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sexta-feira, setembro 20, 2024

Poema alusivo a uma desgraça sobre outra desgraça...

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(imagem daqui


183

 

a ti suspiramos

neste vale de lágrimas

 

onde choramos e

gememos

 

nesta espécie de

desterro

 

neste lugar

que já foi de árvores

 

nesta água

outrora limpa

 

e agora um

lamaçal

 

 

in "a palavra que diz o mundo" diário poético de carlos lopes pires

quarta-feira, agosto 07, 2024

O poeta-psicólogo Carlos Lopes Pires nasceu há 68 anos


Carlos Lopes Pires
       
Carlos Lopes Pires nasceu a 7 de agosto de 1956, em Quadrazais, aldeia situada perto da Serra de Malcata, junto ao rio Côa. Passou a residir em Leiria a partir dos cinco anos de idade. Licenciou-se em Psicologia pela Universidade de Coimbra onde lecionou na mesma área. Obras publicadas: A Invenção do Tempo e Outros Poemas (Átrio, 1993), Falar às Aves (1993), O Livro de Pó (Poemas de Terra e Adeus) (1994), O Livro dos Salmos (Poemas de Redenção e Nada) (1994), O Caminho do País Lilás (Editorial Notícias, 1995), Viver (1995; 2ª ed. revista em 1997 pela Editorial Diferença), O Livro dos Cânticos (Poemas de Amor e ausência) (Editorial Notícias, 1995), A Poeira dos Dias (Editorial Notícias, 1996), A Última Ceia (Editorial Diferença, 1996; 2ª ed. revista em 1997), O Perfume da Flor (romance, Editorial Diferença, 1996), A Fuga das Cidades (Editorial Diferença, 1997), De Immenso (Editorial Diferença, 1997), Todas as Estrelas do Mundo (em co-autoria com Maria Rosa Colaço; Editorial Diferença, 1997), Alguém que tu Conheces (Editorial Diferença, 1998), Imensitude (poesia, Editorial Diferença, 1999; com fotos de Saul Neves de Jesus).
 
 
 

Teoria sobre as coisas felizes

 

Conheço as coisas pelos olhos.
Seus olhos redondos e leves,
que levam as mãos de orvalho
até ao fundo do coração.

Coração de lágrimas, coração de rosas.

E sinto-as. Sinto-as quando sobem
pela pele como se fossem navios
a unir todo o mar. O mar que move
o mundo e o sustenta
com suas traves de água imensa.

O mar das coisas felizes.

 

Carlos Lopes Pires

Poema de aniversariante de hoje...

 

 

a minha poesia

é uma profunda ignorância

 

senhor

faz com que seja ainda mais

 

e que nela habitem os insectos

e as crianças da chuva

 

e que cada verso louve

a abundância da tua ausência

 

e que nela não haja soberba

orgulho ou impaciência

 

mas apenas silêncio

 

 

Carlos Lopes Pires