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domingo, janeiro 14, 2024

A Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali da Tunísia há treze anos

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisina de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita, em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

   

sábado, janeiro 14, 2023

A Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali da Tunísia há doze anos

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisina de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

   

sexta-feira, janeiro 14, 2022

Há onze anos uma Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali da Tunísia

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisina de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

 

quinta-feira, janeiro 14, 2021

A Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali há dez anos

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisiana de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

 

in Wikipédia

domingo, dezembro 17, 2017

O evento que desencadeou a Primavera Árabe foi há sete anos

Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (Sidi Bouzid, 29 de março de 1984Ben Arous, 4 de janeiro de 2011), mais conhecido como Mohamed Bouazizi  era um vendedor de rua tunisino cuja autoimolação, no dia 17 de dezembro de 2010, foi o rastilho dos protestos na Tunísia (a Revolução de Jasmim, que foi o início da Primavera Árabe) e que levaram o então presidente Ben Ali a renunciar ao cargo, depois de 23 anos no poder.
  
Biografia
Como Bouazizi não conseguiu arranjar um emprego normal, começou a vender frutas e legumes para se manter e ajudar a sua família. Bouazizi ajudava a sua mãe e irmã através de lucros de cerca de 75 dólares mensais. O seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 ele vendia nas ruas, depois das aulas.
Na sexta feira, 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo e morreu 18 dias depois, às 17.30 na terça-feira, 4 de janeiro de 2011 em um hospital na cidade de Ben Aros. 5.000 pessoas participaram no seu funeral.
 
Protestos e apoio
As autoridades da cidade confiscaram o carrinho de venda de fruta de Bouazizi, alegando ser ilegal a venda ambulante na Tunísia. Assim, Mohamed decidiu ir à sede do governo regional para tentar defender o seu caso perante o governador, pois tinha poucas opções para ganhar a vida. Após receber um não ao seu pedido, comprou duas garrafas de diluente e colocou fogo em si mesmo, à frente do prédio.
As autoridades disseram que Bouazizi não tinha permissão para vender nas ruas, porém de acordo com Hamdi Lazhar (ministro do trabalho) nenhuma autorização era necessária para vender com um carrinho. Salem e Samia Bouazizi, respectivamente mãe e irmã de Bouazizi, afirmaram que autoridades tentaram por diversas vezes extorquir dinheiro do vendedor ambulante.
Também foi relatado que Mohamed foi humilhado publicamente quando uma funcionária municipal, lhe deu uma bofetada e cuspiu nele, confiscando a sua balança e deitando fora a sua fruta. O facto de esta ser uma mulher tornou a humilhação ainda maior. "Assim ele ficou irritado," disse Rochde Horchane, um primo. Bouazizi foi reclamar junto do governador local, mas ele não o quis ouvir.
Ele deixou uma mensagem para sua mãe no Facebook pedindo perdão por ter perdido a esperança em tudo. Então comprou diluente, encharcou-se em frente ao prédio do governo local e pôs-se em chamas. Foi ainda transferido para um hospital perto de Túnis mas morreu no dia 4 de janeiro de 2011.
  
Prémio Sakharov
Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov.
  

quinta-feira, dezembro 17, 2015

A Primavera Árabe começou há cinco anos...

Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (Sidi Bouzid, 29 de março de 1984Ben Arous, 4 de janeiro de 2011), mais conhecido como Mohamed Bouazizi  era um vendedor de rua tunisino cuja autoimolação, no dia 17 de dezembro de 2010, foi o rastilho dos protestos na Tunísia (a Revolução de Jasmim, que foi o início da Primavera Árabe) e que levaram ao então presidente Ben Ali a renunciar ao cargo, depois de 23 anos no poder.
  
Biografia
Como Bouazizi não conseguiu arranjar um emprego normal, começou a vender frutas e legumes para se manter e ajudar a sua família. Bouazizi ajudava a sua mãe e irmã através de lucros de cerca de 75 dólares mensais. O seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 ele vendia nas ruas, depois das aulas.
Na sexta feira, 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo e morreu 18 dias depois, às 17.30 na terça-feira, 4 de janeiro de 2011 em um hospital na cidade de Ben Aros. 5.000 pessoas participaram no seu funeral.

Protestos e apoio
As autoridades da cidade confiscaram o carrinho de venda de fruta de Bouazizi, alegando ser ilegal a venda ambulante na Tunísia. Assim, Mohamed decidiu ir à sede do governo regional para tentar defender o seu caso perante o governador, pois tinha poucas opções para ganhar a vida. Após receber um não ao seu pedido, comprou duas garrafas de diluente e colocou fogo em si mesmo, à frente do prédio.
As autoridades disseram que Bouazizi não tinha permissão para vender nas ruas, porém de acordo com Hamdi Lazhar (ministro do trabalho) nenhuma autorização era necessária para vender com um carrinho. Salem e Samia Bouazizi, respectivamente mãe e irmã de Bouazizi, afirmaram que autoridades tentaram por diversas vezes extorquir dinheiro do vendedor ambulante.
Também foi relatado que Mohamed foi humilhado publicamente quando uma funcionária municipal, lhe deu uma bofetada e cuspiu nele, confiscando a sua balança e deitando fora a sua fruta. O facto de esta ser uma mulher tornou a humilhação ainda maior. "Assim ele ficou irritado," disse Rochde Horchane, um primo. Bouazizi foi reclamar junto do governador local, mas ele não o quis ouvir.
Ele deixou uma mensagem para sua mãe no Facebook pedindo perdão por ter perdido a esperança em tudo. Então comprou diluente, encharcou-se em frente ao prédio do governo local e pôs-se em chamas. Foi ainda transferido para um hospital perto de Túnis mas morreu no dia 4 de janeiro de 2011.

Prémio Sakharov
Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

A Primavera Árabe começou há dois anos

Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (Sidi Bouzid, 29 de março de 1984Ben Arous, 4 de janeiro de 2011), mais conhecido como Mohamed Bouazizi era um vendedor ambulante tunisino cuja autoimolação no dia 17 de dezembro de 2010 foi o rastilho e causa dos protestos na Tunísia que levaram ao então presidente Ben Ali a renunciar depois de 23 anos no poder.

Como Bouazizi não conseguiu arranjar um emprego formal, começou a vender frutas e legumes para se manter e ajudar sua família. Bouazizi ajudava sua mãe e irmã através dos lucros de 75 dólares mensais que obtinha, pois o seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e desde os 10 anos que ele vendia nas ruas depois da escola.
Na sexta feira, 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo e morreu 18 dias depois, às 17.30 horas, na terça-feira, 4 de janeiro de 2011, em um hospital na cidade de Ben Aros. Cerca de 5.000 pessoas participaram no seu funeral.

As autoridades da cidade confiscaram o carrinho de frutas de Bouazizi, alegando ser ilegal a venda ambulante na Tunísia. Assim, Mohamed decidiu ir à sede do governo regional para tentar defender o seu caso com o governador, pois tinha poucas opções para ganhar a vida. Após receber um não ao seu pedido, comprou duas garrafas de diluente e colocou fogo em si mesmo em frente ao prédio.
Posteriormente as autoridades disseram que Bouazizi não tinha permissão para vender nas ruas, porém de acordo com Hamdi Lazhar (ministro do trabalho) nenhuma licença é necessária para vender com um carrinho. Salem e Samia Bouazizi, respectivamente mãe e irmã de Bouazizi, afirmaram que autoridades tentaram por diversas vezes extorquir dinheiro do vendedor ambulante.
Também foi relatado que Mohamed foi humilhado publicamente quando uma funcionária municipal lhe deu uma chapada no rosto e lhe cuspiu, confiscando a sua balança e deitando fora as suas frutas (e o facto de ela ser uma mulher, numa cultura islâmica, tornou a humilhação ainda maior)."Assim ele ficou irritado," disse Rochde Horchane, seu primo. Bouazizi foi reclamar com o governador local, mas ele não o quis ouvir. "O meu primo falou, Se você não me receber, eu vou-me queimar," disse Horchane.
Ele deixou uma mensagem para a sua mãe no Facebook pedindo perdão por ter perdido a esperança em tudo. Então ele comprou diluente, encharcou-se em frente ao prédio do governo local e pôs-se em chamas; foi então transferido para um hospital perto de Túnis e morreu no dia 4 de janeiro de 2011.

Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, postumamente, com o Prémio Sakharov.

sábado, fevereiro 05, 2011

Diz-me com quem andas...

(imagem daqui)

Prioridades e amizades

Em Março de 2010, o primeiro-ministro José  Sócrates afirmava «que fique claro a toda a opinião pública portuguesa” que Portugal atribui “à relação com os países do Norte de África uma prioridade política indiscutível”. Acrescentava ainda que relativamente à Tunísia esta era «uma economia que merece toda a confiança, com estabilidade política, com regras claras…».
Claro, na altura não se contava que o povo tunisino se revoltasse contra tão longa «estabilidade» do amigo Ali.  Agora, novo revés: «Governo desiste de apostar no mercado egípcio».
Mas calma,  a «prioridade» fixada pelo governo socialista ainda tem uma ilha de esperança: a Líbia de Kadafi: «Basílio Horta continua a afirmar que o Magrebe e o Médio Oriente constituem mercados com um interesse fundamental para o crescimento das exportações, e dá como exemplo a Líbia, para onde exportamos bens no valor de 70 milhões de euros.». Aguenta-te Kadafi, o governo português aprecia a estabilidade do teu regime e que compres muitos magalhães de pacotilha.
in Blasfémias - post de Gabriel Silva

 (imagem daqui)

terça-feira, janeiro 18, 2011

Humor (só) cretino - parte II


Um homem com olho para o investimento II

Norte de África é prioridade política e económica para Portugal
No discurso, Sócrates insistiu no tema, prometendo apelar aos empresários portugueses para que invistam na Tunísia, “uma economia que merece toda a confiança, com estabilidade política [...] (via Alto Hama)
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Tunísia: 29 dias de revolta derrubam 23 anos de ditadura

in Blasfémias - post de João Miranda

NOTA: o moço está a perder o jeito para lidar com ditadores. Mas este não interessava nada - não tinha dinheiro para torrar na nossa dívida pública.