segunda-feira, outubro 29, 2018

O paleontólogo Othniel Charles Marsh nasceu há 187 anos

Othniel Charles Marsh (Lockport, 29 de outubro de 1831 - New Haven, 18 de março de 1899) foi um paleontólogo dos Estados Unidos da América, pioneiro da aplicação da teoria da evolução à interpretação de espécies fósseis.
Marsh nasceu no estado de Nova Iorque, no seio de uma família abastada. Estudou em vários colégios e instituições privadas até 1860, quando se formou em Geologia e Mineralogia na Universidade de Yale. Nos anos seguintes prosseguiu os estudos na Alemanha, onde aprofundou os seus conhecimentos em paleontologia e anatomia na Universidade de Berlim, Universidade de Breslau e Universidade de Heidelberg. Regressando aos Estados Unidos em 1866, tornando-se professor de Paleontologia de Vertebrados em Yale. É por volta desta altura que convence o seu tio, George Peabody, a financiar o Museu Peabody de História Natural, ainda hoje existente em Yale.
O principal trabalho da carreira científica de Marsh como paleontólogo foi o estudo de diversas espécies basais de equídeos. As suas interpretações foram pioneiras no estabelecimento de uma linha evolutiva, desde as formas primitivas do grupo até aos representantes modernos do género Equus, e ajudaram a credibilizar a teoria da evolução de Charles Darwin.
Os equídeos não foram, no entanto, o único foco da sua carreira científica. Marsh estudou muitos outros grupos e, em 1871, foi o primeiro paleontólogo a identificar exemplares de pterossauros na América. Outras descobertas fundamentais da sua autoria foram diversas espécies de aves cretácicas, como o Ichthyornis e o Hesperornis, e dinossauros como o Apatosaurus e o Allosaurus.
À medida que as descobertas de fósseis se desenvolviam e novas espécies eram descritas, a paleontologia popularizou-se, em particular devido a exemplares espectaculares de carnívoros de grandes dimensões como o tiranossauro. O interesse do público incentivou a criação de museus de história natural, que competiam entre si pelas exibições mais atractivas. Em consequência, a procura de fósseis acelerou, bem como a competição entre paleontólogos por novas descobertas. Marsh protagonizou com Edward Drinker Cope uma rivalidade paleontológica que mereceu a designação de “guerra dos ossos” nos media de então. Estimulados pela concorrência do adversário, Marsh e Cope descreveram cerca de 120 novas espécies de dinossauro entre si, nos finais do século XIX.
Marsh morreu em 1899 e está sepultado em New Haven, no Connecticut.
   

Marsh named the following dinosaur genera:
 He named the suborders Ceratopsia (1890), Ceratosauria (1884), Ornithopoda (1881), Stegosauria (1877), and Theropoda.
He also named the families Allosauridae (1878), Anchisauridae (1885), Camptosauridae (1885), Ceratopsidae (1890), Ceratosauridae, Coeluridae, Diplodocidae (1884), Dryptosauridae (1890), Nodosauridae (1890), Ornithomimidae (1890), Plateosauridae (1895), and Stegosauridae (1880).
He also named many individual species of dinosaurs.
Dinosaurs named by others in honour of Marsh include Hoplitosaurus marshi (Lucas, 1901), Iaceornis marshi (Clarke, 2004), Marshosaurus (Madsen, 1976), Othnielia (Galton, 1977), and Othnielosaurus (Galton, 2007).
Marsh's finds formed the original core of the collection of Yale's Peabody Museum of Natural History. The museum's Great Hall is dominated by the first fossil skeleton of Brontosaurus that he discovered, which was reclassified as Apatosaurus for a time. However, an extensive study published in 2015 concluded that Brontosaurus was a valid genus of sauropod distinct from Apatosaurus.
He donated his home in New Haven, Connecticut, to Yale University in 1899. The Othniel C. Marsh House, now known as Marsh Hall, is designated a National Historic Landmark. The grounds are now known as the Marsh Botanical Garden.
Marsh was elected a member of the American Antiquarian Society in 1877.
Marsh formulated the Law of brain growth, which states that, during the tertiary period, many taxonomic groups presented gradual increase in the size of the brain. This evolutionary law remains being used due to its explanatory, and to a certain extent, predictive potential

 

O cientista Bernardino António Gomes nasceu há 250 anos


Bernardino António Gomes (1768-1823): 250 anos do nascimento, 206 anos da purificação do primeiro alcalóide


Em 29 de outubro de 2018, assinalaram-se os 250 anos do nascimento de Bernardino António Gomes (1768-1823), médico e cientista português, aniversário que já foi aqui lembrado por Carlos Fiolhais. A sua contribuição pioneira para a extracção e purificação do primeiro alcalóide na forma de base pura, obtido da casca da quina (cinchona), usada no tratamento da malária, foi um feito notável que está na origem do desenvolvimento da química medicinal moderna baseada em compostos bioactivos.  
Ao composto que obteve na forma cristalina e identificou com a “virtude febrífuga” das quinas, chamou cinchonino, nome que a partir de 1819, passou a ser cinchonina, seguindo a nomenclatura adoptada universalmente para os alcalóides. Este composto que apresenta as mesmas caracterísiticas terapêuticas da casca de quina, não existia noutras cascas de árvores que eram comercializadas, por fraude ou desconhecimento, também como medicamento para as febres intermitentes da malária. Este trabalho notabilíssimo, realizado em 1812 por solicitação da Academia das Ciências de Lisboa, no Laboratório da Casa da Moeda, de que era director Bonifácio de Andrada e Silva, abria assim o caminho para métodos de controlo de qualidade químicos e de programas de pesquisa de outras plantas que tivessem o mesmo princípio activo.
A descoberta de Gomes foi confirmada em 1820 por Pelletier e Caventou, autores que identificaram um outro dos alcalóides na casca da quina, a quinina, que existe em maior quantidade na casca, e que haviam já descoberto e purificado, em 1817 a estricnina, seguindo em ambos os casos o procedimento de Bernardino António Gomes. É de realçar que a morfina havia já sido isolada em 1806 por Friedrich Serturne, mas a obtenção do primeiro alcalóide puro e o estabelecimento dos princípios do método corrente que permitiu, a partir das primeiras décadas do século XIX, purificar dezenas de compostos alcalóides podem ser atribuídas à publicação de Bernardino António Gomes.

Podemos perguntar por que razão não são mais conhecidas estas contribuições de Bernardino António Gomes e por que razão esta efeméride tão redonda (250 anos) está a passar, tanto quanto sabemos, quase despercebida. Obviamente a questão de Portugal ser um país periférico, sem grande tradição científica, tem sido relevante, mas não é essa a única razão.

Gomes, embora com grande entusiasmo pela investigação irá continuar essencialmente um médico (notável e pioneiro também na vacinação contra a varíola e no estudo da elefantíase entre outros trabalhos), mas não continuou o trabalho sobre a quina, nem o estendeu a outras plantas, nem motivou outros investigadores portugueses a continuaram esse trabalho. Se o trabalho analítico e químico de Bernardino António Gomes tivesse tido continuidade, teria tido com certeza muito mais visibilidade. Assim, aquilo que seria provavelmente a grande motivação e o resultado mais importante do trabalho: identificar a “virtude febrífuga das quinas” que designaríamos actualmente pela busca do princípio activo ou do composto responsável pelo efeito terapêutico, abrindo a possibilidade pioneira na ciência da época de obter este composto de outras formas, substituíndo a necessidade de recorrer à quina, foi rapidamente esquecido e não teve continuidade. 
Para o abandono do projecto e para o quase esquecimento do feito concorreram em grande medida razões locais. Os resultados de Bernardino António Gomes foram duramente criticados por José Feliciano de Castilho no "Jornal de Coimbra" com repercussões internacionais no "Investigador Português em Inglaterra". Tomé Rodrigues Sobral que arbitrou a disputa, optou por uma resposta inconclusiva sugerindo que a “virtude febrifúga” poderia ter uma origem múltipla, pondo-se assim termo à continuação do projecto. 
Mais tarde, com a República e com o Estado Novo, Bernardino António Gomes foi sendo evocado, embora de forma tímida, como um grande cientista português. Mas estas evocações que podem confundir-se com as formas propagandísticas do nacionalismo não ajudaram a consolidar a sua memória num país com tão pouca tradição em homenagear de forma devida a sua ciência. Tem um busto no Jardim Botânico de Lisboa, o nome em algumas ruas, foi declarado fundador da dermatologia portuguesa e patrono da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e, este ano, foi incluído numa emissão filatélica “Vultos da História e da Cultura”, a qual inclui o Padre Himalaya, outro cientista português que deveria ser mais conhecido, mas é pouco, muito pouco, como reconhecimento de tão notável personagem da história da ciência e da cultura portuguesas.

Bernardino António Gomes nasceu a 29 de outubro de 1768 e foi baptizado, segundo Virgílo Machado, em Paredes do Coura, embora haja autores, incluindo o próprio filho homónimo, indicam como local de nascimento Arcos de Valdevez. Doutorou-se em medicina na Universidade de Coimbra em 1793, tendo ido exercer medicina para Aveiro até 1797. O interesse pela investigação chamava-o e muda-se para Lisboa onde pouco tempo depois é médico da Armada, embarcando para o Brasil. Dessa viagem surge uma publicação sobre a canela do Rio de Janeiro a que se seguirão vários outros trabalhos sobre plantas medicinais do Brasil. Casa em 1801 com Leonor Violante Mourão, jovem viúva sete anos mais nova com quem tem cinco filhos, o mais conhecido é o homónimo Bernardino António Gomes filho que foi professor da Universidade de Coimbra. Este casamento foi tumultuoso e envolveu separações e um divórico público que foi até já alvo de um estudo académico. Em 1806 publicou um trabalho sobre o tifo. Em 1812, esteve envolvido na fundação do Instituto Vacínico de que foi o primeiro director. Incansável investigador e autor, escreveu também sobre as boubas (peste bubónia), a desinfecção de cartas, doenças de pele, a elefantíase e a ténia. Em 1817 acompanhou como médico a princesa Maria Leopoldina até ao Rio de Janeiro. Morreu com 54 anos em Lisboa de “afecção malígna no estômago”. Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa (1812), cavaleiro da Ordem de Cristo (1812), Médico Honorário da Câmara Real (1813), entre outras distinções.

Há ainda bastantes aspectos da vida e dos trabalhos de Bernardino António Gomes que merecem ser melhor estudados. Felizmente, há neste momento pelo menos duas investigadoras, estudantes de doutoramento, que estão a realizar estudos que poderão lançar mais alguma luz sobre os seus trabalhos. Conhecer e divulgar na justa medida a história das descobertas e polémicas em que se viu involvido é uma contribuição importante para entendermos melhor a nossa História e as razões das nossas dificuldades passadas e pode contribuir para uma maior confiança colectiva na ciência portuguesa. 
Bibliografia
  • AMORIM DA COSTA, A. M., "Thomé Rodrigues Sobral (1759-1829). A Química ao serviço da Comunidade" in História e Desenvolvimento da Ciência em Portugal, Publicações do II Centenário da Academia das Ciências de Lisboa, 1 (1986), 373-402.   


  • HEROLD, Bernardo, "Bernardino Gomes, pai e Agostinho Lourenço, precursores portugueses da química dos alcalóides e dos polímeros sintéticos" in História e Desenvolvimento da Ciência em Portugal, Publicações do II Centenário da Academia das Ciências de Lisboa, 1 (1986), 417-433.


  • MACHADO, Virgílio, O Doutor Bernardino Gomes (1768-1823) : a sua vida e sua obra. Lisboa : Portugalia, 1925 (disponível em http://purl.pt/420


  • SIMÕES, Manuela Lobo da Costa, Um divórcio na Lisboa oitocentista. Livros Horizonte: Lisboa, 2006. 

  • SUBTIL, Carlos, Bernardino António Gomes: ilustre médico iluminista nascido em Paredes de Coura. Município de Paredes do Coura, 2017.

El-Rei D. Fernando II nasceu há 202 anos

D. Fernando II de Portugal (batizado Fernando Augusto Francisco António de Saxe-Coburgo-Gotha-Koháry) (29 de outubro de 1816 - 15 de dezembro de 1885), foi o Príncipe e, posteriormente, Rei de Portugal pelo seu casamento com a Rainha D. Maria II em 1836.
De acordo com as leis portuguesas, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry tornou-se Rei de Portugal jure uxoris, apenas após o nascimento do primeiro Príncipe, que foi o futuro D. Pedro V. Embora fosse D. Maria II a detentora do poder, D. Fernando evitava sempre que possível a política, preferindo envolver-se com a arte.
D. Fernando II foi regente do reino por quatro vezes, durante as gravidezes de D. Maria II, depois da sua morte em 1853 e quando seu segundo filho, o rei D. Luís I, e a rainha Maria Pia de Saboia se ausentaram de Portugal para assistirem à Exposição de Paris em 1867.
Ele ficou conhecido na História de Portugal como "O Rei-Artista".
D. Fernando evitou envolver-se no panorama político, preferindo dedicar-se às artes. Por ocasião da fundação da Academia de Belas-Artes de Lisboa a 25 de outubro de 1836, D. Fernando e a rainha declaram-se seus protectores.
Após uma visita ao Mosteiro da Batalha (que encontrava-se abandonado, depois das extinção das ordens religiosas), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a protecção do património arquitectónico português edificado, tendo também impulsionado aspectos culturais e financeiros, a par do estímulo à acção desenvolvida por sociedades eruditas, como projectos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao Convento de Mafra, Convento de Cristo, em Tomar, ao Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa, e Torre de Belém.
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).
  

Flávio Lemos - 55 anos!

(imagem daqui)

Flávio Miguel Villar (Santa Tereza, Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1963) é um músico brasileiro, celebre como baixista da banda de rock de Brasília, os Capital Inicial.

Lemos nasceu no dia 29 de outubro de 1963, em Santa Tereza, Rio de Janeiro, e, aos 4 anos, foi morar para a capital, Brasília, com a família. Teve o que considera uma infância perfeita com a Turma da Colina, e desde pequeno, a música estava dentro de sua casa. A sua mãe, Lúcia, sempre teve uma bela voz e incentivou-o a aprender piano aos 8 anos.
Quando acompanhou os pais numa passagem de um ano em Inglaterra, Flávio conheceu o punk rock, com bandas como The Clash, Ramones, Sex Pistols e tantas outras. Isso foi decisivo para a sua formação musical, tornando-se a sua principal influência.
Na banda Aborto Elétrico, Renato Russo, ele e o Fê Lemos (irmão mais velho), compuseram grandes músicas como ‘Fátima’, ‘Música Urbana’, ‘Veraneio Vascaína’, ‘Verde Amarelo’ e ‘Baader Meinhof Blues’.
Hoje toca ao lado do Dinho Ouro Preto, Fê Lemos, Yves Passarel, e dos músicos convidados Robledo Silva e do Fabiano Carelli.
Casado, Flávio mora em São Paulo, e as férias com a família, para ele, são sagradas. Adora esquiar com os seus três filhos, Nina, Lucas e Márcio, e está certo de que estar com eles no topo de uma montanha é um dos grandes momentos da sua vida.
 

A poetisa Ana Cristina Cesar suicidou-se há 35 anos

(imagem daqui)

Ana Cristina Cruz Cesar (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1952 - Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1983) foi uma poetisa e tradutora brasileira, conhecida como Ana Cristina Cesar (ou Ana C.). É considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo da década de 1970, e tem o seu nome muitas vezes vinculado ao movimento de Poesia Marginal.
   
Biografia
Filha do sociólogo e jornalista Waldo Aranha Lenz Cesar e de Maria Luiza Cruz, Ana Cristina nasceu em uma família culta e protestante de classe média. Tinha dois irmãos, Flávio e Filipe.
Antes mesmo de aprender a ler, aos seis anos de idade, já ditava poemas para a sua mãe. Em 1969, Ana Cristina Cesar viajou para a Inglaterra em intercâmbio e passou um período em Londres, onde travou contacto com a literatura em língua inglesa. Quando regressou ao Brasil, com livros de Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield nas malas, dedicou-se a escrever e a traduzir, entrando para a Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), aos dezanove anos.
Cesar começou a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletâneas, revistas e jornais alternativos. Os seus primeiros livros, Cenas de Abril e Correspondência Completa, foram lançados em edições independentes. As atividades de Ana Cristina não pararam: pesquisa literária, um mestrado em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária (na Universidade de Essex), em 1980, e a volta ao Rio, onde publicou Luvas de Pelica, escrito na Inglaterra. Em suas obras, Ana Cristina Cesar mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.
Cometeu suicídio aos trinta e um anos, atirando-se pela janela do apartamento dos pais, no oitavo andar de um edifício da Rua Tonelero, em Copacabana.
Armando Freitas Filho, poeta brasileiro, que foi o seu melhor amigo,  a quem deixou a responsabilidade de cuidar postumamente das suas publicações. O acervo pessoal da autora está sob tutela do Instituto Moreira Salles. A família fez a doação, mediante a promessa dos escritos ficarem no Rio de Janeiro. Contudo, sabe-se que muitas cartas de Ana Cristina Cesar foram censuradas pela família, principalmente as recebidas do escritor Caio Fernando Abreu.
  
 
Tu Queres Sono: Despe-te dos Ruídos


Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.

 
  
Ana Cristina Cesar

domingo, outubro 28, 2018

A Igreja Católica escolheu João XXIII como Papa há 60 anos

 
Papa João XXIII ou São João XXIII, nascido Angelo Giuseppe Roncalli (Sotto Il Monte, 25 de novembro de 1881 - Vaticano, 3 de junho de 1963) foi Papa desde 28 de outubro de 1958 até à data da sua morte. Pertencia à Ordem Franciscana Secular (OFS) e escolheu como lema papal: Obediência e Paz.
Sendo um sacerdote católico desde 1904, iniciou a sua vida sacerdotal em Itália, onde foi secretário particular do bispo de Bérgamo D. Giacomo Radini-Tedeschi (1905-1914), professor do Seminário de Bérgamo e estudioso da vida e obra de São Carlos Borromeu, capelão militar do Exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial e presidente italiano do "Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé" (1921-1925). Em 1925, sendo já um arcebispo-titular, iniciou-se a sua longa carreira diplomática, onde o levou à Bulgária como visitador apostólico (1925-1935), à Grécia e Turquia como delegado apostólico (1935-1944) e à França como núncio apostólico (1944-1953). Em todos estes países, ele destacou-se pela sua enorme capacidade conciliadora, pela sua maneira simples e sincera de diálogo, pelo seu empenho ecuménico e pela sua corajosa em salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1953, foi nomeado cardeal e Patriarca de Veneza.
Foi eleito Papa no dia 28 de outubro de 1958. Considerado inicialmente um Papa de transição, depois do longo pontificado de Pio XII, ele convocou, para surpresa de muitos, o Concílio Vaticano II, que visava a renovação da Igreja e a formulação de uma nova forma de explicar pastoralmente a doutrina católica ao mundo moderno. No seu curto pontificado, de cinco anos, escreveu oito encíclicas, sendo as principais a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).
 
OBŒDIENTIA ET PAX
  

Eros Ramazzotti - 55 anos!

Eros Luciano Walter Ramazzotti Molina (Roma, Cinecittà, 28 de outubro de 1963) é um cantor italiano.
   
Biografia
Desde novo que Eros revelou uma paixão instintiva pela música. Com apenas 8 anos, recebeu a sua primeira guitarra das mãos do seu pai, ele próprio um cantor com algum sucesso em Itália. Aos 18 anos, e já depois de ter decidido abandonar os estudos e tornar-se músico profissional, participou no concurso Voci Nuove di Castrocaro (Novas Vozes de Castrocaro) com a canção "Rock 80". Não venceu o concurso, mas logo chamou a atenção da pequena editora italiana DDD (Drogueria Di Drugolo), com a qual assinou o seu primeiro contrato discográfico.
Em 1982 estreou-se nas gravações com o single "Ad Un Amico", ao mesmo tempo que refinava o talento com o seu instrumento de eleição, a guitarra. Em 1984, venceu o Festival de Sanremo na secção de "Novas Vozes" (Voci Nuove) com a balada "Terra Promessa". Na edição seguinte do mesmo certame, interpretou o tema "Una Storia Importante", que foi incluído no seu álbum de estreia, Cuori Agitati de 1985.
Em 1986, foi o vencedor absoluto do mesmo certame, com o tema "Adesso Tu", confirmando uma popularidade crescente, não só em Itália, mas também em alguns países da Europa. A canção foi incluída no álbum Nuovi Eroi de 1986, que registou ainda o tema-título como grande êxito. Seguiu-se In Certi Momenti de 1987, que contou com a participação da cantora britânica Patsi Kensit no tema "La Luce Buona Delle Stelle" e consagrou o cantor no mercado europeu. A digressão que se seguiu fez dele o primeiro artista italiano a actuar perante mais de um milhão de espectadores ao longo de cerca de nove meses. Em 1988, lançou o mini-álbum Musica È, que superou as vendas do seu antecessor.
Após dois anos afastado dos palcos, lançou, em 1990, In Ogni Senso, trabalho que incluiu os clássicos "Cantico" e "Se Bastasse Una Canzone". A longa digressão que se seguiu teve como resultado a edição do registo ao vivo Eros in Concert de 1991. In Ogni Senso proporcionou-lhe ainda o primeiro concerto nos EUA, no esgotado Radio City Music Hall de Nova York.
O ano de 1993 marcou a definitiva afirmação mundial do cantor, com a edição de Tutte Storie, trabalho que atingiu o topo da maioria das tabelas de vendas europeias graças a êxitos como "Cose Della Vita", "A Mezza Via", "Un'altra Te" e "Memorie". O videoclip de "Cose Della Vita" foi realizado por Spike Lee. Após a digressão que promoveu o disco, o cantor regressou a Itália, onde concebeu o evento musical Trio, no qual foi protagonista ao lado de Pino Daniele e Jovanotti. Durante este período fundou a sua própria empresa de representação, a Radiorama, e assinou um novo contrato com a editora BMG International. Durante o verão de 1995, participou no Summer Festival, um festival musical que levou a sete estádios europeus artistas como Rod Stewart, Elton John e Joe Cocker, entre outros.
Em maio de 1996, lançou Dove C'è Musica, o seu oitavo longa-duração e o primeiro inteiramente produzido por si. Este trabalho incluiu os sucessos "Più Bella Cosa" e "L' Aurora", vendeu mais de sete milhões de cópias em todo o mundo e proporcionou-lhe o prémio MTV Europe para Melhor Artista Italiano. Neste período escreveu, para a interpretação de Joe Cocker, o tema "That's All I Need to Know".
No ano seguinte, lançou a coletânea dos seus maiores êxitos, intitulada Eros, que incluiu 16 temas, cinco dos quais em versão original (entre eles "Favola", "L'Aurora" e "Piu' Bella Cosa"), sete regravados (de "Terra Promessa" a "Adesso Tu") e dois inéditos:"Quanto Amore Sei" e "Ancora Un Minuto Di Sole". O álbum contou ainda com os duetos "Musica È?" e "Cose Della Vita/Can't Stop Loving You" com Andrea Bocelli e Tina Turner, respectivamente.
Em maio de 1998, participou no evento Pavarotti and Friends, no qual cantou o clássico "Se Bastasse Una Canzone" ao lado do tenor italiano. Após a edição, em outubro, do registo ao vivo Eros Live, Ramazotti foi galardoado, em Hamburgo, com o prémio Echo, na categoria de Melhor Artista Masculino Internacional. Em 2000, Eros Ramazzotti regressou com um álbum de originais intitulado Stilelibero, do qual fizeram parte os êxitos "Fuoco Nel Fuoco" e "Piu Che Puoi", este em dueto com Cher. No mesmo ano, colaborou, como produtor e co-autor, no álbum de Gianni Morandi Come Fa Bene L'amore. Em 15 de julho de 2001 actuou em Lisboa, num concerto integrado na digressão promocional de Stilelibero.
O cantor italiano regressou aos álbuns de estúdio, com o Disco 9 (2003), onde deu continuidade ao seu estilo pop, cantado em italiano, e que não teve grande expressão nas tabelas de vendas. Ainda em 2003, Eros, realizou um dueto com a brasileira Wanessa Camargo. O dueto foi realizado no programa 'Domingão do Faustão', da Rede Globo. Ainda nesse ano, chegaram às lojas duas edições especiais: um CD duplo gravado ao vivo, Eros Ramazzotti Live e o Greatest Hits, reunindo os principais êxitos gravados na BMG.
  
Vida pessoal
Em 1998, Eros casou com a atriz e modelo suíça Michelle Hunziker e têm uma filha chamada Aurora, nascida em 1996. O casal divorciou-se em 2002, quando Eros demonstrava tristeza nas entrevistas, na época em que se separou de Michelle.
Famoso por sua personalidade desconfiada, o cantor raramente fala sobre suas questões pessoais em público e assumidamente tem poucos amigos a quem conta seus segredos. Assim, embora seu nome seja visto frequentemente em sites de mexericos, a maior parte das informações divulgadas sobre sua vida pessoal nunca foram confirmadas por ele.
Em 2009 iniciou uma relação com a modelo Marica Pellegrinelli, de quem tem uma filha, Rafaela Maria. Casou-se com Marica Pellegrinelli a 6 de junho de 2014.
  
     

sábado, outubro 27, 2018

Simon Le Bon, o vocalista dos Duran Duran, faz hoje sessenta anos!

Simon John Charles Le Bon (Bushey, 27 de outubro de 1958) é um cantor e compositor inglês, vocalista e líder da banda pop britânica Duran Duran.

Nascido em Bushey, Hertfordshire, Inglaterra, Le Bon fez parte do grupo coral local desde criança, mas também fez um curso de ator. Ele estudou na Pinner County Grammar School, a mesma escola onde Elton John estudou, alguns anos antes. Apareceu poucas vezes em comerciais de televisão e em diversas produções de teatro. Ele trabalhou num Kibutz - uma comunidade coletiva israelita - no deserto de Negev, em Israel, no ano de 1978. Posteriormente, regressou à Inglaterra e estudou na escola de drama da Universidade de Birmingham, antes de conhecer a então novata banda Duran Duran.
Simon foi apresentado a Nick Rhodes e John Taylor, em maio de 1980, por Fiona Kemp, uma ex-namorada, que trabalhava no mesmo bar onde a banda fazia os seus ensaios. Recomendada por ela como um bom vocalista, Le Bon apareceu na audição com umas calças leopardo rosa e um caderno de notas, com poesias dele. Mais tarde, as poesias tornaram-se algumas das letras de canções nos álbuns dos Duran Duran.
Simon é casado com a ex-modelo britânica Yasmin Parvaneh desde 27 de dezembro de 1985. O casal tem três filhas: Amber Rose (n. 1989), Saffron Sahara (n. 1991) e Tallulah Pine (n. 1994).
  
 

Lou Reed morreu há cinco anos

Lou Reed (Brooklyn, Nova Iorque, 2 de março de 1942 - Long Island, Nova Iorque, 27 de outubro de 2013) foi um cantor, guitarrista e compositor norte-americano. Foi considerado o 81º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Foi um das vozes dos The Velvet Underground, influenciando Iggy Pop, New York Dolls e David Bowie e, mais tarde, toda a cena pós-punk inglesa. Admirador de Edgar Allan Poe e Raymond Chandler, além de James Joyce, a quem faz referências em Blue Mask. The Velvet Underground foi um fracasso comercial no final dos anos 60, mas o grupo influenciou diversos outras bandas nas décadas seguintes, passando a se tornar uma das bandas mais citados e influentes da época. Uma celebre frase de Brian Eno mostra a influência musical da banda "... toda a gente que comprou uma dessas 30.000 cópias iniciou uma banda".
Após a sua saída do grupo, Reed começou uma carreira a solo em 1972. Ele teve um sucesso no ano seguinte com "Walk on the Wild Side", mas depois não obteve o sucesso comercial que parecia ter potencial. Reed era conhecido pela sua voz, inexpressiva e diferente, letras poéticas e de cunho social, crítico da sociedade em áreas como a pobreza, drogas e desigualdade social.
 
   

Vanessa-Mae faz hoje quarenta anos

Vanessa-Mae Vanakorn Nicholson (Singapura, 27 de outubro de 1978), conhecida em palco e no mundo da música apenas como Vanessa-Mae é uma violinista de formação clássica que se tornou famosa mundialmente fazendo gravações onde misturava música clássica com pop, jazz, techno e outros ritmos modernos. O álbum que lhe deu fama internacional foi "The Violin Player", de 1995.
 
    

sexta-feira, outubro 26, 2018

Domenico Scarlatti nasceu há 333 anos

Giuseppe Domenico Scarlatti (Nápoles, 26 de outubro de 1685 - Madrid, 23 de julho de 1757) foi um compositor italiano.
Filho do também músico e compositor Alessandro Scarlatti, as suas maiores contribuições para a música foram as suas sonatas para teclado num único movimento, em que empreendeu abordagens harmónicas bastante inovadoras, apesar de ter composto também obras para orquestra e voz. Embora tenha vivido no período que corresponde ao auge da música barroca europeia, as suas composições, mais leves e homofónicas, têm um estilo mais próximo daquele do início do período clássico.
Domenico Scarlatti nasceu no mesmo ano em que nasceram dois outros grandes mestres do barroco, Johann Sebastian Bach e Georg Friedrich Händel. Foi o sexto de dez filhos e o irmão mais novo de Pietro Filippo Scarlatti, também músico. O mais provável é que tenha recebido as primeiras lições de música com o seu pai. Outros compositores que também podem ter sido seus professores foram Gaetano Greco, Francesco Gasparini e Bernardo Pasquini, que parecem ter influenciado o seu estilo musical.
Scarlatti tornou-se compositor e organista na capela real de Nápoles em 1701. Em 1704, ele reviu a ópera Irene de Carlo Francesco Pollarolo para ser apresentada em Nápoles. Pouco depois o seu pai mandou-o para Veneza, embora não existam registos a seu respeito nos quatro anos seguintes. Em 1709, ele foi para Roma, a serviço da rainha polaca, então no exílio, Marie Casimire, onde encontrou Thomas Roseingrave que liderou em Londres uma entusiástica recepção às sonatas do compositor. Já um cravista de renome, há uma história de que, numa competição com Georg Friedrich Händel, no palácio do cardeal Ottoboni, em Roma, talvez tenha sido julgado superior a Händel naquele instrumento, embora inferior com relação ao órgão. Mais tarde, Scarlatti ficou conhecido pela veneração com que se referia às habilidades de Händel.
Também, enquanto em Roma, Scarlatti compôs várias óperas para o teatro particular da Rainha Casimire. Ele foi maestro di cappella em São Pedro, de 1715 a 1719 e, neste último ano, foi a Londres para dirigir a sua ópera Narciso no King's Theatre.
Em 1720, ou 1721, Scarlatti foi a Lisboa, onde ensinou música à princesa portuguesa Maria Madalena Bárbara (Maria Bárbara de Bragança). Esteve novamente em Nápoles em 1725. Durante uma visita a Roma, em 1728, casou-se com Maria Caterina Gentili. Em 1729, fixou-se em Sevilha onde permaneceu quatro anos. Ali veio a conhecer o flamenco. Em 1733, foi a Madrid para assumir o cargo de maestro de música da princesa Maria Bárbara, que se casara com o Príncipe Herdeiro de Espanha, Fernando. D. Maria Bárbara tornou-se rainha da Espanha e ele permaneceu no país por cerca de vinte e cinco anos, tendo, ali, sido pai de cinco filhos. Depois da morte de sua esposa, em 1742, desposou uma espanhola, Anastasia Maxarti Ximenes. Durante o período que permaneceu na Espanha, Scarlatti compôs mais de quinhentas sonatas para teclado e é por esses trabalhos que ele hoje é lembrado.
Scarlatti foi amigo do cantor castrato Farinelli, um napolitano que estava sendo patrocinado pela casa real, em Madrid. O musicólogo Ralph Kirkpatrick reconhece que a correspondência de Scarlatti com Farinelli fornece "a informação mais direta sobre [o compositor] que foi deixada para os nossos dias".
    
   

quinta-feira, outubro 25, 2018

Georges Bizet nasceu há 180 anos!

Georges Bizet, nascido Alexandre César Léopold Bizet, (Paris, 25 de outubro de 1838 - Bougival, 3 de junho de 1875) foi um compositor francês, principalmente de óperas. Numa curta carreira, devido à sua prematura morte, atingiu poucos sucessos antes do seu trabalho final, Carmen, que se viria a tornar uma das mais populares e frequentemente interpretadas óperas no repertório operístico.
Durante uma brilhante carreira como estudante no Conservatório de Paris, Bizet venceu muitas competições, incluindo o prestigiado Prix de Roma em 1857. Ele foi reconhecido como um excelente pianista, embora ele optou por não aproveitar essa habilidade e raramente tocava em público. Retornando a Paris, após quase três anos na Itália, ele descobriu que os principais teatros de ópera parisiense preferia o repertório clássico, estabelecido pelas obras recém-compostas. As suas composições orquestrais e para piano foram igualmente ignoradas e, como resultado disto, a sua carreira paralisou e ele ganhava a vida organizando e transcrevendo a música dos outros. Começou muitos projetos teatrais durante a década de 1860, a maioria das quais foram abandonadas. Duas óperas suas dominaram os palcos - Les pêcheurs de perles e La jolie fille de Perth - foram sucessos imediatos.
Após a Guerra Franco-Prussiana de 1870 até 1871, onde serviu na Guarda Nacional, ele teve pequenos sucessos com a ópera em um ato Djamileh e uma suite orquestral derivada da sua música incidental tornou-se instantaneamente popular, L'Arlésienne. A produção da última ópera de Bizet, Carmen, foi adiada por temor de que os seus temas de traição e assassinato ofendessem o público. Após a première, a 3 de março de 1875, Bizet ficou convencido de que o trabalho era um falhanço, morrendo de ataque cardíaco três meses depois, sem saber de que se tornaria um sucesso espetacular e duradouro.
O casamento de Bizet com Geneviève Halévy foi intermitentemente feliz e produziu um filho. Após a sua morte, os seus trabalhos, exceto Carmen, foram geralmente negligenciados. Manuscritos foram doados ou perdidos e versões de seus trabalhos foram frequentemente revistos e adaptadas por outras mãos. Ele não fundou nenhuma escola e não deixou nenhum discípulo ou sucessor. Após anos de negligência, os seus trabalhos começaram a ser interpretados com mais frequência no século XX. Mais tarde, comentários aclamando o compositor como brilhante e génio começaram a surgir, dizendo que a morte prematura foi uma perda significativa para o teatro musical francês.
  
 

Alfonsina y el mar...



Alfonsina y el mar - Mercedes Sosa
(Félix Luna - Ariel Ramírez)

Por la blanda arena que lame el mar
su pequeña huella no vuelve más,
un sendero solo de pena y silencio llegó
hasta el agua profunda.
Un sendero solo de penas mudas llegó
hasta la espuma.

Sabe Dios qué angustia te acompañó
qué dolores viejos, calló tu voz
para recostarte arrullada en el canto
de las caracolas marinas.
La canción que canta en el fondo oscuro del mar
la caracola.

Te vas Alfonsina con tu soledad,
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
y te vas hacia allá como en sueños,
dormida, Alfonsina, vestida de mar.

Cinco sirenitas te llevarán
por caminos de algas y de coral
y fosforescentes caballos marinos harán
una ronda a tu lado.
Y los habitantes del agua van a jugar
pronto a tu lado.

Bájame la lámpara un poco más,
déjame que duerma nodriza en paz
y si llama él no le digas que estoy
dile que Alfonsina no vuelve.
Y si llama él no le digas nunca que estoy,
di que me he ido.

Te vas Alfonsina con tu soledad,
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llevando
y te vas hacia allá como en sueños,
dormida, Alfonsina, vestida de mar.

NOTA: há ainda a versão de Cristina Branco, para os menos puristas, lindíssima...

Alfonsina Storni morreu há 80 anos


Filha de pais argentinos, nascida na Suíça, imigrou com os seus pais para a província de San Juan na Argentina em 1896. Em 1901, muda-se para Rosario, (Santa Fé), onde tem uma vida com muitas dificuldades financeiras. Trabalhou para o sustento da família como costureira, operária, atriz e professora.
Descobre-se portadora de cancro da mama em 1935. O suicídio de um amigo, o também escritor Horacio Quiroga, em 1937, abala-a profundamente.
Em 1938, três dias antes de se suicidar, envia, de um hotel de Mar del Plata para um jornal, o soneto “Voy a Dormir”.
Consta que suicidou-se andando para dentro do mar - o que foi poeticamente registado na canção "Alfonsina y el mar", gravada por Mercedes Sosa; o seu corpo foi resgatado do oceano no dia 25 de outubro de 1938. Alfonsina tinha 46 anos.


¡Adiós!

Las cosas que mueren jamás resucitan,
las cosas que mueren no tornan jamás.
¡Se quiebran los vasos y el vidrio que queda
es polvo por siempre y por siempre será!

Cuando los capullos caen de la rama
dos veces seguidas no florecerán...
¡Las flores tronchadas por el viento impío
se agotan por siempre, por siempre jamás!

¡Los días que fueron, los días perdidos,
los días inertes ya no volverán!
¡Qué tristes las horas que se desgranaron
bajo el aletazo de la soledad!

¡Qué tristes las sombras, las sombras nefastas,
las sombras creadas por nuestra maldad!
¡Oh, las cosas idas, las cosas marchitas,
las cosas celestes que así se nos van!

¡Corazón... silencia!... ¡Cúbrete de llagas!...
-de llagas infectas- ¡cúbrete de mal!...
¡Que todo el que llegue se muera al tocarte,
corazón maldito que inquietas mi afán!

¡Adiós para siempre mis dulzuras todas!
¡Adiós mi alegría llena de bondad!
¡Oh, las cosas muertas, las cosas marchitas,
las cosas celestes que no vuelven más! ...

Amadeo morreu há um século

Pertencente à primeira geração de pintores modernistas portugueses, Amadeo de Souza-Cardoso destaca-se entre todos eles pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX. "O artista desenvolveu, entre Paris e Manhufe, a mais séria possibilidade de arte moderna em Portugal num diálogo internacional, intenso mas pouco conhecido, com os artistas do seu tempo". A sua pintura articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo o futurismo ou o expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.
A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora mas ainda em fase de afirmação. Amadeo ficaria longamente esquecido,dentro e, sobretudo, fora de Portugal: "O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso manto a visibilidade interpretativa da sua obra […], e que foi também o silêncio de Portugal como país, não permitiu a atualização histórica internacional do artista"; e "só muito recentemente Amadeo de Souza-Cardoso começou o seu caminho de reconhecimento historiográfico".


Sem título, 1913, óleo sobre tela

A invasão de Granada foi há 35 anos

Rangers do Exército dos Estados Unidos saltam de para quedas em Granada durante a Operação Fúria Urgente
  
A Invasão de Granada (nome de código: Operação Fúria Urgente) foi uma invasão da nação insular de Granada por forças militares dos Estados Unidos e outros países, em resposta a um golpe de estado liderado pelo vice-primeiro-ministro Bernard Coard, que depôs o então primeiro-ministro granadino, Maurice Bishop, posteriormente executado.
Em 25 de outubro de 1983, os Estados Unidos, Barbados, Jamaica e membros da Organização de Estados do Caribe Oriental desembarcaram navios em Granada, derrotaram a resistência granadina e derrubaram o governo de Coard. O dia 25 de outubro é um dia de festa nacional em Granada, chamada Dia de Acção de Graças, para comemorar este acontecimento.
  
Data 25 de outubro15 de dezembro de 1983
Local Granada
Resultado Vitória dos Estados Unidos e de seus aliados
Combatentes
 Estados Unidos
Aliados:
 Antígua e Barbuda
 Barbados
Dominica
 Jamaica
Santa Lúcia
São Vicente e Granadinas
Organização dos Estados Americanos
Granada Governo Revolucionário de Granada
 Cuba
 União Soviética (conselheiro)
Comandantes
Estados Unidos Ronald Reagan
Estados Unidos Vice-almirante Joseph Metcalf III
Estados Unidos Major-general Norman Schwarzkopf
Granada Hudson Austin
Cuba Pedro Tórtolo
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Yuri Andropov
Forças
Estados Unidos 7 300 soldados
OEA: 353 combatentes
Granada ~1 500 soldados
Cuba 722 soldados
Baixas
Estados Unidos 19 mortos e 116 feridos Granada 45 mortos e 358 feridos
Cuba 25 mortos, 59 feridos e 638 capturados