Mostrar mensagens com a etiqueta Tunísia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tunísia. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, abril 10, 2024

O atentado de la Ghriba foi há vinte e dois anos...

 
O atentado de la Ghriba de 11 de abril de 2002 foi um ataque suicida, levado a cabo por um terrorista islâmico, na entrada da sinagoga de la Ghriba, em Djerba, sul da Tunísia. O atentado provocou 21 mortos e 30 feridos e foi levado a cabo por Nizar Naoua, um franco-tunisino de 25 anos, com ligações à organização terrorista al-Qaeda, que reivindicou a autoria do ataque.
  

Além de Naoua, estiveram envolvidos no atentado um tio e um irmão do suicida, Christian Ganczarski, um cidadão alemão de origem polaca, o empresário espanhol Enrique Cerda e o empresário paquistanês residente em Espanha Ahmed Rukhsar. Todos eles, à exceção do tio de Nizar Naoua, mantiveram contactos com o célebre dirigente da al-Qaeda Khalid Sheikh Mohammed, preso em Guantánamo por ser suspeito de envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque.

A sinagoga de la Ghriba é o principal centro espiritual dos judeus de Djerba, uma das mais antigas comunidades judaicas do Norte de África e uma das últimas ainda existente no mundo árabe. Além disso, é um dos mais importantes santuários judaicos do Norte de África e, segundo a lenda, é uma das mais antigas, senão a mais antiga sinagoga do mundo.

O ataque consistiu na explosão dum camião cisterna de gás natural, carregado de explosivos, diante da sinagoga. Entre os mortos encontravam-se 14 turistas alemães, cinco tunisinos e duas pessoas de nacionalidade francesa.

Inicialmente as autoridades tunisinas apresentaram a explosão como um acidente, contudo um inquérito levado a cabo conjuntamente pelas autoridades da Tunísia, França e Alemanha rapidamente conclui que se tratou dum ataque deliberado organizado por agentes da rede terrorista al-Qaeda, de Osama bin Laden, o que, depois de várias reclamações do atentado, de credibilidade duvidosa, viria a ser confirmado por uma gravação sonora de Sulaiman Abu Ghaith, emitida pela cadeia de televisão árabe do Catar Al Jazira a 23 de junho. Nessa gravação, Abu Ghaith, conhecido como um dos porta-vozes da al-Qaeda, declarou que o atentado foi uma vingança pelas mortes de palestinianos«[.. o ataque] foi levado a cabo pela rede da al-Qaeda. Um jovem não tolerava ver os seus irmãos mortos na Palestina [... ao mesmo tempo que] via judeus a divertindo-se em Djerba».

Nizar Naouar, um franco-tunisino de 25 anos, morto na explosão, foi identificado como o autor suicida do ataque, para o qual teve a ajuda do seu tio Belgacem Naouar. Durante o inquérito apurou-se que ele fez crer aos seus familiares, originários de Ben Gardane, que tinha estado a estudar Turismo no Canadá entre 1999 e 2001, quando na realidade frequentava campos de treino da al-Qaeda no Afeganistão. No seu testamento, descoberto no esconderijo dum membro da al-Qaeda, em Karachi, em setembro de 2002, refere o «seu ódio aos judeus, americanos e aos regimes árabes ímpios que impedem os seus cidadãos de participar na jihad contra Israel» e indicava ter agido sozinho.
   

segunda-feira, março 18, 2024

22 pessoas foram assassinada, há nove anos, num ataque terrorista em Tunes...

Mosaic memorial at the Bardo Museum to the victims of the attack
    
On 18 March 2015, three militants attacked the Bardo National Museum in the Tunisian capital city of Tunis, and took hostages. Twenty-one people, mostly European tourists, were killed at the scene, and an additional victim died ten days later. Around fifty others were injured. Two of the gunmen, Tunisian citizens Yassine Labidi and Saber Khachnaoui, were killed by police, and the third attacker is currently at large. Police treated the event as a terrorist attack.

On 22 March, Tunisian President Beji Caid Essebsi said a third gunman was involved in the attack, and is at large.

On 28 March, Tunisian police killed Lokman Abu Sakhra, an Algerian suspected of planning the attack, along with eight other armed men during a raid in the southern Gafsa region. They were allegedly major members of the Okba Ibn Nafaa Brigade, a splinter group of al-Qaeda in the Islamic Maghreb. Interior Ministry spokesman Mohamed Ali Aroui said, "[T]he nine were among the most dangerous terrorists in Tunisia." Sakhra was said to be the leader of the group. The Tunisian government said the Okba Ibn Nafaa Brigade was responsible for the attack, despite claims of responsibility made by the Islamic State of Iraq and the Levant.

On 20 May, 22-year-old Moroccan illegal immigrant Abdelmajid Touil was arrested in Italy on allegations that he aided the attackers.

In December 2017 US Secretary of State Rex W. Tillerson named Wanas al-Faqih and two other men, as terrorists. On January 4, 2018, when the State Department listed al-Faqih on its list of globally designated terrorists they described him as having planned the Bardo Museum bombing.

The Islamic State of Iraq and the Levant (ISIL) claimed responsibility for the attack, and threatened to commit further attacks. However, the Tunisian government blamed a local splinter group of al-Qaeda in the Islamic Maghreb, called the Okba Ibn Nafaa Brigade, for the attack. A police raid killed nine members ten days later.

 

Deaths by nationality
Country Number
 France 4
 Italy 4
 Japan 3
 Poland 3
 Colombia 2
 Spain 2
 Tunisia 1
 Belgium 1
 Russia 1
 United Kingdom 1
Total 22

  

sábado, fevereiro 24, 2024

Um corrupto chamado Bettino Craxi nasceu há noventa anos...

Benedetto "Bettino" Craxi
       
Bettino Craxi (Milão, 24 de fevereiro de 1934 - Hammamet, 19 de janeiro de 2000) foi um político italiano. Foi líder do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e ocupou o cargo de primeiro-ministro da Itália de 1983 a 1987. Foi o primeiro socialista, na história da república Italiana a ocupar o cargo de primeiro-ministro.
     
Mário Soares visitando Craxi, depois de condenado a prisão por corrupção
      
Permaneceu durante a maior parte de sua vida no PSI. Ascendeu rapidamente no partido. Em 1968 foi eleito deputado e imediatamente foi nomeado vice-secretário nacional.
Em 1976, em plena crise interna, foi eleito secretário-geral em substituição de Francesco De Martino. Inicia assim a sua longa liderança do PSI, embora inicialmente fosse considerado um "secretário de transição" pela velha guarda socialista.
Em 1983 foi eleito primeiro-ministro com o apoio da aliança formada pelo PSI, DC, PSDI, PRI e PLI. Entre as suas principais políticas destacaram-se a assinatura de uma nova concordata com a Santa Sé, em 1984, em que o catolicismo deixou de ser a religião oficial de Itália, e ainda a entrada de Itália no G7 e uma nova política de impostos.
A corrente política de Craxi dominava completamente o PSI, havendo uma pequena corrente mais esquerdista do PSI, dirigida por Riccardo Lombardi, que o acusava de ser de direita. Este domínio quase absoluto permitiu a Craxi levar o partido às suas posições moderadas dentro da social-democracia.
A sua queda ocorreu em 1992, com a iniciativa judicial denominada Operação Mãos Limpas, que tentou acabar com a corrupção que imperava na política italiana. Craxi, apontado entre os corruptos, teve que se demitir de seu cargo, num PSI que não demoraria a desaparecer.
Craxi muda-se para a Tunísia, fugindo da justiça italiana, morrendo em 2000, numa cidade junto ao mar, Hammamet.
 
   

domingo, janeiro 14, 2024

A Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali da Tunísia há treze anos

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisina de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita, em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

   

domingo, dezembro 17, 2023

A Primavera Árabe começou há treze anos...

     
Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (Sidi Bouzid, 29 de março de 1984Ben Arous, 4 de janeiro de 2011), mais conhecido como Mohamed Bouazizi, era um vendedor de rua tunisino cuja autoimolação, no dia 17 de dezembro de 2010, despoletou os protestos na Tunísia que levaram ao então presidente Ben Ali a renunciar, depois de 23 anos no poder, e à Primavera Árabe.
    
Biografia
Como Bouazizi não conseguiu arranjar um emprego formal, começou a vender frutas e legumes para se manter e ajudar a sua família. Bouazizi ajudava a sua mãe e irmã através de um apoio de 75 dólares mensais. O seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e, desde os 10, ele vendia nas ruas depois da escola.
Na sexta feira, 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo e morreu 18 dias depois, às 17.30 horas de terça-feira, dia 4 de janeiro de 2011, num hospital na cidade de Ben Arous. Cerca de 5.000 pessoas participaram da procissão funerária.
    
Protestos e apoio
As autoridades da cidade confiscaram o carrinho de frutas de Bouazizi, alegando ser ilegal a venda ambulante na Tunísia. Assim, Mohamed decidiu ir à sede do governo regional para tentar defender seu caso com o governador, pois tinha poucas opções para ganhar a vida. Após receber um não ao seu pedido, comprou duas garrafas de diluente e colocou fogo em si mesmo na frente do prédio.
Autoridades disseram que Bouazizi não tinha permissão para vender nas ruas, porém de acordo com Hamdi Lazhar (ministro do trabalho) nenhuma permissão é necessária para vender com um carrinho. Salem e Samia Bouazizi, respetivamente mãe e irmã de Bouazizi, afirmaram que autoridades tentaram por diversas vezes extorquir dinheiro do vendedor ambulante.
Também foi relatado que Mohamed foi humilhado publicamente quando uma funcionária municipal lhe deu um estalada no rosto e lhe cuspiu, confiscando a sua balança e deitando fora a sua fruta. O facto de ela ser uma mulher, tornou a humilhação ainda maior. "Assim ele ficou irritado," disse Rochde Horchane, o seu primo. Bouazizi foi reclamar com o governador local, mas ele não o quis ouvir. "O meu primo disse, Se você não me ajudar, eu vou queimar-me," disse Horchane.
Ele deixou uma mensagem para a sua mãe no Facebook pedindo perdão por ter perdido a esperança em tudo. Então ele comprou diluente, encharcou-se em frente ao prédio do governo local e pôs-se em chamas. Ele foi então transferido para um hospital perto de Túnis e morreu no dia 4 de janeiro de 2011.
  
Prémio Sakharov
Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov.
    

domingo, junho 25, 2023

O atentado de Sousse foi há oito anos...

 
O atentado de Sousse foi um atentado terrorista que ocorreu no dia 26 de junho de 2015 em Sousse, na Tunísia, causando a morte de 39 pessoas. Um homem, conhecido como Seifeddine Rezgui, de 23 anos, abriu fogo com uma Kalachnikov na praia de um hotel de luxo, repleta de turistas estrangeiros; o terrorista foi abatido.
  
Ataque
A 26 de junho de 2015, o Riu Imperial Marhaba Hotel, um complexo turístico de cinco estrelas, de propriedade espanhola, localizado em Port El Kantaoui, na costa do Mediterrâneo, a cerca de dez quilómetros, a norte, de Sousse, Tunísia, estava hospedando 565 pessoas, principalmente da Europa Ocidental, com 77% de sua capacidade. Os turistas do hotel, bem como do Hotel Soviva, localizado nas proximidades, estavam na praia para nadar e apanhar sol.
Por volta do meio-dia, Seifeddine Rezgui Yacoubi, 23 anos, também conhecido como Abu Yahya al-Qayrawani, nascido em Gaafour e ex-estudante de aviação da Universidade de Cairuão,  disfarçado de turista, começou a socializar com outros e, de seguida, pegou numa espingarda Kalashnikov que tinha escondido num guarda-sol e disparou contra os turistas na praia. Entrou no hotel, atirando em todas pessoas que via à sua frente. O terrorista foi morto por forças de segurança durante uma troca de tiros. Todas as balas encontrados foram disparadas pela mesma arma; o indivíduo tinha quatro cartuchos de munição. Rezgui tinha falado com seu pai por telemóvel que deitou ao mar pouco antes do ataque; o aparelho foi recuperado.
Um porta-voz do Ministério do Interior disse que tinham a certeza de que outras pessoas ajudaram o rapaz, mas sem participação direta, proporcionando a Kalashnikov e ajudando Rezgui no local do massacre.
  
Vítimas
A maior parte das vítimas do atentado de sexta-feira num hotel na estância turística de Sousse, na Tunísia, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, são britânicas, anunciou o primeiro-ministro tunisino, Habib Essid. No que diz respeito "às nacionalidades dos mortos (...), a maior parte é britânica. Depois há alemães, belgas e franceses", disse Essid em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro tunisino baixou para 38 o número de vítimas do atentado, precisando que os 39 mortos anteriormente reportados pelo Ministério da Saúde incluíam o atirador, abatido pelas forças de segurança.
Uma turista luso-brasileira de 76 anos morreu também no ataque perpetrado, informou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário. “A embaixada portuguesa em Tunes acabou de nos confirmar, infelizmente, que há uma cidadã nacional entre as pessoas que foram mortas ontem em Sousse." Mais tarde o Itamaraty confirmou que esta mesma vítima também tinha nacionalidade brasileira. Com o  nome de Maria da Glória Moreira, tornou-se a primeira portuguesa/brasileira vítima de um ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
 
Balanço das vítimas - 29 de junho de 2015
Nacionalidade Mortes Feridos Total
 Reino Unido
30 24 54
 Irlanda 3 0 3
 Tunísia 1 (terrorista) 7 8
 Bélgica 1 3 4
 Alemanha 1 0 1
 Brasil/ Portugal 1 0 1
 Rússia 0 1 1
 Ucrânia 0 1 1
nacionalidades desconhecidas 2 3 5
Total393978
 

in Wikipédia

terça-feira, abril 11, 2023

O atentado de la Ghriba foi há vinte e um anos...

 
O atentado de la Ghriba de 11 de abril de 2002 foi um ataque suicida levado a cabo por um terrorista islâmico à entrada da sinagoga de la Ghriba, em Djerba, sul da Tunísia. O atentado provocou 21 mortos e 30 feridos e foi levado a cabo por Nizar Naoua, um franco-tunisino de 25 anos, com ligações à organização terrorista al-Qaeda, que reivindicou a autoria do ataque.
  

Além de Naoua, estiveram envolvidos no atentado um tio e um irmão do suicida, Christian Ganczarski, um cidadão alemão de origem polaca, o empresário espanhol Enrique Cerda e o empresário paquistanês residente em Espanha Ahmed Rukhsar. Todos eles, à exceção do tio de Nizar Naoua, mantiveram contactos com o célebre dirigente da al-Qaeda Khalid Sheikh Mohammed, preso em Guantánamo por ser suspeito de envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque.

A sinagoga de la Ghriba é o principal centro espiritual dos judeus de Djerba, uma das mais antigas comunidades judaicas do Norte de África e uma das últimas ainda existente no mundo árabe. Além disso, é um dos mais importantes santuários judaicos do Norte de África e, segundo a lenda, é uma das mais antigas, senão a mais antiga sinagoga do mundo.

O ataque consistiu na explosão dum camião cisterna de gás natural, carregado de explosivos, diante da sinagoga. Entre os mortos encontravam-se 14 turistas alemães, cinco tunisinos e duas pessoas de nacionalidade francesa.

Inicialmente as autoridades tunisinas apresentaram a explosão como um acidente, contudo um inquérito levado a cabo conjuntamente pelas autoridades da Tunísia, França e Alemanha rapidamente conclui que se tratou dum ataque deliberado organizado por agentes da rede terrorista al-Qaeda, de Osama bin Laden, o que, depois de várias reclamações do atentado, de credibilidade duvidosa, viria a ser confirmado por uma gravação sonora de Sulaiman Abu Ghaith, emitida pela cadeia de televisão árabe do Catar Al Jazira a 23 de junho. Nessa gravação, Abu Ghaith, conhecido como um dos porta-vozes da al-Qaeda, declarou que o atentado foi uma vingança pelas mortes de palestinianos«[.. o ataque] foi levado a cabo pela rede da al-Qaeda. Um jovem não tolerava ver os seus irmãos mortos na Palestina [... ao mesmo tempo que] via judeus a divertindo-se em Djerba».

Nizar Naouar, um franco-tunisino de 25 anos, morto na explosão, foi identificado como o autor suicida do ataque, para o qual teve a ajuda do seu tio Belgacem Naouar. Durante o inquérito apurou-se que ele fez crer aos seus familiares, originários de Ben Gardane, que tinha estado a estudar Turismo no Canadá entre 1999 e 2001, quando na realidade frequentava campos de treino da al-Qaeda no Afeganistão. No seu testamento, descoberto no esconderijo dum membro da al-Qaeda, em Karachi, em setembro de 2002, refere o «seu ódio aos judeus, americanos e aos regimes árabes ímpios que impedem os seus cidadãos de participar na jihad contra Israel» e indicava ter agido sozinho.
   

sábado, março 18, 2023

Um ataque terrorista em Tunes matou 22 pessoas há oito anos...

Mosaic memorial at the Bardo Museum to the victims of the attack
    
On 18 March 2015, three militants attacked the Bardo National Museum in the Tunisian capital city of Tunis, and took hostages. Twenty-one people, mostly European tourists, were killed at the scene, and an additional victim died ten days later. Around fifty others were injured. Two of the gunmen, Tunisian citizens Yassine Labidi and Saber Khachnaoui, were killed by police, and the third attacker is currently at large. Police treated the event as a terrorist attack.

On 22 March, Tunisian President Beji Caid Essebsi said a third gunman was involved in the attack, and is at large.

On 28 March, Tunisian police killed Lokman Abu Sakhra, an Algerian suspected of planning the attack, along with eight other armed men during a raid in the southern Gafsa region. They were allegedly major members of the Okba Ibn Nafaa Brigade, a splinter group of al-Qaeda in the Islamic Maghreb. Interior Ministry spokesman Mohamed Ali Aroui said, "[T]he nine were among the most dangerous terrorists in Tunisia." Sakhra was said to be the leader of the group. The Tunisian government said the Okba Ibn Nafaa Brigade was responsible for the attack, despite claims of responsibility made by the Islamic State of Iraq and the Levant.

On 20 May, 22-year-old Moroccan illegal immigrant Abdelmajid Touil was arrested in Italy on allegations that he aided the attackers.

In December 2017 US Secretary of State Rex W. Tillerson named Wanas al-Faqih and two other men, as terrorists. On January 4, 2018, when the State Department listed al-Faqih on its list of globally designated terrorists they described him as having planned the Bardo Museum bombing.

The Islamic State of Iraq and the Levant (ISIL) claimed responsibility for the attack, and threatened to commit further attacks. However, the Tunisian government blamed a local splinter group of al-Qaeda in the Islamic Maghreb, called the Okba Ibn Nafaa Brigade, for the attack. A police raid killed nine members ten days later.

 

Deaths by nationality
Country Number
 France 4
 Italy 4
 Japan 3
 Poland 3
 Colombia 2
 Spain 2
 Tunisia 1
 Belgium 1
 Russia 1
 United Kingdom 1
Total 22

  

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

Bettino Craxi nasceu há 89 anos

Benedetto "Bettino" Craxi
       
Bettino Craxi (Milão, 24 de fevereiro de 1934 - Hammamet, 19 de janeiro de 2000) foi um político italiano. Foi líder do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e ocupou o cargo de primeiro-ministro da Itália de 1983 a 1987. Foi o primeiro socialista, na história da República Italiana a ocupar o cargo de primeiro-ministro.
     
Mário Soares visitando Craxi, depois de condenado a prisão por corrupção
      
Permaneceu durante a maior parte de sua vida no PSI. Ascendeu rapidamente no partido. Em 1968 foi eleito deputado e imediatamente foi nomeado vice-secretário nacional.
Em 1976, em plena crise interna, foi eleito secretário-geral em substituição de Francesco De Martino. Inicia assim a sua longa liderança do PSI, embora inicialmente fosse considerado um "secretário de transição" pela velha guarda socialista.
Em 1983 foi eleito primeiro-ministro com o apoio da aliança formada pelo PSI, DC, PSDI, PRI e PLI. Entre suas principais políticas destacaram-se a assinatura de uma nova concordata com a Santa Sé, em 1984, em que o catolicismo deixou de ser a religião oficial de Itália, e ainda a entrada de Itália no G7 e uma nova política de impostos.
A corrente política de Craxi dominava completamente o PSI, havendo uma pequena corrente mais esquerdista do PSI, dirigida por Riccardo Lombardi, que o acusava de ser de direita. Este domínio quase absoluto permitiu a Craxi levar o partido às suas posições moderadas dentro da social-democracia.
A sua queda ocorreu em 1992, com a iniciativa judicial denominada Operação Mãos Limpas, que tentou acabar com a corrupção que imperava na política italiana. Craxi, apontado entre os corruptos, teve que se demitir de seu cargo, num PSI que não demoraria a desaparecer.
Craxi muda-se para a Tunísia, fugindo da justiça italiana, morrendo em 2000, numa cidade junto ao mar, Hammamet.
 
   

sábado, janeiro 14, 2023

A Revolução de Jasmim fez fugir o ditador Ben Ali da Tunísia há doze anos

 
A Revolução de Jasmim, também chamada revolução tunisina de 2010-2011, é uma sucessão de manifestações insurrecionais ocorrida na Tunísia entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 que levou à saída do presidente da República, Zine el-Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo desde 1987.

As manifestações começaram logo depois do suicídio de Mohamed Bouazizi, de 26 anos, vendedor ambulante de frutas e verduras, em Sidi Bouzid. Sem conseguir uma licença para trabalhar na rua, Bouazizi fora, por anos, assediado pelas autoridades tunisinas: impossibilitado de continuar a pagar dinheiro aos fiscais, acabou por ter a sua mercadoria e a sua balança confiscadas. Desesperado, o rapaz ateou fogo ao próprio corpo.

Esta tragédia pessoal desencadeou os protestos que acabaram por provocar uma onda revolucionária que envolveu toda a Tunísia e espalhou-se pelo Mundo Árabe, do Norte da África ao Oriente Médio, atingindo países que, durante décadas, viveram sob ditaduras – muitas das quais apoiadas pelo Ocidente, embora acusadas de violações constantes dos direitos humanos e de impor severas restrições da liberdade de expressão. Além disso, as populações desses países têm convivido com altos índices de desemprego e pobreza, apesar de as elites dirigentes acumularem fortunas.

Os protestos na Tunísia prosseguiram, ao longo de janeiro de 2011, estimulados por um excessivo aumento dos preços dos alimentos básicos, que veio a aumentar a insatisfação popular diante elevado desemprego, das más condições de vida da maior parte da população tunisina e da corrupção do governo. Dado que na Tunísia não há registo de muitas manifestações populares, estas foram as mais importantes dos últimos 30 anos.

O presidente Zine El Abidine Ben Ali, no poder há 24 anos, exigiu a cessação de disparos indiscriminados das forças de segurança contra os manifestantes e afirmou que deixaria o poder em 2014, prometendo também liberdade de imprensa para todos os meios de comunicação, incluindo a Internet


Quatro semanas de manifestações contínuas por todo o país, apesar da repressão, provocaram a fuga de Ben Ali para a Arábia Saudita em 14 de janeiro de 2011. O Conselho Constitucional tunisiano designou o presidente do Parlamento, Fouad Mebazaâ, como Presidente da República interino, com base no artigo 57 da Constituição do país. Essa nomeação e a constituição de um novo governo dirigido pelo primeiro ministro demissionário Mohamed Ghannouchi não resolvem a crise. O controle de oito ministérios pelo partido de Ben Ali, o Rassemblement Constitutionnel Démocratique, é contestado pela oposição e pelos manifestantes.

Em 27 de janeiro, sob a pressão popular e sindical, um novo governo, sem os caciques do antigo regime, é anunciado pelo primeiro-ministro Ghannouchi, mantido na função. As manifestações e a violência continuam após essa data. O povo tunisiano pressiona por mudanças políticas e sociais mais amplas. O premier Ghannouchi anuncia a sua demissão em 27 de fevereiro de 2011. Um tribunal de Túnis proibiu a atuação do antigo partido governante e confiscou todos os seus recursos. Um decreto do Ministro do Interior proibiu também a "polícia política", que eram forças especiais que eram usadas para intimidar e perseguir ativistas políticos durante o regime de Ben Ali. 

   

sábado, dezembro 17, 2022

A Primavera Árabe começou há doze anos...

     
Tarek al-Tayyib Muhammad ibn Bouazizi (Sidi Bouzid, 29 de março de 1984Ben Arous, 4 de janeiro de 2011), mais conhecido como Mohamed Bouazizi, era um vendedor de rua tunisino cuja autoimolação, no dia 17 de dezembro de 2010, despoletou os protestos na Tunísia que levaram ao então presidente Ben Ali a renunciar depois de 23 anos no poder e à Primavera Árabe.
    
Biografia
Como Bouazizi não conseguiu arranjar um emprego formal, começou a vender frutas e legumes para se manter e ajudar a sua família. Bouazizi ajudava a sua mãe e irmã através de um apoio de 75 dólares mensais. O seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e, desde os 10, ele vendia nas ruas depois da escola.
Na sexta feira, 17 de dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi colocou fogo em si mesmo e morreu 18 dias depois, às 17.30 horas de terça-feira, dia 4 de janeiro de 2011, num hospital na cidade de Ben Arous. Cerca de 5.000 pessoas participaram da procissão funerária.
    
Protestos e apoio
As autoridades da cidade confiscaram o carrinho de frutas de Bouazizi, alegando ser ilegal a venda ambulante na Tunísia. Assim, Mohamed decidiu ir à sede do governo regional para tentar defender seu caso com o governador, pois tinha poucas opções para ganhar a vida. Após receber um não ao seu pedido, comprou duas garrafas de diluente e colocou fogo em si mesmo na frente do prédio.
Autoridades disseram que Bouazizi não tinha permissão para vender nas ruas, porém de acordo com Hamdi Lazhar (ministro do trabalho) nenhuma permissão é necessária para vender com um carrinho. Salem e Samia Bouazizi, respetivamente mãe e irmã de Bouazizi, afirmaram que autoridades tentaram por diversas vezes extorquir dinheiro do vendedor ambulante.
Também foi relatado que Mohamed foi humilhado publicamente quando uma funcionária municipal lhe deu um estalada no rosto e lhe cuspiu, confiscando a sua balança e deitando fora a sua fruta. O facto de ela ser uma mulher, tornou a humilhação ainda maior. "Assim ele ficou irritado," disse Rochde Horchane, o seu primo. Bouazizi foi reclamar com o governador local, mas ele não o quis ouvir. "O meu primo disse, Se você não me ajudar, eu vou queimar-me," disse Horchane.
Ele deixou uma mensagem para a sua mãe no Facebook pedindo perdão por ter perdido a esperança em tudo. Então ele comprou diluente, encharcou-se em frente ao prédio do governo local e pôs-se em chamas. Ele foi então transferido para um hospital perto de Túnis e morreu no dia 4 de janeiro de 2011.
  
Prémio Sakharov
Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov.