O saldo final da guerra foi a recuperação do arquipélago pelo Reino
Unido e a morte de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 civis das
ilhas. Na Argentina, a derrota no conflito fortaleceu a queda da
Junta Militar que governava o país e que havia sucedido as outras juntas militares instaladas através do
golpe de Estado de
1976 e a restauração da
democracia como forma de governo. Por outro lado, a vitória no confronto permitiu ao governo conservador de
Margaret Thatcher obter a vitória nas eleições de
1983.
As ilhas Malvinas,
Geórgia do Sul e
Sandwich do Sul são três arquipélagos situados no
Oceano Atlântico, perto da costa argentina, que constituem um
domínio colonial britânico desde
1833. Não obstante, desde a sua ocupação em
1690, foram motivos de conflito entre o Reino Unido,
França e
Espanha,
e depois entre o Reino Unido e a Argentina, que se considera herdeira
dos direitos espanhóis sobre estas ilhas. Neste período, surgiram
diversas discussões para estabelecer uma ou outra soberania, que
terminaram com a ocupação britânica de 1833.
Só um destes arquipélagos, as ilhas Malvinas, tem uma população civil nativa permanente (chamados em inglês de
kelpers). Geralmente de origem
escocesa,
esta população se considera a si mesma britânica e apoia o estado atual
de soberania sobre estas ilhas. As outras duas estão ocupadas,
essencialmente, por cientistas. Em
1965 a Argentina conseguiu que a
ONU
aprovasse a resolução 2065, qualificando a disputa como um problema
colonial e convocando as partes para negociar uma solução; não obstante,
as negociações ficaram infrutíferas durante os dezassete anos seguintes.
De todas as formas, as relações entre a Argentina, o Reino Unido e os
habitantes das Ilhas até os finais da década de 60 e o início da
década de 70 foram excelentes. Tanto assim, que durante grande parte
dos anos anteriores à guerra, semanalmente operava uma ponte aérea entre
a Argentina e
Puerto Argentino/
Port Stanley,
da qual os insulares dependiam para provisão e assistência médica.
Sendo que a pista de aterragem original de Puerto Argentino/Port
Stanley (feita em alumínio) foi construída pela
Força Aérea Argentina.
(...)
No dia 15.06.82, a bandeira colonial britânica é hasteada de novo no edifício do governo das ilhas Malvinas
Porém quando os britânicos decidem avançar ante o contra-ataque
argentino, não encontram mais resistência. É o resultado de quatro dias
de operações psicológicas executadas pelo coronel Mike Rose, do SAS, e o
capitão Rod Bell, tradutor. Estavam desde o dia 10 falando com
Menéndez pelo rádio, ganhando a sua confiança e insistindo a rendição
«com dignidade e honra». O 2 PARA entra nos arredores de Puerto
Argentino com suas boinas em vez dos casacos de combate e tremulando
bandeiras britânicas. No dia 23, o comandante das forças britânicas
Jeremy Moore chega no helicóptero a Puerto Argentino e conversa com
Menéndez. Quando o primeiro mostra ao segundo os documentos de
rendição, Menéndez declara de imediato que não aceitava a palavra
«incondicional». Não era isso o combinado durante as conversações
secretas de rádio dos dias anteriores.
Faz uma breve continência e abaixa a mão, o general Mario Benjamín
Menéndez rende-se nas ilhas Malvinas ao general Jeremy J. Moore às
23.59 horas do dia
14 de junho de
1982,
sendo testemunha o coronel Pennicott. Os 8.000 soldados argentinos são
desarmados e concentrados no aeroporto na qualidade de prisioneiros de
guerra. O inverno austral é a sério. Faz muito frio.
Quando as notícias chegam a Buenos Aires, produzem-se importantes
manifestações populares que são reprimidas pela Junta, perdendo assim o
pouco apoio que os ficava entre a população sensível a seu discurso
nacionalista e patriótico. Durante o dia 15, o resto das unidades
argentinas presentes no arquipélago entregam as suas armas. No dia 20,
cinco navios britânicos fazem ato de presença nas ilhas Sandwich do Sul e
a guarnição de Thule rende-se sem luta. Todos os prisioneiros são
repatriados durante o mês seguinte.