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quarta-feira, outubro 23, 2024

Novos dados sobre uma cratera de impacto irmã da de Chicxulub...

Modelos 3D revelam uma cratera de asteroide nas profundezas do Atlântico

 

 

A cratera Nadir está notavelmente bem preservada, o que dá uma oportunidade única aos cientistas de estudar o impacto da colisão do asteroide na vida marinha.

As imagens de alta resolução recentemente divulgadas da cratera Nadir, localizada sob o Oceano Atlântico, forneceram novas informações sobre o impacto catastrófico de um asteroide, que ocorreu há 66 milhões de anos.

O estudo, conduzido por investigadores da Universidade Heriot-Watt, foi publicado na Communications Earth & Environment, revela os pormenores da cratera, oferecendo uma visão sem precedentes dos efeitos deste tipo de colisões na paisagem geológica da Terra.

A Cratera Nadir, com cerca de 9 quilómetros de largura e enterrada a 300 metros de profundidade no fundo do oceano, foi provavelmente causada por um asteroide com 450 a 500 metros de tamanho. O impacto coincidiu com o mesmo período do impacto de Chicxulub, no México, que se acredita ter causado a extinção dos dinossauros.

Originalmente descoberta em 2022, a cratera Nadir foi confirmada como um local de impacto de asteroide após a análise de dados avançados de imagens sísmicas 3D. Os dados de alta resolução, fornecidos pela TGS, permitem aos investigadores visualizar a cratera em grande detalhe, desde a depressão inicial em forma de taça até à área danificada circundante, que abrange milhares de quilómetros quadrados.

As novas imagens revelam a cadeia catastrófica de eventos que se desenrolou depois que o asteroide atingiu a Terra. Em poucos minutos, as rochas liquefizeram-se, fluíram para cima e um enorme tsunami com mais de 800 metros de altura varreu o Atlântico.

 

Mapa com a localização da Cratera Nadir e o conjunto de dados sísmicos

 

Os dados também mostraram a formação de falhas sob o leito marinho e deslizamentos de terras causados pelo impacto, oferecendo pistas sobre a forma como a superfície da Terra reagiu à força maciça, explica o SciTech Daily.

Os dados detalhados em 3D permitiram aos investigadores estimar o ângulo e a velocidade de entrada do asteroide. Nicholson e a sua equipa sugerem que o asteroide atingiu a Terra a uma velocidade de 72.000 km por hora a partir de um ângulo de nordeste, embora seja necessária mais modelação para confirmar esta hipótese.

A descoberta da Cratera Nadir, juntamente com o nível de pormenor fornecido pelos dados sísmicos, é um achado raro para os investigadores, já que a maioria das crateras de impacto na Terra sofrem erosão ao longo do tempo. A preservação da Cratera Nadir debaixo do oceano oferece uma oportunidade única para estudar a forma como os impactos de asteroides afetam os ambientes marinhos.

Os cientistas estão agora a tentar perfurar o fundo do mar para recolher amostras de núcleo, o que ajudará a aperfeiçoar a compreensão da sequência e dos efeitos do evento.

 

in ZAP

domingo, outubro 06, 2024

Afinal havia outro - asteroide...

Afinal, o asteroide que matou os dinossauros não o fez sozinho

 

 

Ilustração artística de dinossauro da ilha de Wight

 

O asteroide que levou os dinossauros à extinção, há 66 milhões de anos, não estava sozinho: um novo estudo encontrou evidências de um “evento catastrófico” provocado por outro asteroide.

Novas análises da cratera submarina Nadir, encontrada na costa da África Ocidental, mostraram que esta formação surgiu quando outra rocha espacial colidiu com o nosso planeta.

O evento ocorreu por volta do final do Período Cretácico - que foi também quando aconteceu a extinção dos dinossauros.

Uisdean Nicholson, geólogo marinho que estudou a cratera e publicou as descobertas num estudo na revista Nature Communications Earth & Environment, descobriu a cratera Nadir em 2022, e, na altura, os detalhes da sua formação ainda eram incertos.

Os novos dados mostraram que o impacto violento, ocorrido entre 65 e 67 milhões de anos atrás, abriu uma cratera com cerca de oito quilómetros de diâmetro. O asteroide parece ter medido cerca de 400 metros e atingiu a Terra enquanto se deslocava a quase 75 mil km/h.

Se for esse o caso, o objeto seria menor que o asteroide responsável pela extinção em massa no nosso planeta, mas suficientemente grande para deixar marcas significativas.

“As novas imagens descrevem uma cena de um evento catastrófico”, explicou Nicholson

O impacto parece ter causado tremores fortes, que derreteram os sedimentos no fundo do oceano e formaram falhas sob o leito oceânico. Além disso, a colisão causou deslizamentos com vestígios visíveis por milhares de quilómetros quadrados para além da borda da cratera.

Os efeitos não se ficaram por aí: a colisão do objeto causou um tsunami com 800 metros de altura, que pode ter percorrido as águas do Atlântico.

Por agora, não está claro onde exatamente ocorreu a colisão. Por outro lado, a descoberta da cratera e da sua idade aproximada sugerem que é uma de várias crateras formadas por impactos no final do Cretácico.

Para comparação, o asteroide relacionado com a extinção dos dinossauros era consideravelmente maior do que aquele que formou Nadir e deixou uma cratera com mais de 180 quilómetros na península de Iucatão, no México.

“O mais próximo que os humanos chegaram de ver algo semelhante foi o evento de Tunguska em 1908, quando um asteroide de 50 metros entrou na atmosfera da Terra e explodiu nos céus da Sibéria”, recordou Nicholson.

“Os novos dados sísmicos em 3D de toda a cratera Nadir são uma oportunidade sem precedentes para testar hipóteses sobre crateras de impacto, desenvolver novos modelos de formação de crateras no ambiente marinho e compreender as consequências de um evento deste tipo”, concluiu.

 

in ZAP