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domingo, março 02, 2025

O arqueólogo Howard Carter morreu há 86 anos...

 
Howard Carter (Kensington, 9 de maio de 1874 - Londres, 2 de março de 1939) foi um arqueólogo e egiptólogo britânico que ficou conhecido por ter descoberto o túmulo do faraó Tutankhamon, no Vale dos Reis (datado do século XIV a.C.)

   

  

Biografia

Howard Carter nasceu em Londres, Inglaterra, e era filho de Samuel John Carter, um artista que treinou e desenvolveu os talentos artísticos do filho, e de sua mulher Martha Joyce Sands.

Em 1891, aos 17 anos, foi convidado pelo Fundo de Exploração Egípcia para se tornar assistente de Percy Newberry na escavação e nos registos arqueológicos dos túmulos do Império Médio, encontrados em Beni Haçane. Embora ainda jovem, foi inovador nos métodos de transcrição das decorações dos túmulos. Em 1892, Howard Carter trabalhou sob a tutela de Flinders Petrie, um dos mais importantes arqueólogos britânicos, por uma época em Amarna, a capital fundada pelo faraó Aquenáton. Entre 1894 e 1899 juntou-se à equipa de Édouard Naville em Deir Elbari, onde era responsável por registar os relevos de parede do templo de Hatexepsute.

Em 1899, Carter tornou-se no primeiro inspetor-chefe do Serviço das Antiguidades Egípcias, fundado por Auguste Mariette em 1858. Durante este período, supervisionou várias escavações em Tebas Antiga (também conhecida por Luxor), quando foi transferido em 1904 para a Fiscalização do Baixo Egito. Em 1905 demitiu-se do seu cargo no Serviço das Antiguidades Egípcias, após um inquérito sobre um incidente (conhecido como o Saqqara Affair) que envolveu guardas locais egípcios e um grupo de turistas franceses, no qual ele apoiou os egípcios.

 

Túmulo de Tutancâmon

Em 1907 Carter foi contratado por Lorde Carnarvon para supervisionar as escavações que ele financiava no Egito. Estes trabalhos prosseguiram no Vale dos Reis até 1914, quando precisaram ser interrompidos por causa da Primeira Guerra Mundial. Em 1917, as escavações foram retomadas. Porém, depois de vários anos de buscas infrutíferas, em 1922 Carnarvon avisou Carter de que financiaria apenas mais um ano de pesquisas pela tumba que procurava. 
Em 4 de novembro de 1922, o grupo de escavação de Carter encontrou os degraus que levavam à tumba. Ele então avisou Carnarvon da descoberta e esperou que ele viesse até ao local das escavações. Então, em 26 de novembro de 1922, na presença de Lorde Carnarvon, da filha de Carnarvon e de algumas outras pessoas, Howard Carter abriu uma pequena brecha no canto superior esquerdo da porta de entrada, espaço suficiente para que a luz de uma vela pudesse revelar que muitos tesouros de ouro e marfim estavam intactos. Era uma antecâmara, de onde podia se ver uma promissora porta selada, guardada por duas estátuas sentinelas. Quando Carnarvon lhe perguntou se estava vendo alguma coisa, Carter proferiu sua célebre frase: "Yes, wonderful things" ou "Sim, coisas maravilhosas".  

Os meses seguintes foram gastos no inventário de todo o imenso conteúdo desta antecâmara da tumba, sob cuidadosa supervisão das autoridades egípcias, pois apenas em presença delas é que se podia abrir oficialmente uma tumba. O Diretor Geral do Departamento de Antiguidades do Egito, Pierre Lacau supervisionou pessoalmente a atuação da equipa britânica.

Finalmente, em 16 de fevereiro de 1923, Carter pôde abrir a porta selada, descobrindo que ela levava a uma câmara onde o faraó havia sido sepultado. Foi então que descobriram o sarcófago de Tutancâmon. Este túmulo é, de longe, o mais intacto e preservado descoberto em todo o Vale dos Reis, de elevado valor histórico e arqueológico. A imprensa mundial cobriu estes feitos e as reportagens fizeram de Howard Carter uma celebridade.

A exploração do túmulo e a catalogação de seus milhares de objetos prosseguiu até 1932. 

 

Morte

Carter morreu da doença de Hodgkin aos 64 anos, noseu apartamento em Londres, em 49 Albert Court, ao lado do Royal Albert Hall, a 2 de março de 1939. Ele foi enterrado no Putney Vale Cemetery em Londres, em 6 de março, com nove pessoas comparecendo ao seu funeral.

O seu amor pelo Egito permaneceu forte; o epitáfio em sua lápide diz: "Que seu espírito viva, que você passe milhões de anos, você que ama Tebas, sentado com seu rosto ao vento norte, seus olhos contemplando a felicidade", uma citação tirada do Cálice dos Desejos de Tutancâmon, e "Ó noite, abre tuas asas sobre mim como as estrelas imperecíveis".

O inventário foi concedido em 5 de julho de 1939 ao egiptólogo Henry Burton e ao editor Bruce Sterling Ingram. Carter é descrito como Howard Carter de Luxor, Alto Egito, África, e de 49 Albert Court, Kensington Grove, Kensington, Londres. Seu património foi avaliado em £ 2 002 (equivalente a £ 132.051 em 2021). A segunda concessão de inventário foi emitida no Cairo em 1 de setembro de 1939. No seu papel como executor, Burton identificou pelo menos 18 itens na coleção de antiguidades de Carter que haviam sido retirados do túmulo de Tutancâmon sem autorização. Como este era um assunto sensível que poderia afetar as relações anglo-egípcias, Burton procurou conselhos mais amplos, finalmente recomendando que os itens fossem discretamente apresentados ou vendidos para o Metropolitan Museum of Art, com a maioria eventualmente indo para lá ou para o Museu Egípcio no Cairo. Os itens do Metropolitan Museum foram posteriormente devolvidos ao Egito.

     

domingo, fevereiro 16, 2025

A câmara funerária de Tutankhamon foi aberta há cento e dois anos...

 

Tutancámon, também conhecido pela grafia Tutankhamon (falecido em 1.324 a.C.), foi um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência.
Era filho e genro de Aquenáton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária do seu pai. Casou-se aos 8 anos, provavelmente com a sua meia-irmã, Anchesenamon. Assumiu o trono quando tinha cerca de nove anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas). Morreu, provavelmente, em 1.324 a.C., aos dezanove anos, sem herdeiros - com apenas nove anos de trono - "o que levou especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia egípcia", na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
Devido ao facto de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão sumptuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1923, ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito de três milénios atrás.
  
(...)
  
Em novembro de 1922 foi descoberto o túmulo de Tutancámon, resultado dos esforços de Howard Carter e do seu mecenas, o aristocrata Lord Carnarvon. O túmulo encontrava-se inviolado, com exceção da antecâmara onde os ladrões penetraram por duas vezes, talvez pouco tempo depois do funeral do rei, mas por razões pouco claras ficaram-se por ali.
A câmara funerária foi aberta, de forma oficial, no dia 16 de fevereiro de 1923. Estava preenchida por quatro capelas em madeira dourada encaixadas umas nas outras, que protegiam um sarcófago em quartzito de forma retangular, seguindo a tradição da forma dos sarcófagos da XVIII dinastia. Em cada um dos cantos do sarcófago estão representadas as deusas Ísis, Néftis, Neith e Selket. Dentro do sarcófago encontravam-se três caixões antropomórficos, encontrando-se a múmia no último destes caixões; sobre a face a múmia tinha a famosa máscara funerária. Decorados com os símbolos da realeza (a cobra e o abutre, símbolos do Alto e do Baixo Egito, a barba postiça retangular e ceptros reais), o peso dos três caixões totalizava 1375 quilos, sendo o terceiro caixão feito de ouro. Na câmara funerária foram colocadas também três ânforas, estudadas, em 2004 e 2005, por arqueólogos espanhóis, coordenados por Rosa Lamuela-Raventós. Os estudos revelaram que a ânfora junto à cabeça continha vinho tinto, a colocada do lado direito do corpo continha shedeh (variedade de vinho tinto mais doce) e a terceira, junto aos pés, continha vinho branco. Esta pesquisa revelou-se importante pois mostrou que os egípcios fabricavam vinho branco, mil e quinhentos anos antes do que se pensava.
A lâmina de uma das adagas encontradas junto da múmia era feita com o metal de um meteorito.
Na câmara do tesouro estava uma estátua de Anúbis, várias joias, roupas e uma capela, de novo em madeira dourada, onde foram colocados os vasos canópicos do rei. Neste local foram achadas duas pequenas múmias correspondentes a dois fetos do sexo feminino, que se julgam serem as filhas do rei, nascidas de forma prematura.
Embora os objetos encontrados no túmulo não tenham lançado luz sobre a enigmática vida de Tutancámon, revelaram-se bastante importantes para um melhor entendimento das práticas funerárias e da arte egípcia.
    
   
in Wikipédia

domingo, fevereiro 02, 2025

Damião de Góis nasceu há 523 anos

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Damião de Góis (Alenquer, 2 de fevereiro de 1502 - Alenquer, 30 de janeiro de 1574) foi um historiador e humanista português, relevante personalidade do renascimento em Portugal. De mente enciclopédica, foi um dos espíritos mais críticos da sua época, verdadeiro traço de união entre Portugal e a Europa culta do século XVI.
De família nobre, filho do almoxarife Rui Dias de Góis, valido do Duque de Aveiro e da sua quarta esposa Isabel Gomes de Limi, descendente de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal, devido à morte do seu pai, Damião de Góis passou 10 anos da sua infância na corte de D. Manuel I como moço de câmara. Em 1523 foi colocado por D. João III como secretário da Feitoria Portuguesa de Antuérpia - também, em atenção, à sua ascendência flamenga.
Efetuou várias missões diplomáticas e comerciais na Europa entre 1528 e 1531. Em 1533 abandonou o serviço oficial do governo português e dedicou-se exclusivamente aos seus propósitos de humanista. Tornou-se amigo íntimo do humanista holandês Desiderius Eramus (Erasmo de Roterdão), com quem convive em Basileia em 1534 e que o guiou nos seus estudos assim como nos seus escritos. Estudou em Pádua entre 1534 e 1538 onde foi contemporâneo dos humanistas italianos Pietro Bembo e Lazzaro Buonamico. Pouco tempo depois fixou-se em Lovaina por um período de seis anos.
Damião de Góis foi feito prisioneiro durante a invasão francesa da Flandres mas foi libertado pela intervenção de D. João III, que o trouxe para Portugal. Em 1548 foi nomeado guarda-mor dos Arquivos Reais da Torre do Tombo, e dez anos mais tarde foi escolhido pelo cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D. Manuel I que foi completada em 1567.
No entanto este seu trabalho histórico desagradou a algumas famílias nobres, e em 1571 Damião de Góis caiu nas garras do Santo Ofício (Inquisição), de maneira brutal, pois foi preso, sujeito a processo e depois, em 1572, foi transferido para o Mosteiro da Batalha. Trágico fim de vida, pois, abandonado pela sua família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, em 30 de janeiro de 1574, sendo enterrado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila.
As suas maiores obras em latim e em português são históricas. Incluem a Crónica do Felicíssimo Rei Dom Emanuel (quatro partes, 1566–67) e a Crónica do Príncipe Dom João (1567). Ao contrário do seu contemporâneo João de Barros, ele manteve uma posição neutra nas suas crónicas sobre o rei D. Manuel I e do seu filho, o príncipe João, depois D. João III de Portugal.
  

 

quinta-feira, janeiro 30, 2025

Damião de Góis morreu há 451 anos

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Damião de Góis (Alenquer, 2 de fevereiro de 1502 - Alenquer, 30 de janeiro de 1574) foi um historiador e humanista português, relevante personalidade do renascimento em Portugal. De mente enciclopédica, foi um dos espíritos mais críticos da sua época, verdadeiro traço de união entre Portugal e a Europa culta do século XVI.
   
Biografia
De família nobre, Damião de Góis era filho do almoxarife Rui Dias de Góis, valido do Duque de Aveiro, e da sua quarta esposa, Isabel Gomes de Limi, descendente de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal.
Devido à morte do seu pai, a formação de Damião de Góis foi feita na corte de D. Manuel I, a qual integrou aos nove anos, como moço de câmara, e onde passou 10 anos contactando com figuras como Cataldo Sículo. Em 1523 foi colocado por D. João III como secretário da Feitoria Portuguesa de Antuérpia - também, em atenção à sua ascendência flamenga.
Efetuou várias missões diplomáticas e comerciais na Europa entre 1528 e 1531. Em 1533 abandonou o serviço oficial do governo português e dedicou-se exclusivamente aos seus propósitos de humanista. Em viagens pela Europa do Norte, contactou com eminentes humanistas e reformadores, conhecendo pessoalmente Lutero, Melanchthon e tornando-se amigo íntimo do humanista holandês Erasmo de Roterdão, com quem conviveu em Basileia em 1534 e que o guiou nos seus estudos, assim como nos seus escritos.
Estudou em Pádua entre 1534 e 1538 onde foi contemporâneo dos humanistas italianos Pietro Bembo e Lazzaro Buonamico. Pouco tempo depois fixou-se em Lovaina por um período de seis anos. Damião de Góis foi feito prisioneiro durante a invasão francesa da Flandres mas foi libertado pela intervenção de D. João III, que o trouxe para Portugal. Versátil e culto, tornou-se escritor, músico, compositor, colecionador de arte e mecenas. Entre as obras por si colecionadas é frequentemente atribuído o tríptico de As Tentações de Santo Antão, do pintor holandês Hieronymus Bosch.
Publicou diversas obras humanistas e historiográficas, que lhe valeram a perseguição por alguns elementos do clero português. Quando regressou definitivamente a Portugal, em 1545, foram-lhe movidos dois processos no Tribunal do Santo Ofício. Arquivados os mesmos, em 1548 foi nomeado guarda-mor dos Arquivos Reais da Torre do Tombo, e dez anos mais tarde foi escolhido pelo cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D. Manuel I, que foi completada em 1567.
No entanto, apesar do rigor historiográfico, este seu trabalho desagradou a algumas famílias nobres, e em 1571 Damião de Góis caiu nas garras do Santo Ofício (Inquisição). Sem a proteção do cardeal-regente, foi preso, sujeito a processo e depois, em 1572, foi transferido para o Mosteiro da Batalha. Abandonado pela sua família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer, em 30 de janeiro de 1574, sendo enterrado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila, que mandara restaurar em 1560.
Em 1940, devido a ruína, a capela, que incluía o túmulo de Damião de Góis e da sua mulher, Joana van Hargen, foi trasladada para a atual igreja de São Pedro, de Alenquer, onde se encontra hoje e está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Nas paredes laterais foi inserida a pedra com as armas de Damião de Góis, dadas ao escritor pelo imperador Carlos V, e as de Joana van Hargen e o curioso epitáfio tumular de Damião de Góis, escrito pelo próprio em 1560, cerca de quinze anos antes da morte, com o busto e o texto em latim: "Ao maior e óptimo Deus. Damião de Goes, cavaleiro lusitano fui em tempos; corri toda a Europa em negócios públicos; sofri vários trabalhos de Marte; as musas, os príncipes e os varões doutos amaram-me com razão; descanso neste túmulo em Alenquer, aonde nasci, até que aquele dia acorde estas cinzas."
        
  
in Wikipédia

 

quinta-feira, janeiro 23, 2025

A. H. de Oliveira Marques morreu há dezoito anos...

  
António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques, conhecido como A. H. de Oliveira Marques, (São Pedro do Estoril, 23 de agosto de 1933 - Lisboa, 23 de janeiro de 2007) foi um destacado professor universitário e historiador e maçon português.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com a tese A Sociedade em Portugal nos Séculos XII a XV (1956).
Iniciou funções docentes em 1957, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em História, em 1960 (junho), com a dissertação Hansa e Portugal na Idade Média.
A sua participação na crise académica de 1962 resultante da luta promovida pelos estudantes contra a ditadura do Estado Novo, esteve na origem do seu afastamento da universidade portuguesa.
Entre 1965 e 1970 esteve nos Estados Unidos, onde lecionou em várias instituições, como a Universidade do Alabama, da Flórida, Columbia e Minnesota, entre outras.
Em 1970, durante a «Primavera Marcelista», regressou a Portugal, reingressando na universidade portuguesa depois da Revolução do 25 de Abril, em 1974.
Foi diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa entre 1974 e 1976.
Professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa (1976), foi presidente da comissão instaladora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade (1977 a 1980) e presidente do conselho científico desta Faculdade (1981-1983 e 1984-1986).
Foi presidente do Ano Propedêutico no ano letivo de 1977/1978.
Em 1980 fundou o Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa.
O seu trabalho como historiador incidiu especialmente sobre a Idade Média, a Primeira República e a maçonaria.
Em 1982, em comemoração dos 25 anos sobre a publicação do seu primeiro estudo histórico, foram editados dois volumes com colaboração de historiadores portugueses e estrangeiros e intitulados Estudos de História de Portugal: Homenagem a A. H. de Oliveira Marques.
Franco-mação desde 1973, foi eleito Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Lusitano (1984-1986) e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 (1991-1994).
A 2 de outubro de 1998 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Faleceu aos 73 anos, no dia 23 de janeiro de 2007, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de problemas cardíacos.
Considerado um dos grandes historiadores portugueses contemporâneos, as suas obras, que se destacam em diversos domínios, são instrumentos de grande importância para os estudiosos da História de Portugal.
  

quarta-feira, janeiro 22, 2025

Luís de Albuquerque morreu há trinta e três anos...


(imagem daqui)
      
Luís Guilherme Mendonça de Albuquerque, igualmente conhecido como Luís de Albuquerque (Lisboa, 6 de março de 1917 - Lisboa, 22 de janeiro de 1992) foi um professor universitário de matemática e de engenharia geográfica, e um historiador dos descobrimentos portugueses.
    
Nascimento e formação
   
Carreira profissional
Iniciou a sua carreira como docente na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, em 1941, onde também foi um especialista em história da educação; nesta mesma instituição ascendeu, por concurso público, a professor catedrático, em 9 de julho de 1966.
Foi aclamado como um dos principais vultos da historiografia do século XX no estudo dos Descobrimentos Portugueses, tendo escrito para jovens e crianças, e analisado a história da náutica e da marinha. Exerceu, igualmente, a posição de presidente da Comissão Científica da Comissão dos Descobrimentos Portugueses. Na sequência da Revolução de 25 de Abril, foi nomeado governador civil do distrito de Coimbra, cargo que ocupou entre 1974 e 1976.
Entre 1978 e a sua jubilação, em 1987, foi diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Em 1983 colaborou na organização da XVII Exposição Europeia de Arte Ciência e Cultura, e, em 25 de novembro de 1984, apresentou a comunicação Gil Eanes, e o Cabo Bojador, na Academia da Marinha. Faleceu na cidade de Lisboa, em 1992.
    

domingo, outubro 20, 2024

João de Barros morreu há 454 anos

     
João de Barros, chamado o Grande ou o Tito Lívio Português, (Viseu, circa 1496 - Pombal, Ribeira de Alitém, 20 de outubro de 1570) é geralmente considerado o primeiro grande historiador português e pioneiro da gramática da língua portuguesa, tendo escrito a segunda obra a normatizar a língua, tal como era falada no seu tempo.
     
(...)
  
      
Durante estes anos prosseguiu seus estudos durante as horas vagas, e pouco após a desastrosa expedição ao Brasil, em 1540 publicou a Gramática da Língua Portuguesa e diversos diálogos morais a acompanhá-la, para ajudar ao ensino da língua materna. A Grammatica foi a segunda obra a normatizar a língua portuguesa, tal como falada em seu tempo – precedida apenas pela de Fernão de Oliveira, impressa em 1536 – sendo entretanto considerada a primeira obra didática ilustrada no mundo.
Pouco depois (seguindo uma proposta que lhe havia sido ainda endereçada por D. Manuel I), iniciou a escrita de uma história que narrasse os feitos dos portugueses na Índia - as Décadas da Ásia (Ásia de Ioam de Barros, dos feitos que os Portuguezes fizeram na conquista e descobrimento dos mares e terras do Oriente), assim chamadas por, à semelhança da história liviana, agruparem os acontecimentos por livro em períodos de dez anos. A primeira década saiu em 1552, a segunda em 1553 e a terceira foi impressa em 1563. A quarta década, inacabada, foi completada por João Baptista Lavanha e publicada em Madrid em 1615, muito depois da sua morte.
Não obstante o seu estilo fluente e rico, as "Décadas" conheceram pouco interesse durante a sua vida. É conhecida apenas uma tradução italiana em Veneza, em 1563. D. João III, entusiasmado com o seu conteúdo, pediu-lhe que redigisse uma crónica relativa aos acontecimentos do reinado de D. Manuel I - o que João de Barros não pode realizar, devido às suas tarefas na Casa da Índia, tendo a crónica em causa sido redigida por outro grande humanista português, Damião de Góis. Diogo do Couto foi encarregado mais tarde de continuar as suas "Décadas", adicionando-lhe mais nove. A primeira edição completa das 14 décadas surgiu em Lisboa, já no século XVIII (1778 - 1788).
Em janeiro de 1568 sofreu um acidente vascular cerebral e foi exonerado das suas funções na Casa da Índia, recebendo título de fidalguia e uma tença régia do rei Dom Sebastião. Faleceu na sua quinta de Alitém, em Pombal, a 20 de outubro de 1570. Morreu na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.
Enquanto historiador e linguista, João de Barros merece a fama que começou a correr logo após a sua morte. As suas "Décadas" são não só um precioso manancial de informações sobre a história dos portugueses na Ásia e são como que o início da historiografia moderna em Portugal e no Mundo.
   

quinta-feira, outubro 03, 2024

José Hermano Saraiva nasceu há 105 anos...

      
José Hermano Saraiva (Leiria, 3 de outubro de 1919 - Palmela, 20 de julho de 2012) foi um professor e historiador português. Ocupou o cargo de Ministro da Educação entre 1968 e 1970, num período conturbado da vida política nacional. É descrito frequentemente como o Príncipe dos Comunicadores pelo seu trabalho em prol da História, da Cultura, da Literatura e da Televisão, de acordo com a homenagem póstuma prestada na Assembleia da República.
   
Biografia
Terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva, um professor agnóstico, de formação positivista, e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista, uma católica devota, cresceu em Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942, doutorando-se mais tarde.
Iniciou a sua vida profissional no ensino liceal, que acumulou com o exercício da advocacia. Foi professor do liceu e, seguidamente, diretor do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (atual ISCSP). Nessa altura, com a colaboração de Baltasar Rebelo de Sousa, iniciou uma edição de livros didáticos de carácter geral em prol da população já alfabetizada mas sem acesso à cultura.
Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961, procurador à Câmara Corporativa (1965-1973) e ministro da Educação. Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao salazarismo, com a "Crise Académica de 1969". Quando deixou o Governo, substituído por José Veiga Simão, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, em Brasília, entre 1972 e o 25 de abril de 1974, tendo-se deslocado para o seu novo cargo numa embaixada flutuante a bordo do navio Gil Eanes, o qual mais tarde salvou da destruição através dum apelo feito num dos seus programas.
Com o advento da democracia, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal, relação que estabelecera com a RTP em 1971. Por esse mesmo motivo, tornou-se igualmente numa figura polémica, porque a sua visão da História tem sido, por vezes, questionada pelo meio académico.
Voltou a lecionar, como professor convidado na Escola Superior de Polícia (atual Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna) e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura.
Ficou classificado em 26.º lugar entre os cem Grandes Portugueses, do concurso da RTP 1.
Foi o irmão do professor António José Saraiva, que chegou a ser militante do PCP, e pelo qual sempre nutriu uma profunda admiração, apesar das diferenças políticas, e tio do jornalista José António Saraiva. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 - 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente da Primeira Guerra Mundial. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem teve cinco filhos.
No seu livro de memórias provocou um grande escândalo ao afirmar que Aristides de Sousa Mendes esteve longe de ser o herói que fizeram dele, e inclusivamente levantou suspeitas sobre as verdadeiras intenções de Sousa Mendes naquilo que se considera o seu grande papel na salvação de vidas.
José Hermano Saraiva morreu a 20 de julho de 2012, aos 92 anos, em Palmela, onde residia. Foi homenageado posteriormente com um voto de pesar e um minuto de silêncio pela Assembleia da República, o qual foi aprovado com os votos a favor do PSD, PS e PP, e os votos contra do PCP, PEV (CDU) e BE.
    

 

sexta-feira, setembro 13, 2024

Porque hoje é dia de recordar um grande Português...

(imagem daqui)
  
... há que recordar Alexandre Herculano, um Homem ímpar: lutou, com D. Pedro IV, pela liberdade, democracia e monarquia constitucional, foi precetor e amigo do seu neto, o rei D. Pedro V (e que grande Rei perdemos, por causa da doença que o vitimou...), foi um escritor, poeta e pensador único; foi ainda um historiador importantíssimo, que soube preservar muitos tesouros e passá-los para o papel dos impressores. Não precisando de prebendas ou títulos, foi fiel às suas Ideias, à Pátria e ao seu Rei. Recordemo-lo com um belo poema:
  
  
Herculano
  
Há um tamanho de homem que se mede
Na sepultura:
Cabe ou não cabe no caixão da morte?
Mas quando o porte
Da criatura
Excedo o próprio excesso consentido,
Leva tempo a tornar-se natural
Que uma grandeza tal
Tenha existido.
 


in
Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Alexandre Herculano morreu há 147 anos


Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 - Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 13 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.

sexta-feira, agosto 23, 2024

A. H. de Oliveira Marques nasceu há 91 anos...

  
António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques, conhecido como A. H. de Oliveira Marques, (São Pedro do Estoril, 23 de agosto de 1933 - Lisboa, 23 de janeiro de 2007) foi um destacado professor universitário e historiador e maçon português.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com a tese A Sociedade em Portugal nos Séculos XII a XV (1956).
Iniciou funções docentes em 1957, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em História, em 1960 (junho), com a dissertação Hansa e Portugal na Idade Média.
A sua participação na crise académica de 1962 resultante da luta promovida pelos estudantes contra a ditadura do Estado Novo, esteve na origem do seu afastamento da universidade portuguesa.
Entre 1965 e 1970 esteve nos Estados Unidos, onde lecionou em várias instituições, como a Universidade do Alabama, da Flórida, Columbia e Minnesota, entre outras.
Em 1970, durante a «Primavera Marcelista», regressou a Portugal, reingressando na universidade portuguesa depois da Revolução do 25 de Abril, em 1974.
Foi diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa entre 1974 e 1976.
Professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa (1976), foi presidente da comissão instaladora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da mesma Universidade (1977 a 1980) e presidente do conselho científico desta Faculdade (1981-1983 e 1984-1986).
Foi presidente do Ano Propedêutico no ano letivo de 1977/1978.
Em 1980 fundou o Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa.
O seu trabalho como historiador incidiu especialmente sobre a Idade Média, a I república e a maçonaria.
Em 1982, em comemoração dos 25 anos sobre a publicação do seu primeiro estudo histórico, foram editados dois volumes com colaboração de historiadores portugueses e estrangeiros e intitulados Estudos de História de Portugal: Homenagem a A. H. de Oliveira Marques.
Franco-mação desde 1973, foi eleito Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Lusitano (1984-1986) e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 (1991-1994).
A 2 de outubro de 1998 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Faleceu aos 73 anos, no dia 23 de janeiro de 2007, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de problemas cardíacos.
Considerado um dos grandes historiadores portugueses contemporâneos, as suas obras, que se destacam em diversos domínios, são instrumentos de grande importância para os estudiosos da História de Portugal.

 

quinta-feira, agosto 08, 2024

O historiador da arte e da cultura Jacob Burckhardt morreu há 127 anos


Jacob Christoph Burckhardt (Basileia, 25 de maio de 1818 - Basileia, 8 de agosto de 1897) foi um historiador da arte e da cultura suíço. Foi professor de história da arte na Universidade de Basileia e na Universidade de Zurique. Escreveu importantes obras nas áreas da história cultural e história da arte

 

segunda-feira, julho 08, 2024

José Mattoso morreu há um ano...

(imagem daqui)

 

José João da Conceição Gonçalves Mattoso (Leiria, Leiria, 22 de janeiro de 1933 - Torres Vedras, 8 de julho de 2023) foi um historiador medievista e professor universitário português

 

Filho do professor do ensino liceal António Gonçalves Mattoso, sobrinho-neto de D. José Alves Mattoso, Bispo da Guarda, e sobrinho do pintor Lino António, José Mattoso nasceu em Leiria. Estudou no Liceu Nacional de Leiria, após o que ingressou na vida religiosa. Durante 20 anos foi monge da Ordem de São Bento, vivendo na Abadia de Singeverga (Portugal), em Lovaina, na Bélgica, e usando o nome de Frei José de Santa Escolástica Mattoso.

No mesmo período em que foi monge, Mattoso licenciou-se em História, na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Lovaina, e doutorou-se em História Medieval, pela mesma universidade, com a tese Le Monachisme ibérique et Cluny: les monastères du diocèse de Porto de l'an mille à 1200; o último dos títulos em 1966. Só em 1970 retornou à vida laica, iniciando uma carreira académica.

Foi investigador no Centro de Estudos Históricos (Lisboa), integrado no Instituto de Alta Cultura, e no período subsequente a 1972 foi admitido como professor auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Posteriormente, em 1979, tornar-se-ia professor catedrático na recém-criada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Exerceu ainda as funções de presidente do Instituto Português de Arquivos, de 1988 a 1990, e foi o 8.° diretor da Torre do Tombo, entre 1996 e 1998.

Viveu também em Timor-Leste, colaborando na recuperação do Arquivo Nacional e no Arquivo da Resistência, e lecionando no Seminário Maior de Díli.

Autor de uma extensa bibliografia, é especialista na História Medieval portuguesa, destacando-se as suas obras Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros, Fragmentos de Uma Composição Medieval, O reino dos mortos na Idade Média e Identificação de Um País. Ensaio sobre as Origens de Portugal (1096-1325) (vol. I - Oposição; vol. II - Composição), sucessivamente premiada com o Prémio de História Medieval Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N. Clube Português. Dirigiu também uma edição de oito volumes da História de Portugal (1993-1995).

Recebeu o Prémio Pessoa, em 1987, o Prémio Internacional de Genealogia Bohüs Szögyeny, em 1991, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 10 de junho de 1992, e o Troféu Latino, em 2007.

Desde maio de 2010 era Presidente do Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Em junho de 2015 foi anunciado como mandatário nacional do LIVRE/Tempo de Avançar.

Faleceu em 8 de julho de 2023, com 90 anos.
 
Obras
  • Le monarchisme ibérique et Cluny. Les monastéres du diocése de Porto de l'an mille à 1200, 1968
  • As famílias condais portucalenses dos séculos X e XI, 1970
  • Beneditina Lusitana, 1974
  • Livro de linhagens do Conde D. Pedro, ed. crítica, 1980
  • Livros velhos de linhagens, ed. crítica por Joseph Piel e José Mattoso, 1980
  • A nobreza medieval portuguesa. A família e o poder, 1981 ; 1994
  • Ricos-Homens, infanções e cavaleiros. A nobreza medieval portuguesa nos sécs. XI e XII, 1982 ; 1998
  • Religião e cultura na Idade Média portuguesa, 1982 ; 1997
  • Narrativas dos Livros de Linhagens, selecção, introdução e comentários, 1983
  • Portugal medieval. Novas interpretações, 1985 ; 1992
  • O essencial sobre a formação da nacionalidade, 1985 ; 1986
  • Identificação de um país. Ensaio sobre as origens de Portugal, 1096-1325, 1985 ; 1995; 2015
  • O essencial sobre a cultura medieval portuguesa, 1985 ; 1993
  • A escrita da história, 1986
  • Fragmentos de uma composição medieval, 1987 ; 1990
  • O essencial sobre os provérbios medievais portugueses, 1987
  • A escrita da História. Teoria e métodos, 1988 ; 1997
  • O castelo e a feira. A Terra de Santa Maria nos séculos XI a XIII, em colab. com Amélia Andrade, Luís Krus, 1989
  • Almada no tempo de D. Sancho I (Comunicação), 1991
  • História de Portugal (direção), 1992-1994; 1997-2001
  • Os primeiros reis (História de Portugal - Vol. I) (Infanto-juvenil), com Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada, 1993 ; 2001
  • A Terra de Santa Maria no século XIII. Problemas e documentos, em colab. com Amélia Andrade, Luís Krus, 1993
  • No Reino de Portugal (História de Portugal - Vol. II) (Infanto-juvenil), com Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada, 1994 ; 2003 Coja, 1995
  • Tempos de revolução (História de Portugal - Vol. III) (Infanto-juvenil), com Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada, 1995
  • O reino dos mortos na Idade Média peninsular, ed. lit., 1996
  • A Identidade Nacional, 1998 ; 2003
  • A função social da História no mundo de hoje, 1999
  • A dignidade. Konis Santana e a resistência timorense, 2005
  • Portugal O Sabor da Terra, um retrato histórico e geográfico por regiões, com Suzanne Daveau e Duarte Belo. 1998; 2010
  • D. Afonso Henriques, 2006
  • Naquele Tempo. Ensaios de História Medieval; 2009; 2014

 

terça-feira, abril 30, 2024

Joaquim Pedro de Oliveira Martins nasceu há 179 anos

      
Joaquim Pedro de Oliveira Martins (Lisboa, 30 de abril de 1845 - Lisboa, 24 de agosto de 1894) foi um político e cientista social português.
Oliveira Martins é uma das figuras-chave da história portuguesa contemporânea. As suas obras marcaram sucessivas gerações de portugueses, tendo influenciado vários escritores do século XX, como António Sérgio, Eduardo Lourenço ou António Sardinha.
  
Biografia
Órfão de pai, teve uma adolescência difícil, não chegando a concluir o curso liceal, que lhe teria permitido ingressar na Escola Politécnica, para o curso de Engenheiro Militar. Esteve empregado desde os 13 anos de idade no comércio, de 1858 a 1870, mas, nesse ano, devido à falência da empresa onde trabalhava, foi exercer funções de administrador de uma mina na Andaluzia. Quatro anos depois regressou a Portugal para dirigir a construção da via férrea do Porto à Póvoa de Varzim e a Vila Nova de Famalicão. Em 1880 foi eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto e, quatro anos depois, diretor do Museu Industrial e Comercial do Porto. Mais tarde desempenhou as funções de administrador da Régie dos Tabacos, da Companhia de Moçambique, e fez parte da comissão executiva da Exposição Industrial Portuguesa.
Casou em 1865 com Victória de Mascarenhas Barbosa, de ascendência inglesa, que o acompanhou nas suas longas estadas em Espanha e no Porto, mas de quem não teve descendência.
Foi deputado em 1883, eleito por Viana do Castelo, e em 1889 pelo círculo do Porto. Em 1892 foi convidado para a pasta da Fazenda, no ministério que se organizou sob a presidência de Dias Ferreira, e em 1893 foi nomeado vice-presidente da Junta do Crédito Público.
Elemento animador da Geração de 70, revelou uma elevada plasticidade às múltiplas correntes de ideias que atravessaram o seu século.
Oliveira Martins colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos socialistas. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas: Renascença (1878-1879?), Ribaltas e gambiarras (1881), Revista de Estudos Livres (1883-1886), Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha (1888-1898) e Gazeta dos Caminhos de Ferro (iniciada em 1899) e ainda em A semana de Lisboa (1893-1895), A Leitura (1894-1896) e, a título póstumo, no semanário Branco e Negro (1896-1898).
Oliveira Martins colaborou nos principais jornais literários e científicos de Portugal, assim como nos políticos socialistas. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas: Ribaltas e gambiarras (1881), Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha (1888-1898), Gazeta dos Caminhos de Ferro (iniciada em 1899), na A semana de Lisboa (1893-1895), A Leitura (1894-1896) e na revista Branco e Negro (1896-1898).
A sua vasta obra começou com o romance Febo Moniz, publicado em 1867, e estende-se até à sua morte, em 1894. Na área das ciências sociais escreveu, por exemplo, Elementos de Antropologia, de 1880, Regime das Riquezas, de 1883, e Tábua de Cronologia, de 1884. Das obras históricas há a destacar História da Civilização Ibérica e História de Portugal, em 1879, O Brasil e as Colónias Portuguesas, de 1880, e Os Filhos de D. João I, de 1891. É também necessário destacar a sua obra História da República Romana. A sua obra suscitou sempre controvérsia e influenciou a vida política portuguesa, mas também historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX. Perfilhou várias ideologias contraditórias pois foi anarquista (proudhoniano), republicano, monárquico, liberal, anti-liberal e iberista.