ideias, as palavras, as imagens, e também as metáforas, os temas, os motivos, os símbolos, e a primazia nas dores sofridas de uma língua nova, no entendimento de outros, na coragem de combater, julgar, de penetrar em recessos de amor para que sois castrados. E podereis depois não me citar, suprimir-me, ignorar-me, aclamar até outros ladrões mais felizes. Não importa nada: que o castigo será terrível. Não só quando vossos netos não souberem já quem sois terão de me saber melhor ainda do que fingis que não sabeis, como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais, reverterá para o meu nome. E mesmo será meu, tido por meu, contado como meu, até mesmo aquele pouco e miserável que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito. Nada tereis, mas nada: nem os ossos, que um vosso esqueleto há-de ser buscado, para passar por meu. E para outros ladrões, iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
...diz o poeta esotérico Mário Saa, o único a conseguir calcular a data...! No seu estranho livro As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de janeiro de 1524 (publicado em 1940) é o primeiro a fazer uma tentativa de calcular a data de nascimento do grande poeta, ele que já tinha sido o primeiro a divulgar Fernando Pessoa, na também politicamente incorreta e invulgar obra anti-semita A Invasão dos Judeus (de 1925). Curiosamente, um grupo de investigadores chegou à mesma conclusão de Mário Saa, embora não saiba se o referem no seu estudo.
Como não há outras possibilidades para data de nascimento de Camões, fixemos esta para celebrar os Poetas, os Portugueses e a Poesia...
Recordemos apenas que este monte de estrume que nos (des)governa há oito anos se esqueceu de preparar convenientemente a celebração do meio milénio do nascimento do nosso maior Poeta - no dia dez de março não se esqueçam de lhes ir agradecer.
O dia em que nasci moura e pereça
O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
Não correu muito tempo que a vingança
Não visse Pedro das mortais feridas,
Que, em tomando do Reino a governança,
A tomou dos fugidos homicidas;
Do outro Pedro cruíssimo os alcança,
Que ambos, imigos das humanas vidas,
O concerto fizeram, duro e injusto,
Que com Lépido e António fez Augusto.
137
Este castigador foi reguroso
De latrocínios, mortes e adultérios;
Fazer nos maus cruezas, fero e iroso,
Eram os seus mais certos refrigérios.
As cidades guardando, justiçoso,
De todos os soberbos vitupérios,
Mais ladrões castigando, à morte deu,
Que o vagabundo Alcides ou Theseu.
Na fonte está Lianor Mote Na fonte está Lianor Lavando a talha e chorando, Às amigas perguntando: - Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa. Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Erros meus, má fortuna, amor ardente Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!
Camões dirige-se aos seus contemporâneos Podereis roubar-me tudo: as ideias, as palavras, as imagens, e também as metáforas, os temas, os motivos, os símbolos, e a primazia nas dores sofridas de uma língua nova, no entendimento de outros, na coragem de combater, julgar, de penetrar em recessos de amor para que sois castrados. E podereis depois não me citar, suprimir-me, ignorar-me, aclamar até outros ladrões mais felizes. Não importa nada: que o castigo será terrível. Não só quando vossos netos não souberem já quem sois terão de me saber melhor ainda do que fingis que não sabeis, como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais, reverterá para o meu nome. E mesmo será meu, tido por meu, contado como meu, até mesmo aquele pouco e miserável que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito. Nada tereis, mas nada: nem os ossos, que um vosso esqueleto há-de ser buscado, para passar por meu. E para outros ladrões, iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
Não correu muito tempo que a vingança
Não visse Pedro das mortais feridas,
Que, em tomando do Reino a governança,
A tomou dos fugidos homicidas;
Do outro Pedro cruíssimo os alcança,
Que ambos, imigos das humanas vidas,
O concerto fizeram, duro e injusto,
Que com Lépido e António fez Augusto.
137
Este castigador foi reguroso
De latrocínios, mortes e adultérios;
Fazer nos maus cruezas, fero e iroso,
Eram os seus mais certos refrigérios.
As cidades guardando, justiçoso,
De todos os soberbos vitupérios,
Mais ladrões castigando, à morte deu,
Que o vagabundo Alcides ou Theseu.
Erros meus, má fortuna, amor ardente Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!