segunda-feira, abril 03, 2017

Murillo morreu há 335 anos

Autorretrato de Murillo

Bartolomé Esteban Perez Murillo (Sevilha, 31 de dezembro de 1618 - Cádiz, 3 de abril de 1682) foi um pintor barroco espanhol, talvez, o que melhor define o barroco espanhol. Nasceu em Sevilha, onde passou a maior parte da sua vida. O dia exacto do seu nascimento é-nos desconhecido, mas terá, provavelmente, nascido no(s) último(s) dia(s) do ano, já que foi batizado a 1 de janeiro de 1618, na Igreja da Madalena. Era costume na Idade Moderna, baptizar as crianças no dia seguinte ou somente alguns dias após o seu nascimento, como tal é normal que os especialistas façam tal afirmação.
O seu pai chamava-se Gaspar Esteban e era barbeiro. A sua mãe chamava-se Maria Pérez Murillo. Estes e Esteban Murillo integravam uma família muito numerosa, sendo Murillo o décimo-quarto filho do casal. Mesmo assim, a situação económica da família era bastante boa e, como tal, formavam uma família feliz.
Porém o seu pai morreu em 1627 e a sua mãe poucos meses mais tarde. Assim, Murillo ficou ao cuidado da sua irmã Ana, que era casada com um barbeiro de nome Juan Agustín de Lagares. As relações entre Murillo e o cunhado eram muito boas.
Murillo iniciou a sua aprendizagem artística com o seu (suposto) tio, Juan del Castillo. Del Castillo não era um artísta de primeira fila, mas, os seus trabalhos eram respeitados no ambiente artístico sevilhano.
Os primeiros quadros de Murillo eram muito influenciados pelo estilo do seu mestre, Del Castillo, como se pode apreciar no quadro A "Virgem do Rosário, com São Domingo".
Em 1645 recebeu a sua primeira encomenda importante: treze quadros para um claustro do Convento de São Francisco, em Sevilha. Nestas obras demonstrou uma notável influência de Van Dyck, Ticiano e Peter Paul Rubens. Foi também neste ano que Murillo casou, a 26 de fevereiro, com uma jovem sevilhana de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na famosa Igreja da Madalena. Durante os dezoito anos de duração do matrimónio tiveram uma ampla descendência: um total de nove filhos.
O êxito alcançado com as pinturas no claustro do Convento de São Francisco motivou o aumento do número de encomendas.
Porém, em 1649 a peste assolou Sevilha, tendo morrido quatro dos filhos de Esteban Murillo. Mesmo assim, as encomendas continuaram a bom ritmo.
Em 1658 Murillo mudou-se para Madrid, onde tomou contacto com a pintura flamenga e veneziana e, para além disso, conheceu Velázquez, Francisco de Zurbarán, Alonso Cano, entre outros artistas madrilenos. Mas, no final do mesmo ano, voltou para a sua cidade natal.
As encomendas continuaram e o reconhecimento aumentou. Tal contribuiu para que Murillo pudesse desfrutar de uma boa situação económica, complementada com as propriedades dele e da sua mulher e ainda com a existência de uma escrava.
O ano de 1660 foi de grande importância para o pintor, tendo fundado a Academia de Desenho de Sevilha, em parceria com Francisco de Herrera el Mozo. Três anos mais tarde, a sua mulher Beatriz faleceu, devido ao seu último parto.
Em 1665, teve início o seu período mais produtivo, ou seja, o período em que recebeu mais encomendas. Neste ano, a fama alcançada por Murillo estendeu-se por todo o país, chegando à corte madrilena, onde, segundo Palomino, o próprio rei Carlos II convidou-o a estabelecer-se em Madrid.
Em 1681 mudou-se para a paróquia de Santa Cruz, onde recebe a sua última encomenda: vários retábulos da igreja do Convento de Santa Catalina de Cádiz. Quando trabalhava nesta encomenda, sofreu uma grave queda, que resultou na sua morte, alguns meses mais tarde, já no ano de 1682.
Em sua honra, os populares fizeram um enorme funeral. Para se ter ideia da sua fama, o seu caixão foi carregado por dois marqueses e quatro cavaleiros. Na actualidade, Murillo continua a ser um pintor muito conhecido.


Jesse James morreu há 135 anos

Jesse Woodson James (Kearney, 5 de setembro de 1847Saint Joseph, Missouri, 3 de abril de 1882) foi um fora-da-lei, do Velho Oeste dos Estados Unidos, conhecido pelos seus roubos. Porém, Jesse nem sempre foi um fora-da-lei. Antes de entrar para o mundo do crime, ele e o seu irmão Frank eram agricultores.
É considerado por muitos historiadores como um dos melhores cowboys a utilizar uma arma. Alguns dizem que seu primeiro assassinato ocorreu com 14 anos de idade. Ao longo de sua vida Jesse teria matado pelo menos vinte pessoas.

(...) 

Com o seu bando depauperado por prisões, mortes e desistências, Jesse achou que só restavam dois homens em quem podia confiar: os irmãos Robert Ford e Charley Ford. Charley já conhecia Jesse, mas Bob era um recém-recrutado. Jesse levou os irmãos Ford para o acompanhar e à família. Houve rumores de que Jesse tinha tido um caso com a irmã dos Fords, Martha Bolton.Jesse não sabia que Bob Ford havia secretamente negociado com Thomas Theodore Crittenden, o governador do Missouri, para entregá-lo. Crittenden tinha como prioridade a captura dos irmãos James. Impedido pela lei de oferecer uma boa recompensa, ele conseguiu que a Estrada-de-Ferro oferecesse um prémio de $5.000 por cada um dos irmãos. O presidente Ulysses S. Grant também queria a prisão dos James.
Em 3 de abril de 1882, após tomarem o pequeno-almoço, os Fords e Jesse James faziam  preparativos para outro roubo e cuidavam dos cavalos. Jesse estava sem o casaco e as armas e foi dito que  removia o pó de um quadro, após ter subido a uma cadeira. Robert Ford aproveitou a oportunidade e disparou-lhe na cabeça. A lenda diz que Jesse James vinha tendo pensamentos suicidas e que no dia da sua morte deixou as armas, que nunca tirava da cintura, em cima da mesa, dando as costas aos Fords para tirar a poeira de um quadro, como quem sabe que vai ser traído, assim preferindo deixar que o matassem para não ter mais duas mortes na conta. Há relatos até de que Jesse viu pelo reflexo do quadro, quando apontaram a arma em sua direção.
O assassinato de Jesse James foi uma grande sensação nacional. Os irmãos  não se tentaram esconder após o feito. Robert Ford queria a recompensa. Uma multidão se dirigiu a casa de St. Joseph para ver o corpo do bandido, enquanto os irmãos Ford se rendiam às autoridades. Os irmãos Ford foram sentenciados à forca, mas, duas horas antes da execução, receberam o perdão do governador Crittenden.
As implicações da conspiração do chefe do executivo do Missouri para matar um cidadão, criaram novas lendas sobre Jesse James.
Os Fords receberam uma pequena parte da recompensa e fugiram do Missouri. Eles começaram uma viagem teatral pelo país, onde reencenaram a morte de Jesse James.
Charley Ford suicidou-se a 6 de maio de 1884 em Richmond, Missouri após ser acometido de tuberculose e tomar morfina. Robert Ford foi assassinado por um pistoleiro em Creede, Colorado, em 8 de junho de 1892. O assassino, Edward Capehart O'Kelley, foi sentenciado à prisão perpétua. A sentença de O'Kelley foi comutada, por causa da sua saúde, e ele foi solto a 3 de outubro de 1902.
A viúva de Jesse James morreu sozinha e pobre. O seu corpo foi enterrado em Kearney, Missouri e foi exumado em 1995 para um teste de DNA.
 
in Wikipédia
  

Johannes Brahms morreu há 120 anos

Johannes Brahms (Hamburgo, 7 de maio de 1833 - Viena, 3 de abril de 1897) foi um compositor alemão, uma das mais importantes figuras do romantismo musical europeu do século XIX.
Hans von Bülow faz referência de Brahms como um dos "três Bs da música", apelidando sua primeira sinfonia como décima, fazendo referência a sua sucessão a Beethoven.
No dia 7 de maio de 1833, em Hamburgo, nasceu Johannes Brahms. O seu pai, Johan Jacob, era contrabaixista e ganhava a vida tocando nos bares da cidade portuária. Rapidamente ele percebeu os dotes pouco comuns do filho e, quando este completou 7 anos, contratou o excelente professor Otto Cossel para dar-lhe aulas de piano. Aos 10 anos, fez o seu primeiro concerto público, interpretando Mozart e Beethoven. Também aos 10 anos, frequentava bares com o seu pai e tocava lá durante parte da noite.
Não tardou a receber um convite para tocar nas cervejarias da noite hamburguesa, ao lado do seu pai. Enquanto trabalhava como músico profissional, Johannes tinha aulas com Eduard Marxsen, regente da Filarmónica de Hamburgo e compositor. Foi Marxsen quem lhe deu as primeiras noções de composição, para sua grande alegria.
Na noite, Brahms conhece Eduard Reményi, violinista húngaro que havia se refugiado em Hamburgo. Combinam uma tournée pela Alemanha. Nesta viagem, Brahms acaba conhecendo Joseph Joachim (famoso violinista, que se tornaria um de seus maiores amigos), Liszt e também os Schumann.
Na sua casa em Düsseldorf, no ano de 1853, Robert e Clara Schumann receberam-no como um génio. Robert logo tratou de recomendar as obras de Brahms aos seus editores e escreveu um famoso artigo na Nova Gazeta Musical, intitulado Novos Caminhos, onde era chamado de "jovem águia" e de "Eleito". Quanto à Clara, existem muitas hipóteses de que os dois teriam tido um relacionamento amoroso, mas nenhuma prova - ambos destruíram cartas e outros documentos que poderiam afirmar isso.
Brahms ficou alguns anos perambulando entre as cidades da Alemanha, fixando-se em duas residências - a de Joachim em Hanôver e a de Schumann em Düsseldorf. Esta vida errante haveria de terminar em 1856, com a trágica morte de Schumann. Foi quando conseguiu o emprego de mestre de capela do pequeno principado de Lippe-Detmold.
Em 1860, comete um grande erro: assina, junto com Joachim e outros dois músicos, um manifesto contra a chamada escola neo-alemã, de Liszt e Wagner, e sua "música do futuro". Embora Brahms nunca fosse afeito a polémicas, acabou entrando nesta, o que lhe valeu ser apelidado de reacionário, derrubada apenas no nosso século pelo famoso ensaio de Schoenberg: Brahms, o Progressista.
Três anos mais tarde, resolve morar em Viena. O seu primeiro emprego na capital austríaca foi como diretor da Singakademie, onde regia o coro e elaborava os programas. Apesar do relativo sucesso que obteve, pediu demissão em apenas um ano, para poder dedicar-se à composição. A partir daí, sempre conseguiu sustentar-se apenas com a edição das suas obras e com os seus concertos e recitais.
Em Viena, conseguiu o apoio e admiração do importante crítico Eduard Hanslick, mas isso não era suficiente para garantir-lhe fama. Foi só a partir da estreia do Requiem Alemão, em 1868, que Brahms começou a ser reconhecido como grande compositor. O reflexo disso é que, em 1872, foi convidado para dirigir a Sociedade dos Amigos da Música, a mais célebre instituição musical vienense. Ficaria lá até 1875.
Em 1876, um facto marcante: estreia a sua Primeira Sinfonia, ansiosamente aguardada. Foi um grande sucesso e Brahms ficou marcado como sucessor de Beethoven - o maestro Hans von Bülow até apelidou a sinfonia de Décima.
Como alguém já observou, a vida de Brahms vai-se acalmando em razão contrária de sua produção. Os anos que se seguem são tranquilos, marcados pela solidão (manteve-se solteiro), pelas estreias das suas obras, pelas longas temporadas de verão e pelas viagens (principalmente à Itália).
Em 1890, após concluir o Quinteto de Cordas op. 111, decide parar de compor e até prepara um testamento. Mas não ficaria muito tempo longe da atividade; no ano seguinte, encontra-se com o célebre clarinetista Richard Mülhfeld, e, encantado com o instrumento e as suas possibilidades, escreve quatro obras-primas, duas Sonatas para Clarinete e Piano, o Trio para Clarinete, Cello e Piano, e o Quinteto para Clarinete e Cordas, que está entre suas mais importantes peças de música de câmara.
A sua última obra publicada foi o ciclo Quatro Canções Sérias, onde praticamente se despede da vida. Ele deu a coletânea a si mesmo, como presente, no aniversário de 1896. Johannes Brahms viria a morrer um ano depois, em 3 de abril de 1897.
Música
Brahms dedicou-se a todas as formas, exceto ballet e ópera, que não lhe interessavam - o seu domínio era realmente a música pura, onde reinou em absoluto no seu tempo. Podemos dizer que Brahms ocupou o espaço deixado por Wagner, que se dedicava à ópera, e com ele dominou a música da segunda metade do século XIX.
A obra brahmsiniana representa a fusão da expressividade romântica com a preocupação formal clássica. Em uma época onde a vanguarda estava com a música programática de Liszt e o cromatismo wagneriano, Brahms compôs música pura e diatónica, e ainda assim conseguiu impor-se. Talvez este seja um de seus maiores méritos. Em contrapartida, um fator que faz com que Brahms seja de certa forma inovador, é o seu estilo de modulação, sendo que, muitas vezes, Brahms usa de modulações repentinas dentro do discurso harmónico de suas obras, sempre trilhando caminhos de intervalos de terça.
Porém, a contragosto, Brahms viu-se no meio da querela entre os conservadores, capitaneados pelo crítico Hanslick, e os "modernistas", principalmente Hugo Wolf, sendo adotado pelo lado "reacionário". Como os wagnerianos acabaram por dominar a maior parte da crítica na virada do século, demorou muito para que a obra de Brahms fosse colocada no lugar que merecia.
Um dos que mais contribuíram para mudar esse estado de coisas foi Arnold Schoenberg, pai do dodecafonismo, que expôs, numa conferência realizada nos Estados Unidos em 1933, o quanto Brahms era inovador e até mesmo revolucionário. Hoje, esta é a ideia predominante: Brahms é um dos compositores mais conhecidos.
Os estudiosos dividem em quatro fases a sua obra. A primeira é a juventude, onde apresenta um romantismo exuberante e áspero, como no primeiro Concerto para Piano. Ela vai até 1855. A segunda corresponde à fase de consolidação como compositor, que culmina no triunfo do Requiem Alemão, em 1868. Aqui, ele toma gosto pela música de câmara e pelo estudo dos clássicos. A terceira fase é a maturidade, das obras sinfónicas e corais. Brahms atinge a perfeição formal e grande equilíbrio. O último período começa em 1890, quando, no final da vida, pensa em parar de compor. As obras tornam-se mais simples e concentradas, com destaque para a música de câmara e de piano. O Quinteto para Clarinete é exemplo típico dessa fase outonal.

domingo, abril 02, 2017

Emmylou Harris faz hoje 70 anos!

Emmylou Harris (Birmingham, Alabama, 2 de abril de 1947) é uma cantora e compositora dos Estados Unidos da América de música country, folk e alternativa. A sua voz, de soprano, torna-a uma das mais distintas cantoras da música popular do seu país.


São Francisco de Paula morreu há 510 anos

São Francisco de Paula (Paola, 27 de março de 1416 - Tours, 2 de abril de 1507) foi um eremita, fundador da Ordem dos Mínimos e santo da Igreja Católica.
É também conhecido como "O Eremita da Caridade", pela sua opção de desprezo absoluto pelos valores transitórios da vida e dedicação integral ao socorro do próximo. Consta que num só dia o venerado Francisco de Paula atendeu no seu Mosteiro mais de trezentas pessoas necessitadas do espírito e do corpo, realizando curas prodigiosas.
Francisco de Paula fundou a Ordem dos Mínimos, uma fraternidade que exige do interessado em nela ingressar uma única condição: que se considere um "mínimo", pois Jesus dissera que se alguém quer ser o primeiro, que seja o último e o servo de todos.
Venerado pelos pobres, pelos reis e pelos nobres de seu tempo, Francisco de Paula deu o exemplo numa época em que prosperavam os abusos eclesiásticos e quando se cultivavam os prazeres efêmeros e subalternos da vida. Por essa razão, foi considerado um missionário especial, por sua capacidade extraordinária de resgatar os mais puros e preciosos valores evangélicos, tal qual o seu mais famoso inspirador, Francisco de Assis, que vivera dois séculos antes.

(...)

Francisco seguia uma dieta vegetariana estrita, sem carne de animais, lacticínios ou ovos. Um dos votos da Ordem dos Mínimos era mesmo a abstenção de carne, peixe, ovos, manteiga, queijo e leite. Há várias histórias sobre a compaixão de Francisco de Paula pelos animais, em muitas das quais ressuscitou animais que tinham sido mortos para serem comidos.

(...) 

O santo faleceu na Sexta-feira Santa do ano de 1507, aos 91 anos de idade. O seu corpo permaneceu incorrupto até 1562. Nesse ano, durante as Guerras de Religião, os protestantes calvinistas – como o Santo havia predito – invadiram o convento de Plessis, onde estava enterrado, tiraram o seu corpo do sepulcro e, sem se comover ao vê-lo em tão bom estado, queimaram-no com a madeira de um grande crucifixo da igreja.
Assim, foi o Santo praticamente martirizado depois de sua morte. Entretanto, apesar do ódio dos inimigos da fé, a sua glória permanece para sempre.

O Mestre Manoel de Oliveira morreu há dois anos

Manoel Cândido Pinto de Oliveira (Cedofeita, Porto, 11 de dezembro de 1908Foz, Porto, 2 de abril de 2015) foi um cineasta português.

(...)

A obra de Manoel de Oliveira é marcada por duas tendências opostas presentes em toda a sua filmografia. Em todos os filmes que realizou antes de 1964, curtas e longas-metragens, incluindo Aniki-Bobó (1942) e A Caça (1964) predomina um estilo cinematográfico puro, sem diálogos ou monólogos palavrosos. O Acto da Primavera (1963) é o primeiro filme de Oliveira em que o teatro filmado se torna uma opção e um estilo. O Passado e o Presente (1972) será o segundo. Contradizendo-se na prática, é a propósito deste filme que ele se explica em teoria: enquanto arte cénica, o teatro é bem mais nobre e muitíssimo mais antigo que o cinema e é por isso que este se deve submeter à palavra.
A esta dualidade de Manoel de Oliveira não é estranha a sua educação religiosa. É católico por crença e convicção, mas de ortodoxo nada tem. A dúvida quanto ao corpo da , quanto a certos princípios da sua igreja, assola-o com frequência e isso tem reflexos profundos na sua obra. Essa dúvida é reproduzida no frequente filosofar de muitas das personagens dos seus filmes, em particular nos filmes mais falados, com incarnação de figuras do Evangelho e do ideário cristão, com inúmeras referências bíblicas.
Por muitos anos o teatro filmado, salvo raras excepções, será na obra de Manoel de Oliveira opção dominante, que se extrema com O Sapato de Cetim (1985). Na passagem da década de oitenta para noventa essa tendência atenua-se. Monólogos e diálogos são cantados em Os Canibais (1988)[11], o teatro converte-se em ópera, a palavra deixa de ser crua para ser cantada. Pouco depois, o teatro surge em doses equilibradas com o cinema em A Divina Comédia (1991). Gradualmente e a partir de então o estilo cinematográfico volta a predominar na cinematografia de Oliveira com filmes mais leves e de menor duração. É de admitir a hipótese de tal se dever, por força das circunstâncias, à necessidade de fazer filmes num formato que não afaste o público, talvez também pela nostalgia dos primeiros filmes que fez.
O seu nome consta da lista de colaboradores da revista de cinema Movimento (1933-1934) e também se encontra colaboração artística da sua autoria na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947).
Manoel de Oliveira faleceu na madrugada do dia 2 de abril de 2015, às 11.30, vítima de paragem cardíaca. Considerado o realizador mais velho em actividade, foi o único que assistiu à passagem do mudo ao sonoro e do preto e branco à cor. Disse o seguinte numa entrevista ao jornal Diário de Noticias: "Para mim é pior o sofrimento do que a morte. Pois a morte, é o fim da macacada". Conseguiu concretizar o seu último desejo: "continuar a fazer filmes até à morte". Era tratado por muitas pessoas como "O Mestre".

Carlos Magno nasceu há 1275 anos

Carlos Magno (em latim: Carolus Magnus, alemão: Karl der Große, francês: Charlemagne; 2 de abril de 742 - Aachen, 28 de janeiro de 814) foi o primeiro Imperador dos Romanos de 800 até sua morte, além de Rei dos Lombardos a partir de 774 e Rei dos Francos começando em 768. A dinastia Carolíngia, que pelos sete séculos seguintes dominou a Europa, no que veio a ser posteriormente chamado Sacro Império Romano-Germânico deriva do seu nome em latim, Carolus.
No meio das suas conquistas no estrangeiro e de reformas internas, Carlos Magno ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa. Ele é chamado de Carlos I nas listas reais da Alemanha (como Karl), na França (como Charles) e do Sacro Império Romano-Germânico. Ele era filho do rei Pepino, o Breve e de Berta de Laon, uma rainha franca. Carlos reinou primeiro em conjunto com seu irmão Carlomano, sendo a relação entre os dois o tema de um caloroso debate entre os cronistas contemporâneos e os historiadores.
Monarca guerreiro, expandiu o Reino Franco através de uma série de campanhas militares, em particular contra os saxões, pagãos cuja submissão foi bastante difícil e muito violenta (772-804), mas também contra os lombardos em Itália e os muçulmanos de Espanha, até que este se tornou o Império Carolíngio, que incorporou a maior parte da Europa Ocidental e Central. Durante o seu reinado, ele conquistou o Reino Itálico.
Posteriormente, o exército de Carlos, em retirada, sofreu a sua pior derrota nas mãos dos bascos na Batalha de Roncesvales (em778 e eternizada n'A Canção de Rolando, de teor fortemente fictício). Ele também realizou campanhas contra os povos a leste, principalmente os saxões e, após uma longa guerra, subjugou-os ao seu comando. Ao cristianizar à força os saxões e banindo, sob pena de morte, o paganismo germânico, integrou-os no seu reino e preparou o caminho que levaria à futura dinastia Otoniana.
Soberano reformador, preocupado com a ortodoxia religiosa e cultura, protegeu as artes e as letras. O seu reinado também está associado com a chamada «renascença carolíngia», um renascimento das artes, religião e cultura por seio da Igreja Católica.
O seu trabalho político imediato, o Império, não lhe sobrevive, no entanto, por muito tempo. Em conformidade com o costume sucessório germânico, Carlos Magno promove a partir de 806 a partilha do império entre os seus três filhos. Após numerosas peripécias, o império acabará finalmente partilhado em entre três dos seus netos (Tratado de Verdun).
A fragmentação feudal dos séculos seguintes, mais a formação na Europa de Estado-nações rivais, condenaram à impotência aqueles que tentaram explicitamente restaurar o império universal de Carlos Magno, em particular os governantes do Sacro Império Romano-Germânico, de Otão I em 962 no século XVI, e até mesmo Napoleão Bonaparte, perseguido pelo exemplo dos mais eminentes dos Carolíngios.
As monarquias francesa e alemã descendentes do império governado por Carlos Magno na forma do Sacro Império Romano-Germânico cobriam a maior parte da Europa. Em seu discurso de aceitação do Prémio Carlos Magno, o Papa João Paulo II referiu-se-lhe como Pater Europae ("Pai da Europa").: "... o seu império uniu a maior parte da Europa Ocidental pela primeira vez desde os romanos e a Renascença carolíngia encorajou a formação de uma identidade europeia comum"
A figura de Carlos Magno foi objeto de discórdia na Europa, incluindo a questão política entre os séculos XII e XIX entre a nação germânica que considera o Sacro Império Romano-Germânico como o sucessor legitimo do imperador carolíngio e a nação francesa que é de facto um elemento central da continuidade dinástica dos Capetianos.
Os dois principais textos do século IX que retratam o Carlos Magno real, a "Vita Caroli Magni", de Eginhardo, e a "Gesta Karoli Magni", atribuída a um monge da Abadia de São Galo chamado Notker, igualam as lendas e mitos enumerados nos séculos seguintes: «Há o Carlos Magno da sociedade vassálica e feudal, o Carlos Magno da Cruzada e da Reconquista, o Carlos Magno inventor da Coroa de França ou da Coroa Imperial, o Carlos Magno mal canonizado, mas tido como verdadeiro santo da igreja, o Carlos Magno da boa escola».

A Guerra das Malvinas começou há 35 anos

A Guerra das Malvinas (em inglês: Falklands War; em espanhol: Guerra de las Malvinas) ou Guerra do Atlântico Sul foi um conflito armado entre a Argentina e o Reino Unido ocorrido nas Ilhas Malvinas (em inglês Falklands), Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, entre os dias 2 de abril e 14 de junho de 1982 pela soberania sobre estes arquipélagos austrais, reivindicados em 1833 e dominados a partir de então pelo Reino Unido. Porém, a Argentina reclamou-os como parte integral e indivisível do seu território, considerando que elas encontram "ocupadas ilegalmente por uma potência invasora" e se incluem no seu território, como parte da província da Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul.
O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das ilhas. Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da Junta militar, que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares desde o golpe de Estado de 1976, e a restauração da democracia como forma de governo. Por outro lado, no Reino Unido, a vitória no confronto permitiu ao governo conservador de Margaret Thatcher obter a vitória nas eleições de 1983.


O baterista Buddy Rich morreu há 30 anos

Bernard "Buddy" Rich (Brooklyn, Nova Iorque, 30 de setembro de 1917 - Los Angeles, 2 de abril de 1987) foi um baterista dos Estados Unidos do estilo jazz da Era do Swing.
O seu estilo notável era caracterizado por uma incrível velocidade e habilidade, mesmo em temas mais complexos, tornando-os claros e precisos.
Desde criança envolvido com o palco, já possuía sua própria banda aos 11 anos de idade, e tocou com inúmeros grupos entre 1937 e 1939, quando se juntou a uma banda de Tommy Dorsey.
Serviu nos Marines na II Grande Guerra, reassumindo o seu lugar na orquestra de Dorsey, e paralelamente mantendo o seu próprio grupo até 1951.
De 1953 a 1966 tocou com a orquestra de Harry James, quando então formou a sua própria big band e alcançando renome internacional.
Nos anos 70, dirigiu o seu night club em Nova Iorque e tocou com pequenos grupos, além de participar em inúmeras apresentações em TV, concertos e festivais de rock clássico.
Era também conhecido pelo seus fãs pelo seu "humor negro".
Muitos músicos, críticos e, inclusive, a maioria dos bateristas famosos em  todo o mundo, consideram Buddy Rich o melhor baterista de todos os tempos, sendo visto como uma espécie de ápice revolucionário e definitivo no instrumento.


sábado, abril 01, 2017

Parece mentira, mas Mário Viegas morreu há 21 anos...

(imagem daqui)

António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de novembro de 1948 - Lisboa, 1 de abril de 1996) foi um actor, encenador e recitador português.

O bombardeamento de Jaén foi há 80 anos

Porta neoclássica da Igreja de San Ildefonso, onde se vêem danos provocados pelas bombas

O Bombardeamento de Jaén foi um ataque aéreo sobre a cidade de Jaén a 1 de abril de 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, pela Legião Condor da Alemanha nazi, que auxiliava os nacionalistas.
O bombardeio foi ordenada pelo general Queipo de Llano, como retaliação por um ataque aéreo republicano à cidade de Córdoba.

O bombardeamento
Em 1 de abril de 1937, seis bombardeiros alemães JU-52 da Legião Condor bombardearam a cidade de Jaén, que não tinham alvos militares ou defesas antiaéreas. As estimativas atuais indicam que houve 159 mortes entre a população civil e várias centenas de feridos, comparável com o bombardeamento de Guernica, que ocorreu poucos dias depois. 

Consequências
Como represália, as autoridades republicanas locais executaram 128 prisioneiros nacionalistas.


O músico brasileiro Moreira da Silva nasceu há 115 anos

(imagem daqui)

Antônio Moreira da Silva (Rio de Janeiro, 1 de abril de 1902 - Rio de Janeiro, 6 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como Kid Morengueira.

Filho mais velho de Bernardino de Sousa Paranhos, trombonista da Polícia Militar e de dona Pauladina de Assis Moreira. Carioca da Tijuca, criado no Morro do Salgueiro, só iniciou os estudos aos nove anos, mas abandonou a escola aos onze anos, quando o pai faleceu. Foi empregado de fábricas, tecelagens e chofer de praça e de ambulância, tendo trabalhado até à reforma de funcionário público.
Formou família ao se casar em 1928, permanecendo casado por mais de 50 anos.

Considerado o criador do samba-de-breque, Moreira da Silva iniciou a sua carreira em 1931, com Ererê e Rei da Umbanda. Em 1992, foi tema do enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos. Em 1995 gravou "Os 3 Malandros In Concert" com Dicró e Bezerra da Silva, aos 93 anos de idade.
Participou do histórico disco de Chico Buarque de Holanda, a "Ópera do Malandro", de 1979, fazendo dueto com o próprio Chico.
Em 1996, foi tema do livro Moreira da Silva - O Último dos Malandros. Com 98 anos de idade, ainda se apresentava em shows.
Em 29 de abril de 2000, Moreira da Silva caiu em casa e foi internado numa clínica particular, sendo depois levado ao Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, em função dos altos custos da permanência no Centro de Tratamento Intensivo. O cantor faleceu em função de falência múltipla de órgãos na manhã de 6 de junho de 2000.


O cometa Hale-Bopp atingiu o seu periélio há vinte anos

O cometa Hale-Bopp, ou C/1995 O1, foi um dos maiores cometas observados no século XX e um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Pôde ser contemplado a olho nu durante 18 meses, quase o dobro do tempo do grande cometa de 1811.
Foi descoberto a 23 de julho de 1995 a uma grande distância do Sol, criando-se desde logo uma grande expectativa de que este seria um cometa muito brilhante quando passasse perto da Terra. O brilho de um cometa é algo muito difícil de prever com exactidão, mas o Hale-Bopp superou todas as expectativas quando atingiu o periélio a 1 de abril de 1997. Foi denominado de Grande Cometa de 1997.
A sua passagem deu origem a algumas preocupações e receio por parte da população, uma vez não eram observados cometas com estas características há várias décadas. Surgiram inclusive rumores de que uma grande nave extraterrestre estaria no seu encalço, o que levou a um suicídio em massa entre os seguidores da seita Heaven's Gate.


Em astronomia, o periélio, que vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol), é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, planeta anão, asteroide ou cometa, que está mais próximo do Sol. Quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade de translação de toda a sua órbita. Quando o corpo em questão estiver a orbitar qualquer outro objeto celeste que não o Sol, utiliza-se o nome genérico periastro para identificar esse ponto.

sexta-feira, março 31, 2017

O Massacre de Quios foi há 195 anos...


The Chios Massacre refers to the slaughter of tens of thousands of Greeks on the island of Chios by Ottoman troops during the Greek War of Independence in 1822. Greeks from neighbouring islands arrived on Chios and encouraged the Chians to join the struggle for independence. In response, Ottoman troops landed on the island and slaughtered thousands. The massacre provoked international outrage, and led to an increasing support for the Greek cause worldwide.
For over 2,000 years, Chios merchants and shipowners had been prominent in trade and diplomacy throughout the Black Sea, the Aegean, and the Mediterranean. The Ottoman Empire allowed Chios almost complete control over its own affairs as Chian trade and the very highly-valued mastic plant harvested only on Chios were of great value to it. The cosmopolitan Chians were also very prominent in Constantinople. Following the massacre, however, the island never regained its commercial prominence.
Historians have noted that the island's ruling classes were reluctant to join the Greek revolt, fearing the loss of their security and prosperity. Furthermore, they were aware that they were situated far too close to the Turkish heartland in Asia Minor to be safe. At some points, Chios is only 2 miles (3.2 km) from the Anatolian mainland.
In March 1822, as the Greek revolt gathered strength on the mainland, several hundred armed Greeks from the neighbouring island of Samos landed in Chios. They began the fight for independence from foreign rule and started attacking the Turks, who retreated to the citadel. Many islanders also decided to join the revolution. However, the vast majority of the population had by all accounts done nothing to provoke the massacre, and had not joined other Greeks in their revolt against the Ottoman Empire.
Reinforcements in the form of a Turkish fleet under the Kapudan Pasha Nasuhzade Ali Pasha arrived on the island on 22 March. They quickly pillaged and looted the town. On 31 March, orders were given to burn down the town, and over the next four months, an estimated 40,000 Turkish troops, including convicts, arrived. In addition to setting fires, the troops were ordered to kill all infants under three years old, all males 12 years and older, and all females 40 and older, except those willing to convert to Islam.
Approximately 20,000 Chians were killed or starved to death and 23,000 were exiled. The Greek word sfaghi (English: butchery or massacre) is commonly used to describe these events since the island itself was devastated and the few survivors that dispersed throughout Europe became part of the Chian Diaspora.
Some young Greeks enslaved during the massacre were adopted by wealthy Ottomans and converted to Islam. Some even managed to rise to levels of prominence in the Ottoman Empire, such as Georgios Stravelakis (later renamed Mustapha Khaznadar) and İbrahim Edhem Pasha.
There was outrage when the events were reported in Europe. French painter Eugène Delacroix created a painting depicting the events that occurred; his painting was named Scenes from the Massacres of Chios. In 2009, a copy of the painting was displayed in the local Byzantine museum on Chios, but was withdrawn from the museum on November 2009. While the withdrawal was meant to be a "good faith initiative" for the improvement of Greek-Turkish relations, the Greek press protested its removal.
  

Sergei Diaghilev nasceu há 145 anos


Serguei Pavlovich Diaguilev ou Diaghilev (Perm, 31 de março de 1872Veneza, 19 de agosto de 1929), também conhecido como Serge, foi um empresário artístico russo e fundador dos Ballets Russes, companhia de bailado a partir da qual muitos famosos dançarinos e coreógrafos surgiram.
Nasceu em Perm, na Rússia, em 1872. De origem nobre, teve uma educação privilegiada. Jovem de grande capacidade e muito dinamismo, foi designado pelo príncipe Volkonski, então diretor dos teatros imperiais russos, no início do século XX, como delegado nas missões extraordinárias dos teatros imperiais e, assim, começou a dedicar-se ao ballet por pura casualidade.
Fundou o diário artístico “O Mundo da Arte”, que divulgava a pintura e arte russas em geral. Era um homem de notável cultura, podendo ser considerado como um autêntico símbolo do século XX.
Em 1905, após mais de um ano de viagens por diferentes regiões russas, Diaguilev organizou uma importante exposição de retratos russos no palácio Tauride, em São Petersburgo. No ano seguinte, levaria uma grande exposição de arte russa ao Petit Palais, em Paris, dando origem a uma estreita colaboração com a França. Já em 1907, apresentaria cinco concertos de música russa em Paris e, no ano seguinte, traria uma produção de Boris Godunov, de Mussorgsky, à Ópera de Paris.
Isto levaria a um convite para regressar a Paris no ano seguinte, não só com ópera, mas também com ballet e, assim, ao lançamento dos Ballets Russes.
Enquanto organizador e diretor dos Ballets Russes, Diaguilev pode ser considerado como um dos maiores produtores de ballet do mundo. Ambicioso e inteligente, absorvia com facilidade todas as novas correntes da arte. Dotado de uma personalidade muito forte e de notável cultura artística, bastante eclético, mas conservador no que tocava a preservar as tradições clássicas, Diaguilev, com a ajuda de alguns mecenas, conseguiu moldar à sua maneira grandes talentos e revelou ao mundo no campo da dança, da música, da cenografia, da pintura, da poesia, grandes nomes como o de Vaslav Nijinski, Anna Pavlova, Tamara Karsavina, Olga Spesivtzeva, Natalia Dubrovska, Adolf Bolm, Aleksandra Danilova, Serge Lifar, Léonide Massine, Stravinski, Glazunov Tcherepnine, Rimski-Korsakov, Benois, Bakst, Korovin, Serov, Gontcharova, George Balanchine, Debussy, Ravel, Satie, Prokofieff, Stravinsky, Matisse, Picasso ou Cocteau, entre muitos outros.
Diaguilev também encomendou música de bailado a compositores como Claude Debussy (Jeux, 1913), Maurice Ravel (Daphnis et Chloé, 1912), Erik Satie (Parade, 1917), Richard Strauss (Josephs-Legende, 1914), Sergei Prokofiev (Ala and Lolly, rejeitado por Diaghilev e transformado em Scythian Suite, e Chout, 1915), Ottorino Respighi (La Boutique Fantasque, 1918), Francis Poulenc (Les Biches, 1923) e outros.
O seu coreógrafo Mikhail Fokine adaptava frequentemente a música para bailado. Por sua vez, o diretor artístico dos Ballets Russes, Léon Bakst, ajudou a desenvolver uma forma de ballet mais complexa, com elementos espetaculares, destinados a apelar ao público em geral, e não apenas à aristocracia. O caráter exótico dos Ballets Russes terá também tido um efeito sobre pintores fauvistas e o então embrionário estilo Art Deco. Diz-se que Coco Chanel terá afirmado "Diaguilev inventou a Rússia para estrangeiros." [Rhonda K. Garelick].
Homossexual, teve várias ligações, sendo a mais famosa com o bailarino Vaslav Nijinski. Diaguilev ficou conhecido pelo seu caráter duro e exigente, mas muitos dos seus bailarinos recordaram também a sua generosidade, comparando-o a uma figura paternal austera, mas sempre preocupada com o seu bem-estar, e pondo muitas vezes a subsistência dos seus bailarinos acima da sua.
Por um período de vinte anos, Diaguilev maravilhou o mundo, mostrando a arte russa em todo o seu esplendor. Morreu em 1929, em Veneza; a sua sepultura encontra-se na ilha de San Michele, perto do túmulo de Stravinsky.
O filme The Red Shoes é tido como uma dramatização velada dos Ballets Russes. O departamento de Teatro e Performance do Victoria and Albert Museum, em Londres, alberga a Coleção Ekstrom da Fundação Diaghilev e Stravinsky, da qual fazem parte registos financeiros, cartas e telegramas, que dão conta da gestão dos Ballets Russes, bem como de outros aspetos pessoais e sociais da época.


ADENDA -  o Google apresenta-nos hoje a sua homenagem a esta personagem, na forma do costumeiro Google Doodle, que aqui fica, para memória futura:

O Decreto de Alhambra, que expulsou os judeus de Espanha, faz 525 anos

O Decreto de Alhambra foi um decreto régio promulgado pelos Reis Católicos (Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão), ordenando a expulsão ou conversão forçada da população judaica da Espanha, e levando à fuga e dispersão dos sefarditas (judeus ibéricos) pelo Magrebe, Médio Oriente e sudeste da Europa. Foi escrito por Juan de Coloma, o secretário real, e assinado em Alhambra, Granada, a 31 de março de 1492.
Aceite com resignação por grande parte da comunidade judaica, uma notável excepção foi o rabino Isaac Abravanel. Um documento fictício, atribuído a Isaac Abravanel, que seria uma resposta escrita a esse decreto, foi na verdade parte de um romance de David Rafael de 1988. No seguimento do seu falhanço em convencer os Reis Católicos a cancelar o decreto, teria escrito uma resposta pungente e profética ao decreto, nas vésperas da sua partida. A origem real do documento encontra-se numa obra de ficção publicada em 1988, intitulada Alhambra Decree, do autor David Raphael.
  
  
NOTA: um dia verdadeiramente mau para a Península Ibérica - tal como quando, poucos anos depois, El-Rei D. Manuel I, fez o mesmo em Portugal, e que ambos os países pagaram bem caro, pela perda das mais valias da população judaica e pelas perseguições posteriores aos cristãos-novos feitas pela Inquisição.

Haydn nasceu há 285 anos

Franz Joseph Haydn (Rohrau, 31 de março de 1732 - Viena, 31 de maio de 1809) foi um dos mais importantes compositores do período clássico. Personifica o chamado "classicismo vienense" ao lado de Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. A posteridade apelidou este grupo como "Trindade Vienense". Para além disso é considerado como um dos autores mais importantes e influentes da história da música erudita ocidental com uma carreira que cobriu desde o fim do Barroco aos inícios do Romantismo. Ele foi o homem do leme e o motor que permitiram a que esta evolução sucedesse.
Era irmão do igualmente compositor Michael Haydn, colega de Mozart em Salzburgo, e do tenor Johann Evangelist Haydn, que mais tarde Joseph fará vir para Eszterhaza em 1763. Tendo vivido a maior parte da sua vida na Áustria, Haydn passou a maior parte de sua carreira como músico de corte para a rica família dos Eszterházy. Isolado de outros compositores, foi, segundo ele próprio, “forçado a ser original”. O seu génio foi amplamente reconhecido durante a sua vida.

quinta-feira, março 30, 2017

A primeira cirurgia com anestesia foi feita há 175 anos

Crawford Williamson Long (November 1, 1815 – June 16, 1878) was an American surgeon and pharmacist best known for his first use of inhaled diethyl ether as an anesthetic. Although his work was unknown outside a small circle of colleagues for several years, he is now recognized as the first physician to have administered ether anesthesia for surgery.
Long was born in Danielsville, Madison County, Georgia. He received his M.D. degree at the University of Pennsylvania in 1839. After observing the same physiological effects with diethyl ether ("ether") that Humphry Davy had described for nitrous oxide in 1800, Long used ether for the first time on March 30, 1842 to remove a tumor from the neck of a patient, James M. Venable, in Jefferson, Georgia. Long subsequently removed a second tumor from Venable and used ether as an anesthetic in amputations and childbirth. The results of these trials were published in 1849 in The Southern Medical and Surgical Journal. An original copy of this publication is held in the U.S. National Library of Medicine.
Crawford Long was a member of the Demosthenian Literary Society while a student at the University of Georgia and shared a room with Alexander Stephens, Vice President of the Confederate States of America during the American Civil War. Long was a cousin of the western legend Doc Holliday.
Long died in Athens, Georgia in 1878. The Emory-University-operated Crawford Long Hospital in downtown Atlanta, Georgia was named in his honor in 1931 and retained that name for 78 years. In 2009 the hospital was renamed "Emory University Hospital Midtown". The Crawford W. Long Museum in downtown Jefferson, Georgia has been in operation since 1957. Crawford Long Middle School, in Atlanta, Georgia, was also named in his honor. A statue of Crawford Long stands in the crypt of the United States Capitol as one of the two designated monuments to represent the state of Georgia in the National Statuary Hall Collection.
On 16 October 1846, unaware of Long's prior work with ether during surgery, William T. G. Morton administered ether anesthesia before a medical audience at the Massachusetts General Hospital in Boston, Massachusetts. Although Long had informed several surgical colleagues who had similarly administered ether in their practices, Morton is generally credited with the first public demonstration of ether anesthesia. In 1854, Long requested William Crosby Dawson, a U.S. Senator, to present his claims of ether anesthesia discovery to the attention of Congress.
Long was honored in the "Famous American Series" of postage stamps postal in 1940.
Crawford Long U.S. postage stamp