Possuía 154 metros de comprimento, 18 metros de largura, e equivalente a
quatro andares de altura (peso estimado de 18.000 toneladas), sendo
considerado o maior submarino de ataque já construído e sendo
considerado indestrutível pelos marinheiros russos, devido ao seu
tamanho e aos recursos tecnológicos.
Incidente
De acordo com informações do Serviço de Sismologia da
Noruega,
o NORSAR, teria havido duas explosões detetadas, nas coordenadas
69°38'N e 37°19'E, durante a manhã de 12 de agosto de 2000. A primeira
explosão foi às 11.29.34 (hora de Moscovo) e teve uma magnitude de 1,5
na
escala de Richter, seguido de um segundo de 3,5, às 11.31.48, correspondendo a cerca de 100/250Kg de explosivos (
TNT).
Dados semelhantes foram registados por
estações sísmicas no
Canadá e
Alasca.
Além disso, dois submarinos americanos (um deles - USS Memphis), que
estava a acompanhar os exercícios, registou duas explosões submarinas
às 11.38. Um submarino russo e o cruzador pesado PETR Velikiy que também
acompanhavam as manobras, detetaram também essas explosões. O
Ministro da Defesa da Rússia disse que o submarino russo de apoio
recebeu também o som de uma terceira explosão às 11.44. O submarino
americano alega ter detetado um ruído durante o intervalo entre as
duas explosões, que reconheceu como tanques de lastro de sopro
explodindo ou o aumento da velocidade da hélice. O acidente só foi
tornado oficialmente público no dia 14 de agosto. O incidente com o
submarino Kursk provocou uma enorme reação no mundo, pois, tratando-se
de um submarino nuclear, temia-se um acidente parecido com o de
Chernobyl. Durante a noite de 14 de agosto,
França,
Alemanha,
Grã-Bretanha,
Israel,
Itália,
Noruega,
Estados Unidos da América
e outros países ofereceram a sua ajuda. Porém como o submarino continha
tecnologia e segredos militares e os russos estavam reticentes em
aceitar tal ajuda.
Estudos indicam que a tripulação dos compartimentos 5 e 5B, conseguiram
fechá-los logo após a segunda explosão. Estes compartimentos eram
revestidos de chumbo
(sarcófago)
e continham os reatores atómicos, uma vez fechados, somente poderiam
ser abertos pelo lado de dentro. Esta ação foi de fundamental
importância, evitando que explodissem devido à alta temperatura que
estava sendo acumulada no submarino. Investigações após o
resgate,indicam que a temperatura dentro do submarino após a série de
explosões tenha atingido 8.000 º C.
O submarino afundou-se em águas relativamente rasas, a uma profundidade
de 108 metros (354 pés), a cerca de 135 km (85 milhas) de Severomorsk ,
na posição de coordenadas
69° 40′ N 37° 35′ E. Uma dessas explosões teria aberto grandes buracos no casco do submarino.
Resgate
Nenhuma autoridade russa admitiu que 23 marinheiros haviam conseguido
sobreviver por um período de dois dias após o acidente. Depois da
explosão na câmara de mísseis, os tripulantes foram para o compartimento
número nove do submarino, localizado na proa, e emitiram sinais de
socorro durante 48 horas.
As autoridades da Rússia só recorreram ao pedido de ajuda aos
noruegueses e britânicos quatro dias depois do acidente. E, o mais
humilhante, é que os homens-rãs ocidentais, com roupas especiais e
descendo em “sinos” (equipamentos de resgate), acabaram realizando a
operação de descida e abertura das escotilhas em menos de um dia. A
justificativa da Marinha Russa era a necessidade de se preservarem os
segredos militares do submarino nuclear. O governador da província de
Kursk, Alexander Rutskoi, disse que o motivo pelo qual os russos não
queriam ninguém no fundo do mar Barents era o teste de um novo tipo de
míssil, que segundo informações, ainda permanecia no mesmo.
Na segunda-feira
21 de agosto,
às 07.45 horas da manhã, quatro mergulhadores noruegueses da empresa
Stolt Comex Seaway conseguiram abrir a primeira escotilha do submarino.
Os homens-rãs deparam-se com o cenário mais temido. “Todos os
compartimentos estão inundados e nenhum membro da tripulação
sobreviveu”, declarou o vice-almirante russo Mikhail Motsak.
Causas do acidente
A hipótese mais coerente é a de que no lançamento do torpedo a proa do
submarino tenha explodido, atingindo ainda outros compartimentos.
Segundo o jornal militar russo Krasnaia Zvezda, o Kursk estaria
usando um novo tipo de combustível que é líquido, mais barato e de
muito mais alta combustão. Há ainda uma hipótese, mais sinistra, de que
o submarino estaria com mísseis nucleares supersónicos. Uma carta que
explicava as causas do naufrágio do submarino Kursk foi encontrada no
corpo de um tripulante e mantida em segredo pelas autoridades russas,
disseram militares da Frota do Norte hoje citados pelo diário Izvestia.
De acordo com estas fontes, foram encontradas duas cartas, a 25 de
outubro, no cadáver do oficial da marinha Dmitri Kolesnikov, tendo
apenas uma sido divulgada.
Na carta mantida em segredo, Kolesnikov descreve exatamente o que
aconteceu e afirma que, na sequência da morte do comandante do Kursk,
assumiu o comando do submarino, precisaram as fontes, sem adiantar mais
pormenores sobre o documento.
Na mensagem que foi divulgada, Kolesnikov referia que pelo menos 23
homens, dos 118 que se encontravam a bordo do Kursk, sobreviveram ao
acidente e se refugiaram num compartimento da popa do submarino. A nota,
divulgada pelas autoridades russas, não continha qualquer indicação
sobre as causas do naufrágio.
Uma segunda carta, também encontrada no corpo de um marinheiro que se
refugiou na proa do Kursk, também foi divulgada. A carta, manuscrita,
descreve os minutos imediatamente após a catástrofe, mas não indica as
causas.
"Está escuro aqui para escrever, mas vou tentar pelo tato. Parece que
não há hipóteses, 10-20%. Vamos esperar para que, pelo menos, alguém leia
isto. Aqui está a lista de pessoal de outras secções, que estão agora
no nono e tentarão sair. Cumprimentos a todos, sem necessidade de ficar
desesperados."
Capitão-Tenente Dmitri Kolesnikov