sábado, fevereiro 01, 2014

Há dois séculos uma erupção do vulcão Mayon matou mais de um milhar de pessoas

Uma velha fotografia das ruínas de Cagsawa com os restos da igreja ainda em pé, destruída em durante a erupção de 1814

O vulcão Mayon é um vulcão nas Filipinas, situado na província de Albay (Bicol). O seu cume com a forma de um cone quase perfeito é considerado como sendo ainda mais belo do que o Monte Fuji, no Japão. Alguns quilómetros a sul do vulcão situa-se a cidade de Legazpi.
O Mayon é classificado por vulcanólogos como um estratovulcão (vulcão composto). O seu cone simétrico foi formado alternadamente por fluxos piroclásticos e escoadas de lava. É o vulcão mais ativo do país, tendo entrado em erupção pelo menos 50 vezes nos últimos 400 anos.
A erupção mais destrutiva do Mayon, alvo de relatos ou registos, ocorreu a 1 de fevereiro de 1814, tendo os fluxos de lava enterrado na cidade de Cagsawa e cerca de 1200 pessoas pereceram, tendo apenas resistido o campanário da igreja.

Principais vulcões filipinos
Situa-se entre a Placa Euroasiática e a Placa Filipina, numa fronteira com potencial altamente destrutivo, pois a placa continental, ao ser empurrada por uma placa oceânica, esta última, que é mais densa, é obrigada a descer, o que provoca a formação de magma no plano de Benioff assim gerado.
A sua última erupção foi em 2009.

Fluxos piroclásticos descem através das encostas do vulcão, em 1984

Fernando Assis Pacheco nasceu há 77 anos

(imagem daqui)

Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco (Coimbra, 1 de fevereiro de 1937 - Lisboa, 30 de novembro de 1995) foi um jornalista, crítico , tradutor e escritor português.
Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar, em 1961. Filho de pai médico e de mãe doméstica, o seu avô materno era galego (e casado com uma lavradeira da Bairrada) e o seu avô paterno roceiro em São Tomé.
Enquanto jovem, foi ator de teatro (TEUC e CITAC) e redator da revista Vértice, o que lhe permitiu privar de perto com o poeta neo-realista Joaquim Namorado e com poetas da sua geração, como Manuel Alegre e José Carlos de Vasconcelos.
Cumpriu parte do serviço militar em Portugal entre 1961 e 1963, tendo seguido como expedicionário para Angola, onde esteve até 1965. Inicialmente integrado num batalhão de cavalaria, viria a ser reciclado nos serviços auxiliares e colocado no Quartel-General da Região Militar de Angola.
Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, não obstante se encontrar, na altura, em África. Cuidar dos Vivos é o título do livro de estreia - poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se em Câu Kiên: Um Resumo (1972), ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que em 1976 conheceria a sua versão definitiva: Katalabanza, Kilolo e Volta.
Memória do Contencioso (1980) reúne "folhetos" publicados entre 1972 e 1980, e Variações em Sousa (1987) constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt (1978) comprova-o exuberantemente. Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega, aliás sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu livro Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Em A Musa Irregular (1991) reuniu toda a sua produção poética.
Nunca conheceu outra profissão que não fosse o jornalismo: deixou a sua marca de grande repórter no Diário de Lisboa, no República, no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, no Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto. Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária, e colaborador da RTP.
Traduziu para português obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez.
Casou a 4 de fevereiro de 1963 com Maria do Rosário Pinto de Ruella Ramos (27 de julho de 1941), filha de João Pedro de Ruella de Almeida Ramos e de sua mulher, Germana Marques Vieira Pinto, de quem teve cinco filhas e um filho.



Seria o Amor Português 


Muitas vezes te esperei, perdi a conta,
longas manhãs te esperei tremendo
no patamar dos olhos. Que me importa
que batam à porta, façam chegar
jornais, ou cartas, de amizade um pouco
- tanto pó sobre os móveis tua ausência.

Se não és tu, que me pode importar?
Alguém bate, insiste através da madeira,
que me importa que batam à porta,
a solidão é uma espinha
insidiosamente alojada na garganta.
Um pássaro morto no jardim com neve.

Nada me importa; mas tu enfim me importas.
Importa, por exemplo, no sedoso
cabelo poisar estes lábios aflitos.
Por exemplo: destruir o silêncio.
Abrir certas eclusas, chover em certos campos.
Importa saber da importância
que há na simplicidade final do amor.
Comunicar esse amor. Fertilizá-lo.
«Que me importa que batam à porta...»
Sair de trás da própria porta, buscar
no amor a reconciliação com o mundo.

Longas manhãs te esperei, perdi a conta.
Ainda bem que esperei longas manhãs
e lhes perdi a conta, pois é como se
no dia em que eu abrir a porta
do teu amor tudo seja novo,
um homem uma mulher juntos pelas formosas
inexplicáveis circunstâncias da vida.

Que me importa, agora que me importas,
que batam, se não és tu, à porta?


in A Musa Irregular (1991) - Fernando Assis Pacheco

Há 11 anos o vaivém Columbia desintegrou-se no regresso à Terra

Foto oficial da malograda tripulação, da esquerda para a direita: David Brown, Rick Husband, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Michael Anderson, William C. McCool e Ilan Ramon

O acidente do vaivém Columbia ocorreu no dia 1 de fevereiro de 2003, durante a fase de reentrada na atmosfera terrestre, a apenas dezasseis minutos de tocar o solo, no regresso da missão STS-107, causando a destruição total da nave e a morte dos sete astronautas que compunham a tripulação. Esta missão de cariz científico teve a duração de dezasseis dias ao longo dos quais foram cumpridas, com sucesso, as cerca de oitenta experiências programadas.
Momentos após a desintegração do Columbia, milhares de destroços em chamas caíram sobre uma extensa faixa terrestre, essencialmente no estado do Texas, e na Louisiana, alguns dos quais atingiram casas de habitação, empresas e escolas. Afortunadamente, entre a população ninguém ficou ferido.
A recolha dos destroços prolongou-se de forma intensiva até meados de Abril daquele ano, ao longo de 40.000 km² dos quais 2.850 km² percorridos a pé, e os restantes utilizando meios aéreos ou navais junto à linha costeira da Califórnia. Foram recolhidos 83 mil pedaços do Columbia, correspondentes a 37% da massa total da nave, entre os destroços encontravam-se também parte dos restos mortais dos astronautas.
Foi constituída uma comissão independente de inquérito ao acidente, a Columbia Accident Investigation Board (CAIB), que produziu um relatório oficial de 400 páginas após quase sete meses de investigação, no qual foram apontadas as causas técnicas e organizacionais que estiveram directa ou indirectamente envolvidas na origem da destruição do Columbia. Foram ainda perspectivadas hipotéticas soluções de resgate da tripulação e elaboradas 29 recomendações a implementar, 15 das quais de cumprimento obrigatório, sem o qual não poderia haver um regresso aos voos.


A causa física da perda do Columbia e da sua tripulação foi uma brecha no sistema de protecção térmica no bordo de ataque da asa esquerda, causado por um pedaço de espuma isolante que se separou da seção esquerda do suporte duplo do tanque de combustível externo, 81,7 segundos após o lançamento, e atingiu a parte inferior da asa nas proximidades do painel térmico de carbono reforçado número oito. Durante a reentrada esta violação no sistema de protecção térmica permitiu que ar superaquecido penetrasse através do isolamento e progressivamente derretesse a estrutura de alumínio da asa esquerda, resultando num severo enfraquecimento estrutural, até que o aumento das forças aerodinâmicas, causadas pelo atrito da cada vez maior densidade atmosférica, destruísse a asa provocando a perda de controle e o imediato colapso da nave. Este acidente verificou-se num regime de voo em que com a actual concepção, não havia qualquer possibilidade de sobrevivência para a tripulação.

Sequência da desintegração do Columbia

Há 106 anos o braço armado da maçonaria assasinou El-Rei D. Carlos I e o Principe das Beiras, D. Luís Filipe

(imagem daqui)

O Regicídio de 1 de fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio (na época mais conhecida por Terreiro do Paço) em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe, marcando o fim da última tentativa séria de reforma da Monarquia Constitucional, e consequentemente, uma nova escalada de violência na vida pública do País.

 (imagem daqui)

Terry Jones - 72 anos!

Terence Graham Parry Jones mais conhecido por Terry Jones (Colwyn Bay, 1 de fevereiro de 1942) é um actor, realizador e escritor britânico. É membro do grupo Monty Python.

Biografia
Terry Jones nasceu a 1 de fevereiro de 1942 em Colwyn Bay, País de Gales. Apesar de ter sido criado maioritariamente em Claygate, Surrey (para onde a família se mudou quando Terry tinha 5 anos), Jones ainda se considera galês. Jones foi educado primeiramente na escola primária local de Surrey, antes de entrar na Royal Grammar School, em Guildford. Durante o tempo que passou nesta escola, Terry envolveu-se em todas as actividades possíveis.
Enquanto estava na escola, Jones, como os seus colegas Pythons, ganhou um grande interesse pela comédia e pelo cinema, sendo um grande fã dos The Goons. Contudo, Jones não teve tantas oportunidades para representar visto que o director da escola detestava actores, que considerava homossexuais e comunistas. Por ter reprovado no último ano do secundário, Jones viu recusada a sua entrada nas Universidades de Manchester, Londres, Bristol e Exeter. Por fim, ofereceram-lhe a oportunidade de fazer uma entrevista para o St. Edmund Hall, em Oxford, onde lhe foi oferecido um lugar que aceitou. Jones também recebeu uma oferta para a Universidade de Cambridge, mas não aceitou. Em 1961, entrou na Universidade de Oxford, no curso de Inglês.
Em Oxford, Jones envolveu-se com a revista Isis, tornando-se um designer. Isto deu-lhe a oportunidade de estar em contacto com os actores que estavam em Oxford na altura, e não demorou muito até se envolver na cena teatral da Universidade. Com o amigo e contemporâneo Michael Rudman, Jones começou na Experimental Theatre Company, representando uma grande variedade de material, desde Brencht ao Cabaret. No seu segundo ano, Jones idealizou o espectáculo “****" que levou ao Edinburgh Festival, antes de chegar ao teatro LAMDA em Londres, e posteriormente até Phoenix. Quando regressou para o seu terceiro ano, Jones juntou-se à parceria de escritores Michael Palin e Robert Hewison e juntos escreveram Hang Down Your Head and Die (um olhar cómico à pena de morte. A acção decorre num circo, com Jones a fazer de condenado). A peça esteve em cena durante 11 dias no Oxford Playhouse, depois 6 semanas no Comedy Theatre, em Londres. Um ano mais tarde, Jones, em conjunto com Michael Palin, escreveu e organizou o The Oxford Revue que esteve em cena no Edinburgh Festival em 1964. No fim da exibição, David Frost ofereceu-lhes um emprego. Foi também aqui que Jones e Palin se encontram pela primeira vez com Eric Idle, Graham Chapman e John Cleese.
Quando Jones deixou a Universidade, conseguiu um emprego como copywriter para a Angla Television, antes de se mudar para a BBC como editor de guiões. Foi aí que entrou num curso de realizador durante 6 semanas (que não chegou a completar, devido a um caso grave de peritonite). Contudo Jones tornou-se assistente de produção, antes de ser contratado para escrever para os programas da madrugada pelo produtor Rowan Ayres. Aqui Jones juntou-se a Barry Cryer e aos seus velhos colegas de escrita de Oxford, Michael Palin e Robert Hewison. Pouco tempo depois Hewison desistiu, para voltar para a Universidade, e Jones e Palin foram contratados para escrever para o The Frost Report. Para além deste programa Jones e Palin estavam também a contribuir para programas como The Late Show e A Series of Birds (com John Bird). Depois, os dois mudaram-se para a série da LWT, Do Not Adjust Your Set (onde colaboraram com Eric Idle e Terry Gilliam), enquanto escreviam para o programa Broaden Your Mind e para Marty. Nesta altura, o produtor Barry Took sugeriu que este grupo de escritores se juntasse para produzir o seu próprio programa – assim nasciam os Monty Python.

Monty Python
Como membro dos Monty Python, Jones é lembrado pelos seus papéis de mulheres de meia-idade e o odiado “homem na rua”. Normalmente escrevia sketches em parceria com Michael Palin.
Uma das primeiras preocupações de Jones era desenvolver um formato fresco para o programas dos Monty Python, e foi Jones que desenvolveu o estilo inconsciente que abandonou as “punchlines” e encorajava o movimento fluido entre sketches, dando “espaço ao humor conceptual da equipa. Jones também era contra o uso de música exagerada e do estilo de câmara estática pelos realizadores de programas de TV da altura, algo que fez com que quisesse realizar os programas. Mais tarde dedicou-se à realização de 3 dos filmes dos Monty Python, Monty Python e o Cálice Sagrado, A Vida de Brian e o Sentido da Vida. Como é demonstrado em muitos dos seus sketches com Palin, Jones estava interessado em fazer comédia visualmente impressionante. Este sentia que cenários interessantes aumentavam o humor. Os seus métodos encorajaram muitos futuros comediantes a fugir do convencional. Exemplo disso são programas como Green Wing, A Pequena Grã-Bretanha (Little Britain) e The League of Gentlemen.
As contribuições como actor mais memoráveis de Jones são as suas interpretações paródicas de mulheres de meia-idade, de voz extremamente aguda. O seu humor juntamente com o de Palin tende a ser conceptual por natureza. Um sketch típico da equipa Palin\Jones retira o seu humor do absurdo do redor. Por exemplo, no “Summarize Proust Competition” (Competição de Resumo de Proust), Jones faz o papel de anfitrião que dá aos concorrentes 15 segundos para resumir a obra À La Recherche du Temps Perdu de Marcel Proust. Netse caso o riso surge a partir do absurdo da ideia em si. Jones ficou também conhecido pelo seu estilo de comédia física do género Charlie Chaplin, talvez mais notório no sketch onde se tenta despir na praia. Outros papéis característicos de Jones eram os de homem comum e os de “totó” com ambições que iam muito além das suas capacidades.

Depois dos Monty Python
Depois das dificuldades criativas envolvidas no primeiro filme dos Monty Python, E Agora Algo Completamente Diferente (And Now For Something Completely Different), foi decidido que o projecto seguinte, Monty Python e o Cálice Sagrado (Monty Python and the Holy Grail) seria realizado por membros do grupo. Assim Terry Jones e Terry Gilliam fizeram a sua estreia nas lides da realização. A partir daqui, a carreira na realização de Jones descolou, tendo realizado sozinho os 2 filmes seguintes dos Monty Python, A Vida de Brian e o Sentido da Vida. No entanto, Jones também teve projectos fora do grupo sendo da sua autoria filmes como Personal Services, Erik the Viking, Labyrint e The Wind on the Willows.
Na televisão, a sua carreira depois dos Monty Python continuou com o seu parceiro de escrita de sempre, Michael Palin, na série Ripping Yarns, que foi cancelada após apenas 9 episódios devido ao elevado custo de produção.
A carreira pós-Python de Jones levou-o a tornar-se um aclamado autor de livros de crianças com histórias como Curse of the Vampire Socks, Fantastic Stories (Contos Fantásticos, adaptado em palco por Luís Tinoco), Nicobonimus e The Saga of Erik, the Viking (escrita originalmente para o seu filho Bill). Mas Jones não escreveu apenas para crianças, em anos recentes os seus livros de História, centrados em grande parte na Idade Média, uma época pela qual Jones é fascinado. Ele também protagonizou alguns documentários sobre o tema na BBC. Terry também começou a escrever artigos regularmente a partir dos anos 80, primeiramente para o The Guardian e, mais recentemente, para o The Observer.
No seu projecto mais recente, Terry Jones virou-se para o teatro musical. No início de 2008, em colaboração com Luís Tinoco, Jones estreou em Portugal, Evil Machines, uma espécie de ópera baseada no seu livro com o mesmo nome.

Vida pessoal
Jones casou-se em 1970 com Alison Telfer com quem teve dois filhos, Sally (n. 1974) e Bill (n. 1976). Quando se separaram, Jones começou a namorar com uma sueca, Anna Soderstrom, tendo atualmente ambos uma filha, Siri, nascida em setembro de 2009.
Em 2006 foi-lhe diagnosticado um cancro colorretal. Por estar no princípio, bastou uma operação para que este ficasse curado.


Don Everly, da dupla The Everly Brothers, faz hoje 77 anos

Don (à direita) e Phil (à esquerda) Everly, numa foto promocional de 1958

A banda The Everly Brothers era formada pelos irmãos Don Everly (1 de fevereiro de 1937 em Brownie, uma pequena província - já extinta - perto de Central City, Kentucky), e Phil Everly (18 de janeiro de 1939, Chicago, Illinois - 3 de janeiro de 2014, Burbank, Califórnia).
Era uma banda de rock and roll com influência de música country e que alcançou sucesso nos anos 50.
Com um som leve, calcado mais no violão e em harmonias vocais, e com seus versos inocentes e caras limpas, os Everly Brothers nunca foram, no auge da sua carreira, considerados uma ameaça à sociedade (como acontecia por exemplo com Chuck Berry e Little Richard); eles foram um dos grupos de rock mais importantes da música, por suas canções, que ajudaram a fazer a ponte entre o rock e a música country de uma maneira que agradasse os fãs de ambos os estilos. Além disso, o seu estilo de cantar, harmonicamente, influenciou praticamente quase todas as bandas de rock dos anos 60.


O Barão de Eschwege morreu há 159 anos

(imagem daqui)

Wilhelm Ludwig von Eschwege (Auer Wasserburg, Hesse, 10 de novembro de 1777 - Kassel, 1 de fevereiro de 1855), também conhecido por barão de Eschwege, Guilherme von Eschwege ou por Wilhelm Ludwig Freiherr von Eschwege, foi um naturalista com formação e prática como geólogo, geógrafo, paleontólogo, mineralogista, arquiteto e metalurgista, de nacionalidade alemã.
Foi contratado pela coroa portuguesa para proceder ao estudo do potencial mineiro do país. Encontrava-se em Portugal quando em 1808 a corte se transferiu para o Brasil, devido à invasão francesa comandada por Junot. Seguiu posteriormente para o Brasil, onde se viria a notabilizar pela realização da primeira exploração geológica de carácter científico feita naquele país.

Biografia
Wilhelm Ludwig von Eschwege nasceu a 10 de novembro de 1777, em Aue bei Eschwege, Hessen, Alemanha, filho de família aristocrática. Destinado à carreira militar, estudou na Universidade de Göttingen (1796-1799), tendo sido contemporâneo de Georg Heinrich von Langsdorff. Em Marburg tomou contato com a engenharia de minas, e tornou-se consultor em Clausthal e Richelsdorf, em 1801.
Apesar de alguns afirmarem que foi aluno de Abraham Gottlob Werner (1749-1817), o fundador da moderna mineralogia, não há nos anais de Freiberg referência a sua passagem por lá. Destinado à vida militar, a sua curiosidade intelectual levou-o a adquirir a formação académica ecléctica, característica da intelectualidade europeia do século XIX. Estudou direito, ciências naturais, arquitectura, ciência e economia política, economia florestal, mineralogia e paisagismo.

Em Portugal
José Bonifácio de Andrada e Silva foi o responsável, embora indirecto, pela vinda do Barão de Eschewege para Portugal, conforme nos explica o próprio barão nos seus registos. Bonifácio solicitara a vinda de operários alemães especializados para a exploração de minas, sendo-lhe enviados cientistas alemães e entre eles um barão. Após reacção adversa e explosiva de acolhimento, no seu habitual mau génio, Bonifácio recompôs-se, felicitando os recém-chegados e considerando-os seus hóspedes. É o Barão que nos traça o modo como José Bonifácio vivia na Quinta do Almegue, nos arredores de Coimbra, com pouco conforto, no período em que foi professor de Metalúrgia na Universidade. Este encontro merece ser destacado, pela importância que ambos vieram a ter nos destinos de Portugal e do Brasil.
Em 1802, Eschwege vem para Portugal, país onde permanece até 1810, ocupando o cargo de director de minas. Da sua experiência em Portugal, e das viagens de prospecção que empreendeu por todo o país, recolheu informação geológica e paleontológica, além de informação sobre técnicas de mineração e de administração das minas em Portugal e nas colónias, que lhe permitiram iniciar a publicação de diversas obras de carácter científico e integrar uma rede intelectual abrangente, que incluía, entre outros, sumidades como Goethe, Karl Marx e Alexander von Humboldt.
Durante a sua estada em Portugal catalogou inúmeros aspectos da mineralogia portuguesa e publicou um estudo sobre as conchas fossilizadas da região de Lisboa.
De 1803 a 1809 o barão de Eschwege esteve à frente da fábrica de artilharia e aprestos de ferro na Arega, Figueiró dos Vinhos, onde se fabricavam, entre muitas outras obras em ferro, os canhões para as forças armadas portuguesas.

No Brasil
Depois de ter trabalhado em Portugal, o barão de Eschwege seguiu em 1810 para o Brasil, a convite do príncipe regente D. João VI, para reanimar a decadente mineração de ouro e para trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Foi ainda encarregado do ensino das ciências da engenharia aos futuros oficiais do exército e de continuar, agora naquele território, os seus trabalhos de exploração mineira e de metalurgia.
Em 1810 foi criado pelo príncipe regente D. João o Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, sendo ele chamado para o dirigir e ensinar aos mineiros técnicas avançadas de extracção mineral. Permaneceu até 1821 no Brasil, com a patente de tenente-coronel engenheiro, nomeado "Intendente das Minas de Ouro" e curador do Gabinete de Mineralogia.
Nesse mesmo ano Eschwege iniciou em Congonhas do Campo, Minas Gerais, os trabalhos de construção de uma fábrica de ferro, denominada de "Patriótica", empreendimento privado, sob a forma de sociedade por acções. Em 1811 sua siderurgia já produzia em escala industrial.
No ano de 1812, em Itabira do Mato Dentro (actual Itabira, Minas Gerais), foi pela primeira vez extraído ferro por malho hidráulico, com a ajuda de Eschwege, que ali inovou a mineração de ouro introduzindo os pilões hidráulicos na lavra do coronel Romualdo José Monteiro de Barros, futuro Barão de Paraopeba, em Congonhas do Campo.
Em 1817 foram aprovados pelo governo os estatutos das sociedades de mineração, que estabeleciam as bases para a fundação da primeira companhia mineira do Brasil, sugeridas por Eschwege.
Nos campos da geologia e da mineralogia, empreendeu viagens de exploração das quais resultou uma vasta obra escrita de pesquisas geológicas e mineralógicas. Foram importantes suas expedições de exploração científica aos estados de São Paulo e Minas Gerais, o primeiro a assinalar a presença de manganês.
Da obra escrita, publicada na Europa, sobressaem Pluto Brasiliensis (Berlim, 1833) a primeira obra científica sobre a geologia brasileira, e Contribuições para a Orografia Brasileira.
Com Francisco de Borja Garção Stockler, teve papel importante na estruturação do ensino nas áreas da matemática e da física na Academia Militar do Rio de Janeiro, escola militar criada por carta régia de 4 de dezembro de 1810, que iniciou actividades a 23 de abril de 1811, e é uma das instituições antecessoras da actual Academia Militar das Agulhas Negras e a primeira escola de engenharia no Brasil.

(imagem daqui)

De retorno a Portugal
Era amante da arquitectura e colaborou, a convite de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, casado com a rainha D. Maria II, na elaboração dos planos para o Palácio Nacional da Pena. Tal colaboração deu-se entre 1836 e 1840, muito depois do seu regresso do Brasil.

Na Alemanha
Regressou à Alemanha, onde faleceu em Kassel-Wolfsanger, Hessen, a 1 de fevereiro de 1855.

Considerações
Diz dele a página 127 do volume 11 da obra »Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal» (2006) que, «enigmático», dele ficou escassa memória.
Em honra dele seria mais tarde instituída no Brasil a Medalha Barão de Eschwege para galardoar a excelência em matéria de siderurgia. «Naturalista, estudioso de mineralogia, geologia e botânica, engenheiro militar de profissão, trabalhou desde 1803 em Portugal nas minas da foz do Alge em projecto abortado. Entra no exército português com o posto de capitão de artilharia desde 1807, tendo combatido as tropas francesas, passando desde 1810 ao Brasil, onde produzirá significativo trabalho no campo da geologia e mineração. Assumindo o cargo de director de minas virá, mais tarde, a ser demitido pelos miguelistas. Reintegrado pelos liberais em 1835, fora promovido a brigadeiro do exército. Conhecedor dos hábitos portugueses, publicara em Hamburgo em 1833 a obra «Portugal eis Stat-und Sittengemalde» (Portugal, Quadro estatístico - Moral, Cenas e Bosquejos) que D. Fernando II certamente leu, apesar de apreendida pelas autoridades alemães até sua reedição em 1837; e o mais certo é que tenha fortemente influído as escolhas políticas do então jovem príncipe. Quanto à sua relação com D. Fernando II, presume-se ter sido de grande confiança, ao ponto de o rei lhe ter concedido carta branca para traçar as reformas da Pena e de o ter preferido a Possidónio da Silva, então arquitecto da Casa Real, logo que, durante a execução do projecto, surgiram as primeiras desavenças entre ambos.» E, adiante: «D. Fernando certamente viu em Eschwege, para além de uma experiência vivida e uma proximidade linguística que muito ajudava a resolver os problemas do projecto, a flexibilidade e a adaptabilidade necessárias para ceder às idiossincrasias do príncipe, que queria ali fazer o «seu» palácio, quase que partilhando a autoria. Por outro lado, a cultura do barão de Eschwege, que privara com von Humboldt e Goethe quando de uma das suas viagens pela Europa e que conhecia certamente as dissertações de Schlegel quanto à sublimidade do gótico e da sua suposta relação com a natureza, dir-lhe-iam mais do que a de um prático (embora competente) arquitecto português.»

sexta-feira, janeiro 31, 2014

O Cardeal-Rei D. Henrique nasceu e morreu neste dia

Henrique I de Portugal (Lisboa, 31 de janeiro de 1512 - Almeirim, 31 de janeiro de 1580) foi o décimo-sétimo Rei de Portugal, tendo governado entre 1578 e a sua morte, 1580.
Ocasionalmente é chamado de Dom Henrique II por alguns autores, em virtude de ser o segundo chefe de Estado de Portugal chamado Henrique, tendo-se em linha de conta o conde D. Henrique, por aqueles chamado de D. Henrique I. É conhecido pelos cognomes de O Casto (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), O Cardeal-Rei (igualmente por ser eclesiástico) ou O Eborense ou O de Évora (por ter sido também arcebispo daquela cidade e aí ter passado muito tempo, e inclusivamente fundado a primeira Universidade de Évora, entregue à guarda dos Jesuítas), transformando Évora num pólo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Nicolau Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros.



Mario Lanza nasceu há 93 anos

Mario Lanza, pseudónimo de Alfred Arnold Cocozza (Filadélfia, 31 de janeiro de 1921 - Roma, 7 de outubro de 1959) foi um tenor norte-americano de ascendência italiana e astro de Hollywood.
Fez grande sucesso nas décadas de 40 e 50, principalmente pelas suas participações no cinema. Interpretou o papel de Enrico Caruso no cinema e fez apenas sete filmes, mas ganhou notoriedade mundial.
Foi considerado o mais famoso tenor dos EUA, mas, durante toda a carreira, enfrentou problemas como o excesso de peso, o consumo de álcool e de barbitúricos. Influenciou vários cantores, tanto clássicos como populares, e o próprio Elvis Presley declarou, em uma entrevista na década de 70, que foi um dos seus maiores fãs.



Franz Schubert nasceu há 217 anos

Franz Peter Schubert (Himmelpfortgrund, Viena, 31 de janeiro de 1797 - Viena, 19 de novembro de 1828) foi um compositor austríaco do fim da era clássica, com um estilo marcante, inovador e poético do romanticismo. Escreveu cerca de seiscentas canções (o lied alemão), bem como óperas, sinfonias, incluindo a "Sinfonia Incompleta", e sonatas, entre outros trabalhos. Viveu pouco e não teve reconhecimento publico , morreu aos 31 anos. Hoje, o seu estilo considerado por muitos como imaginativo, lírico e melódico, fá-lo ser considerado um dos maiores compositores do século XIX, marcando a passagem do estilo clássico para o romântico.


Justin Timberlake faz hoje 33 anos

Justin Randall Timberlake (Memphis, Tennessee, 31 de janeiro de 1981) é um cantor, compositor, ator, produtor musical, dançarino e empresário norte-americano que conseguiu fama durante sua infância no programa Mickey Mouse Club e que depois ingressou na boys band 'N Sync.
Em 2002, Timberlake lançou o seu primeiro álbum a solo, Justified, que vendeu mais de 7 milhões de cópias mundialmente. O seu segundo álbum de estúdio, FutureSex/LoveSounds, foi lançado em setembro de 2006 e vendeu mais de 14 milhões de cópias no mundo, colocando três singles em primeiro lugar na lista do mais populares dos Estados Unidos: "Sexyback", "My love" e "What goes around.../...comes around". Sete anos depois, lançou o seu terceiro álbum de estúdio, The 20/20 Experience, que começou em primeiro lugar nos Estados Unidos e Reino Unido. Pelo seu trabalho na música e na televisão, Timberlake já ganhou vários prémios, entre eles nove Grammy Award e quatro Emmy.
No meio empresarial, é presidente da sua própria gravadora, Tennman Records, co-proprietário do restaurante Southern Hospitality, co-fundador da marca de Tequilla 901, dono do campo de golfe Mirimichi, co-proprietário da marca de roupa William Rast, co-proprietário da rede social Myspace e desenhador da linha de decoração HomeMint.
 
 

Há 123 anos uma pequena revolta no Porto tentou implantar a república

A revolta de 31 de janeiro de 1891 foi o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta teve lugar na cidade do Porto.

Causas
No dia 31 de janeiro de 1891, na cidade do Porto, registou-se um levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa) ao ultimato britânico de 1890 por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique.
A 1 de janeiro de 1891 reuniu-se o Partido Republicano em congresso, de onde saiu um directório eleito constituído por: Teófilo Braga, Manuel de Arriaga, Homem Cristo, Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro e Magalhães Lima.
Estes homens apresentaram um plano de acção política a longo prazo, que não incluía a revolta que veio a acontecer, no entanto, a sua supremacia não era reconhecida por todos os republicanos, principalmente por aqueles que defendiam uma acção imediata. Estes, além de revoltados pelo desfecho do episódio do Ultimato, entusiasmaram-se com a recente proclamação da República no Brasil, a 15 de novembro de 1889.
As figuras cimeiras da "Revolta do Porto", que sendo um movimento de descontentes grassando sobretudo entre sargentos e praças careceu do apoio de qualquer oficial de alta patente, foram o capitão António Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro, o tenente Coelho, além dos civis, o dr. Alves da Veiga, o actor Miguel Verdial e Santos Cardoso, além de vultos eminentes da cultura como João Chagas, Aurélio da Paz dos Reis, Sampaio Bruno, Basílio Teles, entre outros.

O evento
A revolta tem início na madrugada do dia 31 de janeiro, quando o Batalhão de Caçadores nº 9, liderados por sargentos, se dirigem para o Campo de Santo Ovídio, hoje Praça da República, onde se encontra o Regimento de Infantaria 18 (R.I.18). Ainda antes de chegarem, junta-se ao grupo, o alferes Malheiro, perto da Cadeia da Relação; o Regimento de Infantaria 10, liderado pelo tenente Coelho; e uma companhia da Guarda Fiscal. Embora revoltado, o R.I.18, fica retido pelo coronel Meneses de Lencastre, que assim, quis demonstrar a sua neutralidade no movimento revolucionário.
Os revoltosos descem a Rua do Almada, até à Praça de D. Pedro, (hoje Praça da Liberdade), onde, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, ouviram Alves da Veiga proclamar da varanda a implantação da república. Acompanhavam-no Felizardo Lima, o advogado António Claro, o Dr. Pais Pinto, Abade de São Nicolau, o Actor Verdial, o chapeleiro Santos Silva, e outras figuras. Verdial leu a lista de nomes que comporiam o governo provisório da República e que incluíam: Rodrigues de Freitas, professor; Joaquim Bernardo Soares, desembargador; José Maria Correia da Silva, general de divisão; Joaquim d'Azevedo e Albuquerque, lente da Academia; Morais e Caldas, professor; Pinto Leite, banqueiro; e José Ventura Santos Reis, médico.
Foi hasteada uma bandeira vermelha e verde, pertencente a um Centro Democrático Federal. Com fanfarra, foguetes e vivas à república, a multidão decide subir a Rua de Santo António, em direcção à Praça da Batalha, com o objectivo de tomar a estação de Correios e Telégrafos.
No entanto, o festivo cortejo foi barrado por um forte destacamento da Guarda Municipal, posicionada na escadaria da igreja de Santo Ildefonso, no topo da rua. O capitão Leitão, que acompanhava os revoltosos e esperava convencer a guarda a juntar-se-lhes, viu-se ultrapassado pelos acontecimentos. Em resposta a dois tiros que se crê terem partido da multidão, a Guarda solta uma cerrada descarga de fuzilaria vitimando indistintamente militares revoltosos e simpatizantes civis. A multidão civil entrou em debandada, e com ela alguns soldados.
Os mais bravos tentaram ainda resistir. Cerca de trezentos barricaram-se na Câmara Municipal, mas por fim, a Guarda, ajudada por artilharia da Serra do Pilar, por Cavalaria e pelo Regimento de Infantaria 18, sob as ordens do chefe do Estado Maior do Porto, General Fernando de Magalhães e Menezes, força-os à rendição, às dez da manhã. Terão sido mortos 12 revoltosos e feridos 40.

Desfecho
Alguns dos implicados conseguiram fugir para o estrangeiro: Alves da Veiga iludiu a vigilância e foi viver para Paris: o jornalista Sampaio Bruno e o Advogado António Claro alcançaram a Espanha, assim como o Alferes Augusto Malheiro, que daí emigrou para o Brasil.
Os nomeados para o "Governo Provisório" trataram de esclarecer não terem dado autorização para o uso dos seus nomes. Dizia o prestigiado professor Rodrigues de Freitas, enquanto admitia ser democrata-republicano: "mas não autorizei ninguém a incluir o meu nome na lista do governo provisório, lida nos Paços do Concelho, no dia 31 de Janeiro, e deploro que um errado modo de encarar os negócios da nossa infeliz pátria levasse tantas pessoas a tal movimento revolucionário."
A reacção oficial seria como de esperar, implacável, tendo os revoltosos sido julgados por Conselhos de Guerra, a bordo de navios, ao largo de Leixões: o paquete Moçambique, o transporte Índia e a corveta Bartolomeu Dias. Para além de civis, foram julgados 505 militares. Seriam condenados a penas entre 18 meses e 15 anos de degredo em África cerca de duzentas e cinquenta pessoas. Em 1893 alguns seriam libertados, em virtude da amnistia decretada para os então criminosos políticos da classe civil.
Em memória desta revolta, logo que a república foi implantada em Portugal, a então designada Rua de Santo António foi rebaptizada para Rua de 31 de janeiro, passando a data a ser celebrada dado que se tratava da primeira de três revoltas de cariz republicano efectuadas contra a monarquia constitucional (as outras seriam o Golpe do Elevador da Biblioteca, e o 5 de outubro de 1910).

Atahualpa Yupanqui nasceu há 106 anos

Atahualpa Yupanqui, pseudónimo de Héctor Roberto Chavero (Pergamino, Buenos Aires, 31 de janeiro de 1908 - Paris, 23 de maio de 1992), foi um compositor, cantor, violonista e escritor argentino. É considerado um dos mais importantes divulgadores de música folclórica daquele país. As suas composições foram cantadas por reconhecidos intérpretes, como Mercedes Sosa, Alfredo Zitarrosa, Víctor Jara, Ángel Parra, Marie Laforêt e Elis Regina entre outros, continuando a fazer parte do repertório de vários artistas na Argentina e em diferentes partes do mundo.
Filho de pai quéchua e mãe basca, mudou-se, ainda criança, com a família para Agustín Roca, em cuja ferrovia o seu pai trabalhava.
Na adolescência, começa a ter aulas de viola com o concertista Bautista Almirón, viajando diariamente os 15 quilómetros que o separavam da casa do mestre. É nessa época que opta pelo pseudónimo de Atahualpa Yupanqui, em homenagem a Atahualpa e Tupac Yupanqui, os últimos governantes incas.


Guy Fawkes foi executado há 408 anos

Guy Fawkes (Iorque, 13 de abril de 1570 - Londres, 31 de janeiro de 1606), também conhecido como Guido Fawkes, foi um soldado inglês católico que teve participação na "Conspiração da pólvora" (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime VI & I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.
Porém a conspiração foi desarmada e após o seu interrogatório e tortura, Guy Fawkes foi condenado a execução na forca por traição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. Sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na "Noite das Fogueiras" (Bonfire Night).
Guy Fawkes nasceu na cidade de Iorque, e converteu-se ao Catolicismo aos dezasseis anos. Como soldado era especialista em explosivos. Por ser simpatizante dos espanhóis católicos, adotou também a versão espanhola de seu nome francês: Guido.

Conspiração da Pólvora
A Conspiração da Pólvora foi um rebelião liderado por Robert Catesby, que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, pela repressão empreendida pelo rei protestante Jaime I aos direitos políticos dos católicos, por causa das suas atividades subversivas contra a coroa, e para restaurar o poder temporal da igreja católica.
O objetivo deles era explodir o parlamento inglês, utilizando trinta e seis barris de pólvora guardados sob o prédio durante uma sessão na qual estaria presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.
Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de diversos inocentes e defensores da causa católica, portanto enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, o qual ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes guardando a pólvora.
Durante sua captura e interrogação, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante, se identificando como "John Johnson" e se negando a fornecer informações aos seus captores. Quando lhe perguntaram o motivo de estar em posse de tanta pólvora, lhes respondeu que a pólvora era "para explodir com todos vocês, desgraçados bêbados de uisque, para as montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu a sua intenção de explodir o parlamento e lamentou o seu fracasso. A sua coragem acabou rendendo certa admiração do Rei James, que o descreveu como "um homem de resolução romana".
Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse sua tortura "de maneira progressiva e planeada". Para a surpresa do torturador William Waad, Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu informações significativas além de declarar "que rezava todo dia a Deus para o avanço da fé Católica e a salvação de sua alma podre".
Após mais de uma semana de tortura, Fawkes cedeu e entregou o nome de oito conspiradores. A sua assinatura de confissão, que era pouco mais de um risco ilegível, é indicio do sofrimento ao qual deve ter sido submetido.
Fawkes e os demais conspiradores foram condenados à morte por decapitação e depois serem estripados e esquartejados. Em um último ato de desafio antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu desvencilhar-se dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e evitando assim a tortura. O seu corpo foi esquartejado e exposto publicamente junto com o dos outros conspiradores.
Ainda nos dias de hoje, o Rei ou Rainha vão até ao Parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.

Manifestantes do grupo Anonymous utilizando máscaras de Guy Fawkes no modelo apresentado na série V de Vingança

Influências
Frequentemente Fawkes é referido com o título irónico de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas". A sua imagem acabou se tornando um símbolo de rebelião e até da anarquia, apesar dele ter lutado por uma causa considerada católica e defesa do direito monárquico dos Stuart sobre o trono Britânico.
A graphic novel V de Vingança, com roteiro de Alan Moore e arte de David Lloyd, possui influências da "Conspiração da Pólvora". Um personagem que utiliza o codinome V e que utiliza uma máscara inspirada no rosto de Guy Fawkes, tenta promover uma revolução na Inglaterra fictícia (década de 1990) onde é ambientada a graphic novel. A explosão do parlamento inglês também era objetivada, buscando-se concretizar, de certa forma, os planos da conspiração da pólvora.
Outra influência é encontrada em pelo menos dois dos livros da saga Harry Potter: em Harry Potter e a Pedra Filosofal, no primeiro capítulo, a história é explicitamente citada quando dois locutores de televisão, ao anunciarem uma chuva de estrelas observada anormalmente no céu, atribuem a sua origem a uma provável comemoração antecipada da Noite das Fogueiras; e em Harry Potter e a Câmara Secreta, no capitulo doze, uma fénix é chamada de Fawkes, tentando traçar um paralelo entre o mito da fénix que, após morrer renasce das suas próprias cinzas, e a necessidade do renascimento social, cultural e político em Inglaterra, concretizável caso a revolução fosse adiante.
Na série de manga e Anime "One Piece", existe um personagem cujo nome é Dracule Mihawk, usualmente chamado de "Olhos de falcão". Fica muito claro que este personagem é uma homenagem direta de Eiichiro Oda (o criador da série) a Guy Fawkes, que pode ser facilmente explicitado observando-se o nome e a fisionomia do personagem criado pelo Mangaka.
No vídeo-jogo Fallout 3, um dos personagens utiliza o nome Fawkes. Quando questionado sobre o porquê da escolha do nome, responde que era o nome de alguém "...que lutou e morreu por aquilo em que acreditava."