O Ramadão, também grafado Ramadan, é o nono mês do calendário islâmico, no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual, o quarto dos cinco pilares do Islão (arkan al-Islam).
A palavra Ramadão encontra-se relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo facto de o Islão ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano. É um tempo de renovação da fé, da prática mais intensa da caridade, e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência da oração na mesquita, correção pessoal e autodomínio.
É o único mês mencionado pelo nome no Alcorão:
“
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O mês do Ramadão foi o mês em que foi revelado o Corão, orientação para a humanidade e evidência de orientação e discernimento.[Alcorão 2:185] |
Período
É o nono mês do calendário islâmico. Uma vez que o calendário islâmico é lunar,
o Ramadão não é celebrado todos os anos na mesma data, podendo passar
por todos os meses e estações do ano, conforme a progressão dos anos,
porém a sua duração é entre 29 e 30 dias.
O mês inicia-se com a aparição da lua no final do mês de Shaban (oitavo mês no calendário lunar islâmico).
O período correspondente ao início e fim deste mês no calendário gregoriano para o atual ano islâmico é:
Ano (calendário islâmico)
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Ano (calendário gregoriano)
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Ramadão
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1444
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2023
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23 de março a 20 de abril
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Obrigatoriedade
O jejum é obrigatório a todos os muçulmanos que chegam à puberdade. A primeira vez em que um jovem é autorizado a jejuar pelos pais constitui um momento importante na sua vida e uma marca simbólica de entrada na vida adulta, tendo em vista o que diz no Alcorão:
"... e aquele dentre vós que presenciou a Lua Nova deste mês
[Ramadão], deverá jejuar, e aquele que se encontrar enfermo ou em viagem,
jejuará depois o mesmo número de dias...". [Alcorão 2:185]
Há várias justificativas válidas para não jejuar como enfermidade, gravidez, lactante, menstruação, ser idoso
ou ter uma doença incurável. Aqueles que porventura quebrarem o jejum
sem justificativa válida, devem passar sessenta dias jejuando ou
alimentar sessenta muçulmanos.
O jejum é observado durante todo o mês, da alvorada ao pôr-do-sol,
o jejum também se aplica às relações sexuais. O crente deve não só
abster-se dessas práticas como também não pensar nelas e manter-se
concentrado em suas orações e recordações de Alá, sendo neste mês a
frequência mais assídua à mesquita. Além das cinco orações diárias (salá), durante esse mês sagrado recita-se uma oração especial chamada Taraweeh (oração noturna).
O jejuador deve abster-se de tudo que vai contra a moral, pois o
jejum é visto como uma grande prática de disciplina e da doutrina, tanto
espiritual como moral. A ação não se limita somente à abstinência de
comer ou beber, mas também de todas as coisas más, maus pensamentos ou
maus atos. O jejuador deve ser indulgente se for insultado ou agredido
por alguém, deve evitar todas as obscenidades, ser generoso, bem mais do
que os outros meses e aumentar a leitura do Alcorão.
Os muçulmanos referem que o Ramadão é uma prática adotada por
todas as classes sociais da comunidade, servindo, também, para que os
ricos saibam como é viver como os pobres vivem, os quais, durante os 365
dias do ano, frequentemente possuem apenas uma refeição diária ou
nenhuma.
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