Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908 - Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico e político marxista chileno. Fundador do Partido Socialista, governou seu país de 1970 a 1973, quando foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet.
Allende foi o primeiro presidente de república e o primeiro chefe de estado socialista marxista eleito democraticamente na América Latina. Seus pilares ideológicos foram o socialismo, o marxismo e a maçonaria. Allende foi um revolucionário atípico: acreditava na via eleitoral da democracia representativa, e considerava ser possível instaurar o socialismo dentro do sistema político então vigente em seu país.
(...)
Primeira tentativa de golpe de estado
A primeira tentativa de golpe resultou de uma aliança entre o Patria y Libertad
e militares chilenos, quando essa organização se aliou a um setor do
exército que ocupava altos postos através do Chile, num projeto -
fracassado - que pretendia tomar de assalto o Palácio de La Moneda e derrubar o governo. A operação ficou conhecida como El Tanquetazo e foi realizada em 29 de junho de 1973. A inteligência do exército, então comandado pelo general constitucionalista Carlos Prats, detectou a tentativa de golpe e ele teve que ser abortado, não sem antes alguns tanques terem saído às ruas e se dirigido a La Moneda.
Estado de sítio
Logo após ter debelado El Tanquetazo, ainda envergando capacete e uniforme de combate, o Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general Carlos Prats, dirigiu-se pessoalmente a Allende para dizer que era imperiosa a instauração imediata do estado de sítio
no Chile, sem o que ele considerava ser impossível às forças armadas
sufocar os atentados terroristas de direita e de esquerda, que já se
multiplicavam, e assegurar a ordem constitucional no Chile. Em 2 de
junho de 1973 a requisição de Allende, solicitando a instauração do estado de sítio, fora negada pelo Congresso Nacional, por 51 votos a 82.
O Povo, revoltado, clamava em uníssono nas ruas de Santiago do Chile pelo fechamento do Congresso Nacional, aos gritos de: "a cerrar, a cerrar, el Congresso Nacional…". Diante disso, Allende fez um discurso, no qual chegou até a ser vaiado pela multidão:
Faremos as mudanças revolucionárias em pluralismo, democracia e liberdade. Mas isso não significa, tolerância com antidemocratas, nem tolerância com os subversivos, nem tolerância com os fascistas, camaradas! Mas vocês devem entender qual é a real posição deste governo. Não vou, porque seria absurdo, fechar o Congresso. Não o farei. Já disse eu repito. Mas caso necessário, enviarei um projeto de lei de plebiscito para que o povo resolva esta questão. |
— Salvador Allende
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- O cerco se fecha
- Em setembro o cerco se fechou. O general Prats, de fortes tendências constitucionalistas, e que se recusava a participar de qualquer golpe militar, desacatado publicamente por uma manifestação de esposas de oficiais golpistas diante de sua residência, se viu obrigado a renunciar ao seu posto de Comandante em Chefe das Forças Armadas, e, em 11 de setembro, o seu sucessor, o general Pinochet, um antigo homem de confiança de Allende, terminou com o que restava da democracia chilena, encerrando com sua ditadura o chamado período presidencialista do Chile (1925-1973). O general Prats foi assassinado pela DINA - a polícia secreta pinochetista - no seu exílio em Buenos Aires, num atentado à bomba.
Morte de Salvador Allende
Havia duas versões aceitas sobre a morte de Allende: uma era que ele se suicidara no Palácio de La Moneda, cercado por tropas do exército, com a arma que lhe fora dada por Fidel Castro; a outra versão é que ele fora assassinado pelas tropas invasoras. A sua sobrinha Isabel Allende Llona era uma das que acreditam que seu tio fora assassinado. A filha do Presidente, a deputada Isabel Allende, declarou que a versão do suicídio era a correta.
Allende foi inicialmente enterrado numa cova comum, num caixão com as iniciais "NN". Com o terminus da ditadura de Pinochet, Allende teve um funeral com honras militares, em 1990, no Cemitério Geral de Santiago.
Os restos mortais do ex-presidente do Chile Salvador Allende foram exumados a 23 de maio de 2011
para determinar a causa da morte. A exumação foi ordenada pelo juiz
Mário Carroza, na sequência de um pedido feito em representação dos
familiares pela senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno,
para determinar com "certeza jurídica as causas da sua morte". No dia 19 de julho
de 2011, a perícia realizada nos restos mortais do ex-presidente
confirmou que sua morte fora ocasionada "por ferimento de projétil" e de
"forma corresponde a suicídio".
in Wikipédia
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