domingo, abril 09, 2023

Porque hoje foi a Páscoa da Ressurreição do Senhor...

 

As mulheres no túmulo (1440-42 - Fra Angelico)

 

De barro, como os outros

Nasceste, Jesus Cristo, entre as ovelhas
e as palhas de um curral,
mas, mal nasceste, o povo da Judeia
viu no céu um sinal.

Nasceste como o filho de um pastor
mas o Mundo, suspenso,
viu a estrela, o cortejo dos reis magos,
o ouro, a mirra, o incenso.

Nasceste como nascem os mortais
mas eras imortal,
e entre todas as noites só à tua
chamamos de Natal.

Foste preso, insultado, torturado
e pregado numa Cruz.
Mas do teu corpo não saía sangue,
saía sangue e luz.

Morreste como o bom e o mau ladrão,
cortou-te Deus a haste;
mas de todos os mortos, pelos séculos,
só tu ressuscitaste.

Ah, bem sabes, Senhor, que o barro é pouco
sem o sopro divino,
e que sem Deus só poderão salvar-se
o tonto e menino.

Por isso espero a morte sem terror,
sem temer o castigo.
Por que há-de recear-se a paz, o amor?
Receia-se o inimigo.

Bem sabes que o pecado original
nos roubou a inocência,
e que em nós e combatem Bem e Mal
ao longo da existência.

É difícil ao barro ser eterno.
Difícil, sobrehumano,
o longo drama que é o céu e o inferno
em cada ser humano.

Por isso eis-me a teus pés serena e calma.
Nem melhor, nem pior:
de barro, como os outros...corpo e alma
- mas a alma maior.





Fernanda de Castro

Hoje é dia de ouvir Adriano...

Leopoldo II, o segundo Rei dos Belgas, nasceu há 188 anos

   
Leopoldo II
(Bruxelas, 9 de abril de 1835 - Laeken, 17 de dezembro de 1909) foi o segundo rei dos belgas. Era o segundo filho do rei Leopoldo I, a quem sucedeu em 1865, permanecendo rei até à sua morte. Foi irmão da imperatriz Carlota do México e primo-irmão da rainha Vitória do Reino Unido.

O regime da colónia africana de Leopoldo II, o Estado Livre do Congo, tornou-se um dos escândalos internacionais mais infames da viragem do século XIX para o XX. O relatório de 1904, escrito pelo cônsul britânico Roger Casement, levou à prisão e à punição de oficiais brancos que tinham sido responsáveis por matanças a sangue frio durante uma expedição de recolha de borracha em 1903 (incluindo um indivíduo belga que matou a tiros pelo menos 122 congoleses).
O Estado Livre do Congo incluiu uma área inteira hoje conhecida por República Democrática do Congo. Amigo de Henry Morton Stanley, o rei pediu a ele que o ajudasse a dar entrada à petição do território. Ele administrou-o como sua possessão privada, considerando-se um empresário astuto, tendo passado uma semana em Sevilha para estudar os registos espanhóis de seu comércio com as suas colónias da América Latina.

Leopoldo II deu ênfase à defesa militar como base da neutralidade da Bélgica, mas não foi capaz de obter a lei de conscrição. Apesar de ter sido impopular, Leopoldo II é lembrado pelo povo belga como "o rei construtor" (Koning-Bouwer em neerlandês e le Roi-Bâtisseur em francês), porque mandou construir um grande número de prédios e projetos públicos, principalmente em Bruxelas, Oostende e Antuérpia.
Entre as construções estão as estufas reais nos terrenos do Castelo de Laeken, a Torre Japonesa, o Pavilhão Chinês, o Museu do Congo em Tervuren (hoje chamado Museu Real da África Central), o Cinquantenaire e a estação de trem da Antuérpia. Ele também construiu a Villa des Cèdres em Saint-Jean-Cap-Ferrat, na Riviera Francesa, que é um jardim botânico no presente.
Tais construções foram todas realizadas com o dinheiro proveniente do Congo. Em 1900, ele doou a maior parte das suas propriedades à nação belga.
    
  
in Wikipédia

Saudades de Adriano...

Carl Perkins nasceu há noventa e um anos...


Carl Lee Perkins
(Tiptonville, 9 de abril de 1932 - Jackson, 19 de janeiro de 1998) foi um cantor norte-americano de rockabilly. Foi considerado o 88º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
  
   
Perkins morreu aos 65 anos de idade, depois de sofrer vários derrames, e foi enterrado no Ridgecrest Cemetery em Jackson, Tennessee.
      

 


A Alemanha nazi invadiu a Dinamarca e a Noruega, estados neutrais, há 83 anos...

    
A Operação Weserübung foi o assalto alemão sobre as nações neutrais da Dinamarca e Noruega durante a Segunda Guerra Mundial. Esse ataque provocou a Campanha da Noruega, que seria ganha pelos alemães. O nome da operação significa "Exercício no Weser", sendo este um rio alemão. Foi planeada pelo general alemão Nikolaus von Falkenhorst, a pedido de Hitler.
Às 04.15 horas da madrugada, na hora local, a "hora Weser", de 9 de abril de 1940, o "dia Weser", a Alemanha invadiu a Dinamarca e a Noruega, supostamente para protegê-las de um possível ataque da França e Inglaterra.
    

O massacre de Deir Yassin começou há 75 anos...

Comunicado do Irgun sobre o ataque
  
O massacre de Deir Yassin se refere ao assassinato de entre 107 e 120 civis palestinianos desarmados (estimativa geralmente aceite pelos estudiosos, durante e possivelmente após a batalha), ocorrida na vila de Deir Yassin (também grafada Dayr Yasin ou Dir Yassin), nas proximidades de Jerusalém, no que então era o Mandato Britânico da Palestina, cometida pelas forças de guerrilha judaico-sionistas (Irgun e Stern Gang) entre 9 de abril e 11 de abril de 1948. Ocorreu quando as forças judaicas do Yishuv conseguiram romper o cerco a Jerusalém, durante a guerra civil que antecedeu o fim do Mandato Britânico, em maio.
Relatos contemporâneos, aparentemente originários de um dos oficiais que comandaram desde Jerusalém uma das forças irregulares envolvidas (o Irgun), Mordechai Ra'anan, davam uma estimativa inicial de 254 mortos. O número elevado de vítimas teve um impacto considerável no conflito, que já ocorria na região, ao criar pânico e se tornar uma das principais causas do êxodo palestiniano de 1948.
O massacre foi condenado universalmente na época, inclusive pelo comando do Haganá e pela Agência Judaica.
       
Selo egípcio de memória do massacre
   

A escumalha nazi enforcou Wilhelm Canaris e Dietrich Bonhoeffer há 78 anos...

       
Wilhelm Franz Canaris (Aplerbeck, 1 de janeiro de 1887Flossenbürg, 9 de abril de 1945) foi um almirante alemão, líder dos serviços de espionagem militar (a Abwehr) de 1935 a 1944. Foi também uma das figuras da resistência alemã (Widerstand) ao regime nazi de Adolf Hitler e um dos (indiretamente) envolvidos no atentado de 20 de julho de 1944.
  
(...)
  
    

 

   
Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906Flossenbürg, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
  
(...)
   
Quando já estava sendo perseguido pelos nazis, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, o seu empenhamento na resistência alemã anti-nazi e o seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que:
  
  
As suas cartas da prisão são um testemunho de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.

Em Appomattox, a Guerra Civil Americana terminou, de facto, há 158 anos

    
A Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra de Secessão ou Guerra Civil dos Estados Unidos (ver os nomes atribuídos ao evento), foi uma guerra civil travada entre 1861 e 1865 nos Estados Unidos depois de vários estados esclavagistas do sul declararem a sua secessão e formarem os Estados Confederados da América (conhecidos como "Confederação" ou "Sul"). Os estados que não se rebelaram ficaram conhecidos como "União" ou simplesmente "Norte". A guerra teve sua origem na controversa questão da escravatura, especialmente nos territórios ocidentais. As potências estrangeiras não intervieram na época. Após quatro anos de sangrentos combates que deixaram mais de 600 mil soldados mortos e destruíram grande parte da infraestrutura do sul do país, a Confederação entrou em colapso, a escravatura foi abolida, um complexo processo de reconstrução começou, a unidade nacional foi efetivada e a garantia de direitos civis aos escravos libertos começou. 
     

Estados Unidos em 1861
    
  Estados que se separaram da União antes de 15 de abril de 1861
  Estados que se separaram após 15 de abril de 1861
  Estados da União que permitiam a escravatura
  Estados da União que baniram a escravatura
   Territórios
  
(...)
 
O seu fim ocorreu em 9 de abril de 1865, quando o general confederado Robert E. Lee se rendeu ao general da União, Ulysses S. Grant, na Batalha de Appomattox Court House. Generais confederados dos estados do Sul seguiram o exemplo, com a última rendição em terra a ocorrer em 23 de junho.
   

O Abade de Baçal nasceu há 158 anos

(imagem daqui)
 
Francisco Manuel Alves, mais conhecido como Abade de Baçal, (Baçal, 9 de abril de 1865 - Baçal, 13 de novembro de 1947) foi um arqueólogo, historiador e genealogista português.
Nascido numa aldeia do concelho de Bragança, onde nasceram também os seus pais, Francisco Alves Barnabé e a sua mulher, Francisca Vicente, foi ordenado sacerdote em 13 de junho de 1889 e, desde então, até à sua morte, tornou-se pároco da sua aldeia natal.
Dedicou a sua vida a recolher testemunhos arqueológicos, etnológicos e históricos respeitantes à região de Trás-os-Montes e, especialmente ao distrito de Bragança. Autodidata erudito, rústico e pitoresco, os críticos apontam-lhe, contudo, a sua falta de sistematização e poder interpretativo.
A sua obra principal são as Memórias arqueológicas-históricas do distrito de Bragança (1909-1947), em onze volumes.
Em 1925 foi nomeado diretor-conservador do Museu Regional de Bragança, que desde 1935 é designado por Museu do Abade de Baçal em sua homenagem.
No quinto volume da sua obra-prima, dedicado aos Judeus, constam os seus títulos:  
Reitor de Baçal, Antigo Vereador da Câmara Municipal de Bragança, Antigo Vogal à Junta Geral do Distrito do mesmo nome, Sócio da Associação dos Arqueólogos Portugueses, da Sociedade Portuguesa de Estudos Históricos, do Instituto de Coimbra, da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto Etnológico da Beira, do Instituto Histórico do Minho, Presidente Honorário do Instituto Científico-Literário de Trás os Montes, Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de S. Tiago do Mérito Científico, Literário e Artístico, em atenção às suas qualidades de escritor reveladas na obra "Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança", distinguido pelo Clero Bragançano com a oferta dum cálix de valor artístico, com uma pena de ouro e um tinteiro no mesmo metal de alto valor artístico por oferta do Distrito de Bragança em reconhecimento dos seus trabalhos de investigação histórica em prol do mesmo, pedaço de asno se acredita que estas honrarias douram a sua muita ignorância, e ainda, ultimamente, Diretor-Conservador do Museu Regional de Bragança.

A Batalha de La Lys começou há 105 anos...

A cidade de Ypres, devastada pelos combates
    
A Batalha de La Lys, deu-se entre 9 e 29 de abril de 1918, no vale da ribeira da La Lys, sector de Ypres, na região da Flandres, na Bélgica.
Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães provocaram uma estrondosa derrota às tropas portuguesas, constituindo a maior catástrofe militar portuguesa depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
   

Soldados portugueses nas trincheiras em La Lys
   
A frente de combate distribuía-se numa extensa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentières, guarnecida pelo 11° Corpo Britânico, com cerca de 84 000 homens, entre os quais se compreendia a 2ª divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP), constituída por cerca de 20.000 homens, dos quais somente pouco mais de 15.000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa. Esta linha viu-se impotente para sustentar o embate de oito divisões do 6º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934). Essa ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava à tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer. As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha, perderam cerca de 7500 homens entre mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros, ou seja, mais de um terço dos efetivos, entre os quais 327 oficiais.
Entre as diversas razões para esta derrota tão evidente têm sido citadas, por diversos historiadores, as seguintes:
  • A revolução havida no mês de dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático.
  • A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de favor político.
  • Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas pelas britânicas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além disso, alguns oficiais, com maior poder económico e influência, conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus postos.
  • O moral do exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídios.
  • O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das tropas britânicas.
  • O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à retaguarda.
  • As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
O resultado da batalha já era esperado por oficiais responsáveis dentro do CEP, Gomes da Costa e Sinel de Cordes, que por diversas vezes tinham comunicado ao governo português o estado calamitoso das tropas.
No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette" se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo Alto Comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em profundidade da frente aliada antes da chegada das tropas norte-americanas, que nessa altura se encontravam prestes a embarcar ou já em trânsito para a Europa.
O objetivo do general Ludendorff no sector português consistia em atacar fortemente nos flancos do CEP, consciente que nesse caso os flancos das linhas portuguesa e britânica vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas respetivas em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem por onde a infantaria alemã se pudesse lançar. Coerente com essa tática e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficassem desprotegidos, os estrategas alemães decidiram-se a simplesmente arrasar o sector português com a sua esmagadora superioridade em capacidade de fogo artilheiro (uma especialidade alemã), e deslocando para a ofensiva um grande número de efetivos como se explica acima, (nas palavras dos próprios: "Vamos abrir aqui um buraco e depois logo se vê!", o que também indicia o estado de espírito já desesperado do planeamento da ofensiva). Nestas condições, não surpreende a derrocada do CEP, que apesar de tudo resistiu como pôde, atrasando o movimento alemão o suficiente para as reservas aliadas serem mobilizadas para tapar a brecha.
Esta resistência é geralmente pouco valorizada em face da derrota, mas caso esta não se tivesse verificado a frente aliada na zona poderia ter sido envolvida por um movimento de cerco em ambos os flancos pelo exército alemão, o que levaria ao seu colapso. Trata-se de uma batalha com muitos mitos em volta a distorcerem a perceção do realmente passado nesse dia 9 de abril de 1916.
Uma situação análoga à da batalha de La Lys foi a da contra-ofensiva alemã nas Ardenas na parte final da Segunda Guerra Mundial, a (Batalha do Bulge), que merece comparação pelas semelhanças entre ambas. Novamente um exército aliado escasso para defender o sector atribuído (o I Exército dos Estados Unidos da América), sujeito a uma ofensiva desesperada por parte do Alto Comando Alemão (OKW - Oberkommando der Wehrmacht), para desorganizar a frente aliada arrombando-a em profundidade, usando para o efeito quatro exércitos completos (dois blindados) para atacar no sector do I exército norte-americano. A consequência foi o colapso local da frente, com retirada desorganizada dos americanos e com milhares a serem feitos prisioneiros pelos alemães, contido depois com as reservas aliadas (incluindo forças sobreviventes da Batalha de Arnhem ainda em recuperação como a 101ª e a 82ª divisões aerotransportadas) e com o desvio de recursos de outros exércitos aliados nas regiões vizinhas (com destaque para o III Exército do general Patton), obrigando a passar duma situação de ofensiva geral aliada à defesa do sector das Ardenas a todo o custo. Os aliados só retomariam a iniciativa na frente ocidental passado mais de um mês.
Comparando-se ambas compreende-se melhor a derrocada das forças do CEP em La Lys.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
  
Soldado Milhões
Nesta batalha a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Milhais, natural de Valongo, em Murça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa. Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado transmontano.
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!". Foi o único soldado raso português da Primeira Grande Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem da Torre e Espada, a mais alta condecoração existente no país.
    

O arquiteto Jørn Utzon, que projetou a Ópera de Sydney, nasceu há 105 anos...!

 
Jørn Utzon (Copenhaga, 9 de abril de 1918 - Copenhaga, 29 de novembro de 2008) foi um arquiteto dinamarquês, radicado na Finlândia, onde trabalhou com Alvar Aalto.
Utzon tornou-se conhecido pelo projeto da Ópera de Sydney, na Austrália. Na ocasião da sua morte, a Ópera de Sydney, além de lhe publicar um tributo, reduziu a iluminação externa do edifício durante uma hora. Além disso, a ponte do porto de Sydney teve as suas bandeiras hasteadas a meia haste na segunda-feira seguinte à sua morte.
Jørn Utzon recebeu o Prémio Pritzker em 2003.
   
      

Phil Ochs morreu há 47 anos...

    
Philip David "Phil" Ochs (El Paso, Texas, December 19, 1940 – Far Rockaway, New York City, April 9, 1976) was an American protest singer (or, as he preferred, a topical singer) and songwriter who was known for his sharp wit, sardonic humor, earnest humanism, political activism, insightful and alliterative lyrics, and distinctive voice. He wrote hundreds of songs in the 1960s and '70s and released eight albums.
    
(...)
    
After years of prolific writing in the 1960s, Ochs's mental stability declined in the 1970s. He eventually succumbed to a number of problems including bipolar disorder and alcoholism, and took his own life in 1976.
     

 


Gerard Way - 46 anos

    
Gerard Arthur Way (Summit, 9 de abril de 1977) é um cantor, compositor e escritor de histórias em quadradinhos norte-americano. Way é o vocalista e co-fundador da banda My Chemical Romance, desde a sua formação, em setembro de 2001 até hoje. O grupo foi eleito pela Revista Kerrang! a 5° banda de rock mais influente dos últimos trinta anos, tendo lançado juntos quatro discos de inéditos.
Após a dissolução da banda, Way seguiu uma carreira a solo, sendo o seu álbum de estreia Hesitant Alien,  lançado em 2014 pela Warner Bros. Records, tendo dois singles: "No Shows" e "Millions". O álbum foi recebido com avaliações bastante positivas da crítica especializada e estreou no 16° lugar da Billboard 200. Em 2015, foi eleito pela revista Kerrang!, como o 5° maior nome do rock mundial.
Way também desenvolve trabalhos como escritor, escreveu a série de histórias em quadradinhos The Umbrella Academy (2007) vencedora do Eisner Award e The True Lives of the Fabulous Killjoys (2013-2014). Entre 2016 e 2018, Way cuidou do selo Young Animal, da DC Comics.
       

 


Francis Bacon morreu há 397 anos


Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (Londres, 22 de janeiro de 1561 - Londres, 9 de abril de 1626) foi um político, filósofo, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna.

Desde cedo, sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições elevadas. Em 1584 foi eleito para a câmara dos comuns.

Sucessivamente, durante o reinado de Jaime I, desempenhou as funções de procurador-geral (1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618). Neste mesmo ano, foi nomeado barão de Verulam e em 1621, barão de Saint Alban. Também em 1621, Bacon foi acusado de corrupção. Condenado ao pagamento de pesada multa, foi também proibido de exercer cargos públicos.

Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna".
 

Jean-Paul Belmondo nasceu há noventa anos...


Jean-Paul Belmondo
, né le à Neuilly-sur-Seine et mort le à Paris 7e, est un acteur français. Il a été également producteur de cinéma et directeur de théâtre.
Alternant dans les premières années de sa carrière les films populaires et d'Art et Essai avant de pencher nettement pour la première catégorie, il est rapidement devenu l'une des plus grandes vedettes du cinéma français, champion incontesté du box-office au même titre que Louis de Funès et Alain Delon à la même époque. En cinquante ans de carrière, il a attiré dans les salles près de 130 millions de spectateurs : entre 1969 et 1982, il a joué à quatre reprises dans le film le plus vu de l'année en France (Le Cerveau, Peur sur la ville, L'Animal, L'As des as), égalant le record de Fernandel et n'étant dépassé sur ce point que par Louis de Funès.
Il a tourné sous la direction de grands réalisateurs français, tels Alain Resnais, Louis Malle, Philippe de Broca, Henri Verneuil, Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, François Truffaut, Claude Sautet, Jean-Pierre Melville, Claude Lelouch, Jean-Paul Rappeneau, Georges Lautner ou encore Gérard Oury, ainsi qu'avec quelques réalisateurs étrangers comme Vittorio De Sica, Mauro Bolognini ou Peter Brook. Un grand nombre de ses films sont devenus des classiques du cinéma français, comme Le Professionnel, Borsalino, À bout de souffle, L'Homme de Rio, Le Magnifique, Un singe en hiver, Le Casse, Flic ou Voyou ou Joyeuses Pâques.

À partir du milieu des années 1980, ses films attirent moins de spectateurs, tandis que la critique ne l'épargne pas. Il est moins présent au cinéma mais obtient cependant en 1989 le César du meilleur acteur pour son rôle dans Itinéraire d'un enfant gâté, distinction qu'il ne vient pas chercher. Il se consacre surtout au théâtre et acquiert en 1991 le théâtre des Variétés qu'il revend en 2004. Au début des années 2000, des problèmes de santé l'ont contraint à se retirer du cinéma et des planches, si l'on excepte un film sorti en 2009. Pour l'ensemble de sa carrière, il reçoit une Palme d'honneur au cours du festival de Cannes 2011 puis un hommage lors de la cérémonie des Césars de 2017.

Au cours de sa carrière, il travaille fréquemment avec certains acteurs et cascadeurs, parmi lesquels Charles Gérard, Michel Beaune, Pierre Vernier, Claude Carliez, Rémy Julienne, Gil Delamare, Henri Cogan ou encore Maurice Auzel.

       

Adriano Correia de Oliveira nasceu há 81 anos...

(imagem daqui)
    
Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Porto, 9 de abril de 1942 - Avintes, 16 de outubro de 1982) foi um músico português. Mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida.
 
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia, Adriano foi um intérprete do fado de Coimbra e cantor de intervenção. A sua família era marcadamente católica, crescendo num ambiente que descreveu como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio». Depois de frequentar o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa. Na década de 60 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 - Coimbra, 22 de março de 2000) e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967, e José Manuel, nascido em 1971. Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, ficaria apenas a uma disciplina de se formar em Direito.
Em 1970 troca Coimbra por Lisboa, exercendo funções no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues.
Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974. Participa na fundação da Cooperativa Cantabril, logo após a Revolução dos Cravos e lança, em 1975, Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lança o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em rutura com a Cantabril.
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em ambos os casos a título póstumo.
  

 

 

Por Aquele Caminho - Adriano Correia de Oliveira
Música de Adriano Correia de Oliveira e Rui Pato
Letra de José Afonso
 
 

Por aquele caminho
De alegria escrava
Vai um caminheiro
Com sol nas espáduas

Ganha o seu sustento
De plantar o milho
Aquece-o a chama
De um poder antigo

Leva o solitário
Sob os pés marcado
Um rasto de sangue
De sangue lavado

Levanta-se o vento
Levanta-se a mágoa
Soltam-se as esporas
De uma antiga chaga

Mas tudo no rosto
De negro nascido
Indica que o negro
É um espectro vivo

Quem lhe dá guarida
Mostra-lhe a pintura
Duma cor que valha
Para a sepultura

Não de mão beijada
Para que não viva
Nele toda a raiva
Dessa dor antiga

Falta ao caminheiro
Dentro da algibeira
Um grão de semente
De outra sementeira

O sol vem primeiro
Grande como um sino
Pensa o caminheiro
Que já foi menino

sábado, abril 08, 2023

O Imperador Caracala morreu há 1806 anos


Caracala (em latimCaracalla; perto de Lugduno, 4 de abril de 188 - Mesopotâmia, 8 de abril de 217) foi imperador romano de 211 até à sua morte.

Ficou conhecido pelo Édito de Caracala em 212 d.C., em que decretou que todos os habitantes livres do Império Romano, onde quer que vivessem, eram cidadãos romanos. Foi uma decisão revolucionária, que eliminou da noite para o dia a diferença legal entre governantes e governados. Mais de 30 milhões de provinciais tornaram-se legalmente romanos. Foi um dos maiores atos isolados de concessão de cidadania da história da humanidade.
 

Donizetti morreu há 175 anos...

     
Domenico Gaetano Maria Donizetti (Bérgamo, 29 de novembro de 1797 - Bérgamo, 8 de abril de 1848) foi um compositor de óperas italiano, um dos mais fecundos do romantismo.
Nasceu numa família pobre sem tradições no mundo da música, mas em 1806, foi um dos primeiros alunos da escola caritativa de Bergamo.
Donizetti iniciou os seus estudos musicais com Simon Mayr, em Bérgamo, e, em seguida, com Mattei em Bolonha. Nas suas primeiras peças compõe apenas composições religiosas, num estilo restrito.
Em 1814 regressa a Bergamo, ficando responsável pela música na Igreja de Santa Maria Maggiore.
Em 1818 é representada a sua primeira ópera, Enrico di Borgogna, em Veneza. O seu primeiro grande sucesso foi com a ópera Esule di Roma, estreada em 1828 em Nápoles.
Donizetti é muito conhecido pelas suas óperas, mas também compôs outros tipos de música, como quartetos de cordas, obras orquestrais e outras.
     

 


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