O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como
Filosofia,
Geografia,
História,
Direito,
Sociologia,
Literatura,
Pedagogia,
Ciência Política,
Antropologia,
Biologia,
Psicologia,
Economia,
Teologia,
Comunicação,
Administração,
Design,
Arquitetura, entre outras. Numa pesquisa realizada pela
Radio 4, da
BBC, em
2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.
Juventude
Marx foi o segundo de nove filhos, de uma família de origem
judaica de
classe média da cidade de
Tréveris, na época no
Reino da Prússia. A sua mãe,
Henriette Pressburg (1771–1840), era
judia holandesa e seu pai,
Herschel Marx (1759–1834), um advogado e conselheiro de
Justiça. Herschel descendia de uma família de
rabinos que se converteu ao
cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de
etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha seis anos. Os seus irmãos eram Sophie (f. 1883), Hermann (1819-1842), Henriette
(1820-1856), Louise (1821-1893), Emilie (adotado por seus pais),
Caroline (1824-1847) e Eduard (1834-1837).
Em
1830, Marx iniciou os seus estudos no
Liceu Friedrich Wilhelm, em
Tréveris, ano em que eclodiram
revoluções em diversos países
europeus. Ingressou mais tarde na
Universidade de Bona para estudar
Direito, transferindo-se no ano seguinte para a
Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão
Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor. Em
Berlim, Marx ingressou no
Clube dos Doutores, que era liderado por
Bruno Bauer. Ali perdeu o interesse pelo
Direito e voltou-se para a
Filosofia, tendo participado ativamente do
movimento dos
Jovens Hegelianos. O seu pai faleceu neste mesmo ano. Em
1841, obteve o título de doutor em
Filosofia com uma
tese sobre as "
Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro". Impedido de seguir uma carreira académica, tornou-se, em
1842, redator-chefe da
Gazeta Renana (
Rheinische Zeitung), um jornal da província de
Colónia; conheceu
Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita deste a redação do jornal.
Envolvimento político
Em
1843, a
Gazeta Renana foi fechada após publicar uma série de ataques ao
governo prussiano. Tendo perdido o seu emprego de redator-chefe, Marx mudou-se para
Paris. Lá assumiu a direção da publicação
Anais Franco-Alemães e foi apresentado a diversas sociedades secretas de
socialistas. Antes ainda da sua mudança para Paris, Marx casou-se, no dia
19 de junho de 1843, com
Jenny von Westphalen, a filha de um
barão da
Prússia
com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos
universitários (noivado que foi mantido em sigilo durante anos, pois as
famílias Marx e Westphalen não concordavam com a união).
Do casamento de Marx com Jenny von Westphalen, nasceram cinco filhos: Franziska, Edgar,
Eleanor,
Laura,
Jenny Longuet
e Guido, além de um
natimorto. Ao que consta, Franziska, Edgar e Guido
morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições materiais a
que a família estava submetida. Marx também teve um filho nascido da
sua relação amorosa com a militante socialista e empregada da família
Marx,
Helena Demuth.
Solicitado por Marx, Engels assumiu a paternidade da criança, Frederick
Delemuth, e, pagando uma pensão, entregou-o a uma família de um bairro
proletário de Londres.
No tratamento pessoal —
Leandro Konder ressalta — Marx foi produto de seu tempo: "
Antes
de poder contestar a sociedade capitalista Marx pertencia a ela, estava
espiritualmente mais enraizado no solo da sua cultura do que admitiria", e que diante dos padrões da
Inglaterra vitoriana mostrou: "
traços típicos das limitações de seu tempo". Como meninas aristocráticas, as suas filhas tinham aulas de
piano,
canto e
desenho, mesmo que não tivessem desenvoltura para tais atividades artísticas.
Também em
1843, Marx conheceu a
Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-ia
Liga dos Comunistas). Em 1844,
Friedrich Engels visitou Marx em
Paris
por alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se
iniciou nesse período, só seria interrompido com a morte de Marx. Na mesma época, Marx também se encontrou com
Proudhon, com quem teve discussões polémicas e muitas divergências, e conheceu fugazmente
Bakunin, então refugiado do
czarismo russo e militante
socialista. No seu período em Paris, Marx intensificou os seus estudos sobre
economia política, os
socialistas utópicos franceses e a
história da França, produzindo reflexões que resultaram nos
Manuscritos de Paris, mais conhecidos como
Manuscritos Económico-Filosóficos. De acordo com
Engels, foi nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas.
De
Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação chamada
Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por conta disto, Marx foi expulso da
França em
1845 a pedido do
governo prussiano. Migrou então para
Bruxelas, para onde
Engels também viajou. Entre outros escritos, a dupla redigiu na
Bélgica o
Manifesto comunista. Em
1848, Marx foi expulso de
Bruxelas pelo governo belga. Juntamente com
Engels, mudou-se para
Colónia, onde fundam o jornal
Nova Gazeta Renana. Após ataques às autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de
Colónia em
1849. Até
1848,
Marx viveu confortavelmente com os rendimentos provenientes dos seus trabalhos, o seu
salário e presentes de amigos e aliados, além da herança legada pelo seu
pai. Entretanto, em
1849 Marx e a sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a
Paris,
mas o governo francês proibiu-os de fixar residência no seu território.
Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por
Ferdinand Lassalle na
Alemanha, Marx e família conseguem migrar para
Londres, onde fixaram residência definitiva.
Morte
- Marx era, antes de tudo, um revolucionário. A sua verdadeira missão
na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para o derrube da
sociedade capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas,
contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o
primeiro a tornar consciente da sua posição e de suas necessidades,
consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E
ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam
rivalizar. (…) Como consequência, Marx foi o homem mais odiado e mais
caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutistas como republicanos,
deportaram-no dos seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou
ultrademocráticos, porfiavam entre si para lançar difamações contra ele.
Tudo isso punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando
conhecimento, só respondendo quando a necessidade extrema o compelia a
tal. E morreu amado, reverenciado e chorado por milhões de colegas
trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até à Califórnia,
de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que,
embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum
inimigo pessoal.
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” |
Em
1954, o
Partido Comunista Britânico
construiu uma lápide com o busto de Marx sobre seu túmulo, até então de
decoração muito simples. Na lápide encontram-se inscritos o parágrafo
final do
Manifesto Comunista ("
Proletários de todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das
Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo.