domingo, setembro 29, 2024

Artigo sobre origem de uma pedra preciosa muito apreciada

Descoberta a misteriosa origem das safiras

   

  

O azul das safiras há muito que cativa as pessoas. No entanto, as suas origens nas profundezas da Terra têm permanecido um enigma para os cientistas.

Embora as safiras sejam frequentemente encontradas em regiões vulcânicas ou nos leitos dos rios, o processo exato da sua formação tem sido debatido durante anos.

Um novo estudo veio agora finalmente esclarecer a forma como estas pedras preciosas surgiram.

As safiras são predominantemente compostas por corindo, uma forma cristalina de óxido de alumínio - o que dá às safiras a sua cor azul caraterística é a presença de oligoelementos como o titânio e o ferro.

Mas a jornada de como este corindo se forma e como chega à superfície é o que intriga os geólogos há tanto tempo.

Durante anos, os cientistas souberam que as safiras são frequentemente encontradas em depósitos vulcânicos, como os da região vulcânica de Eifel, na Alemanha. Aqui, o magma das profundezas do manto terrestre sobe para a crosta, rico em elementos como o sódio e o potássio.

Esta atividade vulcânica parecia desempenhar um papel na formação da safira, mas o mecanismo exato era incerto.

As safiras formaram-se nas profundezas do manto e foram transportadas para cima pelo magma, ou foram criadas na crosta através de outros processos?

Segundo o Science Alert, uma equipa de investigadores descobriu que as safiras podem, de facto, ser forjadas nas condições intensas da atividade vulcânica.

Ao estudarem pequenas safiras da região de Eifel, encontraram provas de que os cristais se formam quando o magma aquece e comprime o óxido de alumínio na crosta terrestre, criando o corindo.

Para chegar a esta conclusão, os investigadores recolheram 223 safiras microscópicas e analisaram-nas utilizando técnicas avançadas.

Os peritos concentraram-se nas inclusões de dióxido de titânio e zircão dentro das safiras e examinaram as proporções de isótopos de oxigénio no corindo. Estas inclusões são vitais, uma vez que incorporam urânio quando se formam, que depois se decompõe em chumbo.

Ao medir o rácio urânio-chumbo, os cientistas puderam datar as safiras e associar a sua formação à atividade vulcânica.

Além disso, os investigadores estudaram os rácios dos isótopos de oxigénio, analisando especificamente a presença de oxigénio-16 e oxigénio-18. O isótopo mais pesado, o oxigénio-18, é mais comum em minerais da crosta profunda, enquanto o oxigénio-16 é mais abundante em geral.

A análise revelou que as safiras continham rácios de isótopos tanto do manto como da crosta, indicando que se formaram na crosta superior, a não mais de sete quilómetros abaixo da superfície. Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista Contributions to Mineralogy and Petrology.

 

in ZAP

Notícia divertida sobre georrecursos e antigos vulcões...

Vulcões extintos contêm os elementos para fabricar turbinas eólicas - e até smartphones

 

 

Os vulcões extintos da Terra são uma fonte inexplorada de elementos necessários para fabricar smartphones, turbinas eólicas e muitos outros dispositivos.

O seu magma rico em ferro pode conter alguns dos 17 elementos de terras raras, incluindo gadolínio, prasedímio, cério, samário, lantânio e neodímio. Estes são necessários para ajudar a construir melhores tecnologias de energia renovável, incluindo turbinas eólicas e baterias de automóveis elétricos.

Segundo o Popular Science, estes materiais não são assim tão raros, mas podem ser difíceis de extrair, uma vez que são frequentemente encontrados em baixas concentrações.

À medida que a procura aumenta, muitos países tentam encontrar novas fontes para quebrar a sua dependência da China, que atualmente domina a cadeia de abastecimento. 

Num novo estudo, publicado esta terça-feira no Geochemical Perspectives Letters, os investigadores analisaram o magma rico em ferro de vulcões extintos. Este magma é até 100 vezes mais eficiente na concentração de metais de terra raras do que os magmas que surgem de vulcões ativos.

A equipa simulou erupções vulcânicas em laboratório utilizando rochas semelhantes às encontradas em vulcões extintos ricos em ferro. Seguidamente, as rochas foram colocadas num forno pressurizado para aquecer a temperaturas elevadas.

“Partimos de laboratório e depois reproduzimos um ambiente natural, para perceber como é que estas terras raras se poderiam acumular num pequeno local de toda a crosta”, explica o coautor do estudo, Michael Anenburg.

Os cientistas conseguiram observar bolhas de fluido magmático-hidrotérmico e pares de bolhas de óxido de ferro, indicando que alguns elementos de terras raras estão presentes no magma.

“Nunca vimos um magma rico em ferro a irromper de um vulcão ativo, mas sabemos que alguns vulcões extintos, com milhões de anos, tiveram este tipo de erupção”, diz Anenburg.

Os resultados deste estudo indicam que podem haver depósitos inexplorados de terras raras em vulcões extintos em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, Chile e Austrália.

 

in ZAP

Poema de aniversariante de hoje...

  
Castilla


Tú me levantas, tierra de Castilla,
en la rugosa palma de tu mano,
al cielo que te enciende y te refresca,
al cielo, tu amo,

Tierra nervuda, enjuta, despejada,
madre de corazones y de brazos,
toma el presente en ti viejos colores
del noble antaño.

Con la pradera cóncava del cielo
lindan en torno tus desnudos campos,
tiene en ti cuna el sol y en ti sepulcro
y en ti santuario.

Es todo cima tu extensión redonda
y en ti me siento al cielo levantado,
aire de cumbre es el que se respira
aquí, en tus páramos.

¡Ara gigante, tierra castellana,
a ese tu aire soltaré mis cantos,
si te son dignos bajarán al mundo
desde lo alto!

   

    

Miguel de Unamuno

Tony Curtis morreu há 14 anos...

   
Tony Curtis (nome artístico de Bernard Schwartz; Nova York, 3 de junho de 1925 - Las Vegas, 29 de setembro de 2010) foi um ator norte-americano, popular desde as décadas de 50 e 60 pelo seu trabalho no cinema, tendo participado em mais de cem filmes desde 1949.
    
Biografia
Filho de um alfaiate húngaro, imigrante judeu, teve uma infância bastante difícil no bairro do Bronx, Nova York, onde a família morava no fundo da alfaiataria. A sua mãe e um dos seus dois irmãos eram esquizofrénicos, o que fez com que ele e o outro irmão fossem internados num orfanato, aos oito anos de idade, por impossibilidade do pai de tomar conta de todos.
Curtis serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial e foi um espetador privilegiado da rendição japonesa na Baía de Tóquio em 1945. De volta aos Estados Unidos, passou a estudar teatro, e em 1948, devido à bela aparência e aos olhos marcantes que o tornariam um ídolo do público feminino nos anos seguintes, foi contratado pelo estúdio Universal de Hollywood, que o colocou em aulas de esgrima e montaria e trocou o seu nome para Tony Curtis.
Apesar de parecer ser apenas mais um "menino bonito" a chegar ao cinema, Tony provaria o seu talento em filmes como Sweet Smell of Success, com Burt Lancaster, The Defiant Ones, com Sidney Poitier - que lhe daria uma nomeação para o Óscar -, Boston Strangler (O Estrangulador de Boston ou O Homem Que Odiava as Mulheres), em que interpretava um psicopata real e aquele que seria o seu mais duradouro trabalho na lembrança dos cinéfilos: o clássico de Billy Wilder, Some Like It Hot (Quanto Mais Quente Melhor), com Marilyn Monroe e Jack Lemmon.
Ele também fez diversos trabalhos na televisão, o mais bem sucedido deles na série The Persuaders, com Roger Moore, bastante popular no início dos anos 70, que terminou porque Moore foi escolhido para fazer o papel de James Bond no cinema.
Tony tornou-se pintor nos anos 80 e conseguiu grande sucesso nesta segunda atividade, que segundo ele era o seu principal interesse há anos, com seus quadros sendo vendidos por até 50.000 dólares e um deles exposto no Metropolitan Museum of Art de Nova York.
Curtis lamentava nunca ter ganho um Óscar e considera que o mundo do cinema jamais reconheceu verdadeiramente o seu trabalho, mas conquistou diversas honrarias e teve uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.
Morou no estado de Nevada e considerava Cary Grant (com quem filmou em 1959 a ótima comédia Operation Petticoat) o seu ator favorito de todos os tempos.
Faleceu em 29 de setembro de 2010. A notícia foi divulgada pela filha, a também atriz Jamie Lee Curtis. Foi sepultado no Palm Memorial Park (Green Valley), Las Vegas, Nevada no Estados Unidos.
    
Vida pessoal
Tony Curtis foi casado seis vezes. Em duas delas com as atrizes Janet Leigh, o seu mais famoso relacionamento e com quem teve duas filhas, Kelly e a também atriz Jamie Lee Curtis; com a austríaca Christine Kaufmann, com quem também teve duas filhas, Alexandra (1964) e Allegra (1966), nos anos 50 e 60 respetivamente; casou-se com Leslie Allen e também teve dois filhos: Nicholas (nascido em 1971, morreu em 1994 de overdose de heroína) e Benjamin (1973). Ele revelou que tinha engravidado Marilyn Monroe. Um dos mais conhecidos e picantes factos dos bastidores do cinema envolvendo Tony Curtis deu-se em 1959 durante as filmagens de Quanto Mais Quente Melhor. O estilista do filme, ao comentar com Marilyn Monroe, durante provas de roupas (Tony e Jack Lemmon atuam quase o tempo todo travestidos de mulher) que Tony tinha nádegas mais bonitas que ela, fez Marilyn replicar na hora, abrindo a blusa, "é, mas ele não tem isso!", mostrando os seios. A grande tragédia de sua vida, depois da dramática infância que passou, foi a morte do seu filho Nicholas, aos 23 anos, em 1994, por overdose de heroína.
Foi casado com Jill Vandenbergh Curtis, 42 anos mais nova.
        

Poema para recordar um Infante...


 

 

D. Fernando Infante de Portugal

Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

 

in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

Hoje é dia de recordar um Escritor...

(imagem daqui)


 

Exortação a Sancho

 

Senhor meu, Sancho Pança enlouquecido
Servo vencido
Na terra sonhada
Olha esta Ibéria que te foi roubada,
E que só terá paz quando for tua.

Ergue a fronte dobrada
E começa a façanha prometida!
Cumpre o voto da nova arremetida,
Feito aos pés de quem foi
O destemido herói
Da batalha de ser fiel à vida!

Nega-te a ser passiva testemunha
Do amor cobiçoso
Que os falsos namorados
Fazem crer impoluto e arrebatado
Àquele que reflecte o céu lavado
Nos olhos confiados.

Venha o teu grito de transfigurado:
Ai, no se muera!... E a Donzela acorda
E renega o idílio traiçoeiro.
Venha o Sancho da lança e do arado,
E a Dulcineia terá, vivo a seu lado,
O senhor D. Quixote verdadeiro!



in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Samora Machel nasceu há noventa e um anos...

   
Samora Moisés Machel (Chilembene, Gaza, 29 de setembro de 1933 - Mbuzini, Montes Libombos, 19 de outubro de 1986) foi um militar moçambicano, líder revolucionário de inspiração socialista, que liderou a Guerra da Independência de Moçambique e se tornou o seu primeiro presidente após a sua independência, de 1975 a 1986.
Carinhosamente conhecido como "Pai da Nação", morreu quando o avião em que regressava ao Maputo se despenhou, em território sul-africano. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.
 
(...)
  
Na frente externa, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoio para Moçambique, não só entre os «amigos» tradicionais, os países do «bloco soviético» e os países vizinhos unidos numa frente de integração regional, a SADCC, mas até entre os seus «inimigos», sendo inclusivamente recebido (embora com frieza) por Ronald Reagan e tendo assinado um acordo de boa-vizinhança com Pieter Botha, presidente da África do Sul nos últimos anos do apartheid (o Acordo de Nkomati). Apesar disso, Samora não conseguiu suster a guerra que, iniciada logo a seguir à independência pelos vizinhos regimes racistas (a África do Sul e a Rodésia de Ian Smith), se tornou uma verdadeira guerra civil dirigida por um movimento de resistência armada (a RENAMO). A guerra civil durou 16 anos, provocou cerca de um milhão de mortos e cinco milhões de deslocados e destruiu grande parte das infraestruturas do país.
A partida da comunidade portuguesa, o insucesso da política de socialização e a guerra levaram a um colapso económico, e Samora, nos últimos anos, teve de abrandar a política de orientação comunista, permitindo aos «quadros» acesso a bens que estavam vedados ao comum dos cidadãos, encetando conversações com a RENAMO e, finalmente, organizando acordos com o Banco Mundial e o FMI, no sentido de estancar a guerra e relançar a economia.
     
     
Samora Machel não conseguiu, no entanto, ver realizados os seus propósitos, uma vez que, em 19 de outubro de 1986, quando se encontrava de regresso de uma reunião internacional em Lusaka, o Tupolev 134 cedido pela União Soviética em que seguia, junto com muitos dos seus colaboradores, se despenhou em Mbuzini, nos montes Libombos (território sul-africano, perto da fronteira com Moçambique). O acidente foi atribuído a erros do piloto russo, mas ficou provado que este tinha seguido um rádio-farol, cuja origem não foi determinada. Este facto levou a especulações sobre uma possível cumplicidade do governo sul-africano, que nunca se conseguiu provar.
Em 2010, o jornalista português José Milhazes, que vivia em Moscovo desde 1977 e trabalha atualmente para o diário português Público e como correspondente da cadeia portuguesa de televisão SIC, publicou o livro «Samora Machel: Atentado ou Acidente?», no qual sustenta que a queda do avião nada teve a ver com um atentado ou uma falha mecânica, mas sim com diversos erros da tripulação russa: em lugar de executar corretamente as operações de voo, os membros da tripulação, incluindo o piloto, estavam entretidos com futilidades, como a partilha de bebidas alcoólicas e outras, que não era possível obter em Moçambique e que eles traziam da Zâmbia. Segundo Milhazes, tanto os soviéticos como os moçambicanos teriam interesse em divulgar a tese de um atentado perpetrado pelo governo racista da África do Sul: a URSS quereria salvaguardar a sua reputação (qualidade mecânica do aparelho e profissionalismo da tripulação), ao passo que o governo de Moçambique quereria criar um herói.
No entanto, em 2007, Jacinto Veloso, um dos mais fieis aliados de Machel no seio da Frelimo, tinha já publicado as suas Memórias em Voo Rasante, nas quais sustenta que a morte do presidente de Moçambique se deveu a uma conspiração entre os serviços secretos sul-africanos e os soviéticos, que, uns e outros, teriam razões para o eliminar.
Segundo Veloso, o embaixador soviético pediu certa vez uma audiência ao Presidente para lhe comunicar a apreensão da URSS face ao aparente «deslizamento» de Moçambique para o Ocidente, ao que Machel teria respondido «Vai à merda!», ordenando em seguida ao intérprete que traduzisse e abandonando a sala. Convencidos de que Machel se afastara irrevogavelmente da sua órbita, os soviéticos não teriam hesitado em sacrificar o piloto e toda a equipagem do seu próprio avião.
A viúva de Samora, Graça Machel (Simbine de seu nome de solteira), com quem ele se casara em 1977 sendo ela Ministra da Educação, casou-se em 1998 com Nelson Mandela.
      
      
     

O massacre nazi de Babi Yar foi há 83 anos...


Ravina de Babi Yar, em Kiev
        
Babi Yar é uma ravina existente em Kiev, a capital da Ucrânia, que ficou conhecida na história como local de um dos maiores massacres de judeus e civis da então União Soviética pelos nazis, durante a II Guerra Mundial.
Em 29 e 30 de setembro de 1941, 92.771 civis ucranianos judeus foram levados a Babi Yar e assassinados coletivamente, num dos maiores massacres de massa da história. Nos meses que seguiram, milhares de outros judeus e não-judeus russos foram capturados, trazidos à ravina e fuzilados, num total de cerca de 100.000 mortos.
   
   
História
A ravina de Babi Yar é mencionada por registos históricos desde 1401 e através dos tempos sua área foi usada para diferentes propósitos, incluindo campos militares e cemitérios, um dos quais judeu, foi fechado em 1937. Após a invasão da URSS pelas tropas nazis, em junho de 1941, a cidade de Kiev acabou por cair nas mãos dos alemães, depois de 45 dias de batalha, em 19 de setembro. Poucos dias após a ocupação, as execuções começaram, com o fuzilamento de 700 pacientes de um hospital psiquiátrico da cidade.
Em 28 de setembro, um aviso foi afixado pelos postes e muros de Kiev, dirigido aos judeus:

Ordena-se a todos os judeus residentes de Kiev e suas vizinhanças que compareçam à esquina das ruas Melnyk e Dokterivsky, às 8 horas da manhã de segunda-feira, 29 de setembro de 1941 trazendo documentos, dinheiro, roupa interior, etc. Aqueles que não comparecerem serão fuzilados. Aqueles que entrarem nas casas evacuadas por judeus e roubarem pertences destas casas serão fuzilados.
   
Os judeus levados à ravina esperavam ser embarcados em comboios. A multidão de homens, mulheres e crianças era grande o bastante para que ninguém tomasse conhecimento do que estava para acontecer a não ser tarde demais. Todos passavam por um corredor de soldados gritando, em grupos de dez, e de seguida fuzilados; ao escutarem o barulho das metralhadoras do grupo logo à frente, já não tinham como escapar.
O massacre foi realizado em dois dias, a cargo da unidade C do Einsatzgruppen, o esquadrão da morte das SS, apoiados por membros de um batalhão das Waffen-SS; unidades da polícia ucraniana também foram usadas para agrupar e conduzir os judeus até ao local de fuzilamento, o que provocaria uma grande discussão na Ucrânia após a guerra.
Além deste massacre, Babi Yar foi alvo de milhares de outras execuções durante os dois anos de ocupação nazi de Kiev. O número total de mortos na ravina não é exato, mas o número mais aceite, cerca de 100 mil, foi fornecido pelo cálculo de moradores, obrigados a enterrar os corpos. Tempos depois, o campo de concentração de Syrets foi erguido no local e nele internados prisioneiros de guerra russos, civis comunistas e combatentes da resistência, que ali eram executados.
Quando os nazis se retiraram de Kiev, fizeram tentativas de esconder os sinais das atrocidades cometidas durante os anos de ocupação. Entre agosto e setembro de 1943, o campo de Syrets foi parcialmente demolido e diversos corpos exumados e queimados, com as cinzas espalhadas pelas áreas vizinhas. Na noite de 29 de setembro de 1943, quando o campo estava a ser desmantelado, houve uma revolta entre os prisioneiros e quinze deles conseguiram escapar; após retomar o controle da situação, os alemães fuzilaram os 311 sobreviventes.
  
Selo ucraniano, recordando os 70 anos do Massacre de Babi Yar
      
Memória
Quando o Exército Vermelho retomou o controle de Kiev, em novembro de 1943, o campo foi transformado num local de internamento de prisioneiros alemães e utilizado até 1946, quando foi totalmente demolido. Nos anos 50 e 60, a área tornou-se um grande parque e um complexo de apartamentos.
O governo soviético sempre desencorajou que se desse ênfase ao massacre de judeus em Babi Yar, preferindo oficialmente que a tragédia fosse lembrada como um crime cometido contra todo o povo soviético e a população de Kiev. Diversas tentativas de se erguer um memorial judeu no local dos massacres foram adiadas. Em 1976 foi erguido um memorial em honra de todos os cidadãos soviéticos ali fuzilados, mas apenas em 1991, com o fim da URSS, os judeus puderam finalmente erguer o seu próprio monumento.
Sobre Babi Yar, o escritor e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel escreveu:
   
As testemunhas oculares disseram que, meses após as mortes, o solo de Babi Yar continuava a esguichar geyseres de sangue.
   

Lech Walesa comemora hoje oitenta e um anos

  
Lech Wałęsa (Popowo, 29 de setembro de 1943) é um político polaco e ativista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da Polónia, entre 1990 e 1995, sendo o primeiro após a derrocada do comunismo. Foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz em 1983.
Em 1967 começou a trabalhar como eletricista no estaleiro naval de Gdansk, onde assistiu à repressão de manifestações operárias pela força das armas. Estes acontecimentos trágicos levaram-no a lutar pela constituição de sindicatos livres no país.
  
      
Wałęsa tornar-se-ia, com efeito, fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polaco em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.
Em 1980, Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, cerca de 17.000, que protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas.
Com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser concedidas. As reivindicações sociais dos trabalhadores tomaram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.
O facto de ter liderado as paralisações dos grevistas e de ser católico deu a Wałęsa uma grande base de apoio popular, mas os seus ganhos tiveram um carácter efémero, ante a resistência do regime. Em 13 de dezembro de 1981 o Governo impôs a lei marcial, e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałęsa, até 14 de novembro de 1982. Em 8 de outubro de 1982 o Solidariedade foi considerado ilegal.
O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. A agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Wałęsa só seria libertado em 1982 e, um ano depois era-lhe atribuído o Nobel da Paz. Ele foi incapaz de aceitá-lo pessoalmente, temendo que o governo polaco o impedisse de voltar ao país. Então a sua esposa Danuta recebeu o prémio no seu lugar.
O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o Governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais. Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres.
Em 9 de dezembro de 1990 Wałęsa foi eleito presidente, tendo tomado posse em 22 de dezembro de 1990
 
      

Jerry Lee Lewis nasceu há 89 anos...

    

Jerry Lee Lewis (Ferriday, 29 de setembro de 1935DeSoto, 28 de outubro de 2022) foi um cantor, compositor e pianista norte-americano de rock and roll, considerado um dos pioneiros do género. Foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame em 1986. Em 2004, a revista Rolling Stone colocou-o em vigésimo quarto lugar no seu ranking dos cem melhores artistas de todos os tempos. Apelidado de The Killer, foi descrito como "o primeiro grande homem selvagem do rock n' roll e um dos pianistas mais influentes do século XX". Um pioneiro do rock and roll e do rockabilly, Lewis fez as suas primeiras gravações em 1956. na Sun Records em Memphis, Tennessee. "Crazy Arms" vendeu 300.000 cópias no Sul, mas foi seu hit de 1957 "Whole Lotta Shakin' Goin' On" que levou Lewis à fama mundial. Ele seguiu isso com os grandes sucessos "Great Balls of Fire", "Breathless" e "High School Confidential". A sua carreira no rock and roll teve uma quebra após o seu casamento com Myra Gale Brown, sua prima de 13 anos.

A sua popularidade rapidamente diminuiu após o escândalo e, com poucas exceções, como um cover de "What'd I Say", de Ray Charles, ele não teve muito sucesso nas paradas no início dos anos 60. As suas performances ao vivo neste momento eram cada vez mais selvagens e enérgicas. O seu álbum ao vivo de 1964, Live at the Star Club, Hamburg, é considerado por muitos jornalistas de música e fãs em geral como um dos melhores e mais loucos álbuns de rock ao vivo de todos os tempos. Em 1968, Lewis fez uma transição para a música country e teve sucessos com músicas como "Another Place, Another Time". Isso reacendeu a sua carreira e, ao longo do final dos anos 60 e 70, liderou regularmente as paradas country-western; ao longo de sua carreira de sete décadas, Lewis teve 30 músicas alcançando o Top 10 na Billboard Country and Western Chart. Os seus hits country número 1 incluíram "To Make Love Sweeter for You", "There Must Be More to Love Than This", "Would You Take Another Chance on Me" e "Me and Bobby McGee".

Os sucessos de Lewis continuaram ao longo das décadas e ele abraçou seu passado no rock and roll com músicas como um cover de "Chantilly Lace" de The Big Bopper e "Rockin' My Life Away" de Mack Vickery. No século 21, Lewis continuou a fazer turnês pelo mundo e lançou novos álbuns. O seu álbum de 2006 Last Man Standing foi seu lançamento mais vendido, com mais de um milhão de cópias em todo o mundo. Isto foi seguido por Mean Old Man em 2010, outro de seus álbuns mais vendidos. Jerry Lee Lewis Lewis teve vários discos de ouro no rock e na música country. Ele ganhou quatro prémios Grammy, e dois Grammy Hall of Fame Awards. Lewis foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 1986 e sua contribuição pioneira para o género foi reconhecida pelo Rockabilly Hall of Fame. Ele também foi membro da classe inaugural introduzida no Hall da Fama da Música de Memphis. Ele foi introduzido no Country Music Hall of Fame em 2022. Em 1989, sua vida foi narrada no filme Great Balls of Fire, feito por Dennis Quaid. Em 2003, a Rolling Stone listou seu box set All Killer, No Filler: The Anthology no número 242 na sua lista dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos". Em 2004, eles o classificaram em 24º lugar em sua lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos. Lewis foi o último membro sobrevivente do Million Dollar Quartet da Sun Records e do álbum Class of '55, que também incluía Johnny Cash, Carl Perkins, Roy Orbison e Elvis Presley. O crítico de música Robert Christgau disse sobre Lewis: "A sua força, o seu timing, o seu poder vocal improvisado, o seu inconfundível piano boogie e a sua absoluta confiança em face do vazio faziam de Jerry Lee o rock and roll por excelência".

 


Sacrificou-se a Checoslováquia, há 86 anos, para tentar impedir uma Guerra - hoje é preciso recordar a História e há que defender a Ucrânia...

       
O Acordo de Munique foi um tratado datado de 29 de setembro de 1938, elaborado na cidade de Munique, na Alemanha, entre os líderes das maiores potências da Europa na época. O tratado foi a conclusão de uma conferência organizada por Adolf Hitler, o líder do governo nazi da Alemanha.
     
 
Sequência dos eventos após o Acordo de Munique:
1. A Alemanha ocupa os Sudetas (outubro de 1938).
2. A Polónia anexa Zaolzie, uma área com bastantes polacos, que os dois países disputaram numa guerra em 1919 (outubro de 1938).
3. A Hungria ocupa áreas da fronteira (terço sul da Eslováquia e o sul da Ruténia Carpátia) com significativas minorias de húngaros, de acordo com a Primeira Arbitragem de Viena (novembro  de 1938).
4. Em março de 1939, a Hungria anexa a restante Ruténia Carpátia (que tinha ficado autónoma desde outubro de 1938).
5. A Alemanha invade os restantes territórios checos, estabelecendo o Protetorado da Boémia e Morávia, onde coloca um governo fantoche.
6. O resto da Checoslováquia dá origem à Eslováquia, com um governo fantoche pró-nazi.

    

O Tratado
De 1919 até 1938, depois da dissolução dos Império Alemão e Austro-Húngaro, mais de 3 milhões de alemães étnicos viviam na parte checa do recém criado Estado da Checoslováquia.
O objetivo da conferência era a discussão do futuro da Checoslováquia e terminou com a capitulação das nações democráticas perante a Alemanha nazi de Adolf Hitler. Este episódio ilustra melhor do que outros o significado da "política de apaziguamento".
A Checoslováquia não foi convidada para a conferência. A conferência é vulgarmente conhecida na República Checa como a "Sentença de Munique". A frase "traição de Munique" também é usada frequentemente, uma vez que as alianças militares em vigor entre a Checoslováquia, Reino Unido e França foram ignoradas.
Foi alcançado cerca de uma hora e meia da manhã um acordo, assinado a 30 de setembro mas datado de 29 de setembro de 1938. Adolf Hitler, Neville Chamberlain, Edouard Daladier e Benito Mussolini foram os políticos que assinaram o Acordo de Munique. O ajuste dava à Alemanha os Sudetas (Sudetenland), começando em 10 de outubro, e o controle efetivo do resto da Checoslováquia, desde que Hitler prometesse que esta seria a última reivindicação territorial da Alemanha.
Chamberlain foi recebido como um herói à sua chegada ao Reino Unido. No aeroporto de Heston, ele fez o famoso discurso, agora inglório, "Peace in our time" (Paz para o nosso tempo) e acenou com a folha de papel branca para uma multidão em delírio.
A ocupação alemã dos quatro distritos seria feita faseadamente entre 1 de outubro e 7 de outubro. Outros territórios de predominância de população germânica seriam especificados por uma comissão internacional composta por delegados de França, Reino Unido, Itália, Alemanha e Checoslováquia. A comissão internacional conduziria também eleições nos territórios em disputa.
Winston Churchill teria dito sobre Chamberlain, quanto a este acordo: "Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra".
A 10 de março de 1939, Hitler, desrespeitando o tratado, ordena a invasão do resto da Checoslováquia e as tropas alemãs ocupam Praga.
      
Chamberlain mostra, à chegada ao Reino Unido, o papel assinado por ele e por Hitler em  Munique
   

O beato Fernando de Portugal, também conhecdo como o Infante Santo, nasceu há 622 anos...

Le bien me plaît
Brasão e lema do Infante D. Fernando

 

O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém, 29 de setembro de 1402Fez, 5 de junho de 1443) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração a chegar à idade adulta.

  

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Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um irmão mais velho, o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida da expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de El-Rei D. Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objetivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
        
Culto
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas incluem-no no rol dos beatos portugueses.
Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.
          

O desastre soviético de Kyshtym foi há 67 anos...

Área contaminada pelo desastre de Kyshtym

O desastre de Kyshtym foi um acidente de contaminação radioativa que ocorreu a 29 de setembro de 1957, em Mayak, com plutónio, no local de produção de armas nucleares e fábrica de reprocessamento de combustível nuclear da União Soviética. É medido como um nível 6 de desastres na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES), tornando-se o terceiro mais grave acidente nuclear da história, apenas atrás do desastre nuclear de Fukushima Daiichi e do desastre de Chernobyl (ambos de nível 7 no INES). O evento ocorreu na cidade de Ozyorsk, Oblast de Chelyabinsk, uma cidade fechada, construída em torno da fábrica Mayak. Como Ozyorsk/Mayak (também conhecido como Chelyabinsk-40 e Chelyabinsk-65) não está nos mapas, o desastre foi chamado depois de Kyshtym, o local mais próximo conhecido da cidade.
  
Kyshtym Memorial
  
Por causa do sigilo em torno de Mayak, as populações das áreas afetadas não foram inicialmente informados do acidente. Uma semana mais tarde (a 6 de outubro), uma operação foi realizada para evacuar 10.000 pessoas da área afetada, ainda sem dar uma explicação das razões da evacuação.
Relatos vagos de um "acidente catastrófico" causando "precipitação radioativa sobre a URSS e muitos estados vizinhos" começaram a aparecer na imprensa ocidental entre 13 e 14 de abril de 1958 e os primeiros detalhes surgiram no jornal vienense Die Presse, em 17 de março de 1959. Mas foi apenas em 1976 que Zhores Medvedev fez com que a natureza e a extensão do desastre fossem conhecidas pelo mundo. Na ausência de informações verificáveis, foram dados valores exagerados da catástrofe.  As pessoas ficaram histéricas com medo de doenças "misteriosas". As vítimas foram vistas com a pele de seus rostos, mãos e outras partes expostas de seus corpos "escamando". A descrição de Medvedev do desastre no New Scientist foi inicialmente ridicularizada por fontes da indústria nuclear ocidental, mas o núcleo da sua história foi logo confirmado pelo professor Leo Tumerman, ex-chefe do Instituto de Biologia Molecular, em Moscovo.
O verdadeiro número de mortos permanece incerto, devido ao facto de que o cancro induzido por radiação ser clinicamente indistinguível de qualquer outro cancro, e a sua taxa de incidência só pode ser medido por meio de estudos epidemiológicos. Um livro afirma que "em 1992, um estudo realizado pelo Instituto de Biofísica do antigo Ministério da Saúde Soviético em Chelyabinsk descobriu que 8.015 pessoas morreram nos últimos 32 anos, como resultado do acidente." Por outro lado, apenas 6.000 atestados de óbito foram encontrados por residentes do rio Techa entre 1950 e 1982 de todas as causas de morte, embora talvez o estudo soviético considerasse uma área geográfica maior afetada pela pluma aerotransportada. A estimativa mais citada é de 200 mortes por cancro, mas a origem desse número não está clara. Estudos epidemiológicos mais recentes sugerem que cerca de 49 a 55 mortes por cancro entre residentes ribeirinhos podem ser associadas à exposição à radiação. Isso incluiria os efeitos de todas as libertações radioativas no rio, 98% das quais ocorreram muito antes do acidente de 1957, mas não incluiria os efeitos da pluma transportada pelo ar, que foi levada para o nordeste. A área mais próxima do acidente produziu 66 casos diagnosticados de síndrome de radiação crónica, fornecendo a maior parte dos dados sobre esta condição.
Para reduzir a disseminação de contaminação radioativa após o acidente, o solo contaminado foi escavado e armazenados em áreas fechadas, que eram chamados de "cemitérios de terra". O governo soviético, em 1968, disfarçou o evento, criando a Reserva Natural Ural Oriental, que proibiu qualquer acesso não autorizado à área afetada.

Caravaggio nasceu há 453 anos

Caravaggio, pintura de Ottavio Leoni
           
Michelangelo Merisi da Caravaggio (Milão, 29 de setembro de 1571Porto Ercole, comuna de Monte Argentario, 18 de julho de 1610) foi um pintor italiano que trabalhou em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família e foi por si escolhido como seu nome artístico.
    
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Exceto nas suas primeiras obras, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos. No entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam suscetibilidades dos seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras,  etéreas e delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras.
Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Utilizou como modelos figuras humanas, sem qualquer receio de representar o feio, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras. Tudo isso chocou os seus contemporâneos, pela rudeza das suas pinturas. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se o tenebrismo, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.
   
Descanso na fuga para o Egito
        
     

Émile Zola morreu há cento e vinte e dois anos...


Émile Zola
(Paris, 2 de abril de 1840 - Paris, 29 de setembro de 1902) foi um consagrado escritor francês, considerado criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista além de uma importante figura libertária da França. Foi, provavelmente, assassinado por desconhecidos em 1902, quatro anos depois de ter publicado o famoso artigo J'accuse, em que acusa os responsáveis pelo processo fraudulento de que Alfred Dreyfus foi vítima.
     

   

Vida

Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola nasceu na capital francesa. Filho do engenheiro italiano François Zola (originalmente Francesco Zola) e a sua esposa Émilie Aubert, cresceu em Aix-en-Provence, onde estudou no Collège Bourbon (atualmente conhecido como Collège Mignet) e aos dezoito anos, retorna a Paris para estudar no Lycée Saint-Louis. Devido às complicações financeiras por que passou após a morte do pai, Zola é levado a trabalhar em uma série de escritórios, ocupando cargos de pouca influência.

Inicia-se no ramo jornalístico escrevendo colunas para os jornais Cartier de Villemessant's e Controversial. As suas colunas não poupavam críticas severas a Napoleão III:

(…) meu trabalho torna-se a imagem de um reinado partido, de um estranho período de loucura e vergonha humanas - e à Igreja - A civilização jamais alcançará a perfeição até que a última pedra da última igreja caia sobre o último padre.

A obra de caráter autobiográfico La Confession de Claude (1865), um dos primeiros trabalhos publicados por Zola, atraiu atenção negativa da crítica especializada. O ainda mais criticado

Thérèse Raquin, romance lançado no ano seguinte, apresentou uma abordagem inovadora em sua concepção: inspirado pelos estudos científicos da época, Zola propõe não um simples romance, mas uma análise científica pormenorizada do ser humano, da moral e da sociedade. Thérèse Raquin tornou-se, portanto, marco inicial de um novo movimento literário, oriundo da análise científica e experimental do ser humano: o naturalismo.

Em vida, Zola também demonstrou elevado engajamento político. Certamente, o seu trabalho de maior influência política foi a carta aberta intitulada J'accuse (Eu Acuso), destinada ao então presidente da França Félix Faure. A carta, publicada na primeira página do jornal parisiense L'Aurore em 13 de janeiro de 1898, acusou o governo francês de antissemitismo, por julgar e condenar precipitadamente o capitão Alfred Dreyfus, judeu e oficial do exército francês, por traição em 1894.

Émile Zola faleceu, em 29 de setembro de 1902, na sua casa em Paris, devido à inalação de uma quantidade letal de monóxido de carbono, proveniente de uma lareira defeituosa; alguns estudiosos não descartam a hipótese de homicídio.

Em 1908, o corpo de Zola foi transferido do cemitério de Montmartre para o Panteão.