sexta-feira, novembro 04, 2011

Um dos maiores sismos do século XX ocorreu há 59 anos

(imagem daqui)

Three Kamchatka earthquakes, which occurred off the coast of Kamchatka Peninsula in far eastern Russia in 1737, 1923 and 1952, were megathrust earthquakes and caused tsunamis. They occurred where the Pacific Plate subducts under the Okhotsk Plate at the Kuril-Kamchatka Trench. The depth of the trench at the point of the earthquakes is 7,000–7,500 meters. Northern Kamchatka lies at the western end of the Bering fault, between the Pacific Plate and North American Plate, or the Bering plate There are many more earthquakes and tsunamis originating from Kamchatka, of which the most recent was the 1997 Kamchatka earthquake and tsunami originating near the Kronotsky Peninsula.

1952 earthquake
The main earthquake struck at 16:58 GMT (04:58 local time) on November 4, 1952. Initially assigned a magnitude of 8.2, the quake was revised to 9.0 Mw in later years. A large tsunami resulted, causing destruction and loss of life around the Kamchatka peninsula and the Kuril Islands. Hawaii was also struck, with estimated damages of up to US$1 million and livestock losses, but no human casualties were recorded. Japan also reported no casualties or damage. The tsunami reached as far as Alaska, Chile, and New Zealand.
The hypocentre was located at 52.75°N 159.5°E, at a depth of 30 km. The length of the subduction zone fracture was 600 km. Aftershocks were recorded in an area of approximately 247,000 km2, with epicenters at depths of between 40 and 60 km. A recent analysis of the tsunami runup distribution based on historical and geological records give some indication as to the slip distribution of the rupture.


Mais um álbum da banda Florence and the Machine

Ceremonials is the second studio album by English indie pop band Florence and the Machine, released in the United Kingdom on 31 October 2011 by Island Records. The album is noted for having a larger, more baroque pop sound than its predecessor, Lungs, with critics drawing comparisons to art rock artist Kate Bush. It was preceded by the buzz single "What the Water Gave Me" and the official single "Shake It Out".


A primeira rainha de Portugal morreu há 854 anos

D. Mafalda de Sabóia, condessa de Sabóia e Maurienne (1125 - 4 de Novembro de 1157), também conhecida em português como Matilde (do francês Mahaut), foi a primeira rainha de Portugal, desde 1146 até à sua morte. Está sepultada no Mosteiro de Santa Cruz, junto do marido.
Era filha do conde Amadeu III de Sabóia (1092 - 1175) e da sua esposa Mafalda (ou Matilde) de Albon. Casou-se em 1146 com D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
As rainhas de Portugal contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Por testamento, D. Mafalda reservou determinados direitos de portagem à manutenção de uma albergaria que fundara em Canaveses. O facto induz a pensar que a terra em questão lhe pertencia, embora continuem a subsistir dúvidas sobre se as referências a D. Mafalda se reportam à rainha consorte de D. Afonso Henriques ou à sua neta, filha de D. Sancho I de Portugal.

A Nature faz hoje 142 anos

 Capa da primeira edição da revista Nature
 
Nature é uma das mais antigas revistas científicas do mundo: sua primeira edição é de 4 de novembro de 1869. Entre as inúmeras descobertas científicas publicadas na Nature estão a dos raios X, da estrutura em dupla hélice do ADN e o buraco na camada de ozono. Na astronomia e na cosmologia, a maioria dos avanços sérios são publicados em revistas especializadas, mas um pequeno artigo é publicado frequentemente na Nature como forma de publicidade e para chamar a atenção dos media.
 
Frequência semanal
Circulação internacional
Primeira edição 4 de novembro de 1869
Categoria revista científica
País Reino Unido
Língua(s) Inglês
Sítio oficial Nature
 

James Honeyman-Scott nasceu há 55 anos

James Honeyman-Scott (4 de novembro de 195616 de junho de 1982) foi um guitarrista e compositor britânico, mais conhecido como membro fundador da banda de rock The Pretenders.
Morreu em 1982 vítima de overdose de cocaína e heroína.
 

Yitzhak Rabin foi assassinado há 16 anos

Yitzhak Rabin ao lado de Bill Clinton e Yasser Arafat, num aperto de mãos que selaria o Acordo de paz de Oslo, no dia 13 de setembro de 1993

Quinto primeiro-ministro de Israel, no cargo entre 1974 e 1977, regressou ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi assassinado. Foi também o primeiro chefe de governo a ter nascido no território que se tornaria Israel e o segundo a morrer durante o exercício do cargo.

Judeu, filho de pai nascido nos Estados Unidos e mãe nascida na Rússia, ambos imigrados para a então Palestina, Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém mas quando tinha um ano de idade a sua família mudou-se para Tel-Aviv, onde cresceu e frequentou a escola.
Em 1941, já formado pela Escola de Agricultura Kadoorie, ingressa na Haganá, uma organização paramilitar judaica, e dentro desta no seu corpo de elite, o Palmach, onde foi oficial de operações. Durante a Guerra de Independência (1948-1949) comandou a brigada Harel que conquistou a parte Ocidental de Jerusalém. Com o cessar fogo de 1949, foi membro da delegação israelita nas negociações de paz com o Egito.
Em 1948 contraiu matrimónio com Lea Schlossberg, sua esposa durante os seguintes 47 anos. O casal teve dois filhos, Dalia (Pelossof-Rabin) e Yuval.
Entre 1964 e 1968 exerceu as funções de Chefe do Estado-Maior do Exército israelita, tendo sido um dos responsáveis pela vitória de Israel na guerra de 1967, que o opôs o país aos seus vizinhos árabes.
Após se aposentar das Forças de Defesa de Israel, tornou-se embaixador nos Estados Unidos entre os anos de 1968 e 1973. Nesse ano regressa a Israel, onde é eleito deputado no Knesset (Parlamento), pelo Partido Trabalhista.
Foi Ministro do Trabalho no governo de Golda Meir. Com a queda do governo de Meir, em 1974, Rabin é eleito primeiro-ministro, mas demite-se em 1977.
Entre 1985 e 1990 é membro dos governos de unidade nacional, onde desempenhou as funções de Ministro da Defesa, tendo implementado a retirada das forças israelitas do sul do Líbano. Apanhado desprevenido pela Intifada de dezembro de 1987, tenta, sem sucesso, reprimir o levantamento dos palestinos ordenando que os soldados quebrem os ossos dos manifestantes. Na ocasião, recebeu o pejorativo apelido de "quebra-ossos".
Em 1992 foi eleito líder do Partido Trabalhista, que conduz à vitória nas eleições legislativas de Julho desse ano, tornando-se primeiro-ministro pela segunda vez. Desempenhou um importante papel nos Acordo de Paz de Oslo, que criaram uma Autoridade Nacional Palestiniana com algumas funções de controle sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Em Outubro de 1994 assinou o tratado de paz com a Jordânia.
Foi galardoado com o Nobel da Paz em 1994 pelos seus esforços a favor da paz no Oriente Médio, honra que partilhou com o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres, e com o então líder da OLP, Yasser Arafat.
No dia 4 de novembro de 1995 foi assassinado pelo estudante judeu ortodoxo Yigal Amir, militante de extrema-direita que se opunha às negociações com os palestinianos, quando participava num comício pela paz na Praça dos Reis (hoje Praça Yitzhak Rabin) em Tel Aviv. A sua viúva faleceu em 2000 de cancro no pulmão. O túmulo do casal encontra-se no cemitério do Monte Herzl em Jerusalém.

quinta-feira, novembro 03, 2011

Música adequada à época


Sobre um espantoso texto antissemita publicado num jornal partidário

(imagem daqui)

A máquina da morte e a utopia
Jorge Messias


«Enquanto o proletariado tiver necessidade do Estado, não será no interesse da liberdade mas sim para reprimir os seus adversários! E no dia em que for possível falar-se livremente de liberdade, o Estado deixará de existir...» 
(F. Engels, «Carta a Bebel»)


«A liberdade política é uma ideia e não uma realidade. Ideia que, no entanto, é preciso saber aplicar quando for necessário atrair as massas populares a um lado da questão. Eis onde surgirá o triunfo da nossa teoria. A questão será de fácil solução caso o adversário tenha recebido o poder de uma ideia de liberdade a que se chama liberalismo. As rédeas do poder serão tomadas facilmente porque a força cega de um povo não pode ficar um só dia que seja sem guia. Assim, a nova força nada mais tem a fazer do que assumir um comando enfraquecido pelo liberalismo»  
(Protocolos dos Sábios de Sião, 1.º Mandamento)


«Há uma necessidade urgente de uma autoridade verdadeira no mundo, para ordenar a economia mundial, reavivar economias atingidas pela crise e evitar qualquer deterioração e os desequilíbrios maiores que dela resultariam. Obviamente, essa autoridade teria de dispor do poder de garantir o cumprimento das suas decisões ...» 
(Bento XVI, «A Caridade com Verdade»)


A rede conspirativa que se vai instalando na terra tem claramente origem em formações capitalistas proclamadamente religiosas. Basta olhar-se para o esquema organizativo que vai chegando ao conhecimento público para nele se reconhecer a mãozinha sinuosa dos jesuítas e dos illuminati maçónicos. O que está em jogo tem sempre dois pés para andar: um deles, vai sendo gradualmente desvirtuado, o da utopia do Estado; o outro, avança e calça a botifarra nazi.

A história dos Protocolos poderia, em princípio, parecer um conto de fadas. Mas os quadros dos anúncios que aí se promovem são bem reais. A democracia e as liberdades foram um sonho mal escrito e mal entendido pelos homens. As maiorias enganaram-se nas encruzilhadas dos caminhos. E a própria Igreja surgiu com uma inesperada novidade: agora, as hierarquias querem destruir as estruturas da sua própria Igreja para depois realizarem o sonho mefistofélico de uma cristandade apocalíptica que represente o universo de interesses dum Estado capitalista mundial. Tudo poderia ser pura imaginação não fosse o caso do enunciado teórico dos Protocolos ser acompanhado por uma listagem de objectivos a curto e médio prazos: um governo mundial oculto que promova uma Nova Ordem mundial; um único sistema económico, financeiro e monetário, de obediência universal; o fim das crises económicas através da ocupação, por um só exército, de todas as fontes mundiais de matérias-primas e energia, mesmo que para isto seja de prever o desencadear de uma III Guerra Mundial; e o estabelecimento de uma Religião Única cuja chefia seja desempenhado pela Igreja Católica.

Todos os antecedentes desta Nova Era estão lançados ou funcionam já. Há políticas altamente complexas, como as que intervêm na crise financeira internacional, no terrorismo, nas área do gás e do petróleo, etc., que necessariamente estão a ser já coordenadas por um único governo oculto. As grandes disputas financeiras que convergem nos benefícios das grandes fortunas e nas mega fusões, nas troikas ou nas guerrilhas entre os mercados denunciam a existência actual de gigantescas centrais capitalistas articuladas entre si. Em tudo, desde as relações entre as pessoas até ao convívio entre os estados, os ricos serão mais ricos e os pobres conhecerão a miséria. Embora as lutas de classes subam de tom.

Dá-se como certo que na base deste tenebroso programa final figuram os sionistas, o Vaticano e a Maçonaria. Nada custa a crer que assim seja: o plano actual da Nova Era tem as marcas do «Apocalipse», das ambições planetárias ilimitadas dos grandes estados ocidentais, das alfurjas das caves do Vaticano e da Maçonaria e das tenebrosas ordens secretas, laicas ou religiosas.

Uma nota informativa complementar: os Protocolos não são proféticos. Não foram redigidos de uma só vez, para sempre. São fichas que incluem tópicos de matérias já conhecidas no seu tempo. Depois, vão sendo actualizadas à medida do tempo que passa. E os seus mentores e condutores do processo são os illuminati que repartem ligações entre a Santa Sé, a Maçonaria, o Pentágono e a Wall Street.

Voltaremos a este tema. Quem lê os jornais portugueses cada vez mais se enreda na confusão.


 (imagem daqui)

NOTA: um texto (Os Protocolos dos Sábios de Sião) que eu achava ser impossível de se publicar ou ser citado num jornal que não fosse o Jornal do Incrível ou um pasquim de extrema-direita aparece no jornal oficial de um partido português...! O jornal oficial do PCP a citar um documento forjado pela polícia secreta czarista, uma aldrabice mil vezes refutada e que serviu para legitimar diversos pogroms,  o Holocausto nazi (e, se calhar, as perseguições estalinistas aos judeus, sob o pretexto de serem cosmopolitas...) é uma coisa do outro mundo. Depois, no mesmo texto, citar uma carta de Engels em que se debate as guerras intestinas da esquerda alemã de meados do século XIX e que apontam para o desaparecimento do Estado (substituído pela anarquia...?!?) e uma Encíclica do actual Papa, preocupado com a situação económica mundial e com a pobreza que está a provocar, é, no mínimo, ridículo. Se este texto foi caucionado pelos órgãos centrais do PCP, afigura-se-me que o seu Comité Central precisa de estudar um bocadinho. Se não, como é possível tamanha confusão na cabecinha de um senhor que se, por acaso, até se chama Messias...?!?

 (imagem daqui)


 (imagem daqui)

Gonçalves Dias morreu há 147 anos

Antônio Gonçalves Dias (Caxias, 10 de agosto de 1823 - Guimarães, 3 de novembro de 1864) foi um poeta e teatrólogo brasileiro.

Nascido em Caxias, era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça cafuza brasileira (o que muito o orgulhava de ter o sangue das três raças formadoras do povo brasileiro: branca, indígena e negra), e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que veio a falecer em 1837.
Iniciou seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835 quando foi matriculado em uma escola particular.
Foi estudar na Europa, em Portugal em 1838 onde terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou nos grupos medievalistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Antonio Feliciano de Castilho. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do exílio e parte dos poemas de "Primeiros cantos" e "Segundos cantos"; o drama Patkull; e "Beatriz de Cenci", depois rejeitado por sua condição de texto "imoral" pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste período que escreveu fragmentos do romance biográfico "Memórias de Agapito Goiaba", destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões a pessoas ainda vivas.
No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas, inclusive “Ainda uma vez — Adeus” foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de história e latim do Colégio Pedro II, além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia, publicando crónicas, folhetins teatrais e crítica literária.
Em 1849 fundou com Manuel de Araújo Porto-alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época. Em 1851 voltou a São Luís do Maranhão, a pedido do governo para estudar o problema da instrução pública naquele estado.
Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casou-se com Olímpia da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país.
Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta que foi esquecido agonizando em seu leito e se afogou. O acidente ocorreu nos baixios de Atins, perto da vila de Guimarães no Maranhão.
Sua obra pode ser enquadrada no Romantismo. Procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o Indianismo.Por sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil à literatura nacional.


Ainda uma vez - adeus!

I
Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!

II
Dum mundo a outro impelido,
Derramei os meus lamentos
Nas surdas asas dos ventos,
Do mar na crespa cerviz!
Baldão, ludíbrio da sorte
Em terra estranha, entre gente,
Que alheios males não sente,
Nem se condói do infeliz!

III
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!

IV
Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.

V
Mas que tens? Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pôde o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!

VI
Nenhuma voz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendida?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias - bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mal sabes quanto lutei!

VII
Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?

VIII
Devera, sim; mas pensava,
Que de mim t'esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T'esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu, quinhão de dor!

IX
Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-te os olhos em pranto,
Arfa-te o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu to juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!

X
Tudo, tudo; e na miséria
Dum martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
"Ela é feliz (me dizia)
"Seu descanso é obra minha."
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!

XI
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!

XII
Enganei-me!... - Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra.
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu'era...
E um louco fui, nada mais!

XIII
Louco, julguei adornar-me
Com palmas d'alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
C'o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.

XIV
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora,
Por culpa minha, infeliz;
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!

XV
És doutro agora, e pr'a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!

XVI
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!

XVII
Adeus qu'eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!

XVIII
Lerás porém algum dia
Meus versos d'alma arrancados,
D'amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; - e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, - de compaixão.

A AAC, a mais antiga associação de estudantes de Portugal, nasceu há 124 anos

A Associação Académica de Coimbra Com CCom SEMH IHMH L (sigla: AAC), fundada a 3 de novembro de 1887, é a mais antiga associação de estudantes de Portugal. Representa os cerca de 20 000 estudantes da Universidade de Coimbra, que são automaticamente considerados seus sócios quando se encontrem inscritos nesta universidade.
A AAC alberga uma série de secções culturais e desportivas. Entre as secções culturais pontificam, o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) que realiza anualmente o Festival "Caminhos do Cinema Português", a Rádio Universidade de Coimbra (RUC), a Secção de Jornalismo (que edita o jornal universitário "A Cabra"), a secção de fado, o Grupo de folclore e etnografia (GEFAC) e os grupos de teatro (TEUC e CITAC). As secções desportivas abrangem um vasto leque de desportos, tais como o hóquei em patins, futebol, andebol, basquetebol, rugby, canoagem, natação, voleibol, ténis, artes marciais e xadrez, entre outros. A "Académica" é assim o "clube" mais eclético do pais, uma vez que "pratica" o maior número de modalidades.
Também referido como "Académica", o clube de futebol profissional mais conhecido de Coimbra, de seu verdadeiro nome Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC–OAF), é considerado o herdeiro da secção de futebol da AAC (que se mantém na pratica amadora), mas é hoje um clube independente, cuja ligação com a AAC é cada vez mais ténue.
A AAC é dirigida pela Direcção Geral (DG), composta por estudantes, e eleita anualmente entre Novembro e Dezembro em eleições abertas a todos os sócios, tanto estudantes como os sócios seccionistas. À DG compete a administração da AAC bem como a representação política dos estudantes. Em termos políticos, é ainda de referir a importância das Assembleias Magnas, assembleias sobretudo de discussão da política da Academia, abertas a todos os sócios, cujas decisões têm de ser obrigatoriamente cumpridas, independentemente da opinião da DG. Este poder decisório da Assembleia Magna torna-a no palco de discussões acesas, sobretudo entre os estudantes politizados. No passado recente, tem havido no mínimo 5-6 Assembleias Magnas por ano, com participação oscilante, mas um mínimo de cerca de 200 sócios. Infelizmente, a falta de interesse generalizado por estas questões na nossa sociedade, particularmente nas faixas etárias mais jovens, faz-se reflectir na fraca participação das Assembleias Magnas. No entanto, a AAC continua a lutar para pautar a política educativa do Ensino Superior em Portugal. O actual edifício da AAC foi inaugurado em 1961 e alberga praticamente todas as secções da AAC, estando integrado num quarteirão que inclui ainda uma sala de espectáculos (Teatro Académico de Gil Vicente) e um complexo de cantinas.

Henri Matisse morreu há 57 anos

Henri-Émile-Benoît Matisse (Le Cateau-Cambrésis, 31 de dezembro de 1869 - Cimiez, 3 de novembro de 1954) foi um artista francês, conhecido por seu uso da cor e sua arte de desenhar fluida e original. Foi um desenhista, gravurista e escultor, mas é principalmente conhecido como um pintor. Matisse é considerado, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp, como um dos três artistas seminais do século XX, responsável por uma evolução significativa na pintura e na escultura. Embora fosse inicialmente rotulado de fauvista (besta selvagem), na década de 1920, ele foi cada vez mais aclamado como um defensor da tradição clássica na pintura francesa. Seu domínio da linguagem expressiva da cor e do desenho, exibido em um conjunto de obras ao longo de mais de meio século, valeram-lhe o reconhecimento como uma figura de liderança na arte moderna.


Petite pianiste, robe bleue, fond rouge - 1924

A Laika, o primeiro animal que viajou no espaço, morreu há 54 anos

Laika (1954 - 1957), uma raça de cães da Sibéria e norte da Rússia, literalmente: ("que ladra") foi o primeiro ser vivo terrestre a orbitar a Terra e o fez a bordo da nave soviética Sputnik II, em 3 de novembro de 1957, um mês depois do lançamento do satélite Sputnik I, o primeiro objeto artificial a entrar em órbita.
Laika morreu entre cinco e sete horas depois do lançamento, bem antes do planeado. A causa de sua morte, que só foi revelada décadas depois do voo, foi, provavelmente, uma combinação de stress sofrido e o superaquecimento, talvez ocasionado por uma falha no sistema de controle térmico da nave. Apesar do acidente, essa experiência demonstrou ser possível para um animal suportar as condições de microgravidade, abrindo caminho assim para participação humana em voos espaciais.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Poesia de Teixeira de Pascoaes para celebrar a data em que se celebra o seu nascimento



O Que Eu Sou


Nocturna e dúbia luz
Meu ser esboça e tudo quanto existe...
Sou, num alto de monte, negra cruz,
Onde bate o luar em noite triste...


Sou o espírito triste que murmura
Neste silencio lúgubre das Coisas...
Eu é que sou o Espetro, a Sombra escura
De falecidas formas mentirosas.


E tu, Sombra infantil do meu Amor,
És o Ser vivo, o Ser Espiritual,
A Presença radiosa...
......................Eu sou a Dor,
Sou a trágica Ausência glacial...


Pois tu vives, em mim, a vida nova,
E eu já não vivo em ti...
Mas quem morreu?
Foste tu que baixaste à fria cova?
Oh, não! Fui eu! Fui eu!


Horrível cataclismo e negra sorte!
Tu foste um mundo ideal que se desfez
E onde sonhei viver após a morte!
Vendo teus lindos olhos, quanta vez,
Dizia para mim: eis o lugar
Da minha espiritual, futura imagem...
E viverei à luz daquele olhar,
Divino sol de mística Paisagem.


Era minha ambição primordial
Legar-lhe a minha imagem de saudade;
Mas um vento cruel de temporal,
Vento de eternidade,
Arrebatou meu sonho! E fugitiva
Deste mundo se fez minha alegria;
Mais morta do que viva,
Partiu contigo, Amor, à luz do dia
Que doirou de tristeza o teu caixão...
Partiu contigo, ao pé de ti murmura;
É magoada voz na solidão,
Doce alvor de luar na noite escura...
E beija o teu sepulcro pequenino;
Sobre ele voa e erra,
Porque o teu Ser amado é já divino
E o teu sepulcro, abrindo-se na terra,
Penetrou-a de luz e santidade...
E para mim a terra é um grande templo
E, dentro dele, a Imagem da Saudade...
E rezo de joelhos, e contemplo
Meu triste coração, saudoso altar
Alumiado de sombra, escura luz...
Nele deitado estás como a sonhar,
Meu pequenino e místico Jesus...
Lágrimas dos meus olhos são as flores
Que a teus pés eu deponho...
Enfeitam tua Imagem minhas dores,
E alumia-te, às noites, o meu sonho.


Todo me dou em sacrifício à tua
Imagem que eu adoro.
Sou branco incenso à triste luz da lua:
Eu sou, em névoa, as lágrimas que choro...


in Elegias - Teixeira de Pascoaes

Teixeira de Pascoaes nasceu há 134 anos

(imagem daqui)

Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante, 8 de novembro de 1877 - Gatão, 14 de dezembro de 1952) foi um poeta e escritor português, principal representante do Saudosismo.

Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências."
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente. No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoais morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.
Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento.


NOTA: Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de Novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/baptismo refere indubitavelmente que ele nasceu às cinco horas da tarde de 8 de novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoais, Pascoaes terá adoptado 2 de Novembro, como data do seu aniversário, por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma "porta" para o "Mais Além".

A Rainha Sofia de Espanha nasceu há 73 anos

Sofia da Grécia (nascida Princesa Sofia Margarida Vitória Frederica Glucksburg da Grécia e Dinamarca, Atenas, 2 de novembro de 1938) é a actual rainha consorte de Espanha, sendo esposa de Juan Carlos I.
Primogénita de Paulo I da Grécia, cristão ortodoxo, da família dinamarquesa Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, e da Rainha Frederica (nascida Princesa Frederica de Hanôver), Sofia teve que se exilar, ainda criança, com sua família, no Egito e na África do Sul, durante a Segunda Guerra Mundial, retornando em 1946.
Terminou sua educação na America e posteriormente na Grécia onde estudou pediatria, música e arqueologia. Conheceu seu futuro esposo o então Príncipe Juan Carlos de Bourbon em 1961 e casou-se em 14 de Maio de 1962 em Atenas, convertendo-se ao catolicismo.
Em 1969, o Príncipe Juan Carlos foi indicado como sucessor do generalíssimo Francisco Franco. Em 1975, quando da morte de Franco, o casal foi proclamado rei e rainha, respectivamente.

O brasão de armas da Rainha Sofia

Pasolini foi morto há 36 anos

Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922 - Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta italiano.
Era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira, e de Susanna Colussi, professora primária, natural de Casarsa della Delizia (Friul), ao norte da Itália.Teve um irmão Guidalberto Pasolini (1925 - 1945) que faleceu em uma emboscada lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, porém, o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo, e sua mãe se mudou para casa de sua família em Casarsa della Delizia, na região de Friuli.
Em 1939 Pasolini graduou-se em Literatura pela Universidade de Bologna. Era homossexual assumido, tendo experimentado seu primeiro amor homossexual com um dos seus alunos. Ao mesmo tempo, um estudante esloveno, Pina Kalč, se apaixonou por Pasolini.
Pier Paolo Pasolini era um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta tinha sido professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo (livro). De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.
Em 26 de janeiro de 1947 Pasolini escreveu uma declaração polémica para a primeira página do jornal Libertà: "Em nossa opinião, pensamos que, actualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura." A controvérsia foi parcialmente devido ao fato de ele ainda não ser um membro do Partido Comunista Italiano PCI. Após a sua adesão aos PCI, participou de várias manifestações e, em maio de 1949, participou do Congresso da Paz em Paris. Observando-se as lutas dos trabalhadores e camponeses, e vendo os confrontos dos manifestantes com a polícia italiana, ele começou a criar seu primeiro romance. No entanto, em outubro do mesmo ano, Pasolini foi acusado de corrupção de menores e atos obscenos em lugares públicos. Como resultado, foi expulso pela secção de Udine do Partido Comunista e perdeu o emprego de professor que tinha obtido no ano anterior em Valvasone. Ficou em uma situação difícil, e em janeiro de 1950 Pasolini se mudou para Roma com sua mãe.
Realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Oréstia, de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia Africana). Seus filmes são muito conhecidos por criticarem a estrutura do governo italiano (na época fortemente ligado à igreja católica), que promovia a alienação e hábitos conservadores na sociedade. Além disso, seu cinema foi marcado por uma constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno. Prova disso é a obra Teorema, em que um indivíduo entra na vida de uma família e a desestrutura por inteiro (cada membro da família representa uma instituição da sociedade). Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: Il Decameron, I Raconti di Canterbury e Il fiore delle mille e una notte. Pasolini, em um determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando que eles foram apropriados erroneamente pela indústria cultural, que os classificava como pornográficos.
Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irão, Nepal e Iémen. Os filmes eram dublados em italiano. Pelo conteúdo pretensamente classificado como erótico, foi proibido nos Estados Unidos e só foi exibido na década de 80. No Brasil só foi exibido após a abertura política. Em Accattone, de 1961, Pasolini pôs em prática sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da época. Gostava de trabalhar com atores amadores e do povo.
Foi brutalmente assassinado em novembro de 1975. Tinha o rosto desfigurado e várias lesões no corpo. Foi encontrado no hidro-aeródromo de Ostia. Os motivos de seu assassinato continuam gerando polémica até hoje, sendo associados a crime político ou um mero latrocínio. Um processo judicial concluiu que o cineasta foi assassinado por um prostituto, que teria por intuito assaltá-lo. Tal versão, porém, não se sustenta mais. Existem estudos, filmes e programas de TV que põem por terra a versão acatada pela justiça italiana. No ano de 2005, Pino Pelosi declarou não ter sido ele o assassino de Pasolini, depois de ter cumprido pena como assassino confesso.


Hoje é Dia de Finados

O Dia da Morte, pintura de William-Adolphe Bouguereau

O Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados, conhecido ainda como Dia dos Mortos, é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de novembro.
Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade de Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Job 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apoia em uma prática de quase dois mil anos.

terça-feira, novembro 01, 2011

Acordar



Acordar - Paulo Gonzo

São duas da tarde e ainda estava a dormir,
foi bom teres falado estou mesmo a sair
Essa voz maviosa, logo pela manhã,
bate-me com mais speed que um Gorosan

Ai como é bom assim acordar,
com o sol na janela e a magia no ar
Olhar nos teus olhos e ver coisas sem fim,
e voltar para casa com esta música, dentro de mim

Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ii uh ah ra,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ai,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ii uh ah ra,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah
ai, ai como é bom assim acordar

Um fim de tarde como este, aqui para nós,
mesmo com outros parece que estamos sós
Mais um café que a noite já aí vem,
gente como tu é o melhor que o mundo tem

Ai como é bom assim acordar,
com o sol na janela e a magia no ar
Olhar nos teus olhos e ver coisas sem fim,
e voltar para casa com esta música, dentro de mim

Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ii uh ah ra,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ai,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah ii uh ah ra,
Ptu ru ptu tu ru ptu, tu ri ah
ai, ai como é bom assim acordar

O famoso Terramoto de Lisboa ocorreu há 256 anos

Gravura em cobre alusiva ao terramoto de 1755 em Lisboa

O sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755 ou Terramoto de Lisboa, ocorreu no dia 1 de Novembro de 1755, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um tsunami - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos (há quem aponte muitos mais). Foi um dos sismos mais mortíferos da História, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9 na escala de Richter.
O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e sócio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna Sismologia. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire, inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da filosofia do sublime.