segunda-feira, novembro 03, 2025
Olympe de Gouges, percursora da defesa dos direitos das mulheres, foi guilotinada há 232 anos...
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quinta-feira, junho 26, 2025
Maria Velho da Costa nasceu há 87 anos...
Revolução e Mulheres
Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrebaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.
Maria Velho da Costa
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terça-feira, maio 20, 2025
Maria Teresa Horta nasceu há 88 anos...
Direi verde
do verde dos teus olhos
de um rugoso mais verde
e mais sedento
Daquele não só íntimo
ou só verde
daquele mais macio......mais ave
ou vento
Direi vácuo
...........volume
direi vidro
Direi dos olhos verdes
os teus olhos
e do verde dos teus olhos direi vício
Voragem mais veloz
mais verde
............ou vinco
voragem mais crispada
ou precipício
in Candelabro (1964) - Maria Teresa Horta
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terça-feira, fevereiro 04, 2025
Morreu Maria Teresa Horta...
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Betty Friedan nasceu há 104 anos - e morreu há dezanove anos...
Participou também de movimentos marxistas e judaicos. Em 1963, publicou o livro "The Feminine Mystique" ("A Mística Feminina"), um best-seller que fomentou a segunda onda do feminismo, abordando o papel da mulher na indústria e na função de dona-de-casa e suas implicações, tanto para a sobrevivência do capitalismo, quanto para a situação de desespero e depressão que grande parte das mulheres submetidas a esse regime sofriam.
Foi também co-fundadora da Organização Nacional das Mulheres, nos Estados Unidos, juntamente com Pauli Murray e Bernard Nathanson, e auxiliou também na criação do VARAL, organização de fomento aos direitos reprodutivos, inclusive o do aborto. É considerada uma das feministas mais influentes do século XX.
Morreu no dia de seu 85º aniversário, em sua casa, em Washington, D.C., e, de acordo com Emily Bazelton, porta-voz da família, a causa da morte foi falência cardíaca congestiva.
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domingo, novembro 03, 2024
Olympe de Gouges, percursora da defesa dos direitos das mulheres, foi executada há 231 anos...
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quarta-feira, junho 26, 2024
Maria Velho da Costa nasceu há 86 anos...
Revolução e Mulheres
Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrebaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.
Maria Velho da Costa
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segunda-feira, maio 20, 2024
Maria Teresa Horta comemora hoje 87 anos
Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso
in Destino (1998) - Maria Teresa Horta
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sexta-feira, novembro 03, 2023
Olympe de Gouges, percursora da defesa dos direitos das mulheres, foi guilhotinada há duzentos e trinta anos...
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segunda-feira, junho 26, 2023
Maria Velho da Costa nasceu há 85 anos...
Foi premiada com:
- Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, em 1997, pelo conjunto da sua obra
- Prémio Camões, em 2002
- Prémio Correntes de Escritas, em 2008, pelo seu romance Myra
- Grande Prémio de Literatura dst, em 2010, por Myra
Recebeu do Estado Português as condecorações:
- Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de junho de 2003)
- Grande-Oficial da Ordem da Liberdade de Portugal (25 de abril de 2011)
Em 2020, a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), criou, em sua homenagem, o Prémio de Literatura Maria Velho Costa.
Revolução e Mulheres
Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrebaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.
Maria Velho da Costa
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sábado, maio 20, 2023
Maria Teresa Horta celebra hoje 86 anos
Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso
in Destino (1998) - Maria Teresa Horta
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quinta-feira, novembro 03, 2022
Olympe de Gouges, percursora da defesa dos direitos das mulheres, foi guilhotinada há 229 anos
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domingo, junho 26, 2022
Maria Velho da Costa nasceu há 84 anos
Foi premiada com:
- Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, em 1997, pelo conjunto da sua obra
- Prémio Camões, em 2002
- Prémio Correntes de Escritas, em 2008, pelo seu romance Myra
- Grande Prémio de Literatura dst, em 2010, por Myra
Recebeu do Estado Português as condecorações:
- Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de junho de 2003)
- Grande-Oficial da Ordem da Liberdade de Portugal (25 de abril de 2011)
Em 2020, a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), criou, em sua homenagem, o Prémio de Literatura Maria Velho Costa.
Revolução e Mulheres
Elas fizeram greves de braços caídos.
Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.
Elas gritaram à vizinha que era fascista.
Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.
Elas vieram para a rua de encarnado.
Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.
Elas gritaram muito.
Elas encheram as ruas de cravos.
Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.
Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.
Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.
Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.
Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.
Elas choraram de verem o pai a guerrear com o filho.
Elas tiveram medo e foram e não foram.
Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.
Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.
Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.
Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.
Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.
Elas disseram à mãe, segure-me aí os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.
Elas vieram dos arrebaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.
Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.
Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.
Elas iam e não sabiam para onde, mas que iam.
Elas acendem o lume.
Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.
São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas.
Maria Velho da Costa
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