segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Ao fundo

(imagem daqui)


Dívida
Risco de Portugal agrava-se após emissão de dívida

O juro continua acima de 7% após Portugal ter realizado uma emissão de dívida sindicada de larga escala.

A ‘yield' da linha viva das Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos mais negociada no mercado avança agora para 7,088%, contra os 6,938% registados na sessão anterior. Esta evolução aumentou o diferencial face às ‘bunds' alemãs da mesma maturidade para 389 pontos base (na sexta-feira fechou nos 379 pontos).
No mesmo sentido, o índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar dívida da mesma maturidade está a subir para 7,148%, face aos 7,055% verificados na sexta-feira.

Esta é a primeira reacção do mercado à notícia de que Portugal vendeu hoje três mil milhões de euros de obrigações do Tesouro a cinco anos, na primeira emissão sindicada do ano.

Segundo duas fontes envolvidas na operação, citadas pela agência Bloomberg, Portugal terá pago um prémio de cerca de 360 pontos base acima da taxa de referência do mercado. Isto significa uma taxa de 6,45%, acima dos 6,24% registados no mercado secundário para a maturidade a cinco anos.

Também a percepção de risco de incumprimento de Portugal, medida pelo custo dos ‘credit default swaps' (CDS), seguia a subir 10 pontos, com o preço destes instrumentos financeiros sobre obrigações a 5 anos a situar-se nos 415 pontos base, o que significa que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida portuguesa, os investidores têm que pagar 415,33 mil euros por esta espécie de seguro para se protegerem contra o eventual incumprimento de Portugal. É a segunda subida mais acentuada em todo o mundo, depois da Grécia, de acordo com um monitor da Bloomberg.

Porque será?!?


Serviços financeiros e banca também geram desconfiança
Portugueses são os que menos confiam no Governo

Percentagem de inquiridos que confia no Governo desceu de 27 para nove por cento

Barómetro divulgado hoje revela que apenas nove por cento dos inquiridos deposita confiança no actual Executivo. ONG, empresas e comunicação social são as entidades mais credíveis.

Os portugueses são os que menos confiam no Governo entre um grupo de 23 países analisados num barómetro que avalia o nível de confiança nas empresas, Governo, ONG e media, que hoje será divulgado.

De acordo com o Edelman Trust Barometer 2011, que pela segunda vez inclui Portugal, apenas nove por cento dos 203 inquiridos afirmou confiar no executivo, revela a Lusa.

Face a 2010, o “Governo é a única instituição cujo nível de confiança se reduz”, refere o estudo. No ano passado, 27 por cento dos inquiridos afirmou confiar no executivo, um valor que desceu para nove por cento.

Entre os mais desconfiados nos Governos estão os irlandeses (20 por cento) e os alemães (33 por cento), enquanto os chineses (88 por cento) se mostram os mais confiantes.

Na mesma linha, Portugal “é o segundo país que atribui menos credibilidade a um representante do Governo ou regulador”, sendo apenas superado pela Indonésia, numa tabela liderada pelo Brasil.

Os portugueses consideram os técnicos das empresas (como cientistas ou engenheiros) os porta-vozes mais credíveis e os presidentes executivos os segundo menos credíveis.

Já as Organizações Não Governamentais (ONG) são as instituições em que os portugueses mais confiam (69 por cento), seguidas pelas empresas (47 por cento) e os meios de comunicação social (39 por cento).



Banca e seguros registam maior queda de confiança

No que respeita às empresas, os portugueses afirmam confiar mais nas multinacionais suecas (87 por cento) e suíças (83 por cento), estando no fim da lista três economias emergentes: Rússia (23 por cento), Índia (24 por cento) a China (28 por cento).

Metade dos inquiridos afirmou confiar nas multinacionais da vizinha Espanha.

Uma análise por sectores demonstra que a tecnologia (78 por cento) e a biotecnologia (77 por cento) são os sectores em que os portugueses mais confiam, por oposição aos seguros (31 por cento), serviços financeiros (31 por cento) e banca (31 por cento).

Na comparação com 2010, a banca e os seguros registam os maiores decréscimos em termos de confiança dos portugueses.

“Apesar da reduzida confiança no sector bancário, Portugal está acima de países como Espanha (35 por cento), Estados Unidos (25 por cento) ou Reino Unido (16 por cento)”, refere o barómetro.

Dos inquiridos, são os indonésios que se mostram mais confiantes no sector bancário (92 por cento) e os irlandeses os que se afirmam menos confiantes (seis por cento).

Segundo o barómetro, os motores de busca “são a primeira fonte de informação” e os meios de comunicação social tradicionais “são os mais credíveis, com destaque para a rádio e imprensa escrita, generalista e de negócios”.

Em Portugal, o Edelman Trust Barometer 2011 resulta de uma parceria entre a consultora de comunicação GCI e a Escola de Negócios da Universidade do Porto e é baseado em entrevistas telefónicas feitas a cidadãos que vêem regularmente notícias económicas e políticas, possuem pelo menos uma licenciatura e pertencem ao escalão de rendimento mais elevado.

NASA - Sol a tempo inteiro e em estereofonia

Sondas vão ajudar a antecipar a actividade solar
Fotografias da NASA permitem ver todas as faces do Sol

Imagem tirada a 2 de Fevereiro de 2011 (NASA)

A partir de hoje, os astrónomos poderão saber o que se passa em tempo real em toda a superfície do Sol. Duas sondas da NASA estão em lados opostos da estrela e tiram fotografias que dão um panorama total do astro.

O Sol que se vê a partir da Terra parece um astro sossegado, mas é uma massa esférica de plasma com actividade magnética intensa. Até agora não existia uma imagem total de todo o Sol, mas a partir de hoje as duas sondas do projecto Stereo (Solar Terrestrial Relations Observatory) chegaram finalmente à sua posição final. Estão em locais opostos, a um ângulo de 180 graus, o que permite tirar fotografias complementares, em tempo real, dos dois hemisférios do astro.

“Isto é um grande momento para a física solar”, disse, em comunicado, Angelo Vourlidas, um membro da equipa. “O Stereo revelou o que o Sol realmente é – uma esfera de plasma quente com um tecido intricado de campos magnéticos.”

As duas sondas Stereo (A e B) foram lançadas em Outubro de 2006. As suas viagens foram feitas em sentidos diferentes e ao longo do tempo as sondas foram tirando fotografias do Sol. As fotografias de 2 de Fevereiro (na imagem) obtiveram uma representação quase total do Sol, deixando apenas uma pequenina faixa de fora. Segundo a NASA, a partir de hoje as fotografias dão uma representação total.

“Com esta informação, podemos girar em torno do Sol para ver o que se passa no horizonte sem nunca sairmos das nossas secretárias”, disse em comunicado Lika Guhathakurta, outra cientista que pertence ao programa Stereo. “Espero um grande avanço na física solar teórica e nas previsões do tempo do espaço”, disse a cientista, referindo-se à massa de partículas provenientes do Sol que alcançam a Terra. Se forem muito fortes, podem provocar fenómenos como auroras boreais ou um colapso dos sistemas de transmissão.

As sondas tiram fotografias em quatro comprimentos de onda diferentes, no extremo da radiação ultra-violeta. Desta forma, conseguem identificar acontecimentos importantes da superfície solar, como erupções, tempestades solares ou filamentos magnéticos. Uma terceira sonda pertencente ao programa Stereo, que orbita à volta da Terra, também está constantemente a fotografar o Sol, completando a informação vinda das Stereo A e B.

A partir de agora, os cientistas podem antecipar melhor os fenómenos que surgem na superfície do Sol e que influenciam a Terra. “Actividades que se passam na região mais distante não nos apanharão mais desprevenidos”, explicou em comunicado Bill Murtagh, um cientista do Centro de Previsões do Tempo Espacial, no Colorado, que pertence à NOAA (sigla em inglês para a Administração Nacional para os Oceanos e Atmosfera).

“Com este modelo podemos também seguir as tempestades solares que vão em direcção aos outros planetas. Isto é importante para missões da NASA em Mercúrio, Marte ou asteróides”, acrescentou.

Por outro lado, com os dados obtidos a partir das fotografias vai ser possível relacionar fenómenos que acontecem em pontos distante no Sol. Os cientistas há muito que suspeitam que a actividade solar pode estar interligada globalmente, com erupções solares distantes a influenciarem-se umas às outras.

“Há muitos puzzles fundamentais por trás da actividade solar”, disse Vourlidas. “Ao monitorizarmos todo o Sol, podemos encontrar peças que nos faltam.”

O projecto Stereo vai continuar durante os próximos oito anos.

É preciso enterrar os mortos e cuidar dos vivos...



Comentário na TVI
Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Governo “está morto”

Marcelo acredita que a sorte do Governo de Sócrates está nas mãos de Passos Coelho

Marcelo Rebelo de Sousa considera que este Governo socialista “está morto” e nas mãos do PSD. E se o PCP cumprir com a sua palavra sobre um possível apoio ao PSD numa moção de censura, diz o professor e comentador político que Passos Coelho pode decidir quando é que o executivo de Sócrates deve cair.

“Não se sabe exactamente quando é que é passada a certidão de óbito, mas está morto. Se Jerónimo de Sousa mantém, preto no branco, que realmente vota uma moção de censura apresentada por Pedro Passos Coelho, então, significa que é Pedro Passos Coelho que tem de escolher o momento em que faz cair o Governo. Mas o Governo está morto.”

Na TVI, no habitual comentário da semana, ao domingo à noite, Marcelo Rebelo de Sousa criticou ainda a prestação de vários ministros, alargando a raiz do mal do executivo para lá do primeiro-ministro José Sócrates: “O da Defesa em polémica com o Presidente da República, o da Administração Interna com aquilo que vimos na semana passada, a da saúde a não existir, com buracos por todo o lado, o das Obras Públicas não acerta uma naquilo que diz, o da Economia que não existe”.

Estará a acabar o kim-il-socratismo?


Ana Benavente tece violentas críticas a seis anos de governação
Autoritarismo do PS de Sócrates ultrapassa "centralismo democrático" de Lenine

Ana Benavente é cáustica com os anos de governação do primeiro-ministro. E aponta tiques de autoritarismo, de distribuir "lugares e privilégios" e render-se ao neoliberalismo.

É um retrato arrasador do PS, do Governo e de José Sócrates. A ponto de Ana Benavente, secretária de Estado da Educação de António Guterres (1995-2001), dizer que jamais pertenceria a um Governo de José Sócrates com uma pasta idêntica. "Porque, se o fosse, já teria apresentado a minha demissão." A confissão da ex-dirigente socialista é feita numa entrevista à Revista Lusófona de Educação.

O tema é a educação na luta contra a exclusão e pela democracia, mas a conversa vai até à política pura e dura e o actual estado do Governo do PS e da liderança de José Sócrates. Aí, mais uma vez, Benavente é dura. Muito dura. O PS tornou-se "neoliberal" - "fazer do capital financeiro o dono e árbitro do desenvolvimento económico é uma capitulação face ao neoliberalismo que não é digna de um partido socialista". Mas há mais. No PS, há falta de debate interno e Ana Benavente critica "o autoritarismo da actual liderança". "Tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o "centralismo democrático" de Lenine. Alimentando promiscuidades que recuso", lê-se na entrevista.

Cinco teses para reconstruir

Na conversa publicada ao longo de 15 páginas, é pedido à antiga governante que aponte "sete pecados mortais" do PS. Ana Benavente fá-lo (ver texto em baixo) e, entre eles, aponta a "falta de ética democrática e republicana".

Na lista de divergências de Benavente registem-se mais umas quantas. Por exemplo, a acusação de o PS de Sócrates ter assumido "políticas de direita" - termo muito usado pelo PCP ou pelo Bloco - através das privatizações ou das reduções drásticas no sector público. Ou ainda de o PS ter abdicado "da defesa dos trabalhadores e dos mais desfavorecidos".

O Orçamento do Estado de 2011, aprovado depois de uma negociação com o PSD, é "o revelador máximo" das divergências: "Estado abusador, castigo para os pobres, poupanças nas políticas sociais".

O futuro é encarado com algum cepticismo pela ex-dirigente nacional do PS, que integrou o secretariado quando Ferro Rodrigues foi líder.

E de pouco valeria, perante estes "pecados", "a confissão e a absolvição com mais ou menos "castigos" e rezas". O problema é "mais grave".

"O PS hipotecou o seu papel na sociedade portuguesa e deixou-nos sem perspectivas de um futuro melhor. Assumiu o papel que antes pertencia aos centristas do PSD, ocupou o seu espaço e tornou o país mais pobre, política e economicamente."

O caminho passa, para Benavente, por o PS partir do seu "papel histórico" de conseguir um "reforço dos direitos dos trabalhadores, desenvolvimento dos direitos de cidadania e do consumidor, reforço da assistência pública, mudança do paradigma energético, desenvolver um sistema de saúde solidário e alargar o sector público". "Novas vagas de democracia" serão exigidas por todos os que, "assustados pelo eventual desemprego, comprados por um hiperconsumo esmagador e com medo da anunciada recessão", vão "querer respirar livremente e reconstruir a paz".

Na área da Educação, a ex-governante acusa Sócrates e o Governo de, nos últimos seis anos, terem "maltratado" a escola pública com políticas educativas "marcadas pela centralização" ou pelo "questionamento da qualidade" dos professores através do sistema de avaliação ou da publicação de rankings de escolas.

Os sete pecados mortais do PS, segundo Ana Benavente

1. Adoptou "políticas neoliberais e, portanto, abandonou a matriz ideológica socialista";

2. "Autoritarismo interno e ausência de debate, empobrecendo o papel do PS no país";

3. "Imposição de medidas governativas como inevitáveis e sem alternativa, o que traduz dependências nacionais e internacionais não assumidas nem clarificadas para o presente e o futuro";

4. "Marketing político banal e constante, de par com uma superficialidade nas bandeiras de modernização da sociedade portuguesa";

5. "Falta de ética democrática e republicana na vida pública e na governação";6. "Sacrifício de políticas sociais construídas pelo próprio PS em fases anteriores";

7. "Falta de credibilidade, quer por incompetência quer por hipocrisia, dando o dito por não dito em demasiadas situações de pesadas consequências".

O que eles dizem

"[A liderança de Sócrates] tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o 'centralismo democrático' de Lenine que tanto criticámos. Alimentando promiscuidades que recuso."

"Sócrates e os seus amigos serviram-se de uma ideologia incompatível com a essência do socialismo democrático."

"O PS hipotecou o seu papel na sociedade portuguesa e deixou-nos sem perspectivas de um futuro melhor. Assumiu o papel que antes pertencia aos centristas do PSD, ocupou o seu espaço e tornou o país mais pobre, política e economicamente."

Livro que vai ser brevemente reeditado

(imagem daqui)

domingo, fevereiro 06, 2011

Música adequada à data


PS - Falco morreu há 13 anos...

Recordar Bob Marley

O país de Socas, Milu & Isabelinha - ano 2045

O Futuro do Ensino

Em 2045, num qualquer hospital perto de si
.
- Então o que se passa?
- Senhor doutor, tenho aqui uma dor muito forte, do lado direito do abdómen, por baixo do umbigo. Passei a noite a vomitar.
- Que bom, não sei nada de barrigas, o senhor vai ser um doente muito interessante!
- Como assim, não sabe nada de “barrigas”?!
- Caro amigo, médicos com conhecimento estruturado, de barrigas ou de outra coisa qualquer, já não existem. Isso era antigamente, quando tinham de decorar uma data de coisas. E era logo no primeiro ano. Começavam por uma disciplina a que chamavam “Anatomia”: era um calhamaço inteiro para aprender de cor, imagine-se!
- Então mas isso não é importante?
- Não, de todo! Eles aprendiam de cor mas não percebiam nada do que estavam a ler! Só papagueavam. Sabiam falar-lhe durante horas da aorta ou da veia cava mas se calha nunca tinham visto nenhuma! E essa quantidade estéril de informação tolhia-lhes o cérebro, por isso praticavam uma medicina muito pouco criativa.
- Então e o sr. doutor, como é que aprendeu medicina?
- Pois aí é que está, eu não aprendi. Não lhe disse já que não percebo nada de barrigas? Mas, mais importante, aprendi a aprender medicina. Ou seja, apesar de não saber nada, sei potencialmente tudo. Já viu a sua sorte em ter vindo bater-me à porta?
- Isso é o que vamos ver... Mas espero que em todo o caso tenha tido bons médicos como professores...
- Médicos a ensinar medicina?! Valha-me Deus, que ideia mais medieval! Não meu caro amigo, os médicos foram erradicados do ensino da medicina há mais de vinte anos.
- ?!
- Não percebo o seu espanto. Então acha razoável que as aulas sejam leccionadas por médicos enfadonhos, sem competências ao nível dos processos de ensino/aprendizagem, e que se limitam a debitar umas teorias estéreis virados para o quadro? Eram muito pedantes esses professores, achavam-se o centro das atenções. E os alunos, claro, não percebiam nada. E o pior é que todos os dias se tornavam menos criativos, menos espontâneos, menos empenhados... Não, meu amigo, hoje temos um ensino moderno, as coisas já não funcionam assim! No final do século XX assistimos a enormes progressos no campo da pedagogia. Começou-se por dar formação aos professores do Ensino Básico e Secundário. Depois, progressivamente, as novas metodologias começaram a entrar nas universidades. Primeiro de mansinho, com o processo de Bolonha. Isto aconteceu no início do século. Curiosamente, o meu curso, Medicina, ainda foi o que resistiu mais tempo. Mas ninguém pára o progresso, e ainda bem: com a criação das Direcções Regionais do Ensino Superior, por volta de 2025, já ninguém podia leccionar no Superior sem uma forte preparação nas modernas correntes pedagógicas.
- Mas como funcionam?
- Para começar, temos de perceber que o conceito de professor está ultrapassado. Já não existem professores, o que existe são orientadores/facilitadores das aprendizagens. E as aprendizagens dependem do interesse dos alunos. Eu por exemplo sempre me interessei muito por pés, logo os meus orientadores facilitaram-me essa aprendizagem.
- Por pés?!
- Sim, é que gosto muito da bola, sabe? O meu power-point de fim de Mestrado é sobre a relação entre o tendão de Aquiles e a potência de remate. Ficou espectacular, fiz com recurso a uma ferramenta das novas tecnologias, um software de medicina dinâmica...
- Então mas qual é a formação desses “facilitadores das aprendizagens”?
- É muito variada... seguiram um pequeno módulo de três meses sobre medicina propriamente dita. A partir daí, estudaram pedagogia, sociologia, psicologia, administração pública... são umas pessoas muito completas.
- Não sei como é que pessoas com esse perfil “diversificado” o conseguiram avaliar...
- Avaliar?! Decididamente, o meu amigo parece ter vivido no século passado! Há muito que se sabe que a avaliação não ajuda a consolidar as aprendizagens. Muito pelo contrário, até desajuda. Quem estuda tendo em vista um exame não aprende nada. A avaliação foi inventada pelas elites por forma a poderem manter a sua supremacia. Eram uns fascistas, não queriam que os saberes caíssem à rua.
- Por falar em “saberes”, o que me parece é que o senhor doutor não sabe fazer nada...
- Não diga isso caro amigo, vai ver que vai ficar contente com o meu trabalho. Olhe que tirei nota máxima nas disciplinas de Medicina em Contexto e Comunicação da Medicina. Fazia umas redacções muito interessantes.
- Tirou nota máxima? Então não me disse que nunca foi avaliado?
- Pois, mas tivemos todos nota máxima. É natural, não é? Cada ser humano é único. Dentro da especificidade de cada um, todos somos excelentes.
- Senhor doutor, eu não o quero interromper, mas estou mesmo aflito. Será que pode então tratar-me?
- Sim, meu caro senhor, vamos a isso! Ora bem, como lhe expliquei, não sei nada de barrigas, mas daqui a nada já vou saber tudo. Mas antes, vou ter de fazer umas investigações.
- “Investigações”?!
- Sim. Investigações. Não me pergunte porquê, mas essa palavra (tal como aprendizagens e competências) deve ser usada sempre no plural. Vou usar as investigações para construir o meu próprio conhecimento. Quer conhecimentos mais robustos e genuínos do que aqueles que são construídos pelo próprio sujeito?
- Devo-lhe dizer que começo a ficar desconfiado. Em que consistem essas investigações?
- Ora bem, vou dirigir-me aqui ao meu terminal e interrogar o maior especialista de medicina clínica que existe: a internet. Como disse, isto vai ser mesmo muito interessante.
- A internet?!
- Exactamente! Ninguém sabe mais do que a internet, isso é mais do que óbvio. Hoje tudo está à distância de um clique, não tenho de abrir aqueles livros enfadonhos a preto e branco que conservamos na secção de museologia do hospital, em sinal de aviso às gerações futuras, para que não voltem a cair no erro do culto ao conhecimento estático.
- Então vamos lá.
- Sim, desculpe. Ora bem, deixe-me escrever aqui a minha procura “dor barriga lado direito”. Enter. Pronto, a informação já jorra! Huuumm... pois... tal como suspeitava... sim... sim...
- Já sabe o que tenho?
- Sim, é um problema simples, mas espere um pouco, deixe-me fazer aqui copy-paste para colocar no seu relatório. Agora, para confirmarmos o diagnóstico tenho só de lhe tirar uma radiografia, para ver se aparece uma imagem parecida com esta aqui. Não percebo muito bem o que representa, mas se a sua for igual é porque tem a mesma coisa. A única chatice é que a máquina de raios-X está avariada. Mas não se preocupe, vou já telefonar ao engenheiro biomédico de serviço.

(Passados dez minutos entra o engenheiro)

- Então o que se passa, senhor doutor?
- Queria fazer uma radiografia a este doente, senhor engenheiro, mas a máquina está avariada...
- Que bom! Não sei nada de máquinas de raios-X! Vai ser um serviço muito interessante...

in De Rerum Natura - post de Filipe Oliveira

Notícia sobre acidente mineiro na Roménia

Acidente aconteceu no sudoeste do país
Acidente numa mina de carvão na Roménia mata cinco pessoas

Na Roménia, as condições do trabalho nas minas estão envoltas em polémica

Cinco homens morreram hoje, depois de um acidente numa mina de carvão, no Sudoeste da Roménia, adiantou à AFP a porta-voz da companhia nacional mineira.

“Nenhuma pessoa sobreviveu, há cinco mortos”, indicou a porta-voz Oana Stoicuta. Os homens eram um engenheiro e quatro electricistas.

“É uma tragédia”, disse o governador da cidade de Uricani, Dan Buhaescu, logo a seguir a ter informado as famílias do acontecido, que estavam reunidas junto da mina.

Os cinco empregados da empresa mineira desceram à galeria da mina de Uricani, a uma profundidade de 400 metros, para fazer uma reparação eléctrica num quadro de distribuição. “Por volta das 14.30 horas (12.30, hora de Lisboa), a equipa indicou ter finalizado a operação, mas uma dezena de minutos mais tarde, um cheiro a fumo foi detectado ao nível de uma saída de ventilação. Foi assim que fomos alertados para o facto de ter havido um acidente”, disse a porta-voz.

Quatro horas e meia depois, uma equipa de resgate desceu à câmara para salvar os homens, mas encontrou os cinco mortos. Nenhum mineiro estava nas instalações, por ser fim-de-semana.

Entretanto, deu-se uma nova deflagração na mesma mina. No entanto, a equipa de resgate já tinha saído. Os corpos dos cinco homens que morreram na primeira explosão também já tinham sido retirados

Trabalham 800 pessoas nesta mina, situada no vale de Jiu, uma das regiões mineiras mais importantes da Roménia.

Este é o acidente mais importante desde que morreram 13 pessoas em Novembro de 2008, em duas explosões na mina de Petrila, situada no mesmo vale.

O director da Companhia Nacional Mineira, Constantin Jujan, afirmou hoje que modernos equipamentos de controle de gás foram adquiridos em 2009 e 2010 na mina de Uricani.

A novilíngua socrática explicada

Sócrates diz que não haverá despedimentos na função pública...


O primeiro-ministro - o rosto e a mímica da convicção


...Portanto, vai haver despedimentos na função pública.


(Provavelmente, será criado o conceito de despedida da função pública: Sócrates poderá clamar, depois, no parlamento, que nunca lhe ouviram dizer que não haveria despedidas na função pública; é homem de uma só palavra: "realmente, não há despedimentos, mas somente despedidas!" - berrará ele zangado, denunciando a aleivosia caluniosa dos ataques pessoais das oposições.)

in O Cachimbo de Magritte - post de Carlos Botelho

Mais uns a apuparem o aldrabão do costume

A Santa Joana Princesa nasceu há 459 anos


Santa Joana de Portugal, OP (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (6 de Fevereiro de 145212 de Maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel. Joana, foi jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.
Joana foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Tânger. Após recusar veementemente várias propostas de casamento, Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas. Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei João II de Portugal. Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de Maio.
É Padroeira da Cidade de Aveiro.

Hoje é dia de Reggae!

O Muro da Vergonha fez a sua derradeira vítima há 22 anos

  
Chris Gueffroy (Berlim, 21 de Junho de 1968 - Idem, 6 de Fevereiro de 1989) foi a última pessoa a ser alvejada enquanto tentava escapar para Berlim Ocidental pelo Muro de Berlim. Ele é frequente e erroneamente referenciado como a última pessoa a morrer numa tentativa de cruzar o muro, mas na verdade ele foi o último a ser assassinado, e o penúltimo a morrer numa tentativa de fuga. Winfried Freudenberg morreu na queda de um balão no qual cruzou a fronteira para Berlim Ocidental em 8 de Março de 1989.

Junto com seu amigo Christian Gaudian, Gueffroy tentou escapar de Berlim Oriental para Berlim Ocidental na noite de 6 de fevereiro de 1989, ao longo do canal do distrito de Britz. Os dois acreditavam que a Schießbefehl, a ordem de atirar em qualquer um que tentasse cruzar o muro, havia sido suspensa. Os dois pulariam o muro com a ajuda de uma escada, mas foram descobertos. Gueffroy foi alvejado no peito por dez tiros e morreu sobre o muro. Gaudian, muito ferido, foi preso e sentenciado em 24 de Maio de 1989 a três anos de prisão. Em Setembro do mesmo ano ele foi solto e em 17 de Outubro transferido para Berlim Ocidental.

Os quatro guardas implicados foram recompensados pelas autoridade da Alemanha Oriental, cada um com um prémio de 150 marcos. No entanto, com a reunificação, um processo foi aberto em Berlim pela justiça da Alemanha. Dois dos guardas foram liberados em Janeiro de 1992, um foi suspenso, enquanto que o principal acusado, Ingo Heinrich, que era responsável pelo tiro mortal no coração, foi condenado a três anos e meio de prisão (penalidade reduzida pelo Tribunal Federal a dois anos com suspensões em 1994).
O túmulo de Gueffroy foi vandalizado diversas vezes, provavelmente por comunistas que temiam que ele se tornasse um símbolo. Em 21 de Junho de 2003, data em que comemoraria 35 anos, um monumento foi erguido a Gueffroy à margem do canal de Britz. 

Bob Marley nasceu há 66 anos


Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Nine Mile, 6 de Fevereiro de 1945Miami, 11 de Maio de 1981) foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o género. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ele foi chamado de "Charles Wesley dos rastafáris" pela maneira com que divulgava a religião através de suas músicas.


sábado, fevereiro 05, 2011

Diz-me com quem andas...

(imagem daqui)

Prioridades e amizades

Em Março de 2010, o primeiro-ministro José  Sócrates afirmava «que fique claro a toda a opinião pública portuguesa” que Portugal atribui “à relação com os países do Norte de África uma prioridade política indiscutível”. Acrescentava ainda que relativamente à Tunísia esta era «uma economia que merece toda a confiança, com estabilidade política, com regras claras…».
Claro, na altura não se contava que o povo tunisino se revoltasse contra tão longa «estabilidade» do amigo Ali.  Agora, novo revés: «Governo desiste de apostar no mercado egípcio».
Mas calma,  a «prioridade» fixada pelo governo socialista ainda tem uma ilha de esperança: a Líbia de Kadafi: «Basílio Horta continua a afirmar que o Magrebe e o Médio Oriente constituem mercados com um interesse fundamental para o crescimento das exportações, e dá como exemplo a Líbia, para onde exportamos bens no valor de 70 milhões de euros.». Aguenta-te Kadafi, o governo português aprecia a estabilidade do teu regime e que compres muitos magalhães de pacotilha.
in Blasfémias - post de Gabriel Silva

 (imagem daqui)

Cantiga em castelhano do aniversariante do dia

 

Libre te quiero - Amancio Prada

Libre te quiero,
como arroyo que brinca
de peña en peña.
Pero no mía.
Grande te quiero,
como monte preñado
de primavera.
Pero no mía.
Buena te quiero,
como pan que no sabe
su masa buena.
Pero no mía.
Alta te quiero,
como chopo que en el cielo
se despereza.
Pero no mía.
Blanca te quiero,
como flor de azahares
sobre la tierra.
Pero no mía.
Pero no mía
ni de Dios ni de nadie
ni tuya siquiera.

Agustín García Calvo

Canção de Amancio Prada para recordar Federico


Gacela del amor desesperado - Amancio Prada

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

Federico Garcia Lorca


NOTA: belíssima interpretação, com um luminoso cheiro andaluz, do ainda mais belo poema de Federico, no ano em que passam 75 anos sobre o seu vil assassinato.

Música galega do aniversariante de hoje


Amiga, namorado vou - Amancio Prada

Por oír a unha rula decir de amor,
amiga, namorado vou!

Por mirar as cerdeiras como botan fror,
amiga, namorado vou!

Por verte e non te vere no verde prado,
amiga, namorado vou!

Porque non me non queres por teu namorado!
amiga, namorado vou!

- No vento pórei este meu lume novo
porque ardan as rulas, as cerdeiras e todo!
Amiga, namorado vou!


Álvaro Cunqueiro

Pode ser que assim muitos deixem de ser mansos - quando eu for grande quero ser tunisino


Parva que sou - Deolinda
Música e letra: Pedro da Silva Martins

Sou da geração sem-remuneração
e nem me incomoda esta condição...
Que parva que eu sou...


Porque isto está mau e vai continuar
já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou....


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...


Sou da geração casinha-dos-pais
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou...


Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou...


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...


Sou da geração vou-queixar-me-pra-quê?
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou...


Sou da geração eu-já-não-posso-mais-Que-esta-situação-d­ura-há-tempo-de-mais!
e parva eu não sou!!!


e fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo
é preciso estudar...

Pelo direito à eutanásia política

(imagem daqui)

O estertor do socratismo?

por NUNO SARAIVA

A ruptura manifesta entre o ministro dos Assuntos Parlamentares - que integra o núcleo duro de José Sócrates -, os seus colegas de Governo e a bancada do PS é mais uma cena de um guião que parece apontar para o progressivo desnorte e para a agonia da governação socialista. Aliás, nos últimos tempos, não têm faltado os episódios típicos de "fim de ciclo" ou, como ficou conhecida a fase final do cavaquismo, de "estertor" do socratismo.

Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, não hesitou há uns meses em colidir publicamente com o primeiro-ministro quando defendeu que o défice público devia ser limitado pela Constituição ou advogou um governo de salvação nacional para resolver os problemas do País. Mais recentemente, no Qatar, foi pronto a contradizer o "chefe", a propósito da venda de dívida soberana portuguesa no Médio Oriente.

No Diário de Notícias, em três semanas consecutivas, Mário Soares fez duras críticas ao PS e ao primeiro-ministro e dois elogios ao líder do PSD. O histórico que nos últimos anos foi aliado de José Sócrates não o poupou pelo apoio a Manuel Alegre, o "candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda". Foi "um erro de Sócrates, grave, sobretudo, para o futuro do PS", escreveu o fundador do partido. Isto quando no mesmo artigo elogiou o discurso de Passos Coelho na noite das eleições, dizendo que foi "politicamente responsável, muito equilibrado e inteligente". Uma semana depois, Soares voltou à carga: "Para o PS (...) é o momento (...) para dar um novo impulso à sua participação na vida política, com mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro e promover- -se." Elucidativo.

José Sócrates, no auge do desgaste desde que chegou ao poder, tem pois que dirimir conflitos com e entre ministros, que resultam, naturalmente, da actual falta de articulação e autoridade no interior do Governo. Para além, claro, dos críticos do costume, como Carrilho. Ao PSD, dirão alguns, bastará fazer de morto e esperar que o Governo caia sozinho daqui a uns meses.

Há, porém, uma contabilidade que vale a pena equacionar. Se, por mero acaso, os juros da dívida continuarem a tendência de descida manifestada nos últimos leilões; se, por esta razão, a pressão dos mercados diminuir; se a execução orçamental se revelar imaculada, o que acontecerá? 

Amancio Prada - 62 anos!

(imagem daqui)


Amancio Prada (Devesas, León, 5 de Fevereiro de 1949), nascido no Bierzo de fala galega, filho de camponeses, é um dos mais destacados cantautores espanhóis.
Estudou Sociologia na Universidade da Sorbonne (Paris). Ali mesmo, na França, já se deu a conhecer aparecendo na televisão e nas rádios francesas, e mesmo gravou o seu primeiro disco Vida e morte. A partir de aqui começou uma longa etapa de produção de discos, junto com numerosas actuações por todo o mundo, pois participou em concertos por todo o território espanhol e internacional (Roma, Estocolmo, Genebra, Buenos Aires, Nova York, Lisboa, Caracas, Porto, Chicago, México, Rabat, Colónia, Utrecht, Ravenna, Atenas, Bruxelas, Medellín, Brasil...)
Amancio Prada pode-se considerar como um dos melhores embaixadores da lírica galega e portuguesa no mundo (Rosalia de Castro, Álvaro Cunqueiro, diversos trovadores galaico-portugueses, canções populares galegas, etc), razão que o júri deu para que ganhasse o XXI Prémio Celanova - Casa dos Poetas - em 2005 ou o Premio Xarmenta em 2006.




En Lixboa, sobre lo mar

En Lixboa, sobre lo mar
barcas novas mandei lavrar,
ai mia senhor velida!


En Lixboa, sobre lo ler,
barcas novas mandei fazer,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
ai mia senhor velida!


Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
ai mia senhor velida!


Joán Zorro

Juízes: 2 - Pandilha: 0


A exploração mineira dos fundos oceânicos deixou de ser ficção

Papua Nova-Guiné dá concessão a empresa
Começou primeira corrida ao ouro no mar, a 1600 metros de profundidade 

A empresa fez estudo ambientais (Nautilus Minerals)

A empresa Nautilus Minerals teve a concessão para extrair ouro e outros minérios do fundo do mar, em águas da Papua-Nova Guiné. A companhia, com sede em Toronto, no Canadá, é a primeira a ganhar direito de explorar o fundo marinho e vai realizar os trabalhos a 1600 metros de profundidade depois de vários anos a fazer a prospecção e a realizar estudos ambientais naquela região, adianta o jornal espanhol El País.


O direito exclusivo dado pelo Governo da Papua-Nova Guiné à Nautilus Minerals é de 20 anos. Segundo as estimativas da empresa, a jazida contem 2,2 milhões de toneladas de material. Destas, 870 mil toneladas têm 6,8 por cento de cobre e 4,8 gramas por tonelada de ouro, além de outros materiais de interesse económico.

Esta jazida é formada por um depósito de sulfuretos polimetálicos que estão associados a chaminés hidrotermais que existem a grande profundidade. A gestão destas jazidas, em águas internacionais, é regulada pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.

Estas chaminés, identificadas há poucas décadas têm uma fauna rica e específica, os ambientalistas temem que este projecto destrua o habitat. Mas uma cientista que trabalhou com a empresa assegura que a Nautilus Minerals assegurou que uma área idêntica à área que vai ser explorada, não vai ser tocada pela empresa. O objectivo, é que esta área intacta sirva para re-colonizar a região explorada quando os trabalhos terminarem.

Numa altura em que os minérios terrestres estão a ficar mais caros, as empresas começam a apostar nos recursos inexplorados que estão no fundo do mar.

Nova revista portuguesa on-line sobre Ecologia



Editorial

A SPECO lança hoje o primeiro número da revista Ecologi@.

Trata-se de uma revista on line que visa criar um novo espaço dedicado a assuntos e temas relativos à Ecologia, que desejamos venha a ser especialmente acarinhado pela comunidade lusófona.

É uma revista que preencherá, simultaneamente, propósitos de divulgação e comunicação de ciência, publicando artigos científicos e sumários de teses e projectos, sem deixar de valorizar o contacto com a sociedade, através da publicação de artigos de opinião e de divulgação científica.

Comunicar e divulgar a ciência ecológica é um dever da SPECO e dos seus membros: só com uma informação que combine rigor e compreensão do público conseguiremos sensibilizar e mobilizar os cidadãos para as actuais ameaças sobre os ecossistemas, garantindo a sustentabilidade dos seus serviços e a própria sobrevivência do Planeta.

O tema deste número é, naturalmente, a Biodiversidade, por se tratar de um tema central em Ecologia e porque a SPECO em 2010 se associou às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade. Esperamos que a filosofia da revista que agora lançamos e os diferentes tipos de artigos que publicamos representem motivação suficiente para suscitar a colaboração dos ecólogos e que represente um contributo efectivo para levar a Ecologia mais longe.

Contamos com a participação de todos, associados ou não da SPECO, cientistas e técnicos a trabalhar em Ecologia, incluindo a ampla comunidade lusófona em todo o Mundo, e em especial do Brasil e dos PALOP. Todos os contributos são bem vindos !


sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Innuendo

I'm Going Slightly Mad



O Triunfo dos Porcos e dos Encubridores

(imagem daqui)

Correio Político
Suprema vergonha

Segundo o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, um primeiro-ministro como José Sócrates pode conversar à vontade com um alto administrador de um banco do Estado, no caso o ex-ministro Armando Vara, sobre a aquisição de um canal privado de televisão incómodo para o poder. Como era a TVI de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes.

Para o dr. Noronha do Nascimento, a intervenção directa de altos representantes do Estado em negócios privados, é apenas mais uma das muitas "pequenas estórias" que ocorrem todos os dias em Portugal. Talvez tenha alguma razão.

É também verdade que, segundo os dicionários de língua portuguesa, o tráfico de influências consiste "na prática ilegal de uma pessoa se aproveitar da sua posição privilegiada dentro de uma empresa ou entidade", que pode ser o Estado, "ou das suas conexões com pessoas em posição de autoridade, para obter favores ou benefícios para terceiros, geralmente em troca de favores ou pagamento."

Não foi certamente o que aconteceu no caso do negócio da TVI. Mas quando a Justiça não é aplicada, o Estado perde autoridade e o ‘fartar vilanagem’ é institucionalizado.

A bancarrota a duas vozes

(imagem daqui)

Razões por que o bloco central me faz pele de galinha - II

Que tristeza, ouvir ontem no jornal da TVi24, Marques Mendes fazer coro com a ministra Canavilhas, elogiando a iniciativa Guimarães - capital europeia da Cultura 2012, e a sua direcção e Conselho Geral, onde figuram Jorge Sampaio e Freitas do Amaral.
A qual Guimarães - capital europeia da cultura (e agora cito Alberto Gonçalves, na Sábado de ontem) custará por volta de 111 milhões de euros, e deixará depois uma Fundação Cidade de Guimarães em funcionamento até 2015, com administradores auferindo 10 000 euros mensais, e pagando entre 300 e 500 euros aos 15 membros do Conselho Geral por cada reunião a que estejam presentes, e pagando entre 3000 e 5400 euros mensais aos 6 programadores culturais que lá ficam.
Endividados, nós? Ora, isso é só do lado dos contribuintes.

in Corta-fitas - post de José Mendonça da Cruz

ADENDA: tínhamos já publicado um post sobre esta fantástica Fundação (ver aqui). É curioso que, mesmo depois de tanta celeuma nos media e blogosfera, continuem a insistir na asneira e na roubalheira.

A propósito das estranhas declarações (privadas) de ministros socialistas aos jornais

Esquecido na mesa do Conselho de Ministros



Barca Bela



Barca Bela

Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela,
Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela,
Só de vê-la,
Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela
Oh pescador!

Almeida Garrett

Almeida Garrett nasceu há 211 anos

Google Doodle de hoje

As Minhas Asas


Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

— Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.
Veio a cobiça da terra,
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.
— Veio a ambição, coas grandezas,
Vinham para mas cortar,
Davam-me poder e glória;
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,
— Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.

Cegou-me essas luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!

— Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Pena a pena me caíram...
Nunca mais voei ao céu.

The Show Must Go On

Recordar Almeida Garrett no aniversário do seu nascimento


João Baptista da Silva Leitão de Almeida e mais tarde visconde de Almeida Garrett, (Porto, 4 de Fevereiro de 1799Lisboa, 9 de Dezembro de 1854) foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, Par do Reino, ministro e secretário de Estado honorário português.
Grande impulsionador do teatro em Portugal, uma das maiores figuras do romantismo português, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.


 

A Guerra do Ultramar começou há 50 anos



A Guerra da Independência de Angola (1961-1974), que começou por um levantamento contra colheitas forçadas de algodão, tornou-se uma luta de várias facções pelo controlo de Angola com onze movimentos separatistas, acabando em 1975 quando o governo angolano, a UNITA, o MPLA e a FNLA assinaram o Acordo do Alvor, após a Revolução dos Cravos em Portugal do dia 25 de Abril de 1974. Foi essencialmente uma guerra de guerrilha na qual as Forças Armadas Portuguesas lutaram contra vários grupos independentistas armados e dispersos por algumas zonas escassamente povoadas do vasto território angolano administrado por Portugal. Quanto a posições exteriores, os grupos nacionalistas revoltosos puderam contar principalmente com o apoio da República Democrática do Congo; em relação a Portugal, houve apoio por parte da África do Sul. Várias atrocidades foram cometidas por todas as forças envolvidas no conflito.


ADENDA: passam também hoje 160 anos sobre a data em que os Estados Unidos se dividiram:

Os Estados Confederados da América (Confederated States of America, em inglês; abreviação: CSA), também conhecida como A Confederação (The Confederacy, em inglês) foi uma unidade política formada em 4 de Fevereiro de 1861 por seis Estados do Sul agrário e escravista dos Estados Unidos da América - Alabama, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana e Mississipi - após o abolicionista Abraham Lincoln ter vencido as eleições presidenciais de 1860. Jefferson Davis foi escolhido como o primeiro Presidente dos Estados Confederados da América no dia seguinte, e o único a presidir da Confederação até ter sido capturado pela União, em 10 de abril de 1865, um dia após a rendição incondicional das tropas confederadas em Appomattox.

O último álbum de Freddie Mercury foi lançado há 20 anos


Innuendo é o décimo quarto álbum de estúdio da banda inglesa Queen e foi lançado em Fevereiro de 1991.
O álbum foi gravado durante o ano de 1990 e planeado inicialmente para que fosse lançado no final deste mesmo ano. Sendo assim,aproveitariam a época de natal para alavancar as vendas do disco, mas devido a fragilidade na saúde de Freddie Mercury, as gravações tiveram que transcorrer em um ritmo mais lento, e o álbum acabou sendo lançado somente em Fevereiro do ano seguinte.
Assim como no álbum The Miracle, a autoria de todas as faixas aparecem como sendo Queen, excepto na canção All God's People que é creditada a QUEEN e Mike Moran. Isso porque esta canção havia sido iniciada durante as gravações do álbum solo de Freddie Mercury, Barcelona, onde Mike Moran ajudou Mercury nas composições das canções. Existem inúmeras faixas inéditas (fora as demos) gravadas nas sessões de "Innuendo", sendo algumas delas: "My Secret Fantasy", "Robbery", "Self Made Man", "Assassin" e "Face It Alone".
A canção "I Can't Live With You", ganhou uma nova versão no álbum "Queen Rocks", lançado em 1997.
Innuendo foi recebido como o álbum mais triste que foi feito pelo grupo Queen. Principalmente porque, durante os clipes, principalmente o de These Are The Days of Our Lives, nota-se um Freddie Mercury visivelmente fraco e abatido, consequência da SIDA que ele contraiu. Freddie Mercury morreu no mesmo ano em que este álbum foi lançado.