segunda-feira, fevereiro 01, 2021

Lisa Marie Presley, a única filha de Elvis Presley, faz hoje 53 anos

Lisa Marie Presley (Memphis, 1 de fevereiro de 1968) é uma cantora norte-americana. É filha do rei do rock Elvis Presley e da sua esposa, Priscilla Presley.
  
Biografia
Filha única de Elvis Presley e Priscilla Presley, Lisa Marie nasceu no meio de uma grande complexidade. Talvez, Elvis Presley tenha sido o artista popular mais complexo do século XX, tanto nos momentos positivos quanto nos negativos. E Lisa teve que crescer e formar a sua personalidade no meio desse verdadeiro "furacão". Era às vezes mimada pelo pai e muitas vezes repreendida pela mãe.
A sua vida privada foi marcada por inúmeros problemas, entre eles, o uso de drogas na adolescência e constantes disputas na família. O seu modo rebelde de ser, de não aceitar regras e imposições das pessoas sobre a sua vida fizeram-na amadurecer cedo. Não terminou os estudos que equivalem ao ensino secundário, nem exerceu nenhuma profissão antes da carreira artística. Ela administra a sua herança desde 2007.
A sua carreira artística começou relativamente tarde. Ela lançou o seu primeiro single já no ano de 2003. Lisa tem talento para cantar e até mesmo para compor, mas o facto de ser filha de um mito, dá-lhe várias dificuldades de conseguir ter uma carreira de sucesso. Apesar do seu primeiro disco ter conseguido ótimas posições nos tops Americanos, o que de certo modo não ocorreu com o lançamento seguinte.

Vida Pessoal
Lisa Marie passou por 4 casamentos. O primeiro deles ocorreu em 1988, com o músico Danny Keough. Em menos de três anos, teve com ele dois filhos: a modelo Riley Keough e Benjamin Storm Keough. O casamento durou pouco mais de seis anos, terminando em 1994.
Logo depois, no dia 26 de maio de 1994, 20 dias após o  divórcio, Lisa Marie casou-se com o cantor Michael Jackson na República Dominicana. A cerimónia durou 15 minutos e então Lisa e Michael, que já se conheciam há alguns anos, selaram o matrimónio.
Lisa e Michael apresentaram-se como casal em setembro de 1994 nos MTV Music Awards, quando os dois seguiram por uma passarele e logo depois se beijaram. O casamento durou 1 ano e 7 meses, com a separação acontecendo em dezembro de 1995. Lisa Presley entrou com um pedido de divórcio no ano de 1996, alegando ser impossível a reconciliação do casal, sendo o divórcio oficializado em 20 de agosto de 1996.
No ano de 2002, Lisa Presley casou-se com o ator Nicolas Cage, numa cerimónia ao ar livre. Porém, o matrimónio durou três meses e o divórcio saiu em 2004.
No ano de 2006, Lisa Presley casou-se com o guitarrista da sua banda, Michael Lockwood, numa cerimónia simples e intimista, realizada no Japão.

Lisa teve filhas gémeas não idênticas em 2008 e, além disso, voltou aos estúdios em 2012 e gravou um novo disco, Storm and Grace, lançado em 15 de maio do mesmo ano. Porém, o casamento terminou em junho de 2016, após dez anos de união.

Em fevereiro de 2017, agentes da polícia de Beverly Hills encontraram no computador de Michael Lockwood fotografias indecentes e vídeos comprometedores de crianças. As crianças ficaram sob tutela da avó Priscila até março, altura em que o caso subiu à barra dos tribunais. Lisa e Michael Lockwood  separaram-se em 2016.

  

Há 303 anos começou uma forte erupção na ilha do Pico

(imagem daqui)
  
Santa Luzia é uma freguesia portuguesa do concelho de São Roque do Pico, com 30,69 km² de área e 422 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 13,8 hab/km². Localiza-se a uma latitude 38.55 (38°33') Norte e a uma longitude 28.4 (28°24') Oeste, estando a uma altitude de 118 metros.
Esta localidade foi em 1617 elevada à categoria de freguesia, sob a invocação de Santa Luzia, tendo-se na altura construído uma ermida que durante 101 anos, até 1718, guardou a imagem da referida santa.
No dia de 1 de fevereiro de 1718 iniciou-se uma crise sísmica e eruptiva que destruiu praticamente tudo o que era construção humana e cobriu a terra com uma espessa camada de lava que se estendeu em grande largura e por uma extensão de nove quilómetros até ao mar, destruindo o templo então ali existente, datado de 1617 e dedicado à evocação da referida Santa Luzia. 
     

    

Lava encordoada na Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da ilha do Pico, lajido de Santa Luzia

   

Os Mistérios de Santa Luzia são uma localidade da Freguesia de Santa Luzia, Concelho de São Roque do Pico, ilha do Pico, arquipélago dos Açores.

Na origem desta local estiveram duas erupções vulcânicas, uma ocorrida no século XVI e uma outra nos princípios do século XVII, mais precisamente em 1718. Esta última erupção teve grande violência, tendo procedido à expulsão de grandes quantidades de lava, cujas escoadas de lava, em alguns casos, chegaram a percorrer distâncias de nove quilómetros até atingirem o mar entre o Porto do Cachorro e o Lajido.

Estes campos de lava negra, tem sido ao longo dos séculos locais de cultivo de vinha, de cujos vinhos de elevadas qualidades se destaca o Verdelho

 


in Wikipédia

Uma erupção do Mayon matou mais de mil pessoas há 207 anos nas Filipinas

Fotografia das ruínas de Cagsawa com os restos da igreja ainda em pé, destruída em durante a erupção de 1814

O vulcão Mayon é um vulcão nas Filipinas, situado na província de Albay (Bicol). O seu cume com a forma de um cone quase perfeito é considerado como sendo ainda mais belo do que o Monte Fuji, no Japão. Alguns quilómetros a sul do vulcão situa-se a cidade de Legazpi.
O Mayon é classificado por vulcanólogos como um estratovulcão (vulcão composto). O seu cone simétrico foi formado alternadamente por fluxos piroclásticos e escoadas de lava. É o vulcão mais ativo do país, tendo entrado em erupção pelo menos 50 vezes nos últimos 400 anos.
A erupção mais destrutiva do Mayon, alvo de relatos ou registos, ocorreu a 1 de fevereiro de 1814, tendo os fluxos de lava enterrado na cidade de Cagsawa e cerca de 1200 pessoas pereceram, tendo apenas resistido o campanário da igreja.
  
Principais vulcões filipinos
    
Situa-se entre a Placa Euroasiática e a Placa Filipina, numa fronteira com potencial altamente destrutivo, pois a placa continental, ao ser empurrada por uma placa oceânica, esta última, que é mais densa, é obrigada a descer, o que provoca a formação de magma no plano de Benioff assim gerado.
A sua última erupção foi em 2009.
   
Fluxos piroclásticos descem através das encostas do vulcão, em 1984
     

Cabinda ficou sob proteção de Portugal há 136 anos

 
O Tratado de Simulambuco foi assinado, em 1 de fevereiro de 1885, pelo representante do governo portuguêsGuilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal, e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo. O tratado colocou Cabinda sob protectorado português, por contraste com o estatuto colonial de Angola. O tratado foi feito antes da Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.

No tratado, Portugal compromete-se a:
  • Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado.
  • Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país.
A "colonização" de Cabinda foi assim pacífica por via do Tratado entre Portugal e Cabinda. Em 1885 o território de Cabinda já se encontrava separado do resto do território de Angola, tendo como separação natural o rio Congo. O território é um enclave de sempre com os dois Congos, Belga e Francês, Cabinda nunca foi parte integrante de Angola, antes, durante e após a colonização de Portugal.

   
in Wikipédia


(imagem daqui)

Manon Lescaut, ópera de Giacomo Puccini, foi apresentada em palco pela primeira vez há 128 anos

  
Manon Lescaut é uma ópera em quatro atos de Giacomo Puccini, com libreto em italiano baseado na novela do Abade Prévost, L'Histoire du Chevalier des Grieux et de Manon Lescaut. Estreou a 1 de fevereiro de 1893, no Teatro Regio de Turim.
   

 


Clark Gable nasceu há cento e vinte anos

 
William Clark Gable (Cadiz, Ohio, 1 de fevereiro de 1901 - Los Angeles, Califórnia, 16 de novembro de 1960) foi um ator norte-americano. Em 1999 o prestigioso Instituto Americano do Cinema nomeou-o a sétima maior estrela masculina do cinema de todos os tempos.

  

A carbonária, braço armado de maçons e republicanos, matou o Rei e o Príncipe Herdeiro há 113 anos

   
O Regicídio de 1 de fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio (na época mais conhecida por Terreiro do Paço) em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe, marcando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional, e consequentemente, uma nova escalada de violência na vida pública do País.
     

    
Antecedentes
O atentado foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o aspecto político português. Dois factores foram primordiais: em primeiro lugar o caminho traçado desde cedo pelo Partido Republicano Português como solução para a erosão do sistema partidário vigente, e em segundo lugar a tentativa, por parte do rei D. Carlos como árbitro do sistema político, papel que lhe era atribuído pela Constituição, de solucionar os problemas desse mesmo sistema, apoiando o Partido Regenerador Liberal de João Franco (que viria a instaurar uma ditadura). Desde a sua fundação que o objectivo primário do Partido Republicano era o da simples substituição do regime. Esta atitude teve a sua quota parte de responsabilidade no crime, mas os ânimos foram acirrados pelo estabelecimento de uma ditadura administrativa, por parte de João Franco, com o apoio do rei, em 1907.
O progressivo desgaste do sistema político português, vigente desde a Regeneração, em parte devido à erosão política originada pela alternância de dois partidos no Poder: o Progressista e o Regenerador, agravou-se nos primeiros anos do Século XX com o surgimento de novos partidos, saídos directamente daqueles. Em 1901 João Franco, apoiado por 25 deputados abandonou o Partido Regenerador, criando o Partido Regenerador Liberal. Em 1905 surge a da Dissidência Progressista, fundado por José Maria de Alpoim, que entrou em ruptura com o partido Progressista, do qual se separou com mais seis deputados eleitos pelo mesmo partido. À intensa rivalidade entre os partidos, agravada por ódios pessoais, juntou-se a atitude e acções críticas do Partido Republicano, contribuindo para o descrédito do regime, já de si bastante desacreditado devido às dividas da Casa Real.
Era esta a conjuntura quando D. Carlos se decidiu, finalmente, a ter uma intervenção activa no jogo político, escolhendo a personalidade de João Franco para a concretização do sempre falhado programa de vida nova. Este, dissidente do Partido Regenerador, solicitou ao Rei o encerramento do Parlamento para poder implementar uma série de medidas com vista à moralização da vida política. Tal pedido já havia sido antes feito ao monarca pelos líderes dos dois partidos tradicionais, mas este sempre recusara, atendendo ao princípio que o rei reina, mas não governa. Agora, no entanto, D. Carlos achou chegado o momento de intervir, depositando a sua confiança no homem que julgava à altura e encerrou o parlamento.
É evidente que o novo governo não podia ser bem recebido pelos que dele não beneficiariam, pelo que se acirrou toda a oposição, desde os partidos monárquicos aos republicanos. Estes, aos quais um renovar do sistema politico monárquico retiraria protagonismo, ou mesmo razão de ser, vão assumir uma atitude maquiavélica: Como então dizia Brito Camacho, relativamente a João Franco, "havemos de obrigá-lo a transigências que rebaixam ou às violências que comprometem". Foram eficazes os ataques pessoais, tanto a D. Carlos como a João Franco, tanto da parte daqueles, como dos dissidentes progressistas, com os quais se entenderam. Vão aproveitar a questão dos adiantamentos, logo em novembro de 1906, visando principalmente um ataque à figura do monarca. Mobilizam-se particularmente com a questão da greve académica de 1907. O regicídio foi uma mera consequência indirecta dessa estratégia.
Já marcadas novas eleições, e prevendo-se um resultado favorável ao partido no poder, como era costume, decidiram-se os republicanos e os dissidentes pela força, estes apoiaram indirecta ou directamente organizações secretas como a Carbonária ou a Maçonaria. Esta tentativa de golpe de estado fracassa, devido à inconfidência de um conspirador. A 28 de janeiro de 1908 são presos vários líderes republicanos, naquele que ficou conhecido como o Golpe do Elevador da Biblioteca. Afonso Costa e o Visconde de Ribeira Brava são apanhados de armas na mão no dito elevador, conjuntamente com outros conspiradores, quando tentavam chegar à Câmara Municipal. António José de Almeida, o dirigente Carbonário Luz Almeida, o jornalista João Chagas, João Pinto dos Santos, e Álvaro Poppe contavam-se entre os noventa e três conspiradores presos. José Maria de Alpoim consegue fugir para Espanha. Alguns grupos de civis armados, desconhecedores do falhanço, ainda fizeram tumultos pela cidade.
Em resposta a este golpe, e como reflexo de um endurecer de postura por parte do regime, até aí dominado por um fair play que permitia aos republicanos intervenções livres, o governo apresenta ao rei o Decreto de 30 de janeiro de 1908. Este previa o exílio para o estrangeiro ou a expulsão para as colónias, sem julgamento, de indivíduos que fossem pronunciados em tribunal por atentado à ordem pública, e tem sido durante muito tempo considerado como a principal causa para o regicídio. Conta-se que, ao assiná-lo, o rei declarou: ”Assino a minha sentença de morte, mas os senhores assim o quiseram.” É de notar, no entanto, que o decreto, assinado a 30 de janeiro, só foi publicado a 1 de Fevereiro, e os preparativos para o atentado datam com certeza de antes dessa data: atente-se ao testamento feito pelo regicida Buíça, datado de 28 de janeiro.
     
 (imagem daqui)
    
O Atentado
O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa, no Alentejo, onde costumavam passar uma temporada de caça no inverno. O infante D. Manuel havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na marinha. Os acontecimentos acima descritos levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. Com cuidado para que a sua já preocupada mãe não se aperceba, o Príncipe real arma-se com o seu revólver de oficial do exército. Durante o caminho o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca. Isto provocou um atraso de quase uma hora. A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor "D. Luís", com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde, onde eram esperados por vários membros do governo, incluindo João Franco, além dos infantes D. Manuel e D. Afonso, o irmão do rei. Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei.
Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circulava junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.
Os populares desatam a correr em pânico. O condutor, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buíça, professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, se ergue à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado.
A rainha, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado.
A fuzilaria continua. Dª Amélia permanece de pé, gritando por ajuda. Buíça volta a fazer pontaria (sobre o infante? sobre a rainha?) mas é impedido de disparar sobre a carruagem pela intervenção de Henrique da Silva Valente, simples soldado de Infantaria 12, que passava no local, e que se lança sobre ele de mãos nuas. Na breve luta que se segue o soldado é atingido numa perna, mas a sua intervenção é providencial. Tendo voltado o seu cavalo, o oficial Francisco Figueira carrega primeiro sobre o Costa, que ferido pelo príncipe é atingido por um golpe de sabre e preso pela polícia, e de seguida dirige-se a Buíça. Este ainda o consegue atingir numa perna com a sua última bala e tenta fugir, mas Figueira alcança-o e imobiliza-o com uma estocada.
Com os regicidas imobilizados, o zelo excessivo dos polícias presentes levou a que acabassem abatidos no local, o que dificultou as posteriores investigações sobre o atentado. Segundo alguns relatos, Alfredo Costa já estaria moribundo, mas sabe-se que Manuel Buíça, mesmo ferido, resistiu à sua apreensão pela polícia. Também vítima da polícia foi um transeunte inocente, Sabino Costa, empregado de ourivesaria e monárquico, provavelmente confundido com outro regicida oculto na multidão. De facto, o condutor, a golpes de chicote, fez arrancar a carruagem, virando a esquina para a rua do Arsenal, procurando aí refúgio. É nessa altura que um atirador desconhecido ainda consegue atingir D. Manuel num braço (segundo outras versões, o tiro de raspão atingiu-o ainda antes de a carruagem virar para a rua do Arsenal, mas esse tiro já não podia partir dos dois regicidas mencionados, já a braços com a polícia). A carruagem entra no Arsenal da Marinha, onde se verifica o óbito do Rei e o do Herdeiro do Trono. Quando o Infante D. Afonso, que havia começado a correr desde o seu carro no fim do cortejo, chegou ao Arsenal, teve como primeiro instinto acusar João Franco como responsável pela tragédia. A mãe de D. Carlos, a rainha Dª Maria Pia foi chamada ao Arsenal, onde encontrando-se com Dª Amélia lhe diz desolada: “Mataram-me o meu filho.”, ao que esta respondeu: “E o meu também.”
Julgando que se tratava de um novo golpe de estado, a população de Lisboa refugia-se nas suas casas e a cidade fica deserta. Mas as tropas permanecem nos quartéis e a situação permanece calma: o atentado não foi um sinal para o golpe, que já havia sido frustrado, antes o acto de quem ainda tinha armas na mão, porventura influenciados pela repressão que se previa da parte do governo. À noite as rainhas e o novo rei foram escoltados para o palácio das Necessidades, pois temia-se novo atentado. Depois veio a tarefa macabra de levar os corpos para o palácio, o que foi feito sentando-os em duas carruagens, como se fossem vivos, a cabeça de D. Luís Filipe tombando sobre o ombro do seu tio, o infante D. Afonso, agora o novo Príncipe Real. Não foram efectuadas autópsias, sendo os corpos embalsamados sob a supervisão do médico da Casa Real, Tomás de Melo Breyner, tarefa penosa não só pela proximidade às vitimas como também pelo estrago feito pelas balas.
  
(imagem daqui)
    
As consequências imediatas
A Europa ficou revoltada com o regicídio, uma vez que D. Carlos era estimado pelos restantes Chefes de Estado europeus, e ainda mais pelo facto de não se ter tratado de um acto isolado, mas sim uma organização metódica. Jornais de todo o mundo publicam imagens do atentado, baseadas nas descrições, com elementos mais ou menos fantasiosos, mas sendo sempre presente a imagem de Dª Amélia, de pé, indiferente ao perigo, fustigando os assassinos com um frágil ramo de flores. Em Londres, os jornais exibiam fotos das campas dos regicidas, cobertas de flores, com a legenda “Lisbon’s shame!”. É preciso não esquecer, para além do próprio carácter do acto, que se tratava de uma Europa à altura maioritariamente monárquica. No entanto, no próprio país, a reacção não foi a esperada, valendo do rei de Inglaterra, Eduardo VII, amigo de D. Carlos e do Príncipe D. Luis Filipe, a frase: “Matam dois cavaleiros da Ordem da Jarreteira na rua como cães e lá no país deles ninguém se importa!”
Após o atentado, pediu a demissão o Governo de João Franco, que não impedira a morte do Rei. De facto, à imprevidência do chefe de governo cabe a maior parte das responsabilidades pela falta de uma escolta adequada, ainda mais tendo em conta o contexto de um golpe falhado, quando civis armados ainda andariam pela cidade. João Franco sabia-se alvo de atentados planeados, mas nunca desconfiou que o ódio visava também o rei. Presidindo ao Conselho de Estado, na tarde de dia 2, com o braço ao peito e envergando o seu uniforme de aspirante da marinha, o novo rei D. Manuel II confessou a sua inexperiência e falta de preparação e pediu orientação ao conselho. Este votou a demissão de João Franco e a formação de um governo de coligação, a que se chamou o Governo "de Acalmação", presidido pelo independente contra-almirante Ferreira do Amaral. Este ministério incluía membros dos partidos Regenerador e Progressista além de independentes, e visava fazer o país voltar à normalidade parlamentar, acabando-se o governo em ditadura. De facto abandonou-se completamente a posição de força seguida por D. Carlos e pelo seu último ministério: anularam-se as medidas ditatoriais anteriormente publicadas, soltaram-se os presos politicos, amnistiaram-se os marinheiros que se haviam revoltado em 1906, e consentiu-se que se fizessem comícios republicanos em que se fazia a apologia do atentado e se considerava os assassinos como beneméritos da Pátria. Outro facto permitido foi a romagem de cerca de vinte e duas mil pessoas às sepulturas dos regicidas. O evento fora organizado pela Associação do Registo Civil, que fornecia as flores e dava além de 500 réis a cada pessoa, 200 réis a cada criança que aparecesse junto das campas.
Esteve presente na reunião do Conselho de Estado que votou estas decisões, e do qual fazia parte, o Marquês de Soveral, embaixador de Portugal em Inglaterra, e que por acaso se encontrava em Portugal à altura. Próximo da família real, também votou pela demissão de João Franco e pelo estabelecimento do Governo de Acalmação. Quando, pouco tempo depois, reassumiu as suas funções de embaixador e se encontrou com o rei da Grã-Bretanha, Eduardo VII, também este seu amigo pessoal, o monarca britânico brindou-o com as palavras: “Então que raio de país é esse, em que se mata um rei e um príncipe e a primeira coisa que se faz é demitir o ministério? A revolução triunfou, não é verdade?" ”Foi só então", diria mais tarde o marquês de Soveral “que compreendi o erro que tínhamos cometido.”
De facto, ao demitir-se o ministério o regime deu aos republicanos o argumento de que só eles é que tinham acabado com a ditadura. Depois da hesitação inicial, em que se chegou a propor um pacto de colaboração com o regime, cedo voltaram à carga, decidindo em congresso o derrube pela força do regime: Congresso de Setúbal, 24 a 25 de abril de 1909. Esta hesitação deveu-se aos próprios conceitos do partido. Aos republicanos mais distintos, alguns dos quais ficaram verdadeiramente chocados pelo crime, o regicídio não interessava a menos que fosse acompanhado pelo triunfar da revolução. Temiam a reacção do povo rural mais conservador, e estavam cientes do desagrado da Inglaterra para com qualquer atentado à pessoa física do rei. No entanto, não podiam virar as costas aos seus apoiantes, o povo miúdo da cidade de Lisboa, já exacerbado pela propaganda republicana no seu ódio ao regime. Condenavam o acto, mas como se fosse por obrigação enquanto piscavam o olho ao povo que lhes enchia os comícios e se filiava no partido. Foi isto, mais o idolatrar dos regicidas e o recurso à violência depois da Proclamação da República, que fez incidir sobre o partido as suspeitas posteriores da autoria do crime. Independentemente da questão de autoria moral, o certo é que, face à fraca reacção, ou mesmo a falta dela, por parte do regime, os republicanos organizaram-se nos seus propósitos de o derrubar pela força, o que viriam a conseguir pela intentona seguinte, a de 5 de outubro de 1910. É de notar que por esta altura, e não tendo nem voltado ao expediente da ditadura, nem evitado as suas costumeiras divisões, os políticos monárquicos já haviam percebido o seu erro: como consequência deste último golpe, o governo deu ao rei para assinar um decreto de suspensão de garantias, para poder lidar firmemente com os agitadores. Infelizmente para a monarquia, essa acção foi invalidada pela vitória republicana no golpe. Embora geralmente mal vista devido às associações negativas com o termo ‘ditadura’, o governo de João Franco, ou um outro do género, apresenta-se em retrospectiva como a única solução prática para a situação que tentou solucionar: basta lembrar que a Primeira República mostrou-se ainda mais ingovernável, e as únicas acções reformistas efectivamente levadas a cabo pelo novo regime tiveram lugar durante a vigência do Governo Provisório, que governou, efectivamente, em ditadura.
  
Os Responsáveis
Dos factos conhecidos não se considera geralmente o assassínio do rei como a execução de qualquer decisão vinda dos republicanos, dos maçons e da dissidência progressista, enquanto grupos. O que não quer dizer que os mesmos grupos não tenham a sua quota parte de responsabilidade neste crime. Admitiram como hipótese eventual esta consequência e não se importaram que esta se concretizasse. Isto porque se os regicidas actuaram por sua própria iniciativa, apenas se encontraram nessa posição pela iniciativa daqueles que os mobilizaram e armaram para outros fins. Certo é que os dois abatidos no local não eram nem os únicos aí presentes, nem os únicos implicados, como se fez crer na altura. Estudos recentes vieram trazer luz sobre os responsáveis e a sua motivação, embora muito ainda esteja envolto em dúvida. Quatro autores são a base principal sobre os factos que se apuraram: Raul Brandão, António de Albuquerque, Aquilino Ribeiro e José Maria Nunes. Destes, os dois primeiros não estavam envolvidos no atentado, tendo recolhido depoimentos de terceiros. Raul Brandão falou com várias pessoas próximas à trama, e extraiu do líder dos dissidentes, José Maria Alpoim, a confissão: “Só há duas pessoas em Portugal que sabem tudo, eu e outra(...) Só eu e outro sabemos em que casa foi a reunião, quem a presidiu e quem trocou ao Buíça o revólver pela carabina.” António da Albuquerque, que estava exilado em Espanha após a publicação do seu romance difamatório para a família real "O Marquês da Bacalhoa", recebeu o testemunho de Fabrício de Lemos, um dos regicidas presentes no Terreiro do Paço, e transcreveu-o no seu livro "A execução do Rei Carlos". Aquilino Ribeiro, embora não tenha participado directamente, esteve envolvido e conhecia o plano e os assassinos, como deixou testemunho na sua obra "Um escritor confessa-se." José Maria Nunes era também um dos regicidas e deixou o seu testemunho, tendencialmente auto elogioso mas no geral credível, no escrito: "E para quê?"
Destes quatro testemunhos, só Aquilino é que refere o plano de emboscar a família real como tendo sido adoptado na ocasião, derivado do plano de assassinar João Franco, e tomado no local. Do testemunho dos outros pode-se presumir que o plano teve lugar algures em fins de 1907. Nesta altura, José Maria Alpoim associa-se à Carbonária o que leva, consecutiva e complementarmente, a um plano de aquisição de armas, o plano para um levantamento revolucionário, um plano para assassinar o primeiro ministro e outro para assassinar o Rei.
Estes planos, segundo o testemunho de José Maria Nunes, teria sido abordado pela primeira vez em Paris, no Hotel Brébant, no Boulevar Poissóniere, entre 2 políticos portugueses e alguns revolucionários franceses. O regicida não nomeia esses políticos, nem nunca se foi capaz de identificá-los, mas os revolucionários franceses provavelmente pertenceriam ao movimento anarquista internacional, dado que o embaixador português em Paris chegou a avisar que se preparava um plano contra a família real portuguesa vindo desses sectores.
Os Dissidentes foram os principais financiadores, tendo a Carbonária fornecido os homens. Sabe-se que as armas usadas no regicídio foram levantadas do armeiro Gonçalo Heitor Freire (republicano e maçon) pelo Visconde da Ribeira Brava, um dos principais membros dos dissidentes.
Aquando do fracasso da intentona do Elevador da Biblioteca, estas armas, guardadas nos Armazéns Leal, foram com sucesso transportadas para casa do dito visconde, onde ficaram escondidas. No rescaldo do fracasso e reacção do governo, sabe-se que um grupo de 18 homens se reuniu num velho casarão de Xabregas, dia 30 ou 31 (os testemunhos são contraditórios quanto à data precisa) onde se decidiu pelo assassinato da família real.
Pelo depoimento dos dois já citados regicidas sabemos a identidade de 8 dos 18 membros. Destes, todos os 8 ou apenas 5 constituíam o primeiro grupo, posicionado no Terreiro do Paço: Alfredo Costa, Manuel Buíça, José Maria Nunes, Fabrício de Lemos, Ximenes, Joaquim Monteiro, Adelino Marques e Domingos Ribeiro. O segundo grupo tomaria posição em Santos e o terceiro em Alcântara, cobrindo assim todo o caminho até ao Paço das Necessidades. Os atacantes não esperavam sobreviver ao atentado: Manuel Buíça já havia feito o seu testamento e Alfredo Costa fez questão de pagar uma dívida a um amigo. Mesmo assim, a maior parte do primeiro grupo conseguiu fugir e esconder-se na multidão, e os outros grupos não tiveram qualquer intervenção.
Pelo conjunto dos relatos pode-se concluir que o plano para matar o rei já existia previamente, não de forma independente, mas como parte do plano geral da revolta. No entanto, existe um factor curioso, provocado pelo descarrilamento da carruagem real ocorrido durante a viagem para Lisboa, referido acima. No dia do atentado, pouco depois das 4 da tarde, a 300 km da capital, em Pínzio, perto da Guarda, dois criados de José Maria Alpoim, regressando de carro depois de terem transportado o seu patrão para e exílio em Salamanca, ficam sem gasolina e são forçados a parar. Numa taberna local, e perante várias testemunhas, afirmam que aquela hora já não havia rei em Portugal, pois já tinha sido morto. Como poderiam saber? Tal seria verdade se o comboio não tivesse descarrilado. Até que ponto estava o plano já estruturado antes do golpe do elevador como plano de recurso e até que ponto estava José Maria Alpoim envolvido nisso? Estas questões permanecem sem resposta. Embora os dois regicidas caídos tenham ficado com as maiores responsabilidades na altura, o envolvimento dos dissidentes não ficou esquecido. Mal grado a sua auto-promoção depois da implantação da República, não se conseguiram livrar do efeito negativo que a suspeita de envolvimento no regicídio lhes transmitiu, e que se nota pela alcunha de Buíssidentes com que foram apodados. José Maria Alpoim e o visconde da Ribeira Brava não conseguiram singrar no novo regime. O primeiro nunca passou de adjunto do procurador e o ex-visconde foi governador civil de Lisboa mas acabou vítima da "leva da morte" de outubro de 1918.
  
    

Edmundo Bettencourt morreu há 48 anos

(imagem daqui)

  

Edmundo Alberto Bettencourt (Funchal, 7 de agosto de 1899 - Lisboa, 1 de fevereiro de 1973) foi um cantor e poeta português notavelmente conhecido por interpretar o Fado e a Canção de Coimbra e pelo seu papel determinante na introdução de temas populares neste género musical. Notabilizou-se pela composição musical "Saudades de Coimbra" a qual é ainda hoje uma referência da música portuguesa universitária.  

Edmundo era neto de Júlio César de Bettencourt, Morgado da Calheta. Caso o morgadio não tivesse sido extinto, Edmundo teria sido o Morgado. 

Frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, foi funcionário público, até ser despedido, por o seu nome figurar entre os milhares de signatários das listas do MUD, desenvolvendo, então, a atividade de delegado de propaganda médica. Integrou o grupo fundador de Presença, cujo título sugerira, e em cujas edições publica O Momento e a Legenda. Dissocia-se do grupo presencista em 1930, subscrevendo com Miguel Torga e Branquinho da Fonseca uma carta de dissensão, onde é acusado o risco em que a revista incorria de enquadrar o "artista em fórmulas rígidas", esquecendo o princípio de "ampla liberdade de criação" defendido nos primeiros tempos" (cf. "O Modernismo em Portugal", entrevista de João de Brito Câmara a Edmundo de Bettencourt, reproduzida in A Phala, n.° 70, maio de 1999, p. 114). A redação de Poemas Surdos, entre 1934 e 40, alguns dos quais publicados na revista lisboeta Momento, permite antedatar o surto do surrealismo em Portugal, enquanto adesão a um "sistema de pensamento, no que ele tem de fuga à chamada realidade, repúdio dos valores duma civilização e esperança de ação num domínio onde por tradição ela é quase sempre negada", embora não seja possível esclarecer com especificidade qual foi o conhecimento que Bettencourt teve da lição surrealista francesa.

Frequentou os cafés Royal e Gelo, onde se reuniu a segunda geração surrealista, vindo a publicar seis inéditos no n.° 3 da revista Pirâmide (1959-1960), em cujas páginas, entre 59 e 60, foram dadas à luz algumas das produções do grupo do Gelo. Publicou ainda esparsamente outros poemas em Momento, Vértice, Búzio. Depois de um silêncio, que deve ser compreendido não como desistência "mas sim [como] uma peculiar forma de revolta que o poeta defende carinhosamente", colige toda a sua produção, permitindo a edição, em 1963, dos Poemas de Edmundo de Bettencourt, prefaciados por Herberto Helder, poeta que, pela primeira vez, faz justiça à originalidade do autor de Poemas Surdos, considerando-o "uma das pouquíssimas vozes modernas entre o milagre do Orpheu e o breve momento surrealista português" (HELDER, Herberto - "Relance sobre a Poesia de Edmundo de Bettencourt", prefácio a Poemas de Edmundo de Bettencourt, Lisboa, Portugália, 1963, p. XXXII). Com efeito, o versilibrismo, o imagismo e certa atmosfera onírica e irreal conferem à sua poesia um lugar de destaque no segundo modernismo, estabelecendo, simultaneamente, a ponte com o vanguardismo de Orpheu e com tendências surrealistas e imagistas verificadas em gerações posteriores à Presença.

 

in Wikipédia

 


   

 

   

Só para recordar que hoje é um dia triste e infame...

(imagem daqui)
     
O acto fundador da República consistiu em dois crimes de sangue impunemente perpetrados contra as pessoas dos mais altos representantes do Estado português.
Muito antes do fatal desenlace que mergulharia Portugal no caos, numa escusada série de violências, abusos e na total e reconhecida inépcia no exercício do governo deste país, os republicanos souberam aproveitar o regime de liberdades públicas existentes na nossa terra, liberdades essas garantidas pela Carta Constitucional e pela instituição que  superiormente representava o Estado: a Coroa
Se numa fase inicial desta República brutalmente implantada, os seus responsáveis prodigamente se vangloriaram do Regicídio, inadvertidamente também deram a conhecer ao mundo quem afinal eram os novos senhores do poder em Portugal. Os desastres que os acontecimentos de 1908 e 1910  despoletaram na nossa sociedade, foram por si suficientes para uma decidida e bastante oficial política de forçado esquecimento do acto primordial da fundação do regime de 5 de Outubro de 1910. O Regicídio foi deliberadamente apagado da memória, o seu Processo Legal escandalosamente desapareceu, mercê da intervenção dos detentores do poder ilegitimamente tomado pela força dos tiros da artilharia, assassinatos indiscriminados, repressão sindical e da imprensa. Durante quatro gerações, os donos das três Repúblicas ingloriamente tentaram apontar outros responsáveis por um acto do qual eles e apenas eles foram os beneficiários morais e materiais.

Com o assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, os republicanos  desferiram o penúltimo golpe que despojaria Portugal da sua normal evolução para uma sociedade ainda mais livre e progressiva. Apesar dos rotineiros contratempos políticos propiciados por um regime fortemente parlamentar já bem enraizado, o nosso país beneficiou de décadas de progresso material e intelectual. Durante a Monarquia Constitucional, Portugal integrou-se plenamente naquilo a que à época era a Europa do liberalismo oitocentista. Os avanços materiais foram evidentes e sem paralelo na nossa história, o país modernizou as suas infra-estruturas e integrou-se no comércio  mundial.  O período monárquico constitucional foi um alfobre de grandes nomes da nossa cultura e também garantiu a nossa futura presença em todo o mundo, participando Portugal na delimitação de esferas de influência que muitas décadas mais tarde dariam origem à Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

O Rei D. Carlos foi um dos maiores entre os grandes da nossa História. Culto e aberto àquilo que a seu tempo eram as novidades da ciência e das artes, mereceu o respeito politico e pessoal dos seus contemporâneos estrangeiros, enquanto em Portugal enfrentava só e indefeso, as contingências impostas pelo próprio regime de liberdades que não o soube proteger de afrontas, esmagadoras calúnias  e na fase final do seu reinado, da conspiração subversiva que não apenas fez ilegalmente tombar o trono, como também irremediavelmente ditaria o catastrófico século XX que o povo português  resignadamente sofreu.
Quiseram os assassinos abater o monarca que por sinal, era um homem bom e generoso. Procurando eliminar toda a Família Real, julgavam poder obliterar oito séculos de uma história ininterrupta. Não o conseguiram e cento e cinco anos decorridos após o crime que de forma indelével enodoa o regime a que ainda hoje todos nos submetemos,  já se adivinha o total alijar da canga imposta pelo silêncio que viu na ignorância das gentes, a suprema garantia de um poder prepotente e sem peias.
O ajuste de contas chegará, já não existe qualquer dúvida. Não virá de um outro acto violento que imponha a vontade de uma minoria, pois esse acerto de contas com a História já começou. D. Carlos e os seus encontram-se hoje perfeitamente reabilitados. O estudo que propicia o conhecimento da verdade já não conhece obstáculos e são precisamente os mais jovens quem decidida e porfiadamente tem quebrado as grilhetas do preconceito, da mentira e da despudorada prepotência que tem humilhado e menorizado Portugal.
Uma vez mais, o Regicídio não foi esquecido. Jamais o será.

in Estado Sentido - post de Nuno Castelo-Branco

  
 


O acidente do vaivém espacial Columbia foi há dezoito anos

  
O Columbia foi o segundo vaivém espacial  construído pelos Estados Unidos, baseado no protótipo Enterprise.
O vaivém espacial Columbia foi o primeiro de uma série de cinco naves espaciais reaproveitáveis. Esta nova forma de viajar ao espaço foi uma tentativa dos Estados Unidos de transformar os voos espaciais em lançamentos rotineiros, de forma a serem economicamente mais viáveis.
Quando o Columbia foi lançado, a 12 de abril de 1981, a previsão que os primeiros modelos fariam até 100 voos e haveria uma média de 24 lançamentos por ano. Contudo, passados mais de 27 anos do primeiro lançamento foram realizados um total de 124 voos, tendo ocorrido dois grandes desastres com a morte das duas tripulações, e o recorde de lançamentos foi de apenas 9, em 1985.
  
   
  
O acidente do vaivém Columbia ocorreu no dia 1 de fevereiro de 2003, durante a fase de reentrada na atmosfera terrestre, a apenas dezasseis minutos de tocar o solo, no regresso da missão STS-107, causando a destruição total da nave e a perda dos sete astronautas que compunham a tripulação. Esta missão de cariz científico teve a duração de dezasseis dias ao longo dos quais foram cumpridas com sucesso, as cerca de oitenta experiências programadas.
Momentos após a desintegração do Columbia, milhares de destroços em chamas caíram sobre uma extensa faixa terrestre, essencialmente no estado do Texas, e na Louisiana, alguns dos quais atingiram casas de habitação, empresas e escolas. Afortunadamente entre a população ninguém ficou ferido.
A recolha dos destroços prolongou-se de forma intensiva até meados de Abril daquele ano, ao longo de 40.000 km² dos quais 2.850 km² percorridos a pé, e os restantes utilizando meios aéreos ou navais junto à linha costeira da Califórnia. Foram recolhidos 83 mil pedaços do Columbia, correspondentes a 37% da massa total da nave, entre os destroços encontravam-se também parte dos restos mortais dos astronautas.
Foi constituída uma comissão independente de inquérito ao acidente, a Columbia Accident Investigation Board (CAIB), que produziu um relatório oficial de 400 páginas após quase sete meses de investigação, no qual foram apontadas as causas técnicas e organizacionais que estiveram directa ou indirectamente envolvidas na origem da destruição do Columbia. Foram ainda perspectivadas hipotéticas soluções de resgate da tripulação e elaboradas 29 recomendações a implementar, 15 das quais de cumprimento obrigatório, sem o qual não poderia haver um regresso aos voos.
  
Foto da tripulação, da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon
   

Música adequada ao miserável dia que hoje alguns celebram...

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domingo, janeiro 31, 2021

Punk's Not Dead! - hoje é dia de ouvir Sex Pistols!

Atahualpa Yupanqui nasceu há 113 anos

    
Atahualpa Yupanqui, pseudónimo de Héctor Roberto Chavero (Pergamino, Buenos Aires, 31 de janeiro de 1908 - Paris, 23 de maio de 1992), foi um compositor, cantor, guitarrista e escritor argentino. É considerado um dos mais importantes divulgadores de música folclórica daquele país. As suas composições foram cantadas por reconhecidos intérpretes, como Mercedes Sosa, Alfredo Zitarrosa, Víctor Jara, Dércio Marques, Ángel Parra, Marie Laforêt e Elis Regina entre outros, continuando a fazer parte do reportório de vários artistas na Argentina e em diferentes partes do mundo.
Filho de pai quéchua e mãe basca, mudou-se, ainda criança, com a família para Agustín Roca, em cujo caminho de ferro o seu pai trabalhava.
Na adolescência, começa a ter aulas de viola com o concertista Bautista Almirón, viajando diariamente 15 quilómetros que o separavam da casa do mestre. É dessa época o pseudónimo Atahualpa Yupanqui, homenagem a Atahualpa e Tupac Yupanqui, os últimos imperadores incas.
     

 


Porque hoje é dia de ouvir Mario Lanza...

Philip Glass - 84 anos

  

Philip Morris Glass (Baltimore, 31 de janeiro de 1937) é um compositor norte-americano que está entre os compositores mais influentes do final do século XX. A sua música é normalmente chamada de minimalista, embora ele não aprecie esta expressão.

É um compositor muito prolífico tendo produzido inúmeros trabalhos entre óperas, sinfonias, concertos, bandas sonoras para filmes e outros trabalhos em colaboração com outros músicos. Tem dois filhos e atualmente reside no estado de Nova Iorque nos Estados Unidos, e na província da Nova Escócia, no Canadá

   

in Wikipédia

  


A antiga rainha Beatriz dos Países Baixos faz hoje 83 anos

 
Beatriz
(Baarn, 31 de janeiro de 1938) foi Rainha dos Países Baixos de 1980 até à sua abdicação, em 2013. É a filha mais velha da rainha Juliana e do seu marido, o príncipe Bernardo de Lippe-Biesterfeld. Ela tornou-se a herdeira presuntiva da sua mãe após a ascensão ao trono desta em 1948. Quando Juliana abdicou, em 30 de abril de 1980, Beatriz sucedeu-lhe como rainha.
Frequentou uma escola primária pública no Canadá, durante a Segunda Guerra Mundial, e depois terminou a sua educação primária e secundária nos Países Baixos no período pós-guerra. Em 1961, recebeu o seu diploma em Direito da Universidade de Leiden. Em 1966, casou-se com Claus von Amsberg, um diplomata alemão, com quem teve três filhos: Guilherme Alexandre, o rei dos Países Baixos (nascido em 1967), príncipe João Friso (1968 - 2013) e príncipe Constantino (nascido em 1969). O seu marido, o príncipe Claus, morreu em 2002. À época da sua abdicação, a rainha Beatriz era a monarca reinante mais velha dos Países Baixos.
O seu reinado viu as possessões caribenhas do país reformuladas, com a secessão de Aruba e tornando-se seu próprio país constituinte dentro do Reino em 1986, assim como a posterior dissolução das Antilhas em 2010, que criou os novos municípios especiais de Bonaire, Santo Eustáquio, e Saba, e os dois novos países constitutivos de Curaçao e São Martinho.
Em 28 de janeiro de 2013, Beatriz anunciou que iria abdicar a 30 de abril, Koninginnedag (Dia da Rainha), em favor de seu filho mais velho, Guilherme Alexandre, o herdeiro do trono. Ele é o primeiro rei dos Países Baixos em 123 anos. Desde a sua abdicação recebeu o título de Princesa Beatriz.
  
  

Terry Kath, o malogrado guitarrista dos Chicago, nasceu há 75 anos

   
Terry Alan Kath (Chicago, Illinois, 31 de janeiro de 1946 - Woodland Hills, Califórnia, 23 de janeiro de 1978)  foi um músico e compositor americano, mais conhecido como membro fundador da banda de rock Chicago. Ele tocou guitarra e foi a voz principal em muitos dos primeiros singles da banda. Foi elogiado pela banda por suas habilidades na guitarra e pelo seu estilo vocal, com influências de Ray Charles.
Crescendo numa família musical, Kath passou por uma variedade de instrumentos na sua adolescência, incluindo a bateria e o banjo. Tocou baixo em várias bandas em meados da década de 60, antes de se estabelecer na guitarra quando formou o grupo que se tornou os Chicago. A sua guitarra foi um componente importante do som do grupo desde o início de sua carreira e ele cantou em vários singles do grupo. Ele usou várias guitarras diferentes, mas acabou se identificando com a Fender Telecaster equipada com uma picape humbucker e decorada com vários adesivos. Kath também foi segundo alguns o guitarrista favorito de Jimi Hendrix.
Kath lutou com problemas de saúde e abuso de drogas no final da década de 70. Ele morreu em janeiro de 1978, de um tiro acidental na cabeça. O luto levou os Chicago a considerar a possibilidade de se extinguirem, mas decidiram retomar o trabalho com a canção memorial "Alive Again". Para comemorar a sua musicalidade, eles lançaram o álbum The Innovative Guitar of Terry Kath em 1997.
As circunstâncias de sua morte lhe renderam o dúbio prestígio de ser a primeira celebridade a vencer um Prémio Darwin.