Seis espécies extintas que os cientistas ainda podem trazer de volta
Tigre da Tasmânia, no Jardim Zoológico de Hobart, em 1933
A desextinção está a progredir a passos largos. Esta semana, pela primeira vez na história, foi ressuscitada uma espécie anteriormente extinta: o Lobo Gigante. Mas há outras seis criaturas que a ciência poderá trazer de volta à vida.
Esta segunda-feira foi anunciada a primeira desextinção da história.
O Lobo Gigante, um canino extinto que caçou pela última vez há milhares de anos nas florestas e planícies da América do Norte da era Pleistocénica, terá sido agora ressuscitado pela Colossal Biosciences.
Estes lobos (Aenocyon dirus) viveram durante a última era glaciar (entre 2,6 milhões e 11.700 anos atrás) e foram extintos há mais de 10.000 anos.
A desextinção começa com amostras de ADN das espécies perdidas. Idealmente fazer-se-ia com o genoma completo; mas, na maior parte das vezes, os cientistas juntam genes da espécie extinta ao genoma de um animal vivo estreitamente relacionado.
Depois, num processo conhecido como transferência nuclear, os investigadores implantam esta sequência num óvulo retirado da espécie viva parecida. O animal resultante sairá geneticamente semelhante ao animal extinto.
Ou seja, apesar de se usar vulgarmente o termo “desextinção”, até ao momento, ainda não é possível trazer a 100% as espécies extintas.
Apesar disso, depois do Lobo Gigante, espera-se que os cientistas anunciem em breve outras espécies míticas desaparecidas. A Live Science fez uma lista de seis espécies extintas que os cientistas ainda podem trazer de volta.
Mamute-lanoso
Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) viveram entre 300.000 e 10.000 anos atrás, durante a última era glacial.
No entanto, uma pequena população isolada conseguiu sobreviver na Ilha Wrangel (na Rússia) até cerca de 4.000 anos atrás.
As mudanças no clima no final da idade do gelo, a caça e a diminuição da diversidade genética da população levou os mamutes-lanosos à extinção.
O permafrost no Ártico preservou as carcaças dos mamutes-lanosos e até a estrutura 3D do seu genoma.
Isto significa que os cientistas podem extrair ADN bem preservado e, potencialmente, montar uma sequência genética semelhante à dos animais originais.
Uma transferência nuclear seria feita, idealmente, com um óvulo de elefante moderno para dar origem a uma espécie semelhante ao mamute-lanoso.
A Colossal Biosciences prometeu trazer as primeiras crias deste mamute até 2028.
Dodó
O dodó (Raphus cucullatus) era uma ave grande que não voava, exclusiva da Maurícia, uma ilha ao largo da costa de Madagáscar.
Os dodós extinguiram-se no século XVII como resultado direto da colonização europeia e tornaram-se, por isso, um emblema da extinção causada pelo Homem.
Os colonizadores chegaram à Maurícia em 1598, trazendo consigo várias espécies não nativas, como ratos, gatos e até macacos.
Estes animais saquearam os ovos e as crias dos ninhos de dodó, reduzindo o número de aves na ilha para níveis críticos em apenas algumas décadas.
Juntamente com a desflorestação e a caça dos dodós pelos humanos, a predação acabou por levar à extinção da espécie em 1681.
Como refere a Live Science, atualmente, o ADN do dodó sobrevive em espécimes de museus de história natural. Em 2022, os cientistas reuniram o primeiro genoma de dodó.
No entanto, trazer o dodó de volta à vida não vai ser tão fácil como parece. Um dos grandes desafios é introduzir diversidade genética na sequência de ADN do dodó, para que não se crie uma população de clones.
Tigre da Tasmânia
Exemplar jovem de um tigre-da-Tasmânia em 1910
O tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), era um marsupial carnívoro, semelhante a um lobo, com riscas na parte inferior das costas, que viveu em toda a atual Austrália.
A espécie desapareceu do continente entre 3.000 e 2.000 anos atrás, mas uma população persistiu na ilha da Tasmânia.
No final do século XIX, os primeiros colonos europeus da Tasmânia começaram a caçar este animal, que era um predador de gado.
As matanças subsequentes levaram estes tigres à extinção, tendo o último indivíduo morrido num jardim zoológico em 1936.
Os também conhecidos como tilacinos são um bom candidato à desextinção porque existem muitos espécimes intactos dos quais se pode extrair ADN.