Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (
Lisboa,
Encarnação,
16 de março de
1825 -
Vila Nova de Famalicão,
São Miguel de Seide,
1 de junho de
1890) foi um escritor
português,
romancista,
cronista,
crítico,
dramaturgo,
historiador,
poeta e
tradutor. Foi ainda o
1.º Visconde de Correia Botelho,
título concedido pelo
Rei D. Luís.
Camilo Castelo Branco foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa.
Há quem diga que, em
1846, foi iniciado na
Maçonaria do Norte, o que é muito estranho ou algo contraditório, pois há indicações de que, pela mesma altura, na
Revolta da Maria da Fonte, lutava a favor dos
Miguelistas como "ajudante às ordens do general escocês
Reinaldo MacDonell", que criaram a
Ordem de São Miguel da Ala precisamente para combater a
Maçonaria. Do mesmo modo, muita da sua literatura demonstra defender os ideais
legitimistas e
conservadores ou
tradicionais, desaprovando os que lhe são contrários.
Teve uma vida atribulada, que lhe serviu muitas vezes de inspiração para as suas
novelas. Foi o primeiro escritor de
língua portuguesa
a viver exclusivamente dos seus escritos literários. Apesar de ter de
escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da
moda, conseguiu manter uma escrita muito original.
Dentro da sua vasta obra, também se encontra colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas como
O Panorama, a
Revista Universal Lisbonense,
A illustração luso-brasileira (1856-1859),
Archivo pittoresco (1857-1868),
Ribaltas e gambiarras (1881),
A illustração portugueza (1884-1890), e a título póstumo nas revistas
A semana de Lisboa (1893-1895),
Serões (1901-1911) e
Feira da Ladra (1929-1943).
Brasão de Armas do Visconde de Correia Botelho (daqui)
Luís - O Bom
Quando El-Rei D. Luís for acolhido
Aos penetrais da escura eternidade,
Será pungente a funeral saudade
Que mais pondera e chora o bem perdido...
Não houve em seu reinado um só gemido
De guerra fratricida! A Majestade,
Passando o ceptro às mãos da Caridade,
Baixava ao lar sem pão, do desvalido.
Senhor! deram-te as letras ledos dias,
E as intimas, supremas alegrias
De quem trabalha - Eterna e santa lei!
Revives na saudade, alma serena!
Se a pátria em que reinaste era pequena,
Foras em maior reino um grande rei.
in NAS TREVAS - Sonetos sentimentais e humorísticos (1890) - Camilo Castelo Branco