Réplica do navio negreiro Zong, ancorado próximo da Tower Bridge de Londres, em abril de 2007, nas comemorações dos 200 anos do Ato contra o Comércio de Escravos de 1807
Conhecida como os "santos", esta aliança era chefiada por
William Wilberforce, o mais importante dos militantes anti-esclavagistas. Estes parlamentares tinham assessoria jurídica de
James Stephen,
cunhado de Wilberforce, e eram extremamente dedicados. Eles muitas
vezes viam a sua batalha pessoal contra a escravatura como uma cruzada
divinamente ordenada. Além disso, muitos que eram anteriormente neutros
sobre o tema escravidão foram trazidos para o lado da causa
abolicionista pelas preocupações com a segurança, após a bem sucedida
rebelião dos escravos que resultou na
independência do Haiti em
1804.
O número de simpatizantes da causa abolicionistas aumentou com a precária situação do governo sob a direção de
Lorde Grenville (o seu curto período como primeiro-ministro ficou conhecido como o
Ministério de Todos os Talentos). Grenville pessoalmente comandou a luta pela aprovação do projeto de lei, na
Câmara dos Lordes, enquanto que na
Câmara dos Comuns o projeto foi liderado pelo
Secretário do Exterior,
Charles James Fox,
que morreu antes que ele fosse finalmente transformado em lei. Não
muito tempo após o ato ter sido aprovada, o governo do Grenville perdeu
força para o
Duque de Portland. Apesar desta mudança, os governos britânicos posteriores continuaram a apoiar a política de acabar com o tráfico de escravos.
Após os britânicos acabarem com o seu próprio comércio de escravos,
eles pressionaram as outras nações para fizessem o mesmo. Isso refletiu um
sentimento moral de que o comércio deveria ser extinto em todos os
lugares e um receio de que as colónias britânicas deixassem de ser
competitivas. Uma campanha britânica contra o tráfico de escravos por
outras nações foi um esforço sem precedentes de
política externa. Os
Estados Unidos da América aboliram o seu
comércio de escravos africanos no mesmo período, porém eles não tentaram abolir a escravatura na
América.
Tanto as leis americanas quanto as britânicas foram promulgadas em março de 1807, a lei britânica entrou em vigor em
1 de maio de 1807, e a americana em
1 de janeiro de
1808. As pequenas nações comerciais que não tinham grandes negócios a perder, como a
Suécia, rapidamente seguiram o exemplo, como também fizeram os
Países Baixos. A
Marinha Real Britânica declarou que os navios que transportassem escravos seriam considerados como
piratas, e, portanto, sujeitos a serem destruídos e seus homens capturados estando potencialmente sujeitos à
execução.
A aplicação da lei nos Estados Unidos foi menos eficaz, e seu governo
recusou-se a executar uma ação conjunta, em parte devido à preocupação
com o recrutamento compulsivo dos britânicos.
Entre 1808 e 1860, o
Esquadrão da África Ocidental apreendeu cerca de 1.600 navios de escravos e libertou 150.000 africanos que estavam a bordo.
A ação foi também tomada contra líderes africanos que se recusaram a
concordar com os tratados britânicos para tornar o comércio ilegal, por
exemplo, contra "o usurpador rei de
Lagos", deposto em 1851. Os tratados anti-escravatura foram assinados com mais de 50 governantes africanos.
Na
década de 1860, os relatos de
David Livingstone sobre as atrocidades cometidas pelo
comércio árabe de escravos
na África despertaram o interesse do público britânico, reavivando o
movimento abolicionista. A Marinha Real Britânica ao longo da década de
1870 tentou suprimir "este abominável comércio oriental", em
Zanzibar, particularmente. Em 1890 a Grã-Bretanha deu o controle da importante ilha estratégica de
Helgoland, no
Mar do Norte, à
Alemanha, em troca do controle de Zanzibar, para auxiliar nos esforços de proibir o comércio esclavagista.