O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Em 1995 candidatou-se a deputado, como independente nas listas da União Democrática Popular, e à Presidência da República Portuguesa (também apoiado pela UDP), adotando o sloganO sonho ao poder, e buscando apoio no meio universitário lisboeta.
Um dos animais mais importantes da história está a “ressuscitar” em Portugal
Um dos auroques do gado a ser criado pela Rewilding Europe
Bovino pré-histórico desapareceu há quase 500 anos, mas está
pouco a pouco a regressar ao Vale do Côa. Não só vem promover a
biodiversidade, como pode ser um reforço valioso para o combate de
incêndios.
Embora se camufle entre o gado comum das paisagens portuguesas, não o é.
O Programa Tauros,
que procura “ressuscitar” o ancestral do gado doméstico através da
reprodução dos parentes mais próximos dos auroques originais, está em
marcha em Portugal às mãos da Rewilding Europe, uma
organização sem fins lucrativos sediada nos Países Baixos, que,
juntamente com a Dutch Taurus Foundation, criou um programa em 2013 para
trazer o animal de volta à vida.
Já desde o século XIII reduzido a pequenos grupos dispersos na Europa, o auroque desapareceu em 1627, após a morte dos últimos espécimenes na Polónia.
Quando o exército sueco atacou a Polónia em 1655, devastou o reino e
saqueou tudo o que pôde. Entre os bens pilhados estava um objeto muito
valioso de Sigismundo III Vasa, rei da Polónia: um chifre ornamentado. Em vida, o chifre pertenceu ao último touro auroque.
“Os humanos na Europa têm partilhado a paisagem com auroques há
milhares de anos. Houve sempre uma certa admiração em relação a estes
animais. Eram até representados na arte paleolítica”, explica à BBCPedro Prata, líder da equipa da Rewilding Portugal organização privada sem fins lucrativos que quer restaurar as dinâmicas ecológicas naturais ao longo do Vale do Côa.
E é precisamente neste vale que se encontra a maior concentração dessas gravuras paleolíticas ao ar livre do mundo, com idades compreendidas entre 30 mil a 10 mil anos, onde o auroque tem um lugar muito destacado.
O animal, que eventualmente desapareceu precisamente devido à caça, tinha cerca de 1,80 metros de ombro a ombro e mais de três metros de comprimento no caso dos machos, sendo assim muito maior do que o gado atual.
Os caçadores-coletores, viam-se “gregos” para caçar um auroque. Era preciso aprender a caçá-los, coletivamente,
e é precisamente por os fazer suar que os autores das gravuras
escolheram maioritariamente o auroque para decorar as suas paredes.
“O simbolismo está associado a esta dificuldade na caça”, diz Thierry Aubry, diretor científico da Fundação Côa Parque.
Um dos maiores desafios da equipa Rewilding Portugal, que quer ver
este bovino de volta ao terreno, é o ecossistema. A paisagem atual,
vítima da intervenção humana e das alterações climáticas, está muito
diferente daquela em que os auroques passearam.
Os tauros são grandes transformadores do ecossistema, e não o fazem
só no pasto, mas também quando dão fortes pontapés e arranham a
vegetação, o que permite a criação de mais áreas abertas.
Trazer estes bovinos de volta é assim, também, um reforço para os bombeiros portugueses. “A prevenção dos incêndios pode passar pela introdução dos grandes bovinos porque estes reduzem a quantidade de combustível”, conclui Aubry.
É um dos mais populares cantores da chamada música pimba, sendo aliás autor do hit "Pimba Pimba", de 1995, a partir do qual o termo passou a ser utilizado para rotular um género específico de música popular em Portugal.
Foi o mais inovador pintor português da sua geração, refletindo, na sua obra naturalista, influências de pintores impressionistas, como Pissarro e Manet.
Realizou também paisagens que ultrapassam as preocupações estéticas da
pintura do seu tempo. Natural de Vila Viçosa, Henrique Pousão faz-se
pintor na Academia Portuense de Belas Artes, onde é discípulo de Thadeo Furtado e João Correia.
Bolseiro do Estado, parte para Paris, em 1880, com José Júlio de Sousa Pinto onde é discípulo de Alexandre Cabanel e Yvon. Por razões de saúde, troca a França por Itália: em Nápoles, Capri
e Anacapri, executa algumas das suas melhores pinturas, em Roma é
sócio dos Círculo dos Artistas e frequenta sessões noturnas de Modelo
Vivo.
Considerado um dos maiores da Pintura portuguesa da segunda metade do século XIX,
Henrique Pousão desenvolveu toda a sua produção artística em fase de
formação. A sua pintura é marcada pelos lugares por que passa.
Em França,
revela já a originalidade que, mais tarde, marca a sua obra: um
entendimento da luz e da cor, traduzido nas representações das margens
do Sena, dos bosques sombrios dos arredores de Paris e em aspetos da
aldeia de St. Sauves.
Em Roma,
embora adira ao gosto académico, afasta-se do registo mimético e
narrativo do naturalismo: num numeroso conjunto de pequenas tábuas,
pinta ruas, caminhos, pátios, casas, trechos de paisagens, expressa as
formas em grandes massas de cor, em jogos de claro-escuro e de
luz-sombra. Em algumas obras, as composições assumem formas sintetizadas
- próximas de uma expressão abstrata - caso de exceção na pintura
portuguesa da época.
Através da sua obra, é possível traçar o antes e o depois do naturalismo.
Pintor e ceramista português, é oriundo da Beira Baixa,
onde nasceu em 1927. O seu pai, Manuel, era gestor agrícola, e a mãe,
Ermelinda, uma especialista em mantas de retalhos coloridas com formas
geométricas variadas (patchwork).
Inscreveu-se na Faculdade de Ciências de Lisboa e chegou a
trabalhar num banco, mas frequentava as aulas livres da Academia de
Belas-Artes e o atelier de olaria de José Trindade.
Em 1945, inicia as primeiras experiências de modelação de barro, na olaria de José Trindade, no Monte de Caparica.
Em 1952, tem a sua primeira exposição individual, realizada na Sala de Exposições do SNI.
Nesse mesmo ano participa na Terceira Exposição de Cerâmica Moderna,
onde obtém uma menção honrosa, e na exposição coletiva Mostruário da
Arte e da Vida Metropolitana, no âmbito das Comemorações do IV
Centenário da Morte de São Francisco Xavier, organizado pela Agência Geral do Ultramar, em Goa.
Em 1953, expõe pintura pela primeira vez no Salão da Jovem Pintura, na Galeria de Março, em Lisboa.
Em 1955, dirige os trabalhos de passagem para cerâmica das estações da Via Sacra do Santuário de Fátima, da autoria de Lino António. Nesse mesmo ano, participa na exposição coletiva Fifth International Exhibition of Ceramic Art, no Kiln Club of Washington, em Washington, D.C., e recebe o Diplôme d’Honnneur de l’Académie Internationale de la Céramique (AIC), aquando da sua participação no I Festival International de Céramique, em Cannes.
Participa igualmente numa exposição coletiva com Fernando Lemos e Marcelino Vespeira, na Galeria Pórtico, em Lisboa.
Em 1957, recebe uma bolsa do Governo Italiano, por intermédio do Instituto de Alta Cultura, que lhe permite visitar Itália e estudar a arte da cerâmica em Faença, com Giuseppe Liverani, Roma e Florença.
Nesse mesmo ano, instala-se em Paris.
Em 1958, recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para a realização de um estágio na Faiencerie de Gien, sob a orientação de Roger Bernard. Nesse mesmo ano:
Participa no XVI Concorso nazionale della ceramica: Faenza no Museo Internazionale delle Ceramiche in Faenza
(MIC). Oferece peças de cerâmica popular, dois painéis e um vaso de sua
autoria para a reconstituição da secção portuguesa do MIC, muito
danificado durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1959, adquire um atelier na Rue des Grands-Augustins 19, em Paris, onde passa a residir. Nesse mesmo ano:
Participa numa exposição coletiva, com Camille Bryen, Jean Arp e Max Ernst, na Galerie Edouard Loeb, em Paris
Participa na exposição Céramiques Contemporaines, no Musée des Beaux-Arts em Ostende, na Bélgica.
Em 1960 participa na I Exposição de Poesia Ilustrada, no Café Dragão
Vermelho, Almada. Participa na exposição coletiva Arte Moderna, no
Café Dragão Vermelho, Almada. Participa na IV Exposição de Artes
Plásticas, no Convento dos Capuchos, em Almada. Participa na exposição
da AIC, no Musée Ariana, Genebra, Suíça. Exposição coletiva na
Galerie Edouard Loeb, Paris.
O Partido foi fundado em 1921, e em 1922 estabeleceu contactos com a Internacional Comunista
(Komintern), tornando-se em 1923 a secção Portuguesa do Komintern.
Ilegalizado no fim dos anos 1920, o PCP teve um papel fundamental na
oposição ao regime ditatorial conduzido por António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Durante as cinco décadas de ditadura, o PCP participou ativamente na oposição ao regime e era o Partido mais organizado e mais forte da oposição. Foi suprimido constantemente pela polícia política, a PIDE,
que obrigou os seus membros a viver clandestinamente, sob a ameaça de
serem presos, torturados ou assassinados. A capacidade de adaptar a sua
organização à conjuntura política interna e externa, e a capacidade de
recuperação de uma organização política sujeita à frequente repressão e
violência política, foram importantes fatores que garantiram a sua
continuidade. Após a revolução dos cravos, em 1974, os seus 36 membros do Comité Central de então já tinham, em conjunto, cumprido 308 anos de prisão.
Após o fim da ditadura, o Partido tornou-se numa principal força política do novo regime democrático, mantendo o seu «papel de vanguarda ao serviço dos interesses de classe dos trabalhadores, do processo de transformação social, para a superação revolucionária do capitalismo» a assumir o Marxismo-Leninismo como a sua base teórica, a concepção materialista e dialética
do mundo como «instrumento de análise e guia para a acção,
imprescindível para a interpretação do mundo e para a sua transformação
revolucionária», a rutura com a política de direita, a concretização de
uma alternativa patriótica e de esquerda e a realização do seu programa de uma «Democracia Avançada com os valores [da revolução] de Abril no futuro de Portugal, o socialismo e o comunismo». O Partido é popular em vastos sectores da sociedade portuguesa, particularmente nas áreas rurais do Alentejo e Ribatejo e áreas industrializadas como Lisboa e Setúbal, onde lidera vários municípios.
A data de fundação do PCP, 6 de março de 1921, é data da última de várias reuniões. Pouco depois da fundação do Partido, criou-se também a Juventude Comunista (JC), que estabeleceu imediatamente contactos com a Internacional Comunista Juvenil.
De
origens humildes, começou a trabalhar cedo, como marçano. Chegou,
também, a ser Bombeiro, atingindo o posto de comandante. Concluiu o
Curso Geral do Comércio.
Tem a sua formação teatral nos grupos amadores, estreando-se profissionalmente em 1910, no palco do Teatro da Rua dos Condes, em O Novo Cristo de Tolstoi. Contratado pela companhia Alves da Silva, aí participa em peças como O Conde de Monte Cristo ou O Rei Maldito. Vai para o Brasil em 1913, onde permanece até 1921, em digressão com a companhia teatral de António de Sousa. Casa-se com Josefina Silva em 1920. De volta a Portugal, trabalha vários anos consecutivos na Companhia de Teatro Santanella-Amarante, em peças de teatro ligeiro e de revista. Integra ainda as companhias de Lopo Lauer, António de Macedo, Comediantes de Lisboa e Vasco Morgado. É A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo (1933)
que o projeta no cinema e firma a sua popularidade e engenho como
ator. Assegura personagens cómicas e dramáticas em mais de trinta
películas — As Pupilas do Senhor Reitor (1935), O Pátio das Cantigas (1942), O Costa do Castelo (1943), Amor de Perdição (1943), Camões (1946), O Leão da Estrela (1947), Fado (1948), entre outras.
Foi distinguido, no dia 4 de novembro de 1966, como Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada,
uma das Antigas Ordens Militares que tem por fim distinguir o mérito
literário, científico e artístico, pela Presidência da República
Portuguesa.
Nova espécie de pterossauro “de tamanho considerável” descoberta em Portugal
Reconstrução do Lusognathus almadrava e do seu habitat paleobiológico
Uma equipa internacional de investigadores liderada pelo
português Octávio Mateus descobriu em Portugal um fóssil de uma nova
espécie de pterossauro, a que foi dado o nome de Lusognathus almadrava.
O fóssil, composto por um crânio incompleto e vértebras parciais, foi
descoberto em 2018, na Formação Lourinhã, na Praia do Caniçal, no
centro-oeste de Portugal, e apresentado num artigo publicado na revista PeerJ.
A espécie, que pertence à subfamília Gnathosaurinae da família Ctenochasmatidae, remonta ao período Jurássico e é a primeira do seu género a ser encontrada em Portugal.
Com uma envergadura estimada superior a 3,6 metros, o Lusognathus almadrava é um dos maiores pterossauros conhecidos e o maior pterossauro gnatosaurino, desafiando conceções anteriores sobre o tamanho dos pterossauros do Jurássico.
O paleontólogo Octávio Mateus, investigador da Universidade Nova de Lisboa e fundador do Museu da Lourinhã,
realça a riqueza e diversidade do Jurássico em Portugal, onde outros
fósseis de vertebrados como plesiossauros, ictiossauros, mosassauros e
dinossauros também foram encontrados.
“A distribuição global conhecida e diversidade dos pterossauros reforça o seu sucesso como grupo, uma vez que são encontrados em todos os continentes - incluindo a Antártida”, diz o paleontólogo português, citado pela Sci News.
No entanto, até agora, o registo fóssil de pterossauros em Portugal tinha sido limitado devido à sua estrutura óssea frágil,
tornando esta descoberta notável. “A relativa escassez do seu registo
fóssil levanta desafios na compreensão da sua paleobiologia, quando
comparados com outros vertebrados”, explica Octávio Mateus.
O pterossauro recém-descoberto habitava um ambiente de lagoa flúvio-deltaica, e os seus robustos dentes sugerem que se alimentava provavelmente de peixe.
A descoberta acrescenta informações críticas à paleobiologia dos pterossauros do Jurássico, especialmente em relação ao seu tamanho.
Embora os pterossauros do Triássico e Jurássico fossem habitualmente
considerados menores, com envergadura de cerca de 1,6 a 1,8 metros,
novas evidências sugerem que poderiam ter sido maiores do que se pensava
anteriormente.
A descobertas oferece mais evidências de que os pterossauros já tinham atingido tamanhos consideráveis no final do Jurássico, possivelmente como uma resposta evolutiva para competir com as aves. Este grande tamanho aponta para um ecossistema próspero e abundante em presas durante este período.
Formado em Teologia e Filosofia em Coimbra e Viseu, tornou-se prior da Sé desta última cidade em 1112. Foi em peregrinação a Jerusalém, e ao regressar quiseram-lhe oferecer o bispado de Viseu, o que recusou.
Tornou-se um dos aliados do jovem infante Afonso Henriques na sua luta contra a mãe, Teresa de Leão, dizendo a lenda que teria chegado a excomungá-la. Mais tarde, seria conselheiro do então já rei D. Afonso I de Portugal.
Entretanto, foi de novo em peregrinação à Terra Santa, onde quis ficar; regressou porém a Portugal (1132), desta feita a Coimbra, onde foi um dos co-fundadores, juntamente com outros onze religiosos, do Mosteiro de Santa Cruz (adotando a regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho), do qual se tornou prior. Esta viria a ser uma das mais importantes casas monásticas durante a Primeira Dinastia.
Morreu em 18 de fevereiro de 1162, que é ainda hoje o dia em que é
celebrado pela Igreja Católica. Foi sepultado numa capela da igreja
monástica que ajudou a fundar, mesmo ao lado do local onde o primeiro
rei de Portugal se fez sepultar.
Em 1163, um ano depois da sua morte, o PapaAlexandre IIIcanonizou-o;
São Teotónio tornava-se assim o primeiro santo português a subir ao
altar, sendo recordado sobretudo por ter sido um reformador da vida
religiosa nessa nação nascente que então era Portugal; o seu culto foi espalhado pelos agostinianos um pouco por todo o Mundo. É o santo padroeiro da cidade de Viseu e da respetiva diocese; é ainda padroeiro da vila de Valença, sua terra natal. É também o Santo que dá nome a um importante colégio situado na cidade de Coimbra, o Colégio de São Teotónio.
No concelho de Odemira, a mais extensa freguesia do país recebeu
também o nome deste santo. Desta vila, São Teotónio é também o santo
padroeiro, sendo as festividades religiosas realizadas anualmente no dia
18 de fevereiro.
Só o primeiro número foi impresso numa tipografia legal, próxima do Largo de São Paulo, em Lisboa, graças a um estudante do liceu Gil Vicente que convenceu o tipógrafo
a imprimir, além de um boletim estudantil, mais umas quantas folhas - o
«Avante!». A partir daí e até ao 25 de abril, o jornal foi sempre
impresso em tipografias clandestinas. Por altura da apanha da azeitona chegaram a cair jornais «Avante!» das oliveiras em terras alentejanas, uma das muitas formas encontradas para distribuir clandestinamente o órgão central do PCP.
O trabalho era todo feito manualmente, por funcionários que pareciam ter uma vida normal. Algumas vezes a perseguição da PIDE
(Polícia Internacional de Defesa do Estado) resultou na morte dos
tipógrafos. No dia 24 de janeiro de 1950, o corpo do funcionário José Moreira
deu entrada na morgue com a indicação de que caíra de uma janela, no
entanto, o operário vidreiro e responsável pelas tipografias do Jornal
«Avante!», foi capturado durante assalto a uma casa clandestina do PCP em Vila do Paço e torturado pela PIDE, que o interrogou e espancou até à morte, acabando por o atirar da janela. Joaquim Barradas de Carvalho
afirma que o operário "foi torturado pela PIDE e foi morto na tortura
sem ter dito uma palavra acerca daquilo que era conveniente guardar
acerca do trabalho do Partido Comunista Português na clandestinidade". Maria Machado,
professora primária e militante do PCP do qual foi funcionária
clandestina entre 1942 e 1945, trabalhava numa tipografia na povoação de
Barqueiro, em Alvaiázere,
quando a PIDE a assaltou. Tendo ficado para trás para permitir a fuga
aos restantes tipógrafos, foi presa e torturada, e não prestou nenhuma
declaração. Enquanto era arrastada pelos agentes da PIDE, gritou: «Se a liberdade de imprensa
não fosse uma farsa, esta tipografia não precisava de ser clandestina.
Isto aqui é a tipografia do jornal clandestino «Avante!». O «Avante!»
defende os interesses do povo trabalhador de Portugal.». Joaquim Rafael
teve uma vida de inteira abnegação dedicada à imprensa clandestina do
Partido. Entre 1943 e 1945, Joaquim Rafael esteve ligado à distribuição
do «Avante!», passando depois para as tipografias.
Nos vinte e cinco anos que se seguiram, tornou-se num dos melhores
tipógrafos clandestino e um mestre para novos camaradas que entravam
para as tipografias. Referência maior na história da imprensa
clandestina, morreu em 1974. José Dias Coelho, escultor e funcionário do PCP, foi assassinado a tiro pela PIDE em 1961, quando se dirigia para um encontro clandestino. Pondo os seus dotes de artista plástico
ao serviço da sua causa e do seu Partido, deu um contributo decisivo
para a melhoria do aspeto gráfico de vários órgãos de imprensa
clandestina, nomeadamente do «Avante!».
Das suas mãos saíram muitas das famosas gravuras – de linóleo ou de
madeira – que se podem encontrar em numerosos exemplares do «Avante!»
clandestino. Em 1972, o cantor Zeca Afonso homenageia-o com a música A Morte Saiu à Rua.
Segundo o jornal Público,
as regras para quem trabalhava na clandestinidade eram rigorosas ao
ponto de ter que se fazer as malas à mínima suspeita de se ter dado nas
vistas.
Em 17 de maio de 1974 foi publicado o primeiro número fora da clandestinidade, tendo passado a semanário desde essa data.
Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos na época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais) e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
O Tratado de Simulambuco foi assinado, em 1 de fevereiro de 1885, pelo representante do governo portuguêsGuilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal, e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo. O tratado colocou Cabinda sob protetorado português, por contraste com o estatuto colonial de Angola. O tratado foi feito antes da Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.
Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protetorado.
Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país.
A "colonização" de Cabinda foi assim pacífica por via do Tratado entre Portugal e Cabinda. Em 1885 o território de Cabinda já se encontrava separado do resto do território de Angola, tendo como separação natural o rio Congo. O território é um enclave de sempre com os dois Congos, Belga e Francês. Cabinda nunca foi parte integrante de Angola, antes, durante e após a colonização de Portugal.
É também autor de diversas obras publicadas em Portugal e nos Estados Unidos, encarregou-se da direção do Projeto Educativo DIDACTA, à frente de uma vasta equipa de especialistas, investigadores e pedagogos.
Soldados do PAIGC hasteando a bandeira da Guiné-Bissau em 1974
A guerra de independência na Guiné começou em 23 de janeiro de 1963, com o início das ações de guerrilha na região de Tite. Ao contrário do que aconteceu em Angola, desde o início que as forças portuguesas constataram estar diante de um adversário bem organizado e militarmente eficiente. De facto, o PAIGC dispôs sempre de equipamento de qualidade e do apoio quase total do governo da Guiné-Conacri, que lhe conferia total liberdade de movimentos para empreender ações de guerrilha na fronteira sul do território.
Nos primeiros anos de guerra, a iniciativa pertenceu às forças do
PAIGC, limitando-se as forças portuguesas a defender-se dentro dos seus
aquartelamentos ou a responder às ações inimigas com operações de
grande envergadura, mas de dúbia eficácia operacional.
Quando a Guerra
começou, em janeiro de 1963, havia já quase dois anos que as forças
portuguesas combatiam, com relativo sucesso, em Angola. Este facto
permitiu às autoridades portuguesas prevenirem de certa forma a possível
eclosão de ações de guerrilha em Moçambique
e na Guiné. Assim, quando a guerra chegou à Guiné, a guerrilha
deparou-se com um dispositivo militar português que abrangia todo o
território. Este dispositivo baseava-se em 7-8 batalhões do Exército Português
dispostos em quadrícula. Essencialmente, cada batalhão ocupava um
sector, que se subdividia em zonas de ação (ZA). Essas ZA's eram
ocupadas por companhias que, apesar de integradas em batalhões, atuavam
com grande autonomia logística e operacional. O objetivo destas
companhias era privar o inimigo do contacto com as populações, e manter
"limpa" a sua ZA. A busca e destruição do inimigo estava a cargo de
forças de intervenção especializadas nessas ações (golpes de mão,
ações de limpeza, etc.) - Páraquedistas, Comandos, Fuzileiros, etc.
Em 1963, o efetivo das forças do Exército Português destacadas na
Guiné ascendia a 10 mil homens, que eram apoiados por meios aéreos
estacionados em Bissalanca (no AB 2, depois BA 12), que incluíam 8 caças-bombardeirosF-86F.
Foi nas Colinas de Boé que foi feita a proclamação da independência da Guiné-Bissau, realizada a 24 de setembro de 1973, em Lugadjol.
Em 1974 Portugal reconheceu a independência de Guiné Bissau.
As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, também frequentemente designadas por Soberano Congresso e conhecidas na historiografia portuguesa como Cortes Constituintes de 1820 ou Cortes Constituintes Vintistas, foram o primeiro parlamento português no sentido moderno do conceito.
A sua base estava, em grande parte, idealizada nas antigas Cortes Gerais,
só que o sistema de votação para designar os seus delegados agora e
era diferente, e não estariam mais separados os três tradicionais estamentosfeudais (clero, nobreza e povo).
Os trabalhos das Cortes Constituintes culminaram com a aprovação da Constituição Portuguesa de 1822. A sessão de encerramento das cortes, presidida pelo rei D. João VI, ocorreu a 4 de novembro de 1822.
A reunião instituidora das Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, também designadas por Soberano Congresso, ocorreu a 24 de janeiro de 1821 no Palácio das Necessidades.
O Soberano Congresso aprovou, a 9 de março de 1821, menos de três meses após a sua reunião constitutiva, as "Bases da Constituição", documento que foi jurado por D. João VI de Portugal a 4 de julho, logo após o seu regresso do Brasil.
A partir das Bases da Constituição juradas pelo Rei, as Cortes elaboraram e aprovaram a primeira Constituição portuguesa, a qual foi aprovada a 30 de setembro de 1822, tendo as Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa reunido pela última vez a 4 de novembro de 1822. A Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1822, apesar de ter vigorado por períodos curtos, transformou-se num documento inspirador do liberalismo português, com reflexos que percorreram todo o período da Monarquia Constitucional Portuguesa e influenciaram mesmo a primeira constituição republicana de Portugal, aprovada quase um século depois.