quarta-feira, outubro 23, 2024

O poeta Antonio Cicero morreu hoje...

 

Antônio Cícero Correia Lima (Rio de Janeiro, 6 de outubro de 1945Zurique, 23 de outubro de 2024) foi um compositor, poeta, crítico literário, filósofo e escritor brasileiro. Em 10 de agosto de 2017 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 16 de março de 2018.

 

Biografia

É filho dos piauienses Amélia Correia Lima e Ewaldo Correia Lima. Seu pai foi um dos intelectuais fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), tendo sido também diretor do BNDE durante o governo JK. Em 1960, Ewaldo assume um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que então acabava de ser criado, e toda a família se transfere para Washington, D.C.. Lá, Antonio Cicero fará os seus estudos secundários.

De volta ao Brasil, Cicero começa a estuda Filosofia na PUC do Rio de Janeiro e, depois, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Em 1969, devido a problemas políticos, vai para Londres, onde conclui o curso de Filosofia na Universidade de Londres. Em 1976, Cicero vai fazer pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, onde estuda grego e latim, o que lhe permitirá ler no original clássicos como Homero, Píndaro, Horácio e Ovídio. Posteriormente lecionará Filosofia e Lógica, em universidades do Rio de Janeiro.

Antonio Cicero escreve poesia desde jovem, mas seus poemas só apareceram para o grande público quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, passou a musicá-los. Antes, porém, já eram suas canções como Fullgás, Para Começar e À Francesa - as duas primeiras em parceria com sua irmã, e a última com Cláudio Zoli. A partir de então, Cicero tornar-se-ia um dos mais próximos parceiros de Marina. Entre outras parcerias, destacam-se aquelas com Waly Salomão, João Bosco, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos (co-autor, junto com Antonio Cicero e Sérgio Souza, do hit O Último Romântico, de 1984).

De 1991 a 1992, Antonio Cicero coordenou, em colaboração com o poeta e professor de Filosofia da Universidade Federal Fluminense Alex Varella os cursos de Estética e Teoria da Arte do Galpão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ).

Em 1993, concebeu, em colaboração com o poeta Waly Salomão e com o patrocínio do Banco Nacional, o projeto "Banco Nacional de Ideias", através do qual, nesse ano e nos dois anos subsequentes, promoveu ciclos de conferências e discussões de artistas e intelectuais de importância mundial, como João Cabral de Melo Neto, Haroldo de Campos, John Ashbery, Derek Walcott, Caetano Veloso, Richard Rorty, Tzvetan Todorov, Hans Magnus Enzensberger, Peter Sloterdijk, Ernest Gellner, Bento Prado Júnior e Darcy Ribeiro, entre outros.

Em 1994, organizou, em parceria com Waly Salomão, o livro O relativismo enquanto visão do mundo, que reúne as conferências realizadas pelo projeto Banco Nacional de Ideias nesse ano.

Em 1995, publicou O Mundo Desde o Fim, uma reflexão filosófica sobre a modernidade.

Em 1996, lançou o livro de poemas Guardar, vencedor do Prémio Nestlé de Literatura Brasileira na categoria estreante. Lançou também um CD em 1996, Antonio Cicero por Antonio Cicero, onde recita seus poemas.

Em 2001, seu poema "Guardar" foi incluído na antologia Os cem melhores poemas brasileiros do século, organizada por Ítalo Moriconi.

Em 2002, lançou o livro de poemas A cidade e os livros. No mesmo ano participou, junto com outros artistas como Gabriel o Pensador, Chico Buarque, Ronaldo Bastos e Fernando Brant, entre outros, de uma coletânea de quatro CDs em homenagem ao poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Ainda em 2002, participou, junto a personalidades como José Saramago, Hermeto Pascoal e Wim Wenders, do documentário Janela da alma, de João Jardim e Walter Carvalho.

Em 2005, lançou o livro de ensaios filosóficos Finalidades sem fim, que foi finalista do Prémio Jabuti na categoria "Teoria / Crítica literária".

Em 2010, lançou, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, o Livro de sombras: pintura, cinema e poesia.

Em 2012, lançou o livro de poemas Porventura, o livro Poesia e filosofia (ensaio filosófico) e, como organizador, o livro de ensaios estéticos Forma e sentido contemporâneo: poesia. No mesmo ano, lançou o livro de entrevistas, organizado por Arthur Nogueira, Antonio Cicero por Antonio Cicero.

Antonio Cicero foi, de abril de 2007 a novembro de 2010, colunista do jornal Folha de S. Paulo.

Em junho de 2007, Antonio Cicero apresentou em Lisboa a palestra "Da atualidade do conceito de civilização", no encontro intitulado O Estado do Mundo, organizado pela Fundação Gulbenkian, publicada, em Portugal, no livro A urgência da teoria (Lisboa: Gulbenkian, 2007) e, na Inglaterra, traduzido por "On the concept of civilization", no livro The urgency of theory (Manchester: Carcanet, 2007). Em novembro de 2008, pronunciou a palestra de encerramento do Congresso Internacional Fernando Pessoa, em Lisboa, publicada, com o título de "Fernando Pessoa: poesia e razão", em Pessoa. Revista de ideias, em dezembro de 2010.

O escritor Antonio Cicero foi eleito no dia 10 de agosto 2017 para a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo Eduardo Portella, morto no dia 3 de maio deste ano. "Antonio Cicero é um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea", declarou o presidente da ABL, acadêmico Domício Proença Filho. Cicero foi eleito por 30 votos. Concorreram na eleição 22 acadêmicos - 12 por cartas. Antes de Cicero, os ocupantes anteriores da cadeira 27 foram: Joaquim Nabuco – fundador da cadeira e que escolheu como patrono Maciel Monteiro, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.

Após ser diagnosticado com mal de Alzheimer, o poeta tomou a decisão de praticar morte assistida, por esse motivo transferindo-se para a Suíça, onde tal prática é legalizada. Lá, o procedimento foi realizado, sendo o falecimento do escritor anunciado em 23 de outubro de 2024.
 

in Wikipédia


 

O FIM DA VIDA



Conhece da humana lida
a sorte:
o único fim da vida
é a morte
e não há, depois da morte
mais nada.
Eis o que torna esta vida
sagrada:
ela é tudo e o resto, nada.



Antonio Cicero

Poema para chamar uma estação que nunca mais chega...

Outono

 (imagem daqui)

 

Olvidado en otoño

 

Eran las siete y media
del otoño
y yo esperaba
no importa a quién.
El tiempo,
cansado de estar allí conmigo,
poco a poco se fue
y me dejó solo.
Me quedé con la arena
del día, con el agua,
sedimentos
de una semana triste, asesinada.

-Qué pasa? –me dijeron
las hojas de París-, a quién esperas?

Y así fui varias veces humillado
primero por la luz que se marchaba,
luego por perros, gatos y gendarmes.

Me quedé solo
como un caballo solo
cuando en el pasto no hay noche ni día,
sino sal de invierno.

Me quedé
tan sin nadie, tan vacío
que lloraban las hojas,
las últimas, y luego
caían como lágrimas.

Nunca antes
ni después tan de repente solo.
Y fue esperando a quién,
no me recuerdo,
fue tontamente,
pasajeramente,
pero aquello
fue la instantánea soledad,
aquella
que se había perdido en el camino
y que de pronto como propia sombra
desenrolló su infinito estandarte.

Luego me fui de aquella
esquina loca
con los pasos más rápidos que tuve,
fue como si escapara
de la noche
o de una piedra oscura y rodadora.
No es nada lo que cuento
pero eso me pasó cuando esperaba
a no sé quién un día.

 

 

in Estravagario (1958) - Pablo Neruda

 

NOTA - para os que fingem que não entendem castelhano, uma excelente tradução deste poema: 



Esquecido no outono




Eram sete e meia
do Outono
e eu esperava
não interessa quem.
O tempo
cansado de estar ali comigo
a pouco e pouco desandou
e deixou-me ali sozinho.
Fiquei então com a areia
do dia, com a água,
sedimentos
duma semana triste, assassinada.

– Que foi? – perguntaram-me
as folhas de Paris. – Quem é que esperas?

E assim fui várias vezes humilhado
primeiro pela luz que se apagava
depois por cães, por gatos e gendarmes.

Fiquei só
como um cavalo só
quando no pasto não há noite nem dia,
apenas sal do Inverno.
Fiquei
tão sem ninguém, tão vazio
que choravam as folhas,
as últimas, e depois
caíam como lágrimas.

Nunca antes
nem depois
fiquei tão de repente só.
E foi à espera de quem,
não me recordo,
foi tolamente,
passageiramente,
mas aquilo
foi a instantânea solidão,
a mesma
que se tinha perdido no caminho
e num instante como a própria sombra
desenrolou o seu infinito estandarte.

Então saí daquela
esquina louca
com os passos mais rápidos que tive,
foi como se fugisse
da noite
ou duma pedra escura e roladora.
Não é isto que eu conto
mas passou-se quando estava à espera
de não sei quem um dia.




Pablo Neruda - tradução de Fernando Assis Pacheco

Novos dados sobre uma cratera de impacto irmã da de Chicxulub...

Modelos 3D revelam uma cratera de asteroide nas profundezas do Atlântico

 

 

A cratera Nadir está notavelmente bem preservada, o que dá uma oportunidade única aos cientistas de estudar o impacto da colisão do asteroide na vida marinha.

As imagens de alta resolução recentemente divulgadas da cratera Nadir, localizada sob o Oceano Atlântico, forneceram novas informações sobre o impacto catastrófico de um asteroide, que ocorreu há 66 milhões de anos.

O estudo, conduzido por investigadores da Universidade Heriot-Watt, foi publicado na Communications Earth & Environment, revela os pormenores da cratera, oferecendo uma visão sem precedentes dos efeitos deste tipo de colisões na paisagem geológica da Terra.

A Cratera Nadir, com cerca de 9 quilómetros de largura e enterrada a 300 metros de profundidade no fundo do oceano, foi provavelmente causada por um asteroide com 450 a 500 metros de tamanho. O impacto coincidiu com o mesmo período do impacto de Chicxulub, no México, que se acredita ter causado a extinção dos dinossauros.

Originalmente descoberta em 2022, a cratera Nadir foi confirmada como um local de impacto de asteroide após a análise de dados avançados de imagens sísmicas 3D. Os dados de alta resolução, fornecidos pela TGS, permitem aos investigadores visualizar a cratera em grande detalhe, desde a depressão inicial em forma de taça até à área danificada circundante, que abrange milhares de quilómetros quadrados.

As novas imagens revelam a cadeia catastrófica de eventos que se desenrolou depois que o asteroide atingiu a Terra. Em poucos minutos, as rochas liquefizeram-se, fluíram para cima e um enorme tsunami com mais de 800 metros de altura varreu o Atlântico.

 

Mapa com a localização da Cratera Nadir e o conjunto de dados sísmicos

 

Os dados também mostraram a formação de falhas sob o leito marinho e deslizamentos de terras causados pelo impacto, oferecendo pistas sobre a forma como a superfície da Terra reagiu à força maciça, explica o SciTech Daily.

Os dados detalhados em 3D permitiram aos investigadores estimar o ângulo e a velocidade de entrada do asteroide. Nicholson e a sua equipa sugerem que o asteroide atingiu a Terra a uma velocidade de 72.000 km por hora a partir de um ângulo de nordeste, embora seja necessária mais modelação para confirmar esta hipótese.

A descoberta da Cratera Nadir, juntamente com o nível de pormenor fornecido pelos dados sísmicos, é um achado raro para os investigadores, já que a maioria das crateras de impacto na Terra sofrem erosão ao longo do tempo. A preservação da Cratera Nadir debaixo do oceano oferece uma oportunidade única para estudar a forma como os impactos de asteroides afetam os ambientes marinhos.

Os cientistas estão agora a tentar perfurar o fundo do mar para recolher amostras de núcleo, o que ajudará a aperfeiçoar a compreensão da sequência e dos efeitos do evento.

 

in ZAP

Há novidades sobre a origem dos meteoritos...

Finalmente sabemos de onde veio a maioria dos meteoritos da Terra

 

 

Até agora, apenas uma pequena fração dos meteoritos que aterram na Terra tinha sido firmemente ligada ao seu corpo progenitor no espaço - mas um conjunto de novos estudos acaba de nos dar evidências convincentes da origem de mais de 90% dos meteoritos atuais.

Segundo o Science Alert, as análises anteriores de meteoritos que atingem o nosso planeta sugerem algum tipo de origem partilhada. São feitos de materiais muito semelhantes e foram cozidos por radiação cósmica durante um período de tempo suspeitosamente curto, sugerindo uma separação relativamente recente de corpos progenitores partilhados.

As equipas responsáveis por três novos artigos, publicados em setembro na Astronomy and Astrophysics [artigo 1], e em outubro na Nature [artigo 2, artigo 3] e utilizaram uma combinação de observações telescópicas muito detalhadas e simulações de modelos informáticos para comparar asteroides no espaço com meteoritos recuperados na Terra, fazendo corresponder os tipos de rocha e as trajetórias orbitais entre os dois.

Liderados por investigadores do Centro Nacional Francês de Investigação Científica, do Observatório Europeu do Sul e da Universidade Charles, na República Checa, os estudos centraram-se nos condritos H (alto teor de ferro) e L (baixo teor de ferro), o tipo mais comum, que representa cerca de 70% dos meteoritos.

São assim designados porque são constituídos por pequenas partículas chamadas côndrulos, causadas pelo arrefecimento rápido da rocha fundida.

Os investigadores determinaram que estes meteoritos condritos H e L chegaram ao nosso planeta vindos de três famílias de asteroides chamadas Massalia, Karin e Koronis, todas localizadas na cintura principal de asteroides entre Marte e Júpiter.

Uma equipa de estudo conseguiu também atribuir datas a colisões notáveis nestas famílias de asteroides, causando novas cascatas de rocha que acabariam por chegar à Terra.

Massalia sofreu colisões importantes há 466 milhões de anos e há 40 milhões de anos, enquanto as famílias Karin e Koronis sofreram colisões há cerca de 5,8 e 7,6 milhões de anos, respetivamente.

“As provas de apoio incluem a existência de bandas de poeira associadas, as idades de exposição aos raios cósmicos dos meteoritos de condrito H e a distribuição das órbitas pré-atmosféricas dos meteoritos”, escrevem os autores.

Isto significa que a maioria dos meteoritos que atingem a Terra atualmente provêm de menos grupos de asteroides do que seria de esperar - e também de eventos de colisão mais recentes. Esses eventos de colisão (relativamente) recentes explicam a aterragem dos meteoritos na era atual.


Segundo a equipa, isto é parcialmente explicado pelo ciclo de vida das famílias de asteroides. Os eventos de colisão vividos por estas famílias de asteroides conduzem a um grande número de fragmentos de asteroides mais pequenos, o que aumenta as suas hipóteses de novas colisões e de se libertarem da cintura de asteroides.

Os investigadores também analisaram outros meteoritos menos comuns para além dos condritos H e L, aumentando o número de meteoritos contabilizados para mais de 90%. Estes foram atribuídos a famílias de asteroides, incluindo Veritas, Polana e Eos.

 

in ZAP

António Portugal nasceu há 93 anos...

 

 


António Portugal 

Guitarra portuguesa

António Moreira Portugal teve como professores dois guitarristas “futricas”, barbeiros de profissão e irmãos (o Flávio e o Fernando).

Nasceu em 23 de outubro de 1931, na República Centro-Africana, e morreu em Coimbra, a 26 de junho de 1994, com 63 anos.

Com um ano de idade foi viver para Coimbra (a sua família era de Penacova) e aí fez a escola primária, os estudos secundários e se licenciou em Direito.

Foi no Liceu D. João III que conheceu Luiz Goes e José Afonso e que os começou a acompanhar, em 1949, com um grupo constituído por Manuel Mora (2º guitarra) e Manuel Costa Brás (militar de Abril e ex-ministro) e António Serrão, à viola.

Em 1951 matriculou-se na Faculdade de Direito e ingressou na tuna e Orfeon Académico. Em 1952 conheceu António Brojo, que o convidou para integrar o histórico grupo de fados e guitarradas do qual faziam parte os cantores Luiz Goes, José Afonso, Florêncio de Carvalho, Fernando Rolim e, um pouco mais tarde, Fernando Machado Soares.

Para além de António Brojo e de António Portugal, nas guitarras, faziam ainda parte do grupo os violas Aurélio Reis e Mário de Castro. Em 1953 – e depois de muitos anos em que não se gravaram discos de Fado de Coimbra – o grupo liderado por António Brojo registou uma série de 8 discos de 78 rotações por minuto.

António Portugal, durante mais de 45 anos, esteve omnipresente em tudo o que se relaciona com a “Canção de Coimbra”.

De 1949 a 1994, criou uma obra ímpar, quer pela qualidade e inovação das suas composições e arranjos, quer pela forma como sabia ensaiar os cantores, e com eles criar uma dinâmica de acompanhamento que o distingue de todos os outros guitarristas do seu tempo.

António Portugal deixou, de longe, a mais ampla e completa discografia do Fado e da Guitarra de Coimbra.

Embora de forma esquemática e muito resumida, o percurso musical de António Portugal poderá ser dividido em quatro fases.

A primeira, iniciática, em que António Portugal se aplica na execução e pesquisa da guitarra, e na sua colaboração, já referida, com os maiores e mais importantes nomes da geração de 50.

A segunda, que inicia com a formação do grupo do “Coimbra Quintet” (Luiz Goes, Jorge Godinho – 2º guitarra, também já falecido e Manuel Pepe e Levy Batista), corresponde à transição para a renovação do fado e da guitarra de Coimbra, que culminou com a gravação da “Balada de Outono”, de José Afonso e onde, pela primeira vez ao lado de António Portugal, surge a viola de Rui Pato.

A terceira fase – início dos anos 60 – é fundamentalmente marcada pela canção de intervenção e pelos nomes de Adriano Correia de Oliveira e Manuel Alegre. A “Trova do vento que passa”, de que António Portugal é autor da música em conjunto com Adriano Correia de Oliveira, é o hino e o emblema da resistência ao regime e à guerra colonial.

A quarta e última fase, é também a mais longa: é o período da maturidade e da consagração.

Depois do 25 de Abril, António Portugal, que ao longo dos anos tinha sido um ativista político persistente e eficaz na luta contra o fascismo, “trocou” temporariamente a guitarra pela política activa, quer na Assembleia Municipal de Coimbra (onde foi, até à sua morte, líder da bancada do PS), quer na Assembleia da República, como deputado.

Ultrapassado o período revolucionário de 1975 – em que a onda de contestação não poupou também as tradições coimbrãs – e com o “regresso” de António Brojo ao gosto e ao gozo da guitarra, reconstituiu-se o grupo dos anos 50 e foi reiniciada uma atividade de intensa participação, quer em espetáculos em Portugal e por todo o mundo, quer numa série de programas para a RTP, quer ainda a gravação de uma coletânea de 6 LP, “Tempos de Coimbra – oito décadas no canto e na guitarra”, onde se registam, para a história – desde Augusto Hilário à atualidade – dezenas de fados e guitarradas, fruto de laboriosa e cuidada recolha.

A sua morte interrompeu o seu último projeto, que vinha realizando com António Brojo, sobre a guitarra de Coimbra: ambos os solistas preparavam um duplo álbum de guitarradas, em que alternadamente se acompanhavam um ao outro, e que já ia a caminho da finalização.

No dia 10 de junho de 1994, quando se encontrava no Oriente para atuar com o seu grupo nas Comemorações do Dia de Portugal, o Presidente da República, Dr. Mário Soares, atribui-lhe, em Coimbra, a Ordem da Liberdade.

António Portugal não teve a alegria de ver, e ostentar, essa justíssima condecoração porque, à chegada ao aeroporto de Pedras Rubras, foi vitimado por acidente vascular cerebral, morrendo dias depois, em Coimbra.

Como escreveu o conceituado Rui Vieira Nery, na Revista do jornal “Expresso”,

“A morte de António Portugal, encarnação modelar da guitarra coimbrã e de toda a tradição que nela se foi condensando ao longo destes dois últimos séculos, deixa-nos aquela espécie de vazio doloroso que é a de uma perda simultaneamente individual e geral. Perdemos um músico excelente que marcou decisivamente a nossa música popular urbana dos anos 60 e 70, mas perdemos também uma trave-mestra desse universo cada vez mais frágil e mais difuso que é o da guitarra portuguesa e, especificamente, o da guitarra de Coimbra”.

 

in Meloteca

 


Johnny Carson nasceu há 99 anos

   
John William Carson, mais conhecido como Johnny Carson (Corning, 23 de outubro de 1925Malibu, 23 de janeiro de 2005), foi um comediante e apresentador de televisão norte-americano, conhecido pelo seu trabalho de trinta anos (1962-92) no programa de entrevistas The Tonight Show Starring Johnny Carson. Carson recebeu seis prémios Emmy e um prémio Peabody e entrou no Television Academy Hall of Fame em 1987. Também recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, em 1992 e as Honras do Centro Kennedy, no ano seguinte.
     

Ellie Greenwich nasceu há oitenta e quatro anos...

  
Eleanor Louise Greenwich (Brooklyn, New York, October 23, 1940 – New York City, August 26, 2009) was an American pop music singer, songwriter, and record producer. She wrote or co-wrote "Be My Baby", "Christmas (Baby Please Come Home)", "Da Doo Ron Ron", "Leader of the Pack", "Do Wah Diddy Diddy", and "River Deep – Mountain High", among others. 

 

in Wikipédia

 

Michael Crichton nasceu há 82 anos...

       

John Michael Crichton (Chicago, 23 de outubro de 1942 - Los Angeles, 4 de novembro de 2008) foi um escritor, produtor de filmes e de televisão norte-americano. Os seus trabalhos mais conhecidos são romances de ficção científica, dentre os quais, a sua obra mais conhecida, Parque Jurássico, adaptado para o cinema por Steven Spielberg, com o título Jurassic Park, e a série de televisão ER.

Michael Crichton também dirigiu e/ou produziu vários filmes e programas de televisão. Entre outros, Crichton dirigiu o filme Coma, adaptado de uma novela de Robin Cook.
O seu género literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo os seus conhecimentos médicos e científicos - Crichton era licenciado em Medicina, pela Harvard Medical School.
Crichton morreu a 4 de novembro de 2008, aos 66 anos, por causa de um cancro.
       

Charly García nasceu há 73 anos


Carlos Alberto García Moreno (Buenos Aires, 23 de outubro de 1951) conhecido pelo pseudónimo de Charly García, é um dos mais influentes artistas, compositores e produtores argentinos, sul-americanos e internacionais do rock.

É considerada uma das figuras chaves da música contemporânea Argentina, por seu talento e sua personalidade. Fundou duas das mais importantes bandas de rock da argentina, Sui Géneris e Serú Girán, gravou 41 discos, é considerado um dos ícones do rock argentino.


in Wikipédia

 

Weird Al Yankovic - 65 anos

 
Alfred Matthew Yankovic (Downey, Califórnia, 23 de outubro de 1959), mais conhecido como "Weird Al" Yankovic, é um músico com diversos prémios Grammy, humorista, parodiante, acordeonista e produtor de televisão. Ele é particularmente conhecido pelas suas músicas satirizando a cultura popular e paródias de músicas contemporâneas. Os seus trabalhos renderam-lhe três discos de ouro e cinco de platina nos Estados Unidos.

 


A húngaros fartaram-se de comunismo há 68 anos

   
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes, entrando no prédio da rádio numa tentativa de transmitir as suas exigências, foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares de pessoas organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu restabelecer livres eleições. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e uma sensação de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Estas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria durante trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. No princípio da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
   
Cronologia
O levantamento popular húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Estaline foi derrubada por manifestantes que entoavam, "Russos, voltem para casa", "Abaixo Gerő" e "Viva Nagy". Em resposta, o Comité Central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o Comité Central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a proteção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo traidor e simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de treze mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
 
Cenas da revolução, em cinejornal da época
 
   

Robert Trujillo, baixo dos Metallica, celebra hoje sessenta anos...!

  
Robert Trujillo (nome artístico de Roberto Agustin Miguel Santiago Samuel Trujillo Veracruz; Santa Mónica, Califórnia, 23 de outubro de 1964) é um baixista dos Estados Unidos.
     

 


Larousse nasceu há 207 anos

    
Pierre Athanase Larousse (Toucy, 23 de outubro de 1817 - Paris, 3 de janeiro de 1875) foi um pedagogo e pedagogista, editor e enciclopedista francês. A sua sepultura encontra-se no cemitério de Montparnasse.

Biografia
Nascido a 23 de outubro de 1817, na cidade de Toucy, na França., aos dezasseis anos ganhou uma bolsa para concluir os seus estudos em Versailles. Com 21 anos, Pierre Larousse regressou à sua terra natal para trabalhar como professor. Deparou-se com métodos e manuais de ensino que considerou extremamente arcaicos.
Dois anos depois, em 1840, abandonou a escola em que lecionava para dedicar-se plenamente à sua grande vocação. Apesar dos poucos recursos, foi a Paris onde participou de diversos cursos gratuitos. Como os estudos não eram oficializados por nenhum tipo de diploma, foi considerado um autodidata. Em 1848 publica a sua primeira obra, uma gramática: "A lexicologia das escolas". Tratava-se de uma obra moderna e pioneira. Naquela época, a maioria das regiões francesas falava dialetos e era na escola que se aprendia o francês. Em 1851, Pierre Larousse teve um encontro com Augustin Boyer, um professor que acabava de abandonar o magistério e pretendia iniciar-se no comércio. Os dois ficaram amigos e associaram-se para fundar, em 1852, a livraria Larousse & Boyer. A partir de então, Pierre Larousse revolucionou o ensino do francês, com o objetivo de estimular a criatividade, inteligência e capacidade de raciocínio das crianças. Assim, em 1856, foi lançado, com grande êxito, o Novo Dicionário da Língua Francesa, precursor do Petit Larousse. Mas havia tempo que Pierre Larousse tinha outro projeto em mente: a elaboração de uma enciclopédia comparável, segundo o seu desejo, à enciclopédia Diderot y d'Alembert. Seria um livro em que, em suas próprias palavras, "fosse possível encontrar, por ordem alfabética, todo o conhecimento que atualmente enriquece o espírito humano"; que não fosse dirigido apenas a uma elite, mas a toda à sociedade, para "instruir a todo o mundo sobre todas as coisas". Esse projeto tornou-se uma realidade em 27 de dezembro de 1863, com o lançamento do primeiro fascículo do Grande Dicionário Universal, dedicado à glória das ideias republicanas, liberais, progressistas e laicas. Pierre Larousse esteve presente em todo o processo de criação da obra, lendo e revendo os verbetes dos dicionários. Durante o trabalho, contava piadas, divertia-se, indignava-se, fazia reflexões, explicava, sempre... ensinava. Em 1869, Auguste Boyer separou-se de Pierre Larousse. As obras escolares e o dicionário passaram a ser distribuídos, a partir de então, pela Editora Boyer, que imprimia através de Larousse as suas próprias obras. Pierre Larousse sofreu uma embolia cerebral, causada pelo esgotamento provocado pelo excesso de atividades empreendidas. Em 1871 foi afetado por uma paralisia e faleceu a 3 de janeiro de 1875, aos 57 anos, sem chegar a ver a sua obra finalizada.
   
   

Théophile Gautier morreu há 152 anos

       
Pierre Jules Théophile Gautier (Tarbes, 31 de agosto de 1811 - Paris, 23 de outubro de 1872) foi um escritor, poeta, jornalista e crítico literário francês.
Enquanto Gautier fosse um ardente defensor do romantismo, a sua obra é difícil de classificar e continua a ser um ponto de referência para muitas tradições literárias posteriores, como parnasianismo, simbolismo, modernismo e decadentismo. Este autor foi amplamente valorizado por escritores tão diversos como Balzac, Baudelaire, os irmãos Goncourt, Flaubert, Proust e Oscar Wilde.
   

 

Absence

Reviens, reviens, ma bien-aimée !
Comme une fleur loin du soleil,
La fleur de ma vie est fermée
Loin de ton sourire vermeil.

Entre nos cœurs tant de distance !
Tant d'espace entre nos baisers !
Ô sort amer ! Ô dure absence !
Ô grands désirs inapaisés !

D'ici là-bas, que de campagnes,
Que de villes et de hameaux,
Que de vallons et de montagnes,
À lasser le pied des chevaux !

Au pays qui me prend ma belle,
Hélas ! Si je pouvais aller ;
Et si mon corps avait une aile
Comme mon âme pour voler !

Par-dessus les vertes collines,
Les montagnes au front d'azur,
Les champs rayés et les ravines,
J'irais d'un vol rapide et sûr.

Le corps ne suit pas la pensée ;
Pour moi, mon âme, va tout droit,
Comme une colombe blessée,
S'abattre au rebord de son toit.

Descends dans sa gorge divine,
Blonde et fauve comme de l'or,
Douce comme un duvet d'hermine,
Sa gorge, mon royal trésor ;

Et dis, mon âme, à cette belle :
« Tu sais bien qu'il compte les jours,
Ô ma colombe ! À tire d'aile
Retourne au nid de nos amours. »

 

Théophile Gautier

O Padre Américo, fundador da Casa do Gaiato, nasceu há 137 anos

     
Américo Monteiro de Aguiar, mais conhecido por Padre Américo (Penafiel, Galegos, 23 de outubro de 1887 - Campo, Valongo, 16 de julho de 1956), foi um importante benfeitor português que dedicou a sua vida aos mais carenciados, principalmente jovens, que se traduziu em inúmeras realizações. Foi em São Pedro de Alva que o Padre Américo idealizou a Obra da Rua e fundou a sua primeira Casa da Colónia, como era assim chamada a Casa do Gaiato, a mais conhecida e relevante referida obra.

Vida e obra
O Padre Américo nasceu a 23 de outubro de 1887 na freguesia de Galegos, concelho de Penafiel, tendo sido batizado a 4 de novembro do mesmo ano. Frequentou o Ensino Primário na sua terra natal, transitando, em 1898, para o Colégio do Carmo, em Penafiel, e no ano seguinte para o Colégio de Santa Quitéria, em Felgueiras. Terminados os estudos liceais, em 1902, emprega-se, no Porto, numa loja de ferragens. Em 1906, porém, resolve partir para Moçambique, estabelecendo-se em Chinde, onde trabalha na companhia The British Central Africa e na African Lakes, como despachante. Por essa altura trava conhecimento com o padre Rafael Maria da Assunção, que mais tarde seria nomeado Bispo de Cabo Verde.
Regressado a Penafiel, em 1923, contacta o pároco local de quem tinha sido amigo de infância e comunica-lhe o desejo de entrar para um convento franciscano, dando como única explicação a frase é uma martelada!... Dois meses depois entra no Convento de Santo António de Vilariño, em Tui (Espanha), onde permanece durante nove meses como postulante, a estudar latim e ciências naturais e mais um ano, depois da tomada do hábito.
As dificuldades em se adaptar à vida monástica conduzem à sua saída, em julho de 1925, mas tenta ingressar no seminário diocesano do Porto, embora o Bispo D. António Barbosa Leão não dê seguimento ao seu requerimento. Contacta então o Bispo de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva, que o aceita.
Depois de se formar em Teologia no Seminário de Coimbra, foi nomeado Perfeito do Seminário e professor de Português. É igualmente capelão em Casais do Campo, freguesia de São Martinho do Bispo e designado pároco de São Paulo de Frades, não chegando a tomar posse, incapacitado por um esgotamento.
É quando D. Manuel Luís Coelho da Silva, Bispo de Coimbra, lhe entrega a Sopa dos Pobres, em 1932 que começa a revelar a sua verdadeira vocação. A partir daí não mais parou.
Em maio de 1935, foi convidado para São Pedro de Alva, para pregar à população. Certo dia o pároco da freguesia leva-o à escola primária e foi aí que idealizou e teve a visão da obra da rua. Logo aí fundou a primeira Casa da Colónia. Decidiu em agosto ir para a capital de distrito, e então inicia as Colónias de Férias do Garoto da Baixa, em Coimbra, estágio embrionário do que viria a ser posteriormente a Casa do Gaiato. Seguem-se Vila Nova do Ceira e Miranda do Corvo. A 7 de janeiro de 1940, finalmente, o Padre da Rua funda a primeira Casa do Gaiato, no lugar de Bujos, em Miranda do Corvo. A segunda Casa do Gaiato, no mosteiro beneditino de Paço de Sousa, seria o local escolhido para o surgimento da Aldeia do Gaiato, para acolhimento e alojamento de jovens a que se seguiria o Lar do Gaiato, no Porto. No mesmo âmbito e sob o lema «cada freguesia cuide dos seus pobres» é o projeto de construção das primeiras casas do património dos pobres, também em Paço de Sousa, em fevereiro de 1951.
A Obra da Rua é consagrada ao Santíssimo Nome de Jesus, e o seu ex-libris é o Quim Mau, o garoto de braços abertos que pede o amor do próximo.
A 1 de janeiro de 1941 abre o lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios, na Rua da Trindade, em Coimbra, instituição que será entregue aos Serviços Jurisdicionais de Menores em 1950; em junho do mesmo ano, publica o primeiro volume do Pão dos Pobres.
Em 1942, publica Obra da Rua.
A 5 de março de 1944 aparece o primeiro número do jornal O Gaiato, quinzenário da Obra da Rua, de que é fundador e diretor.
A 4 de janeiro de 1948 seria inaugurada a Casa do Gaiato de Lisboa, situada na quinta da Mitra, em Santo Antão do Tojal, em Loures.
Em 1950, saem a público o opúsculo Do Fundamento da Obra da Rua e do Teor dos seus Obreiros e o primeiro volume do livro Isto é a Casa do Gaiato.
Em 1952, viagem a África; publica um novo livro, O Barredo, a que se seguem, em 1954, Ovo de Colombo e Viagens, no ano em que toma posse da quinta da Torre, em Beire, freguesia de Paredes, para a instalação de uma Casa do Gaiato e do Calvário, para o abrigo de doentes incuráveis.
A 1 de julho de 1955, abre a Casa do Gaiato de Setúbal, em Algeruz.
Em 1956 morre, vitima de acidente de viação, em Campo, no concelho de Valongo. O seu processo de glorificação canónica teve início em 1986.
 
 
Estátua do Padre Américo, na entrada principal do Hospital Padre Américo, em Penafiel, da escultora Irene Vilar

Jean Absil nasceu há cento e trinta e um anos

Buste de Jean Absil à Bon-Secours (Péruwelz, Belgique)
     
Jean Absil est un compositeur et pédagogue belge, né à Bon-Secours en Belgique le 23 octobre 1893 et décédé à Uccle (Bruxelles) le 2 février 1974.
       
 

Hermínia Silva nasceu há 117 anos...

(imagem daqui)
      
Hermínia Silva (Lisboa, 23 de outubro de 1907 - Lisboa, 13 de junho de 1993) foi uma fadista portuguesa.
  
Hermínia Silva nasceu em 1907 e cedo se tornou presença notada nos retiros de Lisboa, que não hesitaram em contratá-la, pela originalidade com que cantava o Fado. A Canção dos Bairros de Lisboa estava-lhe nas veias, não fora ela nascida, ali mesmo junto ao Castelo de São Jorge. As "histórias" dos amores da Severa com o Conde de Vimioso estavam ainda frescas na memória do povo.
Rapidamente, a sua presença foi notada nos retiros, e passados poucos anos, em 1929, Hermínia Silva estreava-se numa Revista do Parque Mayer. Era a primeira vez que o Fado vendia bilhetes na Revista. Alguns jornais da época, referiam-se a ela, como a grande vedeta nacional, chegando a afirmar-se, que a fadista tinha "uma multidão de admiradores fanáticos". A sua melismática criativa, a inclusão no Fado, de letras menos tristes, por vezes com um forte cunho de crítica social, e o seu empenho em trazer para o Fado e para a guitarra portuguesa, fados não tradicionais, compostos por maestros como Jaime Mendes, compositores como Raul Ferrão, criando assim o chamado "fado musicado", aquele fado cuja música corresponde unicamente a uma letra, se bem que composto segundo a base do Fado, e em especial, tendo em atenção as potencialidades da guitarra portuguesa.
Hermínia Silva torna-se assim, sem o haver planeado, num dos vértices do Fado, tal qual ele existe, enquanto estilo musical: Alfredo Marceneiro foi o primeiro vértice, o da exploração estilística do Fado Tradicional; Hermínia viria a trazer o Fado para as grandes salas do Teatro de Revista, e viria a "inaugurar" a futura Canção Nacional, com acompanhamentos de grandes orquestras, dirigidas por maestros, que também eram compositores. A sua fama atingiu um tal ponto que o Cinema, quis aproveitar o seu sucesso como figura de grande plano.
Efectivamente, nove anos depois de se ter estreado no teatro da revista, Hermínia integra o elenco do filme de Chianca de Garcia, Aldeia da Roupa Branca (1938), num papel que lhe permite cantar no filme. Nascera assim, a que viria a ser considerada, a segunda artista mais popular do século XX português, depois de Amália Rodrigues, o terceiro vértice do Fado, ainda por nascer.
Depois de várias presenças no estrangeiro, com especial incidência no Brasil e em Espanha, Hermínia aposta numa carreira mais concentrada em Portugal. O seu conhecido e parodiado receio em andar de avião, inviabilizou-lhe muitos contratos que surgiam em catadupa. Mas, Hermínia estava no Céu, na sua Lisboa das sete colinas.
Em 1943 é chamada para mais um filme, o Costa do Castelo, em 1946 roda o Homem do Ribatejo, passando regularmente pelos palcos do Parque Mayer, fazendo sucesso com os seus fados e as suas rábulas de Revista. Efetivamente, Hermínia consegue alcançar tal êxito no Teatro, que o SNI, atribui-lhe o "Prémio Nacional do Teatro", um galardão muito cobiçado na época. Até 1969, em "O Diabo era Outro", a popularidade da fadista encheu os écrans dos cinemas de todo o país. Vieram mais revistas, mais recitais, muitos discos de sucesso.
Mas, para quem quisesse conhecer a grande Hermínia bem mais de perto, ainda tinha a oportunidade de ouro, de vê-la ao vivo e a cores, sem microfone, na sua Casa - o Solar da Hermínia, restaurante que manteve quase até ao fim da sua vida artística.
Felizmente, o estado português, o antigo e o contemporâneo, reconheceu Hermínia Silva. São vários os Prémios e Condecorações, as distinções e as nomeações, justíssimas para uma artista, que fez escola, e que hoje, constitui um dos três maiores nomes da Canção Nacional, ao lado de Marceneiro e de Amália, que por razões diferentes, pelas novidades de forma e conteúdo distintos que trouxeram à Canção de Lisboa, fizeram dela, o Fado, tal qual hoje é entendido, cantado, tocado e formatado.
A fadista cantou quase até falecer, em 13 de junho de 1993. Morria assim uma das maiores vedetas do Fado e do Teatro de Revista Português. O seu corpo foi sepultado no cemitério dos Prazeres.
     
 

Ryan Reynolds - 48 anos

       
Ryan Rodney Reynolds (Vancouver, 23 de outubro de 1976) é um ator, produtor, roteirista, apresentador e comediante canadiano, conhecido pelos seus papeis em National Lampoon's Van Wilder, Waiting..., The Amityville Horror, Just Friends, Definitely, Maybe, The Proposal e Buried, bem como Wade Wilson/Deadpool em X-Men Origins: Wolverine e no filme a solo do próprio Deadpool, que estreou em 2016. Os seus papéis na televisão incluem Michael "Berg" Bergen, em Two Guys and a Girl. Reynolds também ator principal no filme Green Lantern juntamente com Blake Lively e Mark Strong. Foi o protagonista do filme a solo de Deadpool, interpretando o papel do mercenário tagarela. 

     

Mother Maybelle Carter morreu há 46 anos...

  

"Mother" Maybelle Carter, born Maybelle Addington (Nickelsville, May 10, 1909 – Hendersonville, October 23, 1978) was an American country musician and "among the first" to use the Carter scratch, with which she "helped to turn the guitar into a lead instrument." It was named after her. She was a member of the original Carter Family act from the late 1920s until the early 1940s and a member of the Carter Sisters and Mother Maybelle group.

 

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