terça-feira, setembro 11, 2012

Antero de Quental suicidou-se há 121 anos

Antero de Quental por Columbano Bordalo Pinheiro (1889)

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 - Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891) foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70.

Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, filho do combatente liberal Fernando de Quental (Solar do Ramalho - do qual mandou tirar a pedra de armas da família -, 10 de maio de 1814 - Ponta Delgada, Matriz, 7 de março de 1873) e de sua mulher Ana Guilhermina da Maia (Setúbal, 16 de julho de 1811 - Lisboa, 28 de novembro de 1876), durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.
Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.
Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.
Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.
Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.
Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.
Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.
Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."
Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre março e outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"
Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Distúrbio Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de setembro de 1891, com um ou dois tiros, num banco de jardim junto ao Convento da Esperança, onde está na parede a palavra "Esperança", no Campo de São Francisco, cerca das 20.00 horas.
Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada.

O que diz a Morte

«Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...

Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem.» -

Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das coisas invisíveis, muda e fria,

É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.
in Sonetos Completos (1886) - Antero de Quental

Salvador Allende morreu há 39 anos

Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908 - Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico e político marxista chileno. Fundador do Partido Socialista, governou seu país de 1970 a 1973, quando foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet.
Allende foi o primeiro presidente de república e o primeiro chefe de estado socialista marxista eleito democraticamente na América Latina. Seus pilares ideológicos foram o socialismo, o marxismo e a maçonaria. Allende foi um revolucionário atípico: acreditava na via eleitoral da democracia representativa, e considerava ser possível instaurar o socialismo dentro do sistema político então vigente em seu país.

(...)

Primeira tentativa de golpe de estado
A primeira tentativa de golpe resultou de uma aliança entre o Patria y Libertad e militares chilenos, quando essa organização se aliou a um setor do exército que ocupava altos postos através do Chile, num projeto - fracassado - que pretendia tomar de assalto o Palácio de La Moneda e derrubar o governo. A operação ficou conhecida como El Tanquetazo e foi realizada em 29 de junho de 1973. A inteligência do exército, então comandado pelo general constitucionalista Carlos Prats, detectou a tentativa de golpe e ele teve que ser abortado, não sem antes alguns tanques terem saído às ruas e se dirigido a La Moneda.

Estado de sítio
Logo após ter debelado El Tanquetazo, ainda envergando capacete e uniforme de combate, o Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general Carlos Prats, dirigiu-se pessoalmente a Allende para dizer que era imperiosa a instauração imediata do estado de sítio no Chile, sem o que ele considerava ser impossível às forças armadas sufocar os atentados terroristas de direita e de esquerda, que já se multiplicavam, e assegurar a ordem constitucional no Chile. Em 2 de junho de 1973 a requisição de Allende, solicitando a instauração do estado de sítio, fora negada pelo Congresso Nacional, por 51 votos a 82.
O Povo, revoltado, clamava em uníssono nas ruas de Santiago do Chile pelo fechamento do Congresso Nacional, aos gritos de: "a cerrar, a cerrar, el Congresso Nacional…". Diante disso, Allende fez um discurso, no qual chegou até a ser vaiado pela multidão:
Cquote1.svg Faremos as mudanças revolucionárias em pluralismo, democracia e liberdade. Mas isso não significa, tolerância com antidemocratas, nem tolerância com os subversivos, nem tolerância com os fascistas, camaradas! Mas vocês devem entender qual é a real posição deste governo. Não vou, porque seria absurdo, fechar o Congresso. Não o farei. Já disse eu repito. Mas caso necessário, enviarei um projeto de lei de plebiscito para que o povo resolva esta questão. Cquote2.svg
Salvador Allende
 
O cerco se fecha
Em setembro o cerco se fechou. O general Prats, de fortes tendências constitucionalistas, e que se recusava a participar de qualquer golpe militar, desacatado publicamente por uma manifestação de esposas de oficiais golpistas diante de sua residência, se viu obrigado a renunciar ao seu posto de Comandante em Chefe das Forças Armadas, e, em 11 de setembro, o seu sucessor, o general Pinochet, um antigo homem de confiança de Allende, terminou com o que restava da democracia chilena, encerrando com sua ditadura o chamado período presidencialista do Chile (1925-1973). O general Prats foi assassinado pela DINA - a polícia secreta pinochetista - no seu exílio em Buenos Aires, num atentado à bomba.
Morte de Salvador Allende
Havia duas versões aceitas sobre a morte de Allende: uma era que ele se suicidara no Palácio de La Moneda, cercado por tropas do exército, com a arma que lhe fora dada por Fidel Castro; a outra versão é que ele fora assassinado pelas tropas invasoras. A sua sobrinha Isabel Allende Llona era uma das que acreditam que seu tio fora assassinado. A filha do Presidente, a deputada Isabel Allende, declarou que a versão do suicídio era a correta.
Allende foi inicialmente enterrado numa cova comum, num caixão com as iniciais "NN". Com o terminus da ditadura de Pinochet, Allende teve um funeral com honras militares, em 1990, no Cemitério Geral de Santiago.
Os restos mortais do ex-presidente do Chile Salvador Allende foram exumados a 23 de maio de 2011 para determinar a causa da morte. A exumação foi ordenada pelo juiz Mário Carroza, na sequência de um pedido feito em representação dos familiares pela senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno, para determinar com "certeza jurídica as causas da sua morte". No dia 19 de julho de 2011, a perícia realizada nos restos mortais do ex-presidente confirmou que sua morte fora ocasionada "por ferimento de projétil" e de "forma corresponde a suicídio".

Peter Tosh foi assassinado há 25 anos

Peter Tosh com Robbie Shakespeare, 1978

Peter Tosh (18 de outubro de 194411 de setembro de 1987) foi um pioneiro músico de reggae/ska.

Batizado Winston Hubert McIntosh, e nascido em Westmoreland, ele cresceu em Kingston, Jamaica, no bairro de Trenchtown. Embora seu feitio explosivo o metesse frequentemente em confusões, o jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar em seu rádio.
No começo dos anos 1960 ele conheceu Bob Marley e Bunny Livingston, formando o grupo Wailing Wailers. Depois que Marley regressou dos Estados Unidos em 1966, os três passaram a se envolver com a religião Rastafari, mudando o nome da banda para The Wailers.
Eles conseguem um contrato com a Island Records, lançando Catch a Fire em 1972 e Burnin em 1973. Neste mesmo ano, Tosh tem um sério acidente automobilístico: o seu carro cai de uma ponte, matando a sua namorada e deixando Tosh com uma fratura grave no crânio. Ele sobrevive, mas torna-se uma pessoa ainda mais difícil de se lidar. Depois que o presidente da Island, Chris Blackwell, se recusa a lançar seu disco solo em 1974, Tosh e Bunny deixam os Wailers, citando o tratamento injusto que recebiam de Blackwell, que Tosh chamava de "pior que os brancos".
Ele lança seu disco solo em 1976 pela CBS, Legalize It; a faixa-título logo tornaria-se o hino do movimento pró-liamba, além da favorita nos shows de Tosh, bem como se tornando o single mais vendido da ilha, a despeito da proibição de que tocasse nas rádios. Sempre mostrando seu lado militante, ele lança Equal Rights em 1977.
Tosh tentou obter reconhecimento das massas mantendo o seu ponto de vista militante, mas não foi muito bem sucedido, principalmente se comparado a Bob Marley. Depois do lançamento de Mama Africa em 1983 (onde está incluído o seu maior sucesso, a regravação da canção clássica do norte-americano Chuck Berry, Johnny B. Goode) ele entra num auto-imposto exílio, procurando auxílio espiritual de curandeiros africanos enquanto tentava se livrar de um contrato de distribuição de seus discos na África do Sul.

Em 1987, a carreira de Peter Tosh parecia estar voltando a fazer sucesso; naquele ano, recebeu um Grammy por Melhor Performance de Reggae naquele ano, pelo álbum No Nuclear War. No entanto, no dia 11 de setembro, um gang de três homens invadiu a sua casa exigindo por dinheiro. Diante da negativa de Tosh, dispararam contra ele e seu amigo, o DJ Jeff "Free I" Dixon. O líder da gang era Dennis "Leppo" Lobban, um homem de quem Peter Tosh havia ficado amigo e ajudado até mesmo a encontrar um emprego depois de cumprir uma longa sentença na prisão. Leppo se entregou às autoridades, foi julgado e condenado, na mais curta deliberação de jurados da história da Jamaica: onze minutos. Foi condenado à morte, porém a sua sentença foi alterada em 1995 e ele continua até hoje na cadeia. Nenhum de seus dois supostos cúmplices foram encontrados, embora existam rumores de que ambos teriam sido assassinados a tiros.




Jonny Buckland, o guitarrista da banda Coldplay

Jonathan Mark Buckland (Londres, 11 de setembro de 1977), também conhecido como Jonny Buckland, é um músico inglês, mais conhecido por seu trabalho como guitarrista da banda Coldplay.

Buckland nasceu em Islington, Londres, e viveu lá até os quatro anos de idade, quando sua família resolveu se mudar para Pantymwyn, País de Gales. Ele foi encorajado a entrar no cenário musical por seu irmão, Tim, que é um grande fã de My Bloody Valentine. Buckland começou a tocar violão aos onze anos de idade, após ser influenciado pela banda The Stone Roses. Buckland foi aluno da Escola da cidade galesa de Mold, de onde se mudou para estudar astronomia e matemática na University College London, onde também conheceu seus futuros companheiros e formando o grupo Coldplay. Na University College London, Buckland trabalhou ainda como zelador da escola. Já foi comparado com grandes guitarristas e em uma entrevista o famoso Slash disse que ele tinha um talento imenso e que o povo não vai a lado nenhum lendo rankings das revistas mas ouvindo por si próprio. As influências musicais de Buckland incluem Ride, Eric Clapton, George Harrison e Jimi Hendrix. Ele é conhecido por seus arranjos de esparsos e utilização de diapositivos. Seu estilo de tocar levou algumas comparações ao guitarrista The Edge do U2. Jonny usa entre 4 e 6 guitarras por show.

Buckland tem uma participação no álbum solo de Ian McCulloch Slideling, e fez uma aparição com o companheiro de banda, Chris Martin no filme Shaun of the Dead.

Chris Martin, muitas vezes refere-se a ele como "Jonny Boy" durante os concertos ao vivo, especialmente se Buckland está prestes a fazer um solo ou riff longo. Martin disse, "Não haveria nenhuma música do Coldplay sem Jonny Buckland." O carinho entre Martin e Buckland é muitas vezes evidente durante os concertos ao vivo e entrevistas. Buckland é padrinho da filha de Martin, Apple, juntamente com Simon Pegg. Ele é fã do Tottenham Hotspur F.C.
O irmão de Buckland, Tim e sua banda, The Domino State, abriram o show dos Coldplay no O2 Arena em dezembro de 2008.
Em 14 de novembro de 2009, Buckland casou-se com Chloe Lee-Evans, sua namorada de longa data, no luxuoso One Marylebone, em Londres. Eles têm uma filha chamada Violet, que nasceu em 3 de novembro de 2007, e um filho chamado Jonah, nascido em 2011, morando em Londres.

Richard Ashcroft - 41 anos

Richard Paul Ashcroft (Billinge, Wigan, 11 de setembro de 1971) é um cantor e compositor inglês, famoso por sua atuação no grupo inglês The Verve. Suas canções apresentam influências de britpop, rock, soul e música eletrónica. The Verve anunciou o seu fim, em 1999. Então, Ashcroft começou uma carreira a solo, lançando três álbuns. Uma de suas mais destacadas músicas foi break the night with colour. Em 2005, ele teve uma pequena participação no Live 8, cantando ao lado da banda Coldplay uma música da antiga fase de sua banda, The Verve. A banda The Verve voltou à atividade em 2007, mas não por muito tempo, em abril de 2009, praticamente 10 meses depois do lançamento do 4º disco da banda, Forth, muito elogiado pela crítica e pelos fãs, Nick McCabe, guitarrista da banda, anunciou o seu fim. Richard Ashcroft está atualmente na banda RPA & The United Nations Of Sound.


Moby - 47 anos

Richard Melville Hall (Nova Iorque, 11 de setembro de 1965) mais conhecido pelo seu nome artístico Moby, é um cantor, músico, DJ e fotógrafo americano. É conhecido por singles como "Go", "Porcelain", "South Side" (com Gwen Stefani), "We Are All Made of Stars", "Why does my heart feel so bad" e "Lift Me Up". Já lançou outros trabalhos sob nome Voodoo Child, Barracuda, UHF, The Brotherhood, DJ Cake, Lopez e Brainstorm/Mindstorm.
Moby toca teclado, guitarra e baixo. Seu nome deriva da obra Moby Dick de Herman Melville, que foi seu parente.


Há 11 anos um vil ataque terrorista chocou o Mundo

De cima para baixo: o World Trade Center ardendo, após o ataque; uma seção do Pentágono que desabou; o voo 175 a chocar contra a Torre 2 do WTC; um bombeiro pedindo ajuda no Ground Zero; parte do voo 93 sendo recuperada; voo 77 chocando contra o Pentágono

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, chamados também de atentados de 11 de setembro de 2001, foram uma série de ataques suicidas coordenados pela Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais a jato de passageiros. Os sequestradores embateram intencionalmente com dois dos aviões contra as Torres Gémeas do World Trade Center em Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos dos que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram em duas horas, destruindo construções vizinhas e causando outros danos. O terceiro avião de passageiros foi obrigado a embater contra o Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que alguns de seus passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do avião, que os sequestradores tinham reencaminhado para Washington, D.C. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
O total de mortos nos ataques foi de 2.996 pessoas, incluindo os 19 sequestradores. A esmagadora maioria das vítimas era civil, incluindo cidadãos de mais de 70 países. Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria morrido por doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.
Os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror: o país invadiu o Afeganistão para derrubar os Taliban, que abrigou os terroristas da Al-Qaeda (ver: Guerra do Afeganistão). Os Estados Unidos também aprovaram o USA PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação antiterrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Algumas bolsas de valores norte americanas ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registaram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de milhares de milhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia de Lower Manhattan, Nova Iorque.
Os danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center. Em 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local, a 7 World Trade Center. A torre 1 World Trade Center está em construção no local e, com 541 metros de altura após sua conclusão, em 2013, se tornará um dos edifícios mais altos da América do Norte. Mais três torres foram inicialmente previstas para serem construídas entre 2007 e 2012 no local das antigas Torres Gémeas. O Memorial Nacional do Voo 93 começou a ser construído 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção foi concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, em 2011.

O pior desastre ferroviário ocorrido em Portugal foi há 27 anos

O Desastre Ferroviário de Moimenta - Alcafache ou Desastre Ferroviário de Alcafache foi um acidente de natureza ferroviária, ocorrido na Linha da Beira Alta, em Portugal, a 11 de setembro de 1985. Este acidente foi o pior desastre ferroviário ocorrido neste país.
O acidente deu-se junto ao Apeadeiro de Moimenta-Alcafache, na freguesia de Moimenta de Maceira Dão, no concelho de Mangualde. Este apeadeiro situa-se entre as estações de Nelas e Mangualde, numa zona de via única.
O acidente envolveu duas composições de passageiros, uma efectuando o serviço internacional entre o Porto e Paris, que circulava com 18 minutos de atraso; a outra fazia um serviço de natureza regional, na direcção de Coimbra. A composição regional era composta pela locomotiva número 1439, da Série 1400 dos Caminhos de Ferro Portugueses, e por 6 ou 7 carruagens, construídas pela companhia das Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas; o Sud-Express era formado por uma locomotiva Série 1960, com o número 1961, e por cerca de 12 carruagens. No total, viajavam cerca de 460 passageiros.
O serviço regional, com paragem em todas as estações e apeadeiros, chegou à estação de Mangualde, aonde deveria permanecer até fazer o cruzamento com o Internacional. No entanto, e não obstante o facto de se terem dado ordens para que a prioridade na circulação fosse atribuída ao serviço internacional, o regional continuou viagem, estimando que o atraso na marcha do Internacional fosse suficiente para a chegada à estação de Nelas, aonde, então, se poderia fazer o cruzamento. No entanto, o outro serviço estava circulando com um atraso menor do que o esperado; considerando, erroneamente, que a via estava livre até à estação de Mangualde, também continuou viagem. Após a partida, o chefe da estação de Nelas telefonou para a estação de Moimenta-Alcafache, para avisar da partida do Internacional, sendo, então, informado, que o serviço Regional já se encontrava a caminho. Prevendo que as composições iriam colidir, tentou avisar a guarda-barreira de uma passagem de nível entre ambas as estações, de modo a que esta parasse a composição através da ostentação de uma bandeira ou da colocação de petardos na via; no entanto, esta manobra não foi possível, porque o comboio já ali tinha passado.
Por volta das 18.37 horas, ambas as composições colidiram, encontrando-se a circular a uma velocidade aproximada de 100 quilómetros/hora; o choque destruiu as locomotivas e algumas carruagens em ambas as composições, e provocou vários incêndios devido ao combustível presente nas locomotivas e nos sistemas de aquecimento das carruagens. Devido ao facto dos materiais utilizados nas carruagens não serem à prova de chamas, o fogo propagou-se rapidamente, produzindo grandes quantidades de fumo.
Logo após o acidente, gerou-se o pânico entre os passageiros, que tentaram sair das carruagens. Várias pessoas, entre elas crianças, ficaram presas nos destroços das carruagens, tendo sido socorridos por outros passageiros; outros não conseguiram sair a tempo, tendo morrido nos incêndios ou asfixiadas.

O alerta foi dado por militares da Guarda Nacional Republicana, que se encontravam em operações na Estrada Nacional 234, nas proximidades do local do acidente. Apesar dos serviços de salvamento terem chegado apenas escassos minutos após o acidente, a situação no local era caótica, com incêndios no material circulante e na floresta em redor, vários feridos e passageiros em pânico.
Estima-se que, neste acidente, tenham falecido cerca de 150 pessoas, embora as circunstâncias do acidente, e a falta de controlo sobre o número de passageiros em ambos os serviços, impeçam uma contagem exacta do número de vítimas mortais. A estimativa oficial aponta para 49 mortos, dos quais apenas 14 foram identificados, continuando ainda 64 passageiros oficialmente desaparecidos.
A maior parte dos restos mortais que não foram identificados foram sepultados numa vala comum junto ao local do desastre, aonde também foi erguido um monumento em memória das vítimas e das equipas de salvamento.

Verificou-se que os chefes das estações não comunicaram entre si, e ao posto de comando de Coimbra, como estava regulamentado, a alteração do local de cruzamento de Mangualde para Nelas; tivesse isto sido feito, a discrepância na circulação teria sido notada, e uma das composições teria ficado parada na estação, de modo a se fazer o cruzamento em segurança.
Por outro lado, devido à falta de um equipamento próprio, revelou-se impossível comunicar com os comboios envolvidos; a única forma de avisar os condutores era através da sinalização, e da instalação de petardos na via, o que, neste caso, não se revelou suficiente. Tivesse isto sido realizado, as composições poderiam ter sido paradas nas estações. O sistema de comunicação utilizado na altura naquele troço, denominado Cantonamento Telefónico, dependia do uso de telefones para transmitir informações entre as estações e o centro de comando.
Após o acidente, foram instalados sistemas mais avançados de segurança, sinalização e controlo de tráfego, como o Controlo de Velocidade, permitindo uma maior eficiência e segurança nas operações ferroviárias, e fazendo com que acidentes como este sejam praticamente impossíveis de acontecer; por outro lado, a introdução de sistemas de rádio-solo permitiu uma comunicação directa entre os maquinistas e as centrais de controlo, e foi proibida a utilização de materiais que facilitem a propagação de chamas nos comboios.

segunda-feira, setembro 10, 2012

O músico britânico Henry Purcell nasceu há 353 anos

Henry Purcell (Londres, 10 de setembro de 165921 de novembro de 1695) foi um compositor britânico. Apesar de uma vida relativamente breve, Henry Purcell permanece um dos mais importantes compositores ingleses. Sua facilidade em compor para todos os géneros e públicos, sua popularidade na corte durante os reinados de três monarcas e sua vasta produção de odes cortesãs, música cénica, anthems' sacros, canções e catches' seculares, música de câmara e voluntaries para órgão são uma prova clara de seu prodigioso talento.
Compôs as óperas Dido and Aeneas e A tempestade. São famosas suas lições para cravo, suas Odes, Hinos, composições religiosas e bem assim, sonatas e fantasias para viola.

Purcell nasceu em St Ann's Lane, Old Pye Street, Westminster, filho de Henry Purcell Senior, que era cantor na Chapel Royal, e irmão mais velho de Thomas Purcell (†. 1682 que era também musico), Edward, Henry e Daniel (†. 1717), que foi igualmente um prolífico compositor e quem escreveu muita da música para o acto final de The Indian Queen após a morte de Henry Purcell.
Após a morte do seu pai em 1664, Purcell ficou aos cuidados do seu tio Thomas, que era igualmente membro do coro da capela real, e conseguiu a sua admissão. Henry estudou primeiro com o Capitão Henry Cooke (†. 1672), mestre das crianças, e posteriormente com Pelham Humfrey (†. 1674), que sucedeu a Cooke. Com a perda da voz em 1673, foi nomeado assistente de John Hingeston, a quem sucedeu como guardião dos instrumentos musicais do rei, em 1683. Em 1676 ocupou a posição de organista na Westminster Abbey, que viria novamente a ocupar em 1680, depois da desistência do seu professor Blow (que havia sido nomeado em 1669 a seu favor). Nos tempos que se seguiram dedicou-se quase totalmente à composição de música sacra, cortando as suas ligações com o teatro. Contudo, imediatamente antes de assumir a sua nova posição, tinha composto dois importantes trabalhos para o teatro: a música para Theodosius de Nathaniel Lee, e a Virtuous Wife de Thomas D'Urfey. Em 1682, e com a morte Edward Lowe, foi nomeado organista da Chapel Royal, função que ocupou em simultâneo com a posição idêntica em Westminster Abbey.
Purcell morreu a 21 de novembro de 1695 e foi sepultado em Westminster Abbey a 26 de Novembro.
Entre as obras mais memoráveis de Purcell estão The Fairy Queen, I Gave Her Cakes e Dido and Aeneas.


Stephen Jay Gould nasceu há 71 anos

Stephen Jay Gould (Nova Iorque, 10 de setembro de 1941 - Nova Iorque, 20 de maio de 2002) foi um paleontólogo e biólogo evolucionista dos Estados Unidos. Foi também um autor importante no que diz respeito à história da ciência. É reconhecido como o mais lido e conhecido divulgador científico da sua geração.
Nascido numa família judaica, não praticou nenhuma religião organizada. Ainda que tenha sido educado num meio ideologicamente marcado pelo socialismo, nunca assumiu qualquer militância política. Como escritor, lutou contra a opressão cultural, principalmente contra a pseudociência legitimadora do racismo.
Começou a lecionar como membro da faculdade da Universidade de Harvard, em 1967, onde se tornou professor na cadeira de Alexander Agassiz, de zoologia. Ajudou Niles Eldredge a desenvolver a teoria do equilíbrio pontuado (1972), segundo a qual as mudanças evolucionárias ocorreriam de forma acelerada em períodos relativamente curtos, em populações isoladas, intercalados de períodos mais longos, caracterizados pela estabilidade evolutiva.
Na perspectiva do próprio Gould, esta teoria derrubava um princípio-chave do neodarwinismo (o gradualismo das mudanças evolucionárias) - perspectiva não partilhada por grande parte da comunidade dos biólogos evolucionários que a consideram apenas como uma retificação importante, sem dúvida, mas que não punha em causa o que já era conhecido e defendido como certo pelos cientistas até ao momento.

Carreira académica
Stephen Jay Gould formou-se em geologia em 1963, pelo Antioch College e em 1967 recebeu um doutoramento em paleontologia pela Universidade de Columbia. Nesse mesmo ano tornou-se professor na Universidade de Harvard, tornando-se professor efectivo em 1973.
Desde de 1973 Gould era o curador da colecção de Palentologia de Invertebrados do Museu de Zoologia Comparada de Harvard e membro adjunto do Departamento de História das Ciências em Harvard. Em 1983 tornou-se  Professor de Zoologia da cátedra de Alexander Agassiz (também na Universidade de Harvard) e, em 1996,  Professor Convidado da cátedra de Vicent Astor de Biologia na Universidade de Nova York. Gould manteve todos estes cargos até 2002.

Bibliografia e divulgação científica
Stephen Jay Gould é especialmente conhecido a nível mundial pela sua actuação a nível da divulgação da ciência a leigos. Em janeiro de 1974 a revista Natural History apresentou um ensaio de Gould (Size and Shape - The immutable laws of design set limits on all organisms). Este seria o primeiro de um conjunto de 300 ensaios escritos por Gould e editados pela Natural History na rubrica This View of Life (Esta visão da vida). Gould escreveu esta rubrica entre janeiro de 1974 e janeiro de 2001.
A maioria dos ensaios escritos por Gould para This View of Life tinha como tema assuntos relativos à Teoria da Evolução e à História das Ciências, mas Gould também se referiu a outros assuntos relativos a biologia, a geologia, a ciências sociais, e ao beisebol. Michael Shermer refere que o ensaio mais curto escrito por Gould para This View of Life tem 1.475 palavras ("Darwin's Dilemma", de junho 1974), e o mais longo tem 9.290 palavras ("The Piltdown Conspiracy", de agosto 1980).

Nicolau Tolentino de Almeida nasceu há 272 anos

Frontispício de uma peça de teatro "de cordel" de Tolentino

Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740 - 23 de junho de 1811) foi um poeta português.

Aos vinte anos ingressou na Faculdade de Leis, na Universidade de Coimbra, mas ao invés dos estudos tinha vida boémia e de poeta. No ano de 1765 tornou-se professor de retórica, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal, após a expulsão dos jesuítas.
Seus versos continham sempre pedidos, tentando obter um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.
Foi um professor durante quinze anos, mas esta vida o desagradava. Inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta miséria.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricatural, sonetos e odes, que reuniu em 1801 num volume chamado Obras Poéticas. Ficou na superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. A sua visão cómica consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero, que encontrava.


SONETO XII

A uma Camponesa


Não moram em palácios estucados
Almas singelas, almas extremosas:
Nutrem da Corte as damas enganosas
Em tenros peitos corações dobrados.

Venham por longos mares conquistados
As Indianas sedas preciosas:
Cubram-lhe as carnes alvas, e mimosas
Ricos vestidos em Paris bordados.

São isto efeitos da arte, e da ventura:
Estimo mais que toda a vã grandeza
Hum limpo coração, uma alma pura.

Não na Corte; das serras na aspereza
Fui achar inocência, e formosura,
Sagrados dons da simples Natureza.

in Obras Póstumas (1828) - Nicolau Tolentino de Almeida

O astrónomo Opik morreu há 27 anos


Educação
Öpik estudou na Universidade de Moscovo, onde se especializou no estudo de corpos menores solares, tais como asteroides, cometas, e meteoros. Concluiu seu doutoramento na Universidade de Tartu, Estónia.

Astronomia
Öpik foi um destacado astrofísico, com ampla gama de interesses. Dentre suas descobertas está o primeiro cálculo da densidade de uma estrela degenerada (a anã branca 40 Eri B), em 1915, a primeira determinação precisa da distância de um objeto extragaláctico (a Galáxia de Andrómeda), em 1922. No mesmo ano ele registou corretamente o número de crateras em Marte, antes mesmo delas serem detectadas pelas sondas espaciais. Em 1932 postulou uma teoria com relação à origem dos cometas no sistema solar. Ele acreditava que eles se originavam na órbita de uma nuvem distante, além da órbita de Plutão. Esta nuvem é hoje conhecida por nuvem de Oort, ou alternativamente, nuvem de Öpik-Oort, em sua homenagem. Ele também inventou uma câmara especial para o estudo de meteoros.

Exílio
Öpik fugiu de seu país natal em 1944, quando da aproximação do Exército Vermelho. Primeiro foi para Hamburgo e por último, em 1948, para o Observatório de Armagh, na Irlanda do Norte, onde permaneceu até 1981.

Condecorações e títulos
Öpik recebeu medalhas da National Academy of Sciences (1960), da Meteoritical Society (1968), da American Association for the Advancement of Science (1972), a Medalha de Ouro da Royal Astronomical Society em 1975, a mais alta condecoração outorgada pela Royal Astronomical Society (Sociedade Astronômica Real) do Reino Unido e a Medalha Bruce em 1976, concedida pela Astronomical Society of the Pacific com sede em San Francisco, Califórnia. Recebeu os graus honoríficos: Belfast (1968) e Sheffield (1977).

Legado
O asteróide 2099 Öpik recebeu o seu nome. Seu neto, Lembit Öpik, é atualmente um deputado liberal-democrata, membro do Parlamento britânico por Montgomeryshire. Ele também possui ligações com a astronomia, uma vez que ele é um grande apoiante da pesquisa de asteroides que possam vir a colidir com a Terra.

Agostinho Neto morreu há 33 anos

António Agostinho Neto (Catete, Ícolo e Bengo, 17 de setembro de 1922 - Moscovo, 10 de setembro de 1979) foi um médico angolano, formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, que em 1975 se tornou o primeiro presidente de Angola até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o "Prémio Lenine da Paz".
Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa. Foi preso pela PIDE, a polícia política do regime salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde; sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas.
Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a FNLA e a UNITA Tendo o MPLA saído deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de novembro de 1975, assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do Leste europeu.
Durante este período, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a liderança de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no início dos anos 1970, de duas tendências opostas à direcção do movimento, a "Revolta Activa" constituída no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas forças de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divisões foram superadas num intrincado processo de discussão e negociação que terminou com a reafirmação da autoridade de Agostinho Neto. Já depois da independência, em 1977, houve um levantamento, visando a sua liderança e a linha ideológica por ele defendida; este movimento, oficialmente designado como fracionismo, foi reprimido de forma sangrenta, por suas ordens.
Agostinho Neto, que era casado com a portuguesa Eugénia Neto, morreu num hospital em Moscovo no decorrer de complicações ocorridas durante uma operação a um cancro hepático de que sofria, poucos dias antes de fazer 57 anos de idade. Foi substituído na presidência de Angola e do MPLA por José Eduardo dos Santos.

Mausoléu de Agostinho Neto em Luanda
Ao falecer em Moscovo, a 10 de setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também. Na cadeia de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos do território angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto à liderança de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Activa -, partilhavam celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola, OCA, com mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.
   
José Eduardo Agualusa no Público (Lisboa) - 26.08.2012


Havemos de voltar

Às casas, às nossos lavras
às praias, aos nossos campos
havemos de voltar

Às nossos terras
vermelhas de café
brancas de algodão
verdes dos milharais
havemos de voltar

às nossas minas de diamantes
ouro, cobre, de petróleo
havemos de voltar

Aos nossos rios, nossos lagos
às montanhas, às florestas
havemos de voltar

À frescura da mulemba
às nossas tradições
aos ritmos e às fogueiras
havemos de voltar

À marimba e ao quissangue
ao nosso carnaval
havemos de voltar

À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar

Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente

Cadeia do Aljube de Lisboa 
Outubro de1960



in
Sagrada Esperança (1974) - Agostinho Neto

Há 35 anos a guilhotina funcionou pela última vez

(imagem daqui)

Hamida Djandoubi (Tunísia, 1949 - Marselha, 10 de setembro de 1977) foi a última pessoa a ser guilhotinada na França. Ele era um imigrante tunisiano e foi condenado por tortura seguida de assassinato de sua ex-namorada, Elisabeth Bousquet, de 21 anos. Após ter perdido o seu último recurso, foi guilhotinado no alvorecer do dia 10 de setembro de 1977.
O último executado publicamente na guilhotina fora Eugen Weidmann, em 17 de junho de 1939. Desde então as execuções eram feitas no interior das prisões. A lei que aboliu a pena de morte na França só foi assinada em 30 de setembro de 1981.

Nascido na Tunísia por volta de 1949, Hamida Djandoubi imigrou para a França em 1968, tendo ido viver em Marselha, onde trabalhava numa mercearia. Ele passou a trabalhar como paisagista, mas teve um acidente de trabalho em 1971, que resultou na perda de dois terços de sua perna direita.
Em 1973, uma mulher de 21 anos chamada Elizabeth Bousquet, que Djandoubi conheceu no hospital enquanto recuperava da amputação, apresentou uma queixa na polícia contra ele, alegando que ele tentou forçá-la a se prostituir.
Após a sua detenção e eventual libertação da custódia, durante a primavera de 1973, Hamida Djandoubi serviu como proxeneta de duas prostitutas da sua confiança. Em julho de 1974, ele sequestrou Elizabeth Bousquet e levou-a para sua residência, onde, à vista das prostitutas que agenciava, agrediu fisicamente Elizabeth e a torturou com um cigarro aceso, queimando-a nos seios e na área genital. Elizabeth Bousquet sobreviveu às agressões e torturas. Sendo assim, Hamida Djandoubi levou-a de carro para os arredores de Marselha e estrangulou-a.
No seu regresso a casa, Hamida Djandoubi alertou as duas prostitutas a não dizerem nada do que tinham visto. O corpo de Elizabeth Bousquet foi descoberto num barracão por um menino, em 7 de julho de 1974. Um mês depois, Hamida Djandoubi raptou outra menina, que conseguiu fugir e denunciá-lo à polícia.
Após um processo de pré-julgamento longo, Djandoubi finalmente apareceu no tribunal de Aix-en-Provence, acusado de tortura, assassinato, estupro e violência premeditada, em 24 de fevereiro de 1977. Sua principal defesa girava em torno dos supostos efeitos da amputação da sua perna, seis anos antes, que seu advogado alegou ter levado a um paroxismo de abuso de álcool e violência, transformando-o num homem diferente. Em 25 de fevereiro, ele foi condenado à pena de morte. O recurso contra sua sentença foi indeferido em 9 de junho, e, no início da manhã de 10 de setembro de 1977, Hamida Djandoubi foi informado de que seria executado às 04.40 horas.
A história de vida de Hamida Djandoubi é contada no livro When the Guillotine Fell ("Quando a Guilhotina Caiu", ainda não traduzido para português), escrito pelo autor canadiano Jeremy Mercer.