quarta-feira, agosto 07, 2024

Há um novo/velho culpado para o desaparecimento da recente megafauna...

Novo estudo revela a verdadeira história do desaparecimento dos maiores animais da Terra

 

 

 

Após uma meta-análise de mais de 300 artigos científicos, uma equipa de investigadores da Universidade de Aarhus concluiu que foi a caça humana, e não as alterações climáticas, o principal fator de extinção dos grandes mamíferos nos últimos 50.000 anos.

Nos últimos 50.000 anos, muitas espécies de grande porte, ou megafauna, pesando pelo menos 45 quilos, foram extintas.

Um novo estudo conduzido por investigadores da Universidade de Aarhus sugere agora que estas extinções foram predominantemente causadas pela caça humana e não pelas alterações climáticas, apesar das flutuações climáticas significativas registadas durante este período.

Esta conclusão é apoiada por análises exaustivas que incorporam provas da caça humana, dados arqueológicos e estudos em vários domínios científicos, demonstrando que a atividade humana foi um fator mais decisivo nestas extinções do que as alterações climáticas anteriormente dramáticas.

O debate tem-se prolongado durante décadas: foram os seres humanos ou as alterações climáticas que levaram à extinção de muitas espécies de grandes mamíferos, aves e répteis que desapareceram da Terra nos últimos 50 000 anos?

Por “espécies grandes”, explica o Sci Tech Daily, entendemos os animais que pesavam pelo menos 45 kg, conhecidos como megafauna. Com base nos restos mortais encontrados até agora, pelo menos 161 espécies de mamíferos foram levadas à extinção durante este período.

As espécies mais afetadas por estes eventos de extinção foram as de maior porte: os herbívoros terrestres que pesavam mais de uma tonelada, os megaherbívoros.

Há cerca de 50 mil anos, existiam 57 espécies de megaherbívoros. Atualmente, restam apenas 11, que também registaram declínios drásticos nas suas populações, mas não ao ponto de se extinguirem completamente.

De acordo com os resultados do novo estudo, apresentadas num artigo recentemente publicado na revista Cambridge Prisms: Extinction, muitas destas espécies desaparecidas foram caçadas até à extinção pelo homem.

 

Diferentes domínios de investigação

Os autores do estudo incorporaram vários campos de investigação, incluindo estudos diretamente relacionados com a extinção de grandes animais, tais como

  • O momento das extinções de espécies
  • As preferências alimentares dos animais
  • As exigências climáticas e de habitat
  • Estimativas genéticas do tamanho de populações passadas
  • Evidências de caça humana

Além disso, incluíram uma vasta gama de estudos de outros domínios necessários para compreender o fenómeno, tais como

  • História do clima nos últimos 1-3 milhões de anos
  • História da vegetação ao longo dos últimos 1-3 milhões de anos
  • Evolução e dinâmica da fauna nos últimos 66 milhões de anos
  • Dados arqueológicos sobre a expansão humana e o estilo de vida, incluindo as preferências alimentares

De acordo com os investigadores, as dramáticas alterações climáticas ocorridas durante os últimos períodos interglaciais e glaciais, conhecidos como o Plistocénico tardio, de 130.000 a 11.000 anos atrás, afetaram as populações e a distribuição de animais e plantas de grande e pequeno porte em todo o mundo.

No entanto, apenas foram observadas extinções significativas apenas entre os animais de grande porte, especialmente os maiores.

Uma observação importante é que os períodos glaciares e interglaciares anteriores, igualmente dramáticos, ocorridos nos últimos dois milhões de anos, não causaram uma perda seletiva de megafauna.

Especialmente no início dos períodos glaciares, as condições de frio e seca causaram extinções em massa em algumas regiões, como as árvores na Europa. No entanto, não se verificaram extinções seletivas de animais de grande porte.

“A grande e muito seletiva perda de megafauna ocorrida nos últimos 50.000 anos é única nos últimos 66 milhões de anos” explica Jens-Christian Svenning, investigador da Universidade de Aarhus e primeiro autor do artigo.

“Períodos anteriores de alterações climáticas não conduziram a grandes extinções seletivas, o que contraria o papel importante atribuído ao clima nas extinções da megafauna”, acrescenta Svenning.

“Outro padrão significativo que argumenta contra um papel do clima é o facto de as recentes extinções da megafauna terem sido tão graves em áreas climaticamente estáveis como em áreas instáveis”, realça o investigador.

Os arqueólogos encontraram armadilhas concebidas para animais de grande porte e as análises de isótopos de ossos humanos antigos e de resíduos proteicos de pontas de lança mostram que caçavam e comiam os maiores mamíferos.

“Os primeiros humanos modernos eram caçadores eficazes mesmo das maiores espécies animais e tinham claramente a capacidade de reduzir as populações de animais de grande porte”, diz Svenning.

“Estes animais de grande porte eram e são particularmente vulneráveis à sobre-exploração porque têm longos períodos de gestação, produzem muito poucas crias de cada vez e demoram muitos anos a atingir a maturidade sexual“, detalha o cientista dinamarquês.

A análise mostra que a caça humana de animais de grande porte, como mamutes, mastodontes e preguiças gigantes, foi generalizada e consistente em todo o mundo.

Também mostra que as espécies se extinguiram em alturas muito diferentes e a ritmos diferentes em todo o mundo. Em algumas áreas locais, a extinção ocorreu muito rapidamente, enquanto noutros locais demorou mais de 10.000 anos.

Mas, em todo o lado, ocorreu após a chegada dos humanos modernos ou, no caso de África, após os avanços culturais entre os humanos.

  

in ZAP

Saudades dos fados de Edmundo Bettencourt...

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

 

Génesis

O mundo existe desde que eu fui nado.
Tudo o mais é um… era uma vez
- A história que se contou.

No princípio criou-se o leite que mamei
E eu vi que era bom e chorei
Quando a fonte materna secou.

A terra era sem forma
E vazia;
Havia trevas no abismo.

E formou-se o chão
E amassou-se o pão
Que eu comi.
(Era este aquela esponja que eu mordia,
Que eu babava,
Que eu sujava,
Que uma gente andrajosa pedia).

E então se fez
A geração remota dos papões:
Nascera a esmola, o medo, a prece
E o rosto que empalidece…
E a rosa criou-se,
Desejada,
E logo o espinho,
A lágrima,
O sangue.
Este era vermelho e doce,
A lágrima doce, brilhante, salgada;
No espinho havia o gosto
Da vingança perfumada.

E eu vi que tudo era bom.
E fizeram-se os luminares,
Porque eu tinha olhos,
E o som fez-se de cantares
E de gemidos,
Porque eu tinha ouvidos.
Nasceram as águas
E os peixes das águas
E alguns seres viventes da terra
E as aves dos céus.
O homem que então era vagamente feito,
Dominou o homem, comprimiu-lhe o peito,
E fizeram-se as mágoas
E o adeus,

E eu vi que tudo era bom.

A mulher só mais tarde se fez:
Foi duma vez
Em que eu e ela nos somámos
E ficamos três.

Nisto e no mais se gastaram
Sete longuíssimos dias,
O mundo era feito
E embora por tudo e nada imperfeito,
Eu vi que era bom.

Acaba o mundo
Quando eu morrer.
Sim… será o fim!
Também tu deixas de existir,
No mesmo dia.

E o resto que seguir
É profecia.



in As Três Pessoas (1938) - Políbio Gomes dos Santos

Hoje é dia de celebrar o longo caminho de Caetano Veloso...!

 

It's a Long Way - Caetano Veloso 

 

Woke up this morning
Singing an old, old Beatles song
We're not that strong, my Lord
You know we ain't that strong

I hear my voice among others
In the break of day
Hey, brothers
Say, brothers

It's a long, long, long, long way
It's a long way
It's a long, it's a long, long, long
It's a long way

Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse a mais tempo
Não amava quem amei

It's a long way
It's a long, it's a long way
It's a long, long, long
It's a long way

Arrenego de quem diz
Que o nosso amor se acabou
Ele agora está mais firme
Do que quando começou

It's a long road
It's a long, it's a long road
It's a long and winding road

It's a long and winding road
It's a long and winding road
It's a long and winding, long and winding road

A água com areia brinca na beira do mar
A água passa e a areia fica no lugar

It's a hard, it's a hard
It's a hard, hard long way

E se não tivesse o amor
E se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar (ah, o amor)
E se não tivesse o amor

No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca

Rabindranath Tagore morreu há oitenta e três anos...

     
Rabindranath Tagore (Calcutá, 7 de maio de 1861 - Calcutá, 7 de agosto de 1941), alcunhado de Gurudev, foi um polímata bengali. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX. Como autor de Gitânjali, que em português se chamou "Oferenda Lírica" e os seus "versos profundamente sensíveis, frescos e belos", sendo o primeiro não-europeu a conquistar, em 1913, o Nobel de Literatura. As canções poéticas de Tagore eram vistas como espirituais e mercuriais; no entanto, a sua "prosa elegante e poesia mágica" permanecem amplamente desconhecidas fora de Bengala. Ele é às vezes referido como "o Bardo de Bengala". Tagore foi talvez a figura literária mais importante da literatura bengali. Foi um destacado representante da cultura hindu, cuja influência e popularidade internacional talvez só poderia ser comparada com a de Gandhi, a quem Tagore chamou 'Mahatma' devido à sua profunda admiração.
Um brâmane pirali de Calcutá, Tagore já escrevia poemas aos oito anos. Com a idade de dezasseis anos, publicou a sua primeira poesia substancial, sob o pseudónimo Bhanushingho ("Leão do Sol") e escreveu os seus primeiros contos e dramas em 1877. Tagore condenava a Índia imperial britânica e apoiou a sua independência. Os seus esforços residiam num vasto conjunto de regras e na instituição que ele fundou, Universidade Visva-Bharati.
Tagore modernizou a arte bengali, desprezando as rígidas formas clássicas. Os seus romances, histórias, canções, danças dramáticas e ensaios falavam sobre temas políticos e pessoais. Gitanjali (Ofertas de Música), Gora (Enfrentamento Justo) e Ghare-Baire (A Casa e o Mundo) são suas mais conhecidas obras. Os seus versos, contos e romances foram aclamados por seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e contemplação. Tagore é talvez o único literato que escreveu a letra dos hinos dos dois países (Bangladesh e Índia): Hino nacional de Bangladesh e Jana Gana Mana.
   
Biografia
O mais novo de treze filhos sobreviventes, Tagore nasceu na mansão Jorasanko em Calcutá, filho de pais Tagore Debendranath (1817-1905) e Sarada Devi (1830-1875). Os patriarcas da família Tagore eram os bramos fundadores da fé Adi Darma. Ele foi educado na maior parte do tempo por criados, uma vez que sua mãe morreu quando ele tinha poucos anos de vida e o seu pai viajava muito. Tagore frequentou pouco o ensino regular, preferindo perambular pela mansão ou por locais próximos: Bolpur, Panihati e outros. Após sua iniciação upanaiana aos onze anos, Tagore deixou Calcutá em 14 de fevereiro de 1873 para uma viagem pela Índia com seu pai, durante vários meses. Eles visitaram o estado de seu pai, e pararam em Amritsar antes de chegar à estação do monte Himalaia de Dalhousie. Lá, o jovem "Rabi" leu biografias e foi educado em casa em história, astronomia, ciência moderna e sânscrito e analisou a poesia de Kālidāsa. Finalizou grandes obras em 1877, inclusive uma série de dez canções (publicadas pela Visva Bharati University, no volume 21 da sua obra musical completa), cujos textos foram escritos no estilo maithili, iniciado séculos antes por Vidyapati. Publicado sob pseudónimo, os estudiosos aceitaram-nas como as obras perdidas de Bhānusiṃha, um poeta Vaiṣṇava do século XVII recém-descoberto. Escreveu "Bhikharini" (1877), "A Mulher Pedinte", o primeiro conto em língua bengali e Sandhya Sangit (1882) - incluindo o famoso poema "Nirjharer Swapnabhanga" ("O Vigor da Cachoeira").
Estudou Direito na Inglaterra de 1878 a 1880. Retornando ao país em 1890 para administrar propriedades agrícolas da família, dedica-se ao desenvolvimento da agricultura e a projetos de saúde e educacionais. Com formação filosófica, chega a criar uma escola em 1901, dedicada ao ensino das culturas e filosofias ocidentais e orientais. A sua obra poética compreende uma coleção de três mil poemas em língua bengali sobre temas religiosos, políticos e sociais.
A obra em prosa, orientada por preocupações humanistas, é extensa. Inclui oito novelas, 50 ensaios e contos.
Como músico, compôs cerca de duas mil canções num estilo próprio conhecido como "rabindra-sangita", no qual fundiu a música clássica indiana (sobretudo a hindustani) com as tradições folclóricas de diferentes partes da Índia, mas sobretudo de sua terra natal, Bengala. No campo da música, pode-se afirmar que foi um inovador, já que procurou expressar musicalmente as cores e subtilezas de seus versos inspirados. Segundo Arnold Bake "nas suas composições, Tagore trouxe de volta o sentido do significado e da importância das palavras, afastando-a dos floreios e ornamentos para o seu próprio bem". Assim, enquanto na música clássica hindustani as palavras possuem um papel subsidiário e o raga se desenvolve através de improvisações que por vezes tornam o texto incompreensível, no estilo de Tagore as regras de prosódia são sempre seguidas e os ornamentos vocais são discretos, para que o sentido do texto não deixe de ser compreendido. Essa foi aliás uma das preocupações do jovem Rabindranath que, já em 1881, recém-chegado da Inglaterra, ansiava por um maior entrelaçamento entre poesia e música, tal como demonstrou na sua palestra "Songit o Bhab" (Música e Emoção), publicada posteriormente numa coletânea de artigos sobre música intitulada "Pensamento Musical"(Songit Cinta).
No campo da sua produção literária, o volume de poesias mais conhecido é Oferenda Poética (1913-1915). Os seus últimos trabalhos, entre eles Cantos Musicais (1910), são classificados dentro do Simbolismo.
Tagore participou do movimento nacionalista indiano e era amigo pessoal de Mahatma Gandhi que o chamou de Sentinela da Índia. Como escritor, tornou-se famoso na Índia já nos primeiros anos de carreira, alcançando notoriedade no Ocidente quando da publicação de seus textos traduzidos para o inglês, muitos deles pelo próprio autor. Tagore ganhou a admiração de escritores como William Butler Yeats, que assinou a introdução do seu livro Gitangali, na sua edição britânica.
Em 1913, torna-se o primeiro escritor asiático a ser agraciado com o Nobel de Literatura. Renuncia, em 1919, como forma de protesto contra a política britânica em relação ao Punjab, ao título de Sir, concedido pela Coroa Britânica, em 1915.
   
(...)   
 
Em 1971, Amar Shonar Bangla tornou-se o hino nacional do Bangladesh. Foi escrito - ironicamente - em protesto contra a Partição de Bengala de 1905, ao longo das linhas comunais: cortar a maioria muçulmana do leste de Bengala da Bengala Ocidental, dominada pelos hindus, era evitar um banho de sangue regional. Tagore via a partição como um plano astuto para deter o movimento de independência, e ele pretendia reacender a unidade bengali e asfaltar o comunalismo. Jana Gana Mana foi escrito em shadhu-bhasha, uma forma sânscrita de bengali, e é a primeira das cinco estrofes do hino Brahmo Bharot Bhagyo Bidhata que Tagore compôs. Foi cantado pela primeira vez em 1911 em uma sessão de Calcutá do Congresso Nacional Indiano e foi adotado em 1950 pela Assembleia Constituinte da República da Índia como seu hino nacional. 
   

 
À Espera do Amado 

Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta? 


 

in O Coração da Primavera - Rabindranath Tagore

Caetano Veloso comemora hoje oitenta e dois anos

 
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso (Santo Amaro, 7 de agosto de 1942) é um músico, produtor, arranjador e escritor brasileiro. Com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, Caetano construiu uma obra musical marcada pela releitura e renovação e considerada amplamente como possuidora de grande valor intelectual e poético. Embora desde cedo tivesse aprendido a tocar violão em Salvador, escrito entre os anos de 1960 e 1962 críticas de cinema para o Diário de Notícias e conhecido o trabalho dos cantores de rádios e dos músicos de bossa nova (notavelmente João Gilberto, seu "mestre supremo" e com quem dividiria o palco anos mais tarde), Caetano iniciou o seu trabalho profissionalmente apenas em 1965, com o compacto "Cavaleiro/Samba em Paz", enquanto acompanhava a irmã mais nova, Maria Bethânia, nas suas apresentações nacionais do espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro.

Nessa década, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, participou dos festivais de música popular da Rede Record e compôs bandas sonoras de filmes. Em 1967, saiu seu primeiro LP, Domingo, com Gal Costa, e, no ano seguinte, liderou o movimento chamado Tropicalismo, que renovou o cenário musical brasileiro e os modos de se apresentar e criar música no Brasil, através do disco Tropicalia ou Panis et Circencis, ao lado de vários músicos. Em 1968, face ao endurecimento do regime militar no Brasil, compôs o hino "É Proibido Proibir", que foi desclassificado e amplamente vaiado durante o III Festival Internacional da Canção. Em 1969, foi preso pelo regime militar e partiu para exílio político em Londres, onde lançou o disco Caetano Veloso (1971), disco com temática melancólica e com canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil. O disco Transa (1972) representou seu retorno ao país e seu experimento com compassos de reggae. Em 1976, uniu-se a Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia para formar os Doces Bárbaros, grupo influenciado pela temática hippie dos anos 1970, lançando um disco, Doces Bárbaros, e saindo em turnê. Na década de 80, mais sóbrio, apadrinhou e se inspirou nos grupos de rock brasileiros, aventurou-se na produções dos discos Outras Palavras, Cores, Nomes, Uns e Velô, e, em 1986, participou de um programa de televisão com Chico Buarque. Na década de 90, escreveu o livro Verdade Tropical (1997) e o disco Livro (1998). Ganhou o Prémio Grammy em 2000, na categoria World Music. Com o disco A Foreign Sound, cantou clássicos norte-americanos. Em 2006, lançou o álbum , fruto de sua experimentação com o rock e o underground. Unindo estes géneros ao samba, Zii e Zie, de 2009, manteve a parceria com a Banda Cê, que encerrou-se no disco Abraçaço, de 2012.

Caetano Veloso é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960, tendo já sido chamado de "aedo pós-moderno". Em 2004, foi considerado um dos mais respeitados e produtivos músicos latino-americanos do mundo, tendo mais de cinquenta discos lançados e canções em bandas sonoras de filmes como Hable con Ella, de Pedro Almodovar e Frida, de Julie Taymor. Ao longo de sua carreira, também se converteu numa das personalidades mais polémicas no Brasil. É uma das figuras mais importantes da música popular brasileira e considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX, sendo comparado a nomes como Bob Dylan, Bob Marley, John Lennon e Paul McCartney.
Foi eleito pela revista Rolling Stone, o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra, e pela mesma revista, o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos.
     

 

Jorge Silva Melo nasceu há 76 anos...


Jorge Freitas e Silva Melo (Lisboa, 7 de agosto de 1948 - Lisboa, 14 de março de 2022) foi um encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português.

 

O poeta-psicólogo Carlos Lopes Pires nasceu há 68 anos


Carlos Lopes Pires
       
Carlos Lopes Pires nasceu a 7 de agosto de 1956, em Quadrazais, aldeia situada perto da Serra de Malcata, junto ao rio Côa. Passou a residir em Leiria a partir dos cinco anos de idade. Licenciou-se em Psicologia pela Universidade de Coimbra onde lecionou na mesma área. Obras publicadas: A Invenção do Tempo e Outros Poemas (Átrio, 1993), Falar às Aves (1993), O Livro de Pó (Poemas de Terra e Adeus) (1994), O Livro dos Salmos (Poemas de Redenção e Nada) (1994), O Caminho do País Lilás (Editorial Notícias, 1995), Viver (1995; 2ª ed. revista em 1997 pela Editorial Diferença), O Livro dos Cânticos (Poemas de Amor e ausência) (Editorial Notícias, 1995), A Poeira dos Dias (Editorial Notícias, 1996), A Última Ceia (Editorial Diferença, 1996; 2ª ed. revista em 1997), O Perfume da Flor (romance, Editorial Diferença, 1996), A Fuga das Cidades (Editorial Diferença, 1997), De Immenso (Editorial Diferença, 1997), Todas as Estrelas do Mundo (em co-autoria com Maria Rosa Colaço; Editorial Diferença, 1997), Alguém que tu Conheces (Editorial Diferença, 1998), Imensitude (poesia, Editorial Diferença, 1999; com fotos de Saul Neves de Jesus).
 
 
 

Teoria sobre as coisas felizes

 

Conheço as coisas pelos olhos.
Seus olhos redondos e leves,
que levam as mãos de orvalho
até ao fundo do coração.

Coração de lágrimas, coração de rosas.

E sinto-as. Sinto-as quando sobem
pela pele como se fossem navios
a unir todo o mar. O mar que move
o mundo e o sustenta
com suas traves de água imensa.

O mar das coisas felizes.

 

Carlos Lopes Pires

Oliver Hardy morreu há 67 anos...

   
Oliver Hardy (Harlem, 18 de janeiro de 1892Los Angeles, 7 de agosto de 1957) foi um ator cómico norte americano que formou, ao lado de Stan Laurel, a famosa dupla Laurel and Hardy (“Bucha e Estica”), que atuou desde a época do cinema mudo até à sua morte, em 1957.

 
in Wikipédia

 


Bruce Dickinson, o vocalista dos Iron Maiden, celebra hoje 66 anos

 
Paul Bruce Dickinson (Nottinghamshire, 7 de agosto de 1958) é um cantor, compositor, historiador, filósofo, esgrimista, radialista, autor, roteirista, piloto de avião e, inicialmente, diretor de marketing, mais conhecido como o vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden.
Bruce começou a sua carreira musical em pequenas bandas na escola e na faculdade, como a banda Styx em 1976, Speed (em 1977 e 1978) e Shots no começo de 1979. Ele entrou, então, na banda Samson no fim de 1979, onde ganhou um pouco de popularidade com o nome artístico "Bruce Bruce." Ele saiu dos Samson em 1981 para entrar nos Iron Maiden, substituindo Paul Di'Anno, e estreando no álbum The Number of the Beast. Durante a sua primeira participação na banda, foram lançados vários álbuns de sucesso, resultando na fama mundial de Bruce, que se tornou um dos vocalistas de heavy metal mais conceituados.
Bruce saiu dos Maiden em 1993, para seguir com sua a carreira a solo, sendo substituído por Blaze Bayley, que o viu como um experiência em vários estilos de rock e metal. Bruce juntou-se aos Iron Maiden novamente em 1999 juntamente com o guitarrista Adrian Smith, com quem lançou mais 4 álbuns de estúdio. Desde então, Bruce lançou apenas mais um álbum em sua carreira solo, Tyranny of Souls. Ele é o primo mais velho de Rob Dickinson, primeiro vocalista da banda britânica de rock alternativo Catherine Wheel. O seu filho, Austin, é o vocalista da banda de metalcore Rise to Remain. No dia 19 de julho de 2011 recebeu um doutoramento honoris causa pelo Queen Mary College de Londres, pela sua contribuição para a indústria musical. Segundo a Hit Parader, Bruce Dickinson é considerado o 7º melhor vocalista de heavy metal do mundo.
 
    
      

 


Mata Hari nasceu há 148 anos...

      
Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem e que foi condenada à morte, por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
    

Edmundo Bettencourt nasceu há 125 anos...

(imagem daqui)

  

Edmundo Alberto Bettencourt (Funchal, 7 de agosto de 1899 - Lisboa, 1 de fevereiro de 1973) foi um cantor e poeta português notavelmente conhecido por interpretar o Fado e a Canção de Coimbra e pelo seu papel determinante na introdução de temas populares neste género musical. Notabilizou-se pela composição musical "Saudades de Coimbra" a qual é ainda hoje uma referência da música portuguesa universitária.  

Edmundo era neto de Júlio César de Bettencourt, Morgado da Calheta. Caso o morgadio não tivesse sido extinto, Edmundo teria sido o Morgado. 

Frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, foi funcionário público, até ser despedido, por o seu nome figurar entre os milhares de signatários das listas do MUD, desenvolvendo, então, a atividade de delegado de propaganda médica. Integrou o grupo fundador de Presença, cujo título sugerira, e em cujas edições publica O Momento e a Legenda. Dissocia-se do grupo presencista em 1930, subscrevendo com Miguel Torga e Branquinho da Fonseca uma carta de dissensão, onde é acusado o risco em que a revista incorria de enquadrar o "artista em fórmulas rígidas", esquecendo o princípio de "ampla liberdade de criação" defendido nos primeiros tempos" (cf. "O Modernismo em Portugal", entrevista de João de Brito Câmara a Edmundo de Bettencourt, reproduzida em A Phala, n.° 70, maio de 1999, p. 114). A redação de Poemas Surdos, entre 1934 e 40, alguns dos quais publicados na revista lisboeta Momento, permite antedatar o surto do surrealismo em Portugal, enquanto adesão a um "sistema de pensamento, no que ele tem de fuga à chamada realidade, repúdio dos valores duma civilização e esperança de ação num domínio onde por tradição ela é quase sempre negada", embora não seja possível esclarecer com especificidade qual foi o conhecimento que Bettencourt teve da lição surrealista francesa.

Frequentou os cafés Royal e Gelo, onde se reuniu a segunda geração surrealista, vindo a publicar seis inéditos no n.° 3 da revista Pirâmide (1959-1960), em cujas páginas, entre 59 e 60, foram dadas à luz algumas das produções do grupo do Gelo. Publicou ainda esparsamente outros poemas em Momento, Vértice, Búzio. Depois de um silêncio, que deve ser compreendido não como desistência "mas sim [como] uma peculiar forma de revolta que o poeta defende carinhosamente", colige toda a sua produção, permitindo a edição, em 1963, dos Poemas de Edmundo de Bettencourt, prefaciados por Herberto Helder, poeta que, pela primeira vez, faz justiça à originalidade do autor de Poemas Surdos, considerando-o "uma das pouquíssimas vozes modernas entre o milagre do Orpheu e o breve momento surrealista português" (HELDER, Herberto - "Relance sobre a Poesia de Edmundo de Bettencourt", prefácio a Poemas de Edmundo de Bettencourt, Lisboa, Portugália, 1963, p. XXXII). Com efeito, o versilibrismo, o imagismo e certa atmosfera onírica e irreal conferem à sua poesia um lugar de destaque no segundo modernismo, estabelecendo, simultaneamente, a ponte com o vanguardismo de Orpheu e com tendências surrealistas e imagistas verificadas em gerações posteriores à Presença.

 

in Wikipédia

 

Nebulosa


Certo passado audaz sempre revive,
apenas, sob um céu menos escuro.
Quem vive para o futuro,
já o vive!
 
Futuro!
Quando te posso ver, por ti, plena aurora,
condena-te a presença:
és este agora
que possuo
como a abelha suga a rosa…
e sem que o resto me importe.
  
Mas ante sou depois, ver-te ou pensar-te
é ver uma nebulosa
– é como pensar na morte.

 
 
 
Edmundo Bettencourt

Políbio Gomes dos Santos nasceu há 113 anos...

(imagem daqui)

    

Políbio Gomes dos Santos (Ansião, 7 de agosto de 1911 - Ansião, 3 de agosto de 1939, foi um poeta português.
Políbio, frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército em Lisboa e terminou os seus estudos liceais em Coimbra, tendo aí ingressado na Faculdade de Letras.
Devido a ter adoecido, em setembro de 1938, com tuberculose, esteve internado no Sanatório da Guarda.
Foi um dos colaboradores dos Cadernos da Juventude, da Presença, do Sol Nascente e do O Diabo, assim como fez parte do grupo Novo Cancioneiro, de tendência neo-realista.
Atualmente, existe o Prémio Literário Políbio Gomes dos Santos, em homenagem ao poeta.
  

 

Poema da Voz que Escuta
 

Chamam-me lá em baixo.
São as coisas que não puderam decorar-me:
As que ficaram a mirar-me longamente
E não acreditaram;
As que sem coração, no relâmpago do grito,
Não puderam colher-me.
Chamam-me lá em baixo,
Quase ao nível do mar, quase à beira do mar,
Onde a multidão formiga
Sem saber nadar.
Chamam-me lá em baixo
Onde tudo é vigoroso e opaco pelo dia adiante
E transparente e desgraçado e vil
Quando a noite vem, criança distraída,
Que debilmente apaga os traços brancos
Deste quadro negro - a Vida.
Chamam-me lá em baixo:
Voz de coisas, voz de luta.
É uma voz que estala e mansamente cala
E me escuta
.
 

 

in Voz que Escuta (1939) - Políbio Gomes dos Santos

Verginia Apgar morreu há cinquenta anos...

         
Virginia Apgar (Westfield, New Jersey, 7 de junho de 1909Nova Iorque, 7 de agosto de 1974) foi uma médica norte-americana que se especializou em anestesia. Ela foi uma líder em vários campos da anestesiologia e, efetivamente, foi a responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia. Para o público em geral, ela é mais conhecida como a responsável pelo desenvolvimento do Índice de Apgar, um método de avaliação de saúde de recém-nascidos que reduziu drasticamente a mortalidade infantil em todo o mundo.
A Dra. Apgar jamais casou e faleceu, aos 65 anos, no Columbia-Presbyterian Medical Center.
      
    
     
     
A Escala ou Índice de Apgar é um teste desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, médica norte-americana, que consiste na avaliação de cinco sinais objetivos do recém-nascido no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2, sendo utilizado para avaliar as condições dos recém-nascidos. Os sinais avaliados são: frequência cardíaca, respiração, tónus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. O somatório da pontuação (mínimo zero e máximo dez) resultará no Índice de Apgar e o recém-nascido será classificado como ausência de asfixia (Apgar 8 a 10), com asfixia leve (Apgar 5 a 7), com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) e com asfixia grave - Apgar 0 a 2.
No momento do nascimento, este índice é útil como parâmetro para avaliar as condições do recém-nascido e orientar nas medidas a serem tomadas quando necessárias. As notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são registadas na Ficha Médica e permitem identificar posteriormente as condições de nascimento desta criança (se ela nasceu sem asfixia ou com asfixia leve, moderada ou grave).
Quando o bebe nasce, iniciamos a contagem do tempo e avaliamos o índice de Apgar no primeiro e no quinto minutos de vida da criança.
É o método mais comummente empregado para avaliar o ajustamento imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando as suas condições de vitalidade. Para cada um dos 5 pontos é atribuída uma nota de 0 a 2. Somam-se as notas de cada pontos e temos o total, que pode dar uma nota mínima de 0 e máxima de 10. Uma nota de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos significa que o bebé nasceu em ótimas condições. Uma nota 7 significa que o bebé teve uma dificuldade leve. De 4 a 6, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade de ordem grave. Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem tratamento, pode levar a alterações metabólicas no organismo do bebé, gerando uma situação potencialmente perigosa, a chamada anóxia (falta de oxigenação). O boletim Apgar de primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da situação presente, índice que pode traduzir sinal de asfixia e da necessidade de ventilação mecânica. Já o Apgar de quinto minuto e o de décimo minuto são considerados mais importantes, levando ao prognóstico da saúde neurológica da criança (sequelas neurológicas ou morte).
   
Tabela para cálculo do índice
Pontos 0 1 2
Frequência cardíaca Ausente <100/min >100/min
Respiração Ausente Irregular Forte/Choro
Tónus muscular Flácido Flexão de pernas e braços Movimento ativo e boa flexão
Cor Cianose  ou palidez Cianose de extremidades Rosado
Irritabilidade reflexa ao cateter nasal Ausente Alguns  movimento ou caretas Espirros ou choro

  

Um duplo atentado em África matou, há vinte e seis anos, 223 pessoas...

Aftermath at the US embassy in Nairobi

The 1998 United States embassy bombings were a series of attacks that occurred on August 7, 1998, in which hundreds of people were killed in simultaneous truck bomb explosions at the United States embassies in the East African capitals of Dar es Salaam, Tanzania, and Nairobi, Kenya. The date of the bombings marked the eighth anniversary of the arrival of American forces in Saudi Arabia.
The attacks were linked to local members of the Egyptian Islamic Jihad, brought Osama bin Laden and Ayman al-Zawahiri to the attention of the American public for the first time, and resulted in the U.S. Federal Bureau of Investigation placing bin Laden on its Ten Most Wanted Fugitives list. The FBI also connected the attack to Azerbaijan, as 60 calls via satellite phone were placed by Bin Laden to associates in Baku regarding the strike. Fazul Abdullah Mohammed was credited for being the mastermind behind the bombings.
 
A Nissan Atlas truck, similar to that used in Dar es-Salaam
   
The bombings are widely believed to have been revenge for American involvement in the extradition, and alleged torture, of four members of Egyptian Islamic Jihad (EIJ) who had been arrested in Albania in the two months prior to the attacks. Between June and July, Ahmad Isma'il 'Uthman Saleh, Ahmad Ibrahim al-Sayyid al-Naggar, Shawqi Salama Mustafa Atiya and Mohamed Hassan Tita were all renditioned from Albania to Egypt, with the cooperation of the United States; the four men were accused of participating in the assassination of Rifaat el-Mahgoub, as well as a later plot against the Khan el-Khalili market in Cairo. The following month, a communique was issued warning the United States that a "response" was being prepared to repay them for their interference.
According to journalist Lawrence Wright, the Nairobi operation was named after the Holy Kaaba in Mecca; the Dar es Salaam bombing was called Operation al-Aqsa in Jerusalem, but "neither had an obvious connection to the American embassies in Africa. Bin Laden initially said that the sites had been targeted because of the 'invasion' of Somalia; then he described an American plan to partition Sudan, which he said was hatched in the embassy in Nairobi. He also told his followers that the genocide in Rwanda had been planned inside the two American embassies."
Wright concludes that bin Laden's actual goal was "to lure the United States into Afghanistan, which had long been called 'The Graveyard of Empires.'" According to a 1998 memo authored by Mohammed Atef and seized by the FBI, around the time of the attacks, al-Qaeda had both an interest in and specific knowledge of negotiations between the Taliban and the American-led gas pipeline consortium CentGas.
In May 1998, a villa in Nairobi was purchased by one of the bombers for the purpose of accommodating bomb building in the garage. Sheikh Ahmed Salim Swedan purchased a beige Toyota Dyna truck in Nairobi and a 1987 Nissan Atlas refrigeration truck in Dar es Salaam. Six metal bars were used to form a "cage" on the back of the Atlas to accommodate the bomb.
In June 1998, KK Mohamed rented House 213 in the Illala district of Dar es Salaam, about four miles (6 km) from the U.S. Embassy. A white Suzuki Samurai was used to haul bomb components hidden in rice sacks, from House 213.
In both Nairobi and Dar es Salaam, Mohammed Odeh supervised construction of two massive, 900kg destructive devices. The Nairobi bomb was made of 400 to 500 cylinders of TNT (about the size of soda cans), aluminum nitrate, aluminum powder and detonating cord. The explosives were packed into some twenty specially designed wooden crates that were sealed and then placed in the bed of the trucks. Muhsin Musa Matwalli Atwah ran a wire from the bomb to a set of batteries in the back of the truck cab and then to a detonator switch beneath the dashboard. The Dar es Salaam bomb used a slightly different construction: the TNT was attached to fifteen oxygen tanks and gas canisters, and was surrounded with four bags of ammonium nitrate fertilizer and some sand bags to tamp and direct the blast.
The bombings were scheduled for August 7, the eighth anniversary of the arrival of American troops in Saudi Arabia, likely a choice by Osama bin Laden.
   
Attacks and casualties
On August 7, between 10:30 am and 10:40 am local time (3:30–3:40 am Washington time), suicide bombers in trucks laden with explosives parked outside the embassies in Dar es Salaam and Nairobi, and almost simultaneously detonated. In Nairobi, approximately 212 people were killed, and an estimated 4,000 wounded; in Dar es Salaam, the attack killed at least 11 and wounded 85. Seismological readings analyzed after the bombs indicated energy of between 3–17 tons of high explosive material. Although the attacks were directed at American facilities, the vast majority of casualties were local citizens; 12 Americans were killed, including two Central Intelligence Agency employees in the Nairobi embassy, Tom Shah and Molly Huckaby Hardy, and one Marine, Sergeant Jesse Aliganga, a Marine Security Guard at the Nairobi embassy.
While driver Azzam drove the Toyota Dyna quickly toward the Nairobi embassy along with Mohamed Rashed Daoud Al-Owhali, local security guard Benson Okuku Bwaku was warned to open the gate immediately – and fired upon when he refused to comply. Al-Owhali threw a stun grenade at embassy guards before exiting the vehicle and running off. Osama bin Laden later offered the explanation that it had been Al-Owhali's intention to leap out and shoot the guards to clear a path for the truck, but that he had left his pistol in the truck and subsequently ran off. As Bwaku radioed to Marine Post One for backup, the truck detonated.
The explosion damaged the embassy building and flattened the neighbouring Ufundi Building where most victims were killed, mainly students and staff of a secretarial college housed here. The heat from the blast was channelled between the buildings towards Haile Selassie Avenue where a packed commuter bus was burned. Windows were shattered in a radius of nearly one kilometer. A large number of eye injuries occurred because people in buildings nearby who had heard the first explosion of the hand grenade and the shooting went to their office windows to have a look when the main blast occurred and shattered the windows.
Meanwhile, the Atlas truck in Dar es Salaam was being driven by Hamden Khalif Allah Awad, known as "Ahmed the German" due to his blonde hair, a former camp trainer who had arrived in the country only a few days earlier. The death toll was less than in Nairobi as the U.S. embassy was located outside the city center on Bagamoyo Road on a large plot with no immediate neighbours close to the gate where the explosion occurred.
Following the attacks, a group calling itself the "Liberation Army for Holy Sites" took credit for the bombings. American investigators believe the term was a cover used by Egyptian Islamic Jihad, who had actually perpetrated the bombing.
   
Aftermath and international respons
In response to the bombings, President Bill Clinton ordered Operation Infinite Reach, a series of cruise missile strikes on targets in Sudan and Afghanistan on August 20, 1998, announcing the planned strike in a prime time address on American television.
In Sudan, the missiles destroyed the Al-Shifa pharmaceutical factory, where 50% of Sudan's medications for both people and animals were manufactured. The Clinton administration claimed that there was ample evidence to prove that the plant produced chemical weapons, but a thorough investigation after the missile strikes revealed that the intelligence was false.
The United Nations Security Council passed Resolution 1189 condemning the attacks on the embassies.
Both embassies were heavily damaged and the Nairobi embassy had to be rebuilt. It is now located across the road from the office of the World Food Programme for security purposes. A few months after the attacks and subsequent American missile strikes in Afghanistan, the American energy company Unocal withdrew its plans for a gas pipeline through Afghanistan.
Within months following the bombings, the United States Department of State Bureau of Diplomatic Security added Kenya to its Antiterrorism Assistance Program (ATA), which was originally created in 1983. While the addition was largely a formality to reaffirm America's commitment to fighting terrorism in Kenya, it nonetheless sparked the beginning of an active bilateral antiterrorism campaign between the United States and Kenya. The U.S. Government also rapidly and permanently increased the monetary aid to Kenya. Immediate changes included a $42 million grant targeted specifically towards Kenyan victims.
  

Que saudade de Edmundo Bettencourt...

Música de aniversariante de hoje...

Poema de aniversariante de hoje...

 

 

a minha poesia

é uma profunda ignorância

 

senhor

faz com que seja ainda mais

 

e que nela habitem os insectos

e as crianças da chuva

 

e que cada verso louve

a abundância da tua ausência

 

e que nela não haja soberba

orgulho ou impaciência

 

mas apenas silêncio

 

 

Carlos Lopes Pires

terça-feira, agosto 06, 2024

Música para recordar uma data triste...

 

    

A rosa de Hiroxima
Rio de Janeiro, 1954


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

 

Vinicius de Moraes