Andrei Sakharov nasceu em
Moscovo, em 21 de maio de 1921. O seu pai, Dmitri Ivanovich Sakharov, foi um professor de
física numa escola privada e a sua mãe era uma
pianista. Andrei frequentou a
Universidade de Moscovo a partir de 1938.
Após a evacuação, em 1941, durante a
Grande Guerra Patriótica (Segunda Guerra Mundial), ele formou-se em
Asgabate, hoje no
Turcomenistão. Em seguida, ele foi designado o trabalho de laboratório em
Ulyanovsk.
Durante este período, em 1943, casou-se com Klavdia Alekseyevna
Vikhireva, de quem ele teve duas filhas e um filho antes de esta morrer
em 1969.
Ele regressou a Moscovo em 1945 para estudar no Departamento teórico da
FIAN (Instituto de Física da Academia Soviética de Ciências). Ele
recebeu o seu
doutoramento em 1947.
Estudou os
raios cósmicos. Desempenhou com
Igor Kurchatov um papel de primeiro plano na preparação da primeira
bomba de hidrogénio, que foi desenvolvida na União Soviética e cujos primeiros ensaios se realizaram em
1953. Este feito valeu-lhe a entrada na
Academia das Ciências da União Soviética no mesmo ano; todavia, não tardou a pedir a limitação dos
armamentos nucleares. Sakharov propôs a ideia de
gravidade induzida como teoria alternativa à da
gravitação quântica.
Em 1965 reclamou a desestalinização efectiva do país e do partido; a sua obra "
A Liberdade Intelectual na URSS e a Coexistência Pacífica", publicada no exterior em
1967, deu-lhe um lugar destacado na oposição ao regime. Tal como
Aleksandr Solzhenitsyn, a quem apoiou sem esconder o seu desacordo com o romantismo místico do escritor, denunciou os
gulags, os internamentos arbitrários e outras violações da Constituição Soviética e dos Direitos Humanos.
Casou com a activista dos direitos humanos
Yelena Bonner em 1972.
Galardoado com o
Nobel da Paz em 1975, não foi autorizado a ir receber a sua distinção em
Oslo. Com residência fixa a partir de
1980, só conseguiu a liberdade de movimentos após a chegada ao poder de
Mikhail Gorbachev e a implementação da
perestroika e da
glasnost, apesar da pressão da opinião pública internacional e de uma
greve de fome em
1984. Na sequência da revisão constitucional de
1989
o académico foi candidato ao Congresso, obteve a investidura da
Academia das Ciências, mau grado uma forte obstrução processual, e chegou
a deputado. Morreu em 14 de dezembro de 1989 por
enfarte do miocárdio. Encontra-se sepultado no
Cemitério Vostryakovskoe,
Moscovo, na
Rússia.
Em sua memória a
União Europeia instituiu o
Prémio Sakharov para destacar pessoas que lutam pela defesa dos
direitos humanos e
liberdade de expressão. Este prémio é atribuído desde
1988.