domingo, maio 13, 2012

O Papa João Paulo II sofreu um atentado há 31 anos

Quando ele entrou na Praça de São Pedro para uma audiência em 13 de maio de 1981, João Paulo II foi baleado e gravemente ferido por Mehmet Ali Ağca, um perito atirador turco que era membro do grupo militante fascista Lobos Cinzentos. O assassino usou uma pistola semi-automática 9 mm Browning, atingindo-o no abdómen e perfurando seu cólon e intestino delgado várias vezes. João Paulo II foi levado às pressas para a Policlínica Gemelli. No caminho para o hospital, ele perdeu a consciência. Ele passou por cinco horas de cirurgia para tratar sua perda maciça de sangue e feridas abdominais. Os cirurgiões realizaram uma colostomia, reencaminhando temporariamente a parte superior do intestino grosso para deixar a parte danificada inferior curar. Quando ele ganhou rapidamente a consciência antes de ser operado, ele instruiu os médicos para não remover o seu Escapulário de Nossa Senhora do Carmo durante a operação. O Papa afirmou que Nossa Senhora de Fátima ajudou a mantê-lo vivo durante todo o seu calvário.

Eu poderia esquecer que o evento (tentativa de assassinato de Ali Agca) na Praça de São Pedro teve lugar no dia e na hora em que a primeira aparição da Mãe de Cristo aos pastorinhos estava sendo lembrada por 60 anos em Fátima, Portugal? Mas em tudo o que aconteceu comigo naquele mesmo dia, senti que a proteção extraordinária maternal e cuidadosa, acabou por ser mais forte do que a bala mortal.
- Papa João Paulo II - Memória e Identidade, Weidenfeld & Nicolson, 2005, p.184

Em 2 de março de 2006, uma comissão parlamentar italiana, a Comissão Mitrokhin, concluiram que a União Soviética estava por trás do atentado contra a vida de João Paulo II, em retaliação do apoio dado pelo Papa para a organização Solidariedade, o movimento católico de trabalhadores trabalhadores pró-democracia, uma teoria que já havia sido apoiada por Michael Ledeen e a Agência Central de Inteligência dos Estado Unidos. O relatório italiano declarou que certamente os departamento de segurança da Bulgária Comunista foram utilizados para evitar que fosse descoberto o papel da União Soviética. O relatório afirmou que a Inteligência militar soviética (Glavnoje Razvedyvatel'noje Upravlenije) - e não a KGB - foi responsável. O porta-voz do Serviço de inteligência das Relações Exteriores da Rússia, Boris Labusov, chamou a acusação de ‘absurda’. Embora o Papa tivesse declarado, durante uma visita em maio de 2002, para a Bulgária, que não acreditava que aquele país estivesse envolvido com a tentativa de assassinato, seu secretário, Cardeal Stanisław Dziwisz, alegou em seu livro A Life with Karol, que o Papa estava particularmente convencido que a ex-União Soviética estava por trás da tentativa de assassinato. Bulgária e Rússia contestaram as conclusões da comissão italiana, apontando que o Papa negou a conexão búlgara.
Agca passou 19 anos em prisões italianas, sendo depois extraditado para a Turquia, onde foi condenado a prisão perpétua pelo assalto a um banco nos anos 1970 e pelo assassinato de um jornalista em 1979, pena depois comutada para dez anos de prisão. Dois dias depois do Natal em 1983, João Paulo II visitou a prisão onde seu pretenso assassino estava sendo mantido. Os dois conversaram privadamente por 20 minutos.
Internado de urgência na Policlínica Agostini Gemelli, o papa foi submetido a delicada cirurgia de cinco horas e vinte minutos, com extirpação de 55 centímetros de intestino. A 20 de junho, 17 dias depois de ter alta, é internado de novo na mesma clínica de Roma para ser tratado de uma infecção de cytomegalovirus, resultante da operação anterior.
Coincidentemente, os tiros disparados contra o Papa foram feitos no dia 13 de maio. Nesta data, em 1917, Nossa Senhora de Fátima teria feito a sua primeira aparição aos três pastorinhos. O Pontífice sempre afirmou que a Virgem Maria teria "desviado as balas" e salvo a sua vida nesse dia. Um ano depois, a 13 de maio de 1982 e já recuperado, João Paulo II visita pela primeira vez o Santuário de Nossa Senhora de Fátima para agradecer à Virgem o ter salvo. O Santo Padre ofereceu uma das balas que o atingiu ao Santuário. Essa bala foi posteriormente colocada na coroa da Virgem, onde permanece até hoje.

A escravatura acabou finalmento no Brasil há 124 anos

A Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353), sancionada em 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil. Foi precedida pela lei n.º 2.040 (Lei do Ventre Livre), de 28 de setembro de 1871, que libertou todas as crianças nascidas de pais escravos, e pela lei n.º 3.270 (Lei Saraiva-Cotejipe), de 28 de setembro de 1885, que regulava "a extinção gradual do elemento servil".
Foi assinada por Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, e pelo ministro da Agricultura da época, conselheiro Rodrigo Augusto da Silva. O Conselheiro Rodrigo Silva fazia parte do Gabinete de Ministros presidido por João Alfredo Correia de Oliveira, do Partido Conservador e chamado de "Gabinete de 10 de março". Dona Isabel sancionou a Lei Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador D. Pedro II do Brasil em viagem ao exterior.
O projeto de lei que extinguia a escravidão no Brasil foi apresentado à Câmara Geral, atual Câmara do Deputados, pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva, no dia 8 de Maio de 1888. Foi votado e aprovado nos dias 9 e 10 de maio de 1888, na Câmara Geral.
A Lei Áurea foi apresentada formalmente ao Senado Imperial pelo ministro Rodrigo A. da Silva no dia 11 de Maio. Foi debatida nas sessões dos dias 11, 12 e 13 de maio. Foi votada e aprovada, em primeira votação no dia 12 de maio. Foi votada e aprovada em definitivo, um pouco antes das treze horas, no dia 13 de maio de 1888, e, no mesmo dia, levado à sanção da Princesa Regente.
Foi assinada no Paço Imperial por Dona Isabel e pelo ministro Rodrigo Augusto da Silva às três horas da tarde do dia 13 de maio de 1888.

Dª Isabel, Princesa Imperial do Brasil e regente do Império quando da assinatura da Lei Áurea, pela qual ficou conhecida como A Redentora

O reverendo Jim Jones, responsável pelo massacre de Jonestown, nasceu há 81 anos

James Warren "Jim" Jones (Crete, Indiana, 13 de maio de 1931 - Jonestown, 18 de novembro de 1978) foi um líder de seita estadunidense e fundador da igreja Templo dos Povos (Peoples Temple), e mentor do suicídio em massa e assassinato da comunidade de Jonestown, na Guiana, em 18 de novembro de 1978, tendo como resultado 918 mortes, em sua maioria por envenenamento.

Vista aérea do massacre de Jonestown (retirado daqui)


Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu há 313 anos

Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, (Lisboa, 13 de maio de 1699 - Pombal, 8 de maio de 1782) foi um nobre, diplomata e estadista português. Foi secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.

Stevie Wonder - 62 anos

Stevie Wonder (nome artístico de Stevland Hardaway Morris) (Saginaw, 13 de maio de 1950) é um compositor, cantor e ativista de causas humanitárias e sociais norte-americano, cego devido a complicações decorrentes de um tratamento médico-hospitalar (oxigenoterapia) realizado logo após ao seu nascimento prematuro.
Assinou contrato com a Tamla Records, uma gravadora da Motown Records, aos onze anos e continua ligada à mesma até hoje. Gravou mais de trinta sucessos que alcançaram o top ten e ganhou vinte e cinco Grammy Awards, o maior número já ganho por um artista masculino. Ao nascer foi-lhe dado o nome Stevland Hardaway Judkins, depois alterado para Stevland Hardaway Morris.


O Rei D. João VI nasceu há 245 anos

Dom João retratado por vários artistas, mostrando a diversidade em suas representações

D. João VI de Portugal (nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança; Lisboa, 13 de maio de 1767 - Lisboa, 10 de março de 1826), cognominado O Clemente, foi rei do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1816 a 1822, de facto, e desde 1822 até 1825, de jure. Desde 1825 foi o rei de Portugal até sua morte, em 1826. Pelo tratado do Rio de Janeiro de 1825, que reconhecia a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Dom João VI também foi o imperador titular do Brasil, embora tenha sido seu filho Dom Pedro I o imperador do Brasil de facto.

Porque hoje passam 95 anos sobre a primeira aparição aos Pastorinhos de Fátima...

...recordemos a data com a versão dos Xutos da famosa canção que invoca o evento:

sábado, maio 12, 2012

Bebel Gilberto - 46 anos

Isabel "Bebel" Gilberto de Oliveira (Nova Iorque, 12 de maio de 1966) é uma cantora brasileira nascida nos Estados Unidos. Muitas vezes associada à bossa nova, Bebel Gilberto é filha de João Gilberto e da cantora Miúcha, e sobrinha de Chico Buarque.

Bebel teve sua estreia na música precocemente. Aos 9 anos já havia se apresentado no Carnegie Hall com sua mãe e Stan Getz, e já tinha participado no musicais Pirlimpimpim e Saltimbancos com sua mãe e seu tio, Chico Buarque.
Sua estreia como solo profissional veio em 1986 com um EP auto-intitulado lançado pela WEA, que incluiu "Preciso Dizer Que Te Amo", com parceria com Cazuza e , quando ambos estavam na Banda Barão Vermelho. Em 1991, a filha de Gilberto e Miúcha trocou Ipanema,onde cresceu, para Manhattan, onde ela nasceu. Bebel continua vivendo em Nova Iorque, mas compartilha seu tempo entre os EUA eo Brasil.
Bebel foi uma grande amiga de Cazuza e compôs várias músicas com ele, além de "Eu Preciso Dizer Que Te Amo", incluindo "Amigos de Bar", "Mais Feliz" e "Sem Razão Mulher".
Participou do projeto Red Hot + Rio, juntando-se grandes estrelas da música como Everything But the Girl, Maxwell, George Michael e outros para a gravação do CD beneficiário. Ela também colaborou no CD do produtor japonês Towa Tei Future Listening, cantando os hits "Technova" e "Batucada" e também participou no projeto Peeping Tom de Mike Patton (vocalista do Faith No More, Mr. Bungle, entre outras), cantando "Caipirinha".
Com o lançamento de 'Tanto Tempo' em 2000, Bebel inventou a bossa eletrónica, que assumiu os clubes de todo o mundo e Bebel se posicionou como uma das artistas mais vendidas do Brasil nos EUA desde os anos 60. Com seu segundo álbum, "Bebel Gilberto" (2004), ela refinou seu som para criar um estilo lounge acústico que apresentou seus pontos fortes como uma compositora brasileira.
Com o Lançamento do CD Momento (2007), seu terceiro álbum em sete anos, ela quis fazer uma fusão de ambos. Misturando um pouco do Rio 'Orchestra Imperial' junto com a banda de Nova Iorque Brazilian Girls, e seguindo a direção do produtor Inglês Guy Sigsworth (o parceiro de Madonna em "What It Feels Like for a Girl"), esse momento reafirma o caráter internacional da cantora Bebel.
All in One, foi lançado mundialmente em 29 de setembro de 2009 na famosa gravadora de jazz americana Verve, e lançado no Brasil pela Universal Music. Para forjar uma serenidade madura em "All in One", Bebel tinha uma super equipe de produtores, incluindo Mark Ronson (Amy Winehouse, Lily Allen), D. João (Dust Brothers, Beck), Daniel Jobim, Carlinhos Brown, Didi Gutman (Brazilian Girls) e Mario Caldato Jr (Beastie Boys, Bjork, Jack Johnson).
Desde o lançamento de "Tanto Tempo", em 2000, já vendeu mais de 2,5 milhões de de CD's e tem sido destaque em sete bandas sonoras de filmes (incluindo "Next Stop Wonderland", "Bubble", "Closer" e, mais recentemente em 2010 "Eat Pray Love") e sete séries de TV (Sex and the City, Six Feet Under, Nip/Tuck ...)
Bebel foi convidada pela rede de TV NBC a se apresentar no Miss Universo 2011, que foi realizado em São Paulo e foi transmitido para mais de mil milhões e meio de pessoas em mais de 190 países. Cantou o seu hit 'Close Your Eyes' durante a competição das finalistas do TOP 10, em trajes de gala (vestidos de noite).


Billy Duffy, guitarrista da banda britânica The Cult, faz hoje 51 anos

Billy Duffy (nascido William Henry Duffy, 12 de maio de 1961, Hulme, Manchester) é um guitarrista e compositor inglês, mais conhecido por ser membro integrante da banda britânica The Cult.

Duffy cresceu em Manchester, onde começou a tocar viola aos catorze anos de idade. Duffy começou sua carreira tocando em diferentes bandas punk de no final de 1970, mas estes anos anteriores foram mais notáveis ​​por ter introduzido Johnny Marr (The Smiths) para a guitarra e incentivando Morrissey para fazer sua estreia cantando com Duffy, em The Nosebleeds.
Quando o movimento punk rock inicial (liderada pelos Sex Pistols) morreu, Duffy acabou por ficar como guitarrista dos Theatre Of Hate. Finalmente encontrou Ian Astbury (vocalista da banda Southern Death Cult, de gothic rock), que ficou impressionado com a perícia de Duffy e abandonou Southern Death Cult para iniciar uma nova banda com ele. Juntos, eles exploraram o sucesso do Southern Death Cult, chamando-se Death Cult. Após o alarde inicial e um par de singles, Duffy, após uma viagem a Nova York, convenceu Astbury a encurtar o nome da banda para The Cult, em 1984.
A estreia de The Cult, o single "Spiritwalker", Duffy começou a criar um som característico com uma escolha pouco frequente de guitarra, uma Gretsch White Falcon dos meados dos anos 70.

Duffy ajudou a mudar o som de The Cult para metal-blues para seu terceiro álbum, "Electric" de 1987, o crédito para que essa alteração fosse possível foi para o produtor e fã de AC/DC, Rick Rubin. Fresco ainda pelo seu trabalho de produção nos Beastie Boys, no seu álbum de estreia "Licensed to Ill", Rubin deu tanto a Duffy e ao grupo The Cult uma nova direcção musical.
Duffy mudou-se para Los Angeles em 1988, com Astbury, onde ambos permanecem. Lá, os dois parceiros de escrita (com o antigo baixista Jamie Stewart) viraram-se para stadium rock e gravaram "Sonic Temple". The Cult atingiu um público maior, mainstream, mas a atenção do público não foi sustentada com o seu próximo álbum, "Ceremony", no alvorecer da era grunge.
Após a turnê Cerimonial Stomp, de 1992, Astbury e Duffy foram pressionados para regressar às suas raízes, com "The Cult". Este acabaria por levar à saída de Ian Astbury, de Duffy e do grupo The Cult, em 1995.
Durante a interrupção de Cult durante quatro anos, Duffy tocou com Mike Peters, The Alarm, num projecto chamado Coloursound.

Duffy reformula The Cult com Astbury, em 1999, que conduziu a um novo contrato de gravação com a Atlantic Records. Isso culminou com um show no Atlanta's Music Midtown Festival, em Maio de 2001, onde mais de 60 mil pessoas assistiram, levando à edição de "Beyond Good and Evil".
O single para promover o álbum, "Rise", que alcançou a posição #41 nos EUA e #2 nos Tops de rock mainstream, deixou de tocar nas rádios uma semana após o lançamento do álbum. As vendas decepcionantes, críticas e a fraca assistência na tournée que se seguiu, e novamente em 2002 Astbury deixou os The Cult, quando recebeu uma oferta para cantar com os Doors.

O grupo The Cult foi reformulada no início de 2006 com vários concertos nos EUA e na Europa. Duffy apareceu no filme de terror, Sin-Jin Smyth do director Ethan Dettenmaier, filmado em 2006, mas ainda sem lançamento.
No início de 2006, Duffy gravou um álbum de estreia com sua nova banda, Circus Diablo. O álbum foi gravado com Duffy tocando guitarra e o ex-Cult Billy Morrison como vocalista e baixista. O ex-vocalista de The Almighty, Ricky Warwick, tocou guitarra ritmo no CD. O ex-Cult, actual baterista de Velvet Revolver, Matt Sorum também tocou no disco e aparece como cortesia da RCA Records.



Katharine Hepburn nasceu há 105 anos

Katharine Houghton Hepburn (Hartford, 12 de maio de 1907 - Old Saybrook, 29 de junho de 2003) foi uma importante actriz dos Estados Unidos da América. Hepburn actuou no cinema, na televisão e no teatro, e hoje é reconhecida como sendo um símbolo feminista e permanece uma das mais famosas estrelas de cinema de sempre.
 
Uma lenda do cinema, Katharine Hepburn ganhou o maior número de Óscares em toda a história do evento, quatro, como melhor atriz. Possui ainda um dos maiores números de indicações para o prémio na categoria para melhor atriz, 12, sendo que Kate Hepburne só teve indicações como atriz principal. Hepburn ganhou um Emmy em 1975 por seu papel em Love Among the Ruins, e foi nomeada para outros quatro Emmys e também para dois Tonys durante os mais de setenta anos em que esteve envolvida com a Sétima Arte.
Em 1999, o AFI escolheu-a como a maior actriz de todos os tempos, numa lista de 25, que incluía Bette Davis, Ingrid Bergman, entre outras. Hepburn teve um famoso e longo romance com Spencer Tracy, dentro e fora das telas, durante 25 anos. Fizeram nove filmes juntos.
Uma antiga empregada doméstica sua, Emma Faust Tillman, chegou a ser a pessoa mais velha do mundo a partir de 24 de Janeiro de 2007, com 114 anos.
Hepburn morreu em sua casa de Old Saybrook, no estado de Connecticut em 29 de junho de 2003.

 

Manuel Alegre - 76 anos

(imagem daqui)
Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, Águeda, 12 de maio de 1936) é um escritor e político português.
   
Biografia
Filho de Francisco José de Faria e Melo Ferreira Duarte e de Maria Manuela Alegre de Melo Duarte, a sua família tem referências na política e no desporto - o seu trisavô paterno, Francisco da Silva e Melo Soares de Freitas, fundador dos caminhos de ferro no Barreiro e primeiro visconde dessa localidade, esteve nas revoltas contra D. Miguel I, tendo sido decapitado na Praça Nova do Porto; o avô materno, Manuel Ribeiro Alegre, pertenceu à Carbonária e foi deputado à Assembleia Constituinte em 1911, bem como governador civil de Santarém; o bisavô paterno, Carlos de Faria e Melo, 1º barão de Cadoro, foi administrador do Concelho de Aveiro; o avô paterno, Mário Ferreira Duarte, introduziu, com Guilherme Pinto Basto, várias modalidades desportivas em Portugal, e deu o seu nome ao antigo Estádio de Futebol de Aveiro; o seu tio, Mário Duarte, foi também futebolista, e diplomata; o seu pai, Francisco José de Faria e Melo Ferreira Duarte, jogou na Académica e foi campeão de atletismo — o próprio Manuel Alegre sagrou-se campeão nacional de natação e foi atleta internacional da Associação Académica de Coimbra nessa modalidade; a avó paterna, Maria Teresa de Faria e Melo, foi a primeira baronesa da Recosta. A sua infância e juventude encontram-se retratadas no romance Alma (1995).
À excepção dos primeiros estudos, feitos em Águeda, frequentou diversos estabelecimentos de ensino: fez o primeiro ano do liceu no Passos Manuel, em Lisboa, no segundo esteve três meses como aluno interno no Colégio Almeida Garrett, no Cartaxo, seis meses no Colégio Castilho, em São João da Madeira, e depois foi para o Porto, concluindo os estudos secundários no Liceu Central Alexandre Herculano. Aí fundou, com José Augusto Seabra, o jornal Prelúdio.

Anos em Coimbra 
Em 1956 entra na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Pouco depois inicia o seu percurso político, nos grupos de oposição de estudantes ao Salazarismo. Torna-se militante do Partido Comunista Português em 1957, que viria a abandonar em 1968. Enquanto membro da Comissão da Academia, apoia a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958. Não teve menor relevo na actividade cultural: participou na fundação do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e foi actor do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, deslocando-se para actuar em Bruxelas (1958), Cabo Verde (1959) e Bristol (1960).
Em 1960 publica poemas nas revistas Briosa (que dirigiu), Vértice e Via Latina, participando ainda na colectânea A Poesia Útil e Poemas Livres, juntamente com Rui Namorado, Fernando Assis Pacheco e José Carlos Vasconcelos.

Guerra Colonial
Em 1961 é chamado a cumprir serviço militar e assenta praça na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, de onde sai, pouco depois, para a Ilha de São Miguel. Aí desencadeia o movimento de Juntas de Acção Patriótica de Estudantes, constituídas por militares e civis. Além disso chega a traçar, com Melo Antunes e outros, um plano para tomar conta da ilha, que não se concretiza. Em 1962 é mobilizado para Angola, onde é preso pela PIDE e condenado a seis meses de reclusão na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, acusado de tentativa de revolta militar contra à Guerra do Ultramar. Na cadeia conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Regressa a Portugal em 1964. A ameaça de nova detenção e de julgamento pelo Tribunal Militar, por suspeita de traição, leva-o a passar à clandestinidade e a partir para o exílio, tendo sido auxiliado pelo poeta João José Cochofel, que o esconde no norte do país.


No exílio
Chegado a Paris em Julho de 1964, participa na Terceira Conferência e é eleito para a Direcção da Frente Patriótica de Libertação Nacional, presidida por Humberto Delgado. Isto dar-lhe-á a possibilidade de depor perante as Nações Unidas, como representante dessa organização, sobre a sua experiência em Angola, e contactar com os líderes dos movimentos africanos de libertação, como Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Samora Machel, Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade e Aquino de Bragança. Em 1964 parte para o exílio, em Argel, onde é locutor da emissora de rádio A Voz da Liberdade. Nessa emissora difunde conteúdos destinados a lutar contra o Salazarismo, declarando apoio aos movimentos de guerrilha do Ultramar, que lutavam contra as Forças Armadas de Portugal, convertendo num símbolo de resistência e liberdade. Entretanto os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), são apreendidos pela censura, mas cópias manuscritas ou dactilografadas circulam de mão em mão, clandestinamente. Poemas seus, cantados, entre outros, por Amália Rodrigues, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luis Cília tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade.
Em 1968 entra em ruptura com o Partido Comunista Português, em consequência dos acontecimentos da Primavera de Praga e da invasão das forças do Pacto de Varsóvia naquele país.


De regresso a Portugal
Uma década depois regressa a Portugal, onde chega a 2 de maio de 1974. Entra nos quadros da Radiodifusão Portuguesa, como director dos Serviços Recreativos e Culturais, e é um dos fundadores (com Piteira Santos, Nuno Bragança e outros) dos Centros Populares 25 de Abril, uma organização que pretendia um papel cívico, complementar ao dos partidos.
Ainda em 1974 adere ao Partido Socialista, de que foi dirigente nacional. Estreia-se como deputado na Assembleia Constituinte, em 1975. É deputado à Assembleia da República a partir de 1976, integrando também o I Governo Constitucional (de Mário Soares), primeiro como Secretário de Estado da Comunicação Social, depois como Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro para os Assuntos Políticos. Também no Parlamento foi presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, vice-presidente da Delegação Parlamentar Portuguesa ao Conselho da Europa, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS e vice-presidente da Assembleia da República. Em 2004 foi candidato a secretário-geral do PS, perdendo para José Sócrates. Em 2006 foi candidato independente às eleições presidenciais, tendo obtido mais votos que Mário Soares, então candidato oficial do PS. Após essas eleições funda o Movimento de Intervenção e Cidadania. Em 2009 cessa o seu último mandato como deputado à Assembleia da República, após trinta e quatro anos no Parlamento. Mantém-se como membro do Conselho de Estado e das Ordens Honoríficas de Portugal. Em 2010 anuncia a sua candidatura às eleições presidenciais de 2011, conseguindo o apoio do PS, do BE, bem como dos dirigentes do MIC.
No total, foi deputado 34 anos. Reforma-se após deixar o parlamento. Aufere uma reforma de 3219,95€ (para a qual contaram os descontos efectuados como deputado), uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais. A sua reforma foi motivo de diversos boatos nos meios de comunicação social, que foram levados a Tribunal, culminando no pagamento a Manuel Alegre de uma indemnização no valor de quarenta mil euros, como compensação por danos morais em virtude de notícia publicada em Junho de 2006, no jornal diário Correio da Manhã, e que lhe imputava o recebimento de uma reforma superior a três mil euros por escassos meses de trabalho na RDP, esquecendo os mais de 30 anos em que Manuel Alegre descontou para a Caixa Geral de Aposentações enquanto deputado na Assembleia da República. Manuel Alegre ganhou os recursos em sede de tribunal de primeira instância, de novo na relação de Lisboa, e de novo em sede de Supremo Tribunal de Justiça. Acumula ainda uma subvenção vitalícia superior a dois mil euros mensais, aplicada a todos os titulares de cargos públicos com desempenhos superiores a 12 anos.
Casou duas vezes, primeiro com Isabel de Sousa Pires, de quem não teve filhos, e depois com Mafalda Maria de Campos Durão Ferreira (Lisboa, 13 de Dezembro de 1947), de quem tem dois filhos e uma filha.
   
Obra literária
Além da actividade política, saliente-se o seu proeminente labor literário, quer como poeta, quer como ficcionista. Entre os seus inúmeros poemas musicados contam-se a Trova do vento que passa, cantada por Adriano Correia de Oliveira, Amália Rodrigues, entre muitos outros. Reconhecido além fronteiras, é o único autor português incluído na antologia Cent poemes sur l'exil, editada pela Liga dos Direitos do Homem, em França (1993). Em abril de 2010, a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas. Pelo conjunto da sua obra recebeu, entre outros, o Prémio Pessoa (1999) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1998). É sócio-correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa, eleito em 2005.

Poesia
  • 1965 - Praça da Canção
  • 1967 - O Canto e as Armas
  • 1971 - Um Barco para Ítaca
  • 1976 - Coisa Amar (Coisas do Mar)
  • 1979 - Nova do Achamento
  • 1981 - Atlântico
  • 1983 - Babilónia
  • 1984 - Chegar Aqui
  • 1984 - Aicha Conticha
  • 1991 - A Rosa e o Compasso
  • 1992 - Com que Pena — Vinte Poemas para Camões
  • 1993 - Sonetos do Obscuro Quê
  • 1995 - Coimbra Nunca Vista
  • 1996 - As Naus de Verde Pinho
  • 1996 - Alentejo e Ninguém
  • 1997 - Che
  • 1998 - Pico
  • 1998 - Senhora das Tempestades
  • 2001 - Livro do Português Errante
  • 2008 - Nambuangongo, Meu Amor
  • 2008 - Sete Partidas

Ficção

Literatura Infantil
  • 2007 - BARBI-RUIVO, O meu primeiro Camões, ilustrações de André Letria, Publicações Dom Quixote, 1ª edição, Novembro de 2007.
  • 2009 - O PRÍNCIPE DO RIO, ilustrações de Danuta Wojciechowska, Publicações Dom Quixote, Abril de 2009.

Outros
  • 1997 - Contra a Corrente (discursos e textos políticos)
  • 2002 - Arte de Marear (ensaios)
  • 2006 - O Futebol e a Vida, Do Euro 2004 ao Mundial 2006 (crónicas)


Pedro Soldado - Manuel Freire
Música de Manuel Freire e poesia de Manuel Alegre

Já lá vai Pedro Soldado
Num barco da nossa armada
E leva um nome bordado
Num saco cheio de nada
Triste vai Pedro Soldado


Branda rola não faz ninho
Nas agulhas do pinheiro
Não é Pedro Marinheiro
Nem no mar é seu caminho


Nem anda a branca gaivota
Pescando peixes em terra
Nem é de Pedro essa rota
Dos barcos que vão à guerra


Onde não anda ceifando
Já o campo se faz verde
E em cada hora se perde
Cada hora que demora
Pedro no mar navegando


Não é Pedro pescador
Nem no mar vindimador
Nem soldado vindimando
Verde vinha vindimada
Triste vai Pedro Soldado


Já lá vai Pedro Soldado
Num barco da nossa armada
Deixa um nome bordado
E era Pedro Soldado


Branda rola não faz ninho
Nas agulhas do pinheiro
Não é Pedro Marinheiro
Nem no mar é seu caminho


Deixa um nome bordado
E era Pedro Soldado
E era Pedro Soldado

sexta-feira, maio 11, 2012

O astrofísico Karl Schwarzschild morreu há 96 anos

Karl Schwarzschild (Frankfurt am Main, 9 de outubro de 1873 - Potsdam, 11 de maio de 1916) foi um astrónomo e físico alemão e um dos fundadores da moderna Astrofísica.
Estudou em Estrasburgo e Munique, obtendo seu doutoramento em 1896, com um trabalho sobre as teorias de Jules Henri Poincaré.
Desde o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, que ele lutou pelo exército alemão, apesar de ter mais de 40 anos, servindo nas frentes leste e oeste e alcançando o posto de tenente na artilharia.
Durante seu serviço na Rússia em 1915, ele escreveu dois artigos importantes, um sobre a Teoria da Relatividade e outro sobre a Teoria quântica. Seu trabalho sobre a Relatividade resultou nas primeiras soluções exatas para as equações da gravitação geral - uma para corpos esfericamente simétricos não-rotativos e uma para o espaço vazio estático isotrópico em torno de um corpo massivo. O segundo artigo antes citado deu origem a alguns trabalhos pioneiros sobre buracos negros. Duas propriedades dos buracos negros receberam seu nome: a Geometria de Schwarzschild e o Raio de Schwarzschild. Os artigos foram enviados a Einstein e apresentados por ele, em nome de Schwarzschild, a 13 de janeiro de 1916, e publicados no Sitzungsberichte der Preussischen Akademie der Wissenschaften (Relatórios de reunião da Academia de Ciências da Prússia).
A causa da sua morte é controversa: alguns dizem que ele morreu de uma doença contraída na Rússia durante a guerra, outros de um raro distúrbio do metabolismo. Está sepultado no Stadtfriedhof de Göttingen.
O asteroide 837 Schwarzschild foi assim chamado em sua homenagem.

Doom Schneider, o baterista dos Rammstein, faz hoje 46 anos

Doom Schneider, cujo nome oficial é Christoph Schneider (Berlim, 11 de maio de 1966), é um músico alemão, conhecido por ser o baterista da banda de metal industrial alemão Rammstein.
É o mais velho de 6 irmãos. Cresceu ao lado de sua mãe, cinco irmãs e de seu irmão Stephan. Uma de suas irmãs, Constanze é a designer das roupas do Rammstein. Em 1980, quando tinha 14 anos, um seu irmão lhe deu uma bateria, que havia feito com latas de alumínio. Aos 16 anos saiu da escola e começou a trabalhar como assistente de instalador de telefone. Em 1984, com 18 anos, ele foi obrigado a ir para o exército (Schneider é o único membro da banda que prestou serviço militar).
Em 1985-86, ele deixou o emprego de assistente de instalador de telefones e tentou entrar numa universidade para estudar música, mas não foi admitido, mesmo tentando duas vezes. Não tendo sido aprovado pelo que sabia de bateria, Schneider teria que aprender trompete, o que não aceitou. Desde então ele tentou entrar em diversas bandas. Aos 24 anos, ele era de uma banda chamada Die Firma e foi membro ainda de outras bandas. Em 1994, Till Lindemann, Richard Kruspe, Oliver Riedel e Christoph "Doom" Schneider entraram e ganharam o concurso Berlin Senate Metro, possibilitando a gravação de quatro faixas demos e o aparecimento da banda Rammstein.


Salvador Dali nasceu há 108 anos

Salvador Domènec Felip Jacint Dalí i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol (Figueres, 11 de maio de 1904 - Figueres, 23 de janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica.


Crucificação (Corpus Hypercubus)

Bob Marley morreu há 31 anos

Bob Marley (nascido Robert Nesta Marley, Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945 - Miami, 11 de maio de 1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o género. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ele foi chamado de "Charles Wesley dos rastafáris", pela maneira com que divulgava a religião através de suas músicas.
Bob foi casado com Rita Marley, uma das ''I Threes'', que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os conhecidos Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Kymani Marley, Julian Marley e Damian Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiram carreira musical.
Foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.
 
 

Afonso Costa morreu há 75 anos


Afonso Augusto da Costa (Seia, 6 de Março de 1871Paris, 11 de Maio de 1937) foi um advogado, professor universitário, político republicano e estadista português.
Foi um dos principais obreiros da implantação da República em Portugal e uma das figuras dominantes da Primeira República.

NOTA: republicamos novamente um excelente texto para quem quiser conhecer melhor este senhor:


Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?

Afonso Costa não é, como escreveu A. H. de Oliveira Marques, o mais querido e o mais odiado dos Portugueses. É, com certeza, uma das figuras mais ridículas e abjectas da História de Portugal, epítome do que constituiu a I República, ou seja, um regime de vale-tudo, de ameaças, de extorsões, de perseguições e ódios. Afonso Costa jamais foi querido. Foi sempre temido, odiado, repudiado e no fim respeitado, pois ser amado significava perder a força necessária à consolidação da sua obra. A República Portuguesa, sobretudo nos seus defeitos (sim, porque não podemos esconder-lhe algumas virtudes) foi da sua lavra. Desde a tentativa de erradicação da Igreja Católica, às sovas que deu ou mandou dar aos seus opositores, passando pelos pequenos furtos ou os grandes roubos em que esteve envolvido, sem qualquer pejo, embaraço ou vergonha. Como escreveu Fernando Pessoa: «Não podendo Afonso Costa fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação.». Ora, a indignação de Afonso Costa teve vários graus, tantos ou mais do que aqueles que subiu na hierarquia da Maçonaria que o acolhia com fraternidade. Aliás, a raiva deste paladino da República nunca foi elitista, faça-se-lhe justiça: tanto se dirigia a monárquicos como a republicanos, dependendo de quem se atrevia a fazer-lhe frente.
Político experimentado dos últimos anos do Rotativismo e da experiência do Franquismo, A. Costa sabia uma coisa: para governar um país como Portugal, a Democracia só podia vir depois. Mais, o primeiro passo para mandar nos portugueses, não é suspender o Parlamento, ou calar a Imprensa, é alimentar o mais possível o caciquismo e os clientelismos. Por isso, com uma mestria nem sequer igualada pelo seu sucessor das Finanças a partir de 1926, rodeou-se da família, criando uma Dinastia de Costas (a expressão aparece na sua correspondência), leal, forte, incorruptível (na qual a sua mulher teve um papel fundamental, mesmo apesar de às mulheres a República ter negado o direito ao voto), distribuiu benesses aos mais próximos, amigos ou inimigos, mantendo-os no bolso como qualquer bom gangster o faria.
Contudo, Costa tinha um lado medroso que faz dele esse político tão extraordinário e vivo da nossa História. Rodeava-se da púrria (adolescentes vadios e marginais a quem oferecia bombas e armas para assustar a população) e ele próprio manejava a pólvora como ninguém; por outro lado era incapaz de enfrentar um opositor num frente a frente. E tinha medo, muito medo, do próprio terror que lançara. Quando, em 1917, Sidónio o mandou ir prender ao Porto andou escondido em guarda-fatos e dali saiu apupado por uma fila de mulheres. Passou vexames inacreditáveis: viu a sua casa ser esbulhada de alguns dos objectos que ele tinha furtado nos Palácios Reais e um dia de Julho de 1915, seguindo num eléctrico atirou-se pela janela fora ao som e à vista de um clarão que pensava vir de uma bomba. Não fora um atentado, apenas um curto-circuito…estatelou-se no chão de onde foi levantado pelos transeuntes em estado grave e, durante meses e anos a fio, Lisboa transformou esta cena patética numa adivinha popular: Qual é coisa, qual é ela, que entra pela porta e sai pela janela?
Afonso Costa participou em negociatas e estranhos casos de favorecimento. Desapareceram processos durante o seu ministério na Justiça e não poucas vezes viu o Parlamento envolvê-lo na “roubalheira” de que fala Raul Brandão e na qual políticos e militares participavam. Em França um banqueiro virou-se para António Cabral, ex-ministro da Monarquia perguntando-lhe: - “Conhece um tal de Afonso Costa, em Portugal”. António Cabral disse que sim, que o conhecia bem… ao que o capitalista respondeu – “Pois deve ser um dos homens mais ricos do seu país, dada a quantia que possui na conta que por cá abriu…”
Nada o detia. Para além de manipular a legislação a seu favor (algo que facilmente podia fazer dado que controlava, a partir da proeminência do seu Partido Democrático, veja-se o Caso das Binubas, de que hoje ninguém fala…) executava malabarismos financeiros, como o que envolveu a sua mulher para quem fez desviar, sob a desculpa da caridade, meio milhão de francos, destinados à Comissão de Hospitalização da Cruzada das Mulheres Portuguesas, de que a D. Alzira Costa era presidente.
Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a “habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo efectivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser curioso que às despesas e aos roubos que os republicanos faziam questão de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante os loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades várias com empresas estrangeiras, etc, etc.
Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as actuais comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da República, evitando assim o Estado Novo e, na 3.ª República, fugir à inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus admiradores é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada.
Nuno Resende daqui

quinta-feira, maio 10, 2012

Sid Vicious nasceu há 55 anos

Sid Vicious (nome artístico de John Simon Ritchie-Beverly, Londres, 10 de Maio de 1957 - Nova Iorque, 2 de Fevereiro de 1979) foi um músico inglês, conhecido por tratar-se de um ícone da cultura punk, baixista da banda Sex Pistols.
Sid Vicious, antes de entrar para a banda Sex Pistols, era baterista do Siouxsie & The Banshees. Também foi vocalista da banda The Flowers Of Romance.