domingo, novembro 17, 2013

A Rainha D. Leonor faleceu há 488 anos

Estátua da Rainha D. Leonor em Beja, sua cidade natal

A Infanta D. Leonor, chamada também Dona Leonor de Portugal ou D. Leonor de Lencastre, e mais recentemente, no estrangeiro, "Leonor de Viseu", do nome do título secundário de seu pai, o Infante D. Fernando (Beja, 2 de maio de 1458 - Paço de Xabregas, Lisboa, 17 de novembro de 1525), foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, e Rainha de Portugal a partir de 1481, pelo casamento com o seu primo D. João II de Portugal, o Príncipe Perfeito. Pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o epíteto de Princesa Perfeitíssima, inspirado no cognome do El-Rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juizo da história.
A rainha D. Leonor de Avis é também a terceira e última rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido D. Leonor Teles e a segunda a sua tia, e sogra, D. Isabel de Avis, mulher de D. Afonso V. Com o seu casamento acaba o Século de Oiro Português, caracterizado por casamentos endogâmicos continuados entre os descendentes da Ínclita Geração, entre a prole de D. João I e da sua rainha D. Filipa de Lancastre. D. Leonor foi sem dúvida uma das mais notáveis soberanas portuguesas de todos os tempos, pela sua vida, importância, influência, obra, e legado aos vindouros.
Foi também a primeira dos ocupantes do trono português com sangue Bragança, pela sua avó materna, a Infanta D. Isabel, filha do 1º duque de Bragança - logo se lhe seguindo o seu irmão D. Manuel I, como primeiro rei reinante, e o seu sobrinho D. Jaime, duque de Bragança, como primeiro Bragança herdeiro jurado do trono, na permanente relação entre a Casa Real, de origem ilegítima, e o seu ramo Bragança, igualmente ilegítimo, sempre casando entre si.

Armas da Rainha D. Leonor de Avis, em casada

Biografia
As Pessoas Reais, em Portugal, não tiveram, usaram ou assinaram jamais qualquer sobrenome até ao século XIX. No entanto, duas das netas da rainha D. Filipa de Lancastre parecem ter usado algum tempo, ou sido conhecidas, por Lancastre, em homenagem a essa sua avó ou bisavó: D. Filipa, filha do Infante Regente D. Pedro, e D. Leonor.
Dona Leonor era filha do Infante D. Fernando, duque de Viseu e Condestável do Reino (filho do rei D. Duarte de Portugal e da rainha D. Leonor de Aragão) e de sua mulher a Infanta D. Beatriz, também ela uma princesa de Avis. Era neta materna de D. Isabel de Bragança (filha do 1º duque de Bragança) e do Infante D. João, condestável do Reino, o mais novo dos infantes da Ínclita Geração.
Entre os seus irmãos o mais velho foi o Infante D. João, 3º duque de Viseu e Beja, que morreu novo, solteiro, logo sucedido pelo infeliz secundogénito, D. Diogo, 4º duque de Viseu e Mestre da Ordem de Cristo. Outra sua irmã, com apenas menos um ano de idade, foi a Infanta D. Isabel, Duquesa de Bragança pelo seu casamento, e finalmente o benjamim da família, onze anos mais novo do que a futura rainha, D. Manuel. Era ainda prima direita do Maximiliano I, filho de uma irmã de seu pai, e de Isabel a Católica, rainha de Castela, filha de uma irmã de sua mãe, entre outros.
D. Leonor foi destinada ao nascer ao Príncipe Perfeito por vontade e promessa de seu tio D. Afonso V, quando nasceu, ao seu único irmão e melhor amigo, pai da noiva, o Infante D. Fernando. Casou com o primo D. João quando apenas tinha 12 anos de idade, e o noivo 15. Tendo crescido juntos e amigos, tiveram um casamento unido, que nem, quando o rei teve de executar o irmão mais velho da rainha, o seu primo e cunhado D. Diogo, duque de Viseu e Beja, e mandar julgar e decapitar ao seu outro cunhado Fernando II, Duque de Bragança, ambos por traição e conjura a favor dos primos dos Bragança, os Reis Católicos, se viu afectado.

A Rainha e as Misericórdias
Em 22 de janeiro de 1470, casou-se com o rei D. João II, o qual era seu primo direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Após a morte do rei, em 1495, subiu seu irmão D. Manuel ao trono, e ao casar-se este, a rainha passou a ser conhecida como Rainha Velha até à sua morte.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com o rendimento de bens senhoriais e patrimoniais da Coroa, independentes, destinados à sua sustentação e dignidade. Esta seu património era chamado Casa das Rainhas. D. Leonor, além das vilas anteriores mencionadas nas rainhas que a precederam, foi dotada pelo rei com as cidades de Silves e Faro, e as terras de Aldeia Galega e Aldeia Gavinha. Na Casa das Rainhas, que manteve em viúva, mesmo depois de D. Manuel casar, estava também incluida a cidade das Caldas, que ela própria fundara.
Dona Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansão portuguesa, quando Lisboa se transformara na capital europeia do comércio de riquezas exóticas: e foi por isso mesmo no seu tempo a mais rica princesa da Europa, conforme demonstra uma obra recente a respeito da administração da sua grande casa.
Essa grande fortuna, que cresceu exponencialmente com a chegada à Índia e com o comércio ultramarino, visto seu pai ter sido filho adoptivo e herdeiro universal do Infante D. Henrique, o Navegador, e das grandes mercês que recebeu dos reis seu marido e seu irmão, empregou-a depois de viúva na prática da caridade constante, da devoção verdadeira, no patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres: assim, encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de estabelecimento de Misericórdias gerida por irmandades em todo o Reino, notável iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a rainha a destinou.

Rainha Velha - obra e legados
A Rainha D. Leonor, em viúva, manteve grande destaque na corte lusitana, sendo regente do Reino mais do que uma vez. Desprezando a vida mundana, retirou-se para viver no seu Paço de Xabregas, junto com a imensa casa dos seus servidores e criados. Apesar de se situar relativamente perto do Terreiro do Paço, a residência independente em Xabregas permitia-lhe uma vida mais serena e propícia à devoção e austeridade religiosas que se determinou a seguir, ao tomar o hábito laico de viúva.
Apoiou D. Manuel na fundação do Hospital de Todos os Santos, no Rossio de Lisboa, o melhor hospital da Europa no seu tempo; e esteve ainda na origem da fundação do hospital termal das Caldas da Rainha, cuja construção e funcionamento custeou, e que dela tira o seu nome. Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como armas as da rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o pelicano). Ao manter estas armas, a cidade tornou-se uma das poucas povoações portuguesas a manter um brasão anterior à normalização republicana da heráldica municipal, levada a cabo no princípio do século XX.

Brasão das Caldas da Rainha, cidade fundada pela Princesa Perfeitíssima, baseado nas armas da soberana

O mais belo e notável dos monumentos, ou edifícios que a rainha ordenou fossem construídos, e onde repousa, o convento da Madre de Deus, em estilo gótico manuelino, abriga hoje o Museu Nacional do Azulejo, constituindo um dos mais ricos patrimónios culturais portugueses. Nele mandou ser sepultada. Foi mandado construir em 1509, e desde então ficou sempre integrado na Casa das Rainhas. Foi ocupado por clarissas, Franciscanas Descalças da primeira regra de Santa Clara, à qual a própria rainha, enquanto viúva, fez voto, e quis obedecer.
O majestoso Convento da Madre de Deus foi sujeito a magníficas intervenções arquitectónicas e a luxuosa decoração ao longo dos séculos, tendo possuído um excepcional património em ourivesaria e obras de arte. Do tempo da sua fundação restam sobretudo no interior o piso térreo, notável pelo seu Claustrim, e a chamada Capela de D. Leonor. E, sobrevivente ao terremoto de 1755, no exterior existe ainda a fachada, ornamentada com belos portais e janelas em puro estilo manuelino, que dantes davam directamente para as areias da praia de Xabregas, sobre o Tejo.

Sucessão no Trono
A Rainha teve apenas dois filhos: um morto à nascença, e o outro o Príncipe, D. Afonso, o herdeiro do trono morto precocemente num infeliz e inesperado acidente de cavalo no Vale de Santarém em 1491, pouco depois de casado com a princesa D. Isabel de Aragão, herdeira dos Reis Católicos nos seus tronos de Aragão, Castela, Nápoles e Sicília.
Durante o seu casamento com D. Leonor, nasceu ao rei um filho bastardo com D. Ana de Mendonça (dama da rainha D. Joana, 2ª mulher de D. Afonso V) - D. Jorge de Lencastre, a quem ao legitimá-lo criou mestre da Ordem de Santiago, e a quem mandou fosse 2º duque de Coimbra, em homenagem ao seu avô, o Infante-Regente D. Pedro, cuja casa foi reconstituída ao seu favor.
Tendo o rei chamado para a corte este seu filho, pediu a D. Leonor lhe servisse de mãe, o que a rainha aceitou, vivendo o Senhor D. Jorge junto do Infante D. Manuel e do Príncipe D. Afonso seu meio-irmão até à sua morte. Depois desta data, no entanto, D. Leonor distancia-se do enteado, custando-lhe vê-lo vivo e o seu único filho já desaparecido, tanto mais que descobre que o rei seu marido determinara agora torná-lo sucessor na coroa, apesar de o direito constitucional português não o autorizar a isso, pois jamais a escolha da sucessão coube ao soberano em Portugal.
No entanto, e com essa finalidade, D. João tentou uma acção diplomática junto da Santa Sé, querendo obter o seu reconhecimento pelo papa como filho legítimo capaz de suceder na coroa - no que foi contrariado pela Rainha, que defendeu os direitos sucessórios de seu irmão D. Manuel - o varão legítimo mais próximo do rei, que subiria ao trono em 1495 após a sua morte, como D. Manuel, O Venturoso.
Ao subir ao trono o seu irmão mais novo, ainda solteiro, a rainha tornou-se automaticamente herdeira do trono. E se este tivesse falecido por essa altura, teria passado de rainha consorte a rainha reinante. Porém, viúva, e já sem idade para vir a ter sucessão própria, além de consagrada às boas obras, não quis nunca ser jurada Princesa Herdeira, pelo que o Rei se determinou a mandar voltar do exílio em Castela sua outra irmã, a Infanta e Duquesa de Bragança, D. Isabel, que ali se acolhera viúva com os filhos desde a sentença que lhe condenara o marido, fazendo por acordo de família jurar como sucessor e herdeiro a D. Jaime, filho desta, até lhe nascer sucessão do seu futuro casamento.

Morte
A Rainha D. Leonor faleceu no seu Paço de Xabregas, nos arredores de Lisboa, junto ao convento do mesmo nome.
Ali mesmo, em Xabregas, quis ficar sepultada, no seu magnífico Convento da Madre de Deus, em campa rasa de fria e nua pedra, num lugar de passagem, para que todos a pisassem: gesto de grande humildade que comove, e quis deixar aos vindouros que por ali viessem a passar como sinal da pequenez das coisas do mundo diante da eternidade.

Parece que Grande Sucessor da República Democrática Popular da Coreia mandou matar 80 pessoas para acalmar a população...

Coreia do Norte executou 80 pessoas por verem filmes ou lerem a Bíblia, diz imprensa sul-coreana

Kim Jong Un com membros da sua guarda militar numa fotografia sem data disponibilizada em outubro pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo crianças, terão sido obrigadas a assistir às execuções realizadas numa acção concertada em sete cidades do país.

A notícia da execução pública de 80 pessoas na Coreia do Norte neste mês foi dada por uma única fonte, anónima, a vários jornais da Coreia do Sul, mas rapidamente se espalhou na imprensa internacional. 

Segundo jornais de Seoul, como o JoongAng Ilbo, um dos maiores e mais influentes do país, as 80 pessoas, algumas consideradas culpadas de actos delituosos para o regime de Pyongyang, como ver vídeos de entretenimento sul-coreanos ou estar em posse de uma Bíblia, foram executadas em público em sete cidades, perante o olhar de milhares de pessoas onde se incluíam crianças, forçadas a assistir. Numa das cidades, as autoridades juntaram dez mil pessoas para assistir. Algumas das vítimas tinham sido acusadas de disseminar pornografia.

A confirmarem-se, estas execuções, realizadas numa acção coordenada no mesmo dia, terão constituído o acto mais brutal do regime desde que Kim Jong Un chegou ao poder depois da morte do pai Kim Jong Il, em 2011.

Familiares e amigos das vítimas terão depois sido enviados para centros de detenção, para impedir que a informação das mortes fosse divulgada. “Relatos de execuções públicas teriam certamente um efeito muito negativo nas pessoas”, disse ao jornal inglês Daily Telegraph Daniel Pinkston, analista do instituto de investigação International Crisis Group em Seoul.

A notícia nos jornais sul-coreanos tem uma única fonte e esta coincide com os rumores de mortes em sete cidades na informação dada por uma agência de notícias de dissidentes da Coreia do Norte.

Testemunhos publicados na imprensa descrevem um caso, no Estádio de Shinpoong, na província de Kanwon, em que oito pessoas foram alinhadas com fardos colocados por cima da cabeça enquanto soldados disparavam de forma ininterrupta. “Ouvi relatos de residentes que dizem ter visto os cadáveres [dos executados] de tal maneira perfurados pelas balas que depois foi impossível identificá-los”, disse a fonte citada também em jornais como o Los Angeles Times ou o Daily Telegraph.

As execuções terão ocorrido em cidades onde o líder norte-coreano estará a tentar intimidar trabalhadores que desafiam as regras do regime, considera o LA Times. O Daily Telegraph refere a tentativa do regime em esmagar qualquer suspeita de descontentamento popular e cita um relatório do think tank Rand Corporation em como Kim Jong Un terá sobrevivido a uma tentativa de assassínio em 2012, o que, desde então, motivou um reforço substancial da sua guarda.

in Público - ler notícia

Uma má notícia para a cultura e geologia portuguesas

Calçada portuguesa, o princípio do fim?

(imagem daqui)

A notícia que dá conta da intenção oficial da CML, plasmada na "janela de oportunidade" Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa (em consulta pública), em substituir, paulatinamente mas em força, a quase totalidade da calçada portuguesa de Lisboa salvo na zona histórica, por novos pavimentos ditos menos perigosos e, supomos, mais fáceis e baratos de colocar e manter, não é nova, apenas recorrente, mas desta vez é a sério, parece.
Desde logo, há duas questões básicas por esclarecer: uma, semântica, sobre o que se entende por "zona histórica" (o novel PDM consagra quase toda a Lisboa como histórica, certo?), outra, de igualdade de género, como agora se diz: a calçada portuguesa passa a ser apenas para turista ver? Só ao turista é "permitido" cair e estatelar-se?
É que ao avançar com esse condicionamento no tratamento do espaço público, a CML passa a ter duas realidades, duas cidades: a do natural e a do turista - afinal de contas, já se passa o mesmo na portagem ao Castelo, dirão os mais sarcásticos, pelo que por aí também nada de novo...
Há também um punhado de esclarecimentos que tardam a vir da CML (quererá mesmo fazê-lo?), e que responda às perguntas, também básicas, infelizmente recorrentes: a escola de calceteiros da CML forma quantos calceteiros por ano? Depois de formados, vão trabalhar com quem? Quem costuma colocar a calçada? É calçada aquilo que é colocado na generalidade do espaço público ou outra coisa qualquer a que se chama calçada? Não é verdade que existem vários tipos de vidrado? Por que razão não é sempre aplicado o melhor vidrado? Qual o ordenado-base de um calceteiro da CML e que incentivos extra há em termos de carreira e outros? Por que não é dignificada esta profissão? Quanto é que custa e quanto demora em média a boa colocação/reparação de um metro quadrado de calçada portuguesa vs bloco de lioz, por ex.? Quando é que a CML acaba com o estacionamento automóvel em cima dos passeios? Quando é que a CML regulamenta convenientemente as obras avulsas que abrem e fecham o subsolo? Por que não dispõe a CML de brigadas de calceteiros de fiscalização diária aos arruamentos da cidade, de modo a poder corrigir o mau calcetamento no devido tempo? Não é sadio e custa a aceitar que a CML decida unilateralmente (a calçada nem sequer foi minimamente abordada durante a campanha (?) eleitoral recente), mesmo que pela melhor das intenções (maior segurança e conforto aos peões mais velhos, deficientes motores, senhoras de saltos altos ou, simplesmente, aos distraídos), abrir guerra à calçada portuguesa e condicionar Lisboa a duas velocidades: a "moderna", pseudo-asséptica e antiderrapante, e a retrógrada, histórica, para postalinho de ocasião (os belos tapetes de calçada artística de Belém ou da Baixa, etc.) só que a CML já se contradisse ao repavimentar com lioz o miradouro de Santa Catarina e a Rua da Vitória...
Pior, parece haver também duas CML: a que pugna pela boa manutenção da calçada portuguesa e que procura soluções para a dignificar e manter como ex-líbris da cidade a par do azulejo, do fado, dos eléctricos e dos Santos Populares (veja-se a excelente intervenção recente nos passeios íngremes e estreitos das calçadas do Sacramento e do Combro, em que se misturaram dois tipos de pedra, diminuindo drasticamente o risco de escorregadela e o polimento rápido) e a que não vê forma de colocar senão lioz, tantas vezes mal cortado e fica logo sujo, feio e também esburacado e tão escorregadio como a melhor das calçadas - dirão que é mais barato, não precisa de mestres-calceteiros, é de rápida colocação e substituição, e implicará um maior negócio do que um simples cubo de calçada, talvez.
Seja como for, a CML parece esquecer-se de um facto insofismável: a calçada portuguesa é parte intrínseca de Lisboa, faz parte do nosso ADN, como é moda ouvir-se. E é uma vantagem comparativa e competitiva (idem) para a nossa capital, inclusive, chega a ser o elemento distintivo e valorizador de um espaço público (e urbano) feito, regra geral, de pouca valia estética e fraca luminosidade.
Daí este alerta a quem de direito: para que não deixe escapar este trunfo para terras distantes do Brasil, por ex., onde a calçada parece estar já a ser mais acarinhada do que aqui... E para que não ceda ao facilitismo e a supostos ganhos de poupança no curto prazo, pois tal será, creio, um tremendo erro estratégico e que custará caro no longo prazo. Haja CML!

in Público - Opinião (Paulo Ferrero - Fundador do Fórum Cidadania Lx)


NOTA: Como português e geólogo, acho uma vergonha que o Presidente da Câmara de Lisboa decida sozinho, sem consultar a sério à população alfacinha, sobre um aspeto único da nossa capital. Porque não falou do assunto na campanha eleitoral? E pode alguém, sem ouvir os argumentos contrários, decidir sobre um aspeto cultural tão importante para todo o país? Sabe o Presidente da CML qual o valor económico deste subsetor da indústria extrativa portuguesa? Há que alertar quem de direito para que isto nunca venha a acontecer...

O estranho caso do asteroide que queria ser cometa

Descoberto um asteroide que parece um cometa com seis caudas

O aspecto do asteroide a 10 de setembro (à esquerda) e a 23 de setembro (à direita)

A estranha aparência do objecto deixou os especialistas a coçar a cabeça.

O telescópio Hubble acaba de descobrir, pela primeira vez, um asteroide que não parece um asteroide, anunciaram esta quinta-feira as agências espaciais europeia ESA e norte-americana NASA, as duas entidades responsáveis por aquele telescópio espacial, em simultâneo com a publicação online do inédito achado na revista Astrophysical Journal Letters.
Segundo os seus autores – uma equipa internacional liderada por David Jewitt, da Universidade da Califórnia  –, o estranho objecto parece “um regador automático da relva”, com seis “caudas” luminosas a sair do seu centro.
O asteroide, nome de código P/2013 P5, faz parte da cintura de asteroides situada entre Marte e Júpiter. Normalmente, os asteroides parecem apenas pontinhos de luz ao telescópio, mas a luz emitida pelo P/2013 P5, que foi avistado pela primeira vez por um telescópio terrestre no Havai e apresentado oficialmente em agosto deste ano, parecia invulgarmente difusa. Por isso, os cientistas apontaram o Hubble na sua direcção a 10 de setembro – e descobriram as suas múltiplas caudas. Mais: quando o Hubble voltou a olhar para o asteroide a 23 de setembro, o seu aspecto era totalmente diferente, como se toda a sua estrutura tivesse rodado.
"Ficámos completamente banzados”, diz Jewitt, citado pela NASA. “Mais surpreendente ainda foi o facto de a sua estrutura de caudas se alterar em apenas 13 dias (…). Isso também nos apanhou de surpresa. É difícil acreditar que estamos a olhar para um asteroide.”
Uma explicação possível do inédito fenómeno é que a velocidade de rotação do asteróide tenha aumentado ao ponto de a sua superfície começar a ser despedaçada, produzindo ejeções de poeiras em erupções episódicas que tiveram início na Primavera, explica um comunicado da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
A equipa descarta que se possa tratar do resultado de uma colisão de asteróides, uma vez que isso teria causado a expulsão de uma enorme quantidade de poeiras de uma só vez. Ora, não parece ser o que terá acontecido: com base numa modelização, Jessica Agarwal, do Instituto Max Planck de Lindau (Alemanha) e co-autora dos resultados, calculou que, ao longo de cinco meses, terá havido uma série de ejeções de poeiras – a 15 de abril, 18 de julho, 24 de julho, 8 de agosto, 26 de agosto e 4 de setembro.
Segundo Jewitt, o fenómeno agora observado no P/2013 P5 é provavelmente algo de frequente na cintura de asteroides – e até poderá ser a forma como os asteroides costumam morrer. “Em astronomia, quando encontramos um [objecto de um dado tipo], acabamos sempre por encontrar mais um monte deles. Este é um objecto espantoso e quase de certeza o primeiro de muitos outros a vir.”
Diga-se já agora que Jewitt desempenhou um papel importante, em 1993, na descoberta da cintura de Kuiper, que de repente revelou a presença, para lá de Neptuno, de milhões de objectos num local onde se pensava não haver nada. Isso mudou radicalmente a visão que os astrónomos tinham do sistema solar, faz notar o comunicado da UCLA.
Até agora, apenas uma pequena fracção da massa principal do asteroide P/2013 P5 – talvez entre cem e mil toneladas de poeiras – foi ejectada, salienta Jewitt. O núcleo do asteroide, com mais de 400 metros de diâmetro, é milhares de vezes mais maciço.
Os astrónomos tencionam continuar a observar o bizarro objecto, não só para medir à velocidade com que gira sobre si próprio como para determinar se as poeiras são ejectadas no plano equatorial do asteróide. A se confirmar, isto sugeriria fortemente que o asteroide está de facto a sofrer uma ruptura provocada pela sua rotação.

in Público - ler notícia

O escultor Machado de Castro morreu há 191 anos

Joaquim Machado de Castro (Coimbra, 19 de junho de 1731 - Lisboa, 17 de novembro de 1822) foi um dos maiores e mais nomeados escultores portugueses. Machado de Castro foi um dos escultores de maior influência na Europa do século XVIII e princípio do século XIX.
Para além da escultura, descrevia extensamente o seu trabalho, do qual se destaca, a extensa análise sobre a estátua de José I que se situa na Praça do Comércio em Lisboa, intitulada: Descripção analytica da execução da estátua equestre, Lisboa 1810.
A (Descripção) consiste no relato pormenorizado, feito ao estilo e à execução técnica, levada a cabo no que é considerado o seu melhor trabalho, a estátua equestre do Rei D. José I de Portugal datada de 1775, como parte da obra de reconstrução da cidade de Lisboa, seguindo os planos de Marquês de Pombal, logo após o Terramoto de 1755. As partes da construção estão detalhadas e ilustradas, incluindo variados planos e componentes utilizados para a sua execução.
Na introdução da sua obra Machado de Castro comenta outras estátuas equestres situadas em diversas praças europeias.

Estátua equestre do Rei D. José I na Praça do Comércio, Lisboa


O Museu Nacional de Machado de Castro é um dos mais importantes museus de belas artes e arqueologia de Portugal, tanto pela quantidade como pela qualidade das suas coleções. Encontra-se instalado no antigo Paço Episcopal de Coimbra, classificado como Monumento Nacional em 1910. Está localizado na freguesia da Coimbra, na cidade e concelho de Coimbra, distrito de Coimbra, em Portugal.

O reinado de Isabel I, Rainha da Inglaterra e da Irlanda, começou há 455 anos

Isabel I (Greenwich, 7 de setembro de 1533 - Richmond, 24 de março de 1603), também conhecida sob a variante Elisabete I ou Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess. Filha de Henrique VIII, Isabel nasceu como princesa, mas a sua mãe, Ana Bolena, foi executada dois anos e meio depois do seu nascimento e Isabel foi declarada bastarda. Mais tarde, o seu meio-irmão, Eduardo VI, deixou a coroa a Lady Jane Grey, excluindo as suas irmãs da linha de sucessão. No entanto, o seu testamento foi rejeitado, Lady Jane Grey foi executada e, em 17 de novembro de 1558, Isabel sucedeu, por morte desta, à sua meia-irmã católica, Maria I, depois de passar quase um ano presa por suspeita de apoiar os rebeldes protestantes.
Isabel decidiu que reinaria com bons conselheiros, dependendo fortemente de um grupo de intelectuais de confiança liderado por William Cecil, barão Burghley. Uma das suas primeiras iniciativas como rainha foi apoiar o estabelecimento da igreja protestante inglesa, da qual se tornou governadora suprema. Este Acordo Religioso Isabelino manteve-se firmemente durante o seu reinado e desenvolveu-se, tornando-se naquela que é conhecida hoje como a Igreja de Inglaterra. Era esperado que Isabel se casasse, mas apesar de vários pedidos do parlamento e de numerosas cortes feitas por vários membros de casas reais por toda a Europa, ela nunca o fez. As razões para esta decisão já foram muito debatidas. À medida que envelhecia, Isabel tornou-se famosa pela sua virgindade, criando um culto à sua volta que foi celebrado nos retratos, festas e literatura da época.
Seu reinado é conhecido por Período Elisabetano (ou Isabelino) ou ainda Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico, e pela produção artística crescente, principalmente na dramaturgia, que rendeu nomes como Christopher Marlowe e William Shakespeare. No campo da navegação, o capitão Francis Drake foi o primeiro inglês a dar a volta ao mundo, enquanto na área do pensamento Francis Bacon pregou suas ideias políticas e filosóficas. As mudanças se estendiam à América do Norte, onde se deram as primeiras tentativas de colonização, que resultaram em geral em fracassos.
Isabel era uma monarca temperamental e muito decidida. Esta última característica, vista com impaciência por seus conselheiros, frequentemente a manteve longe de desavenças políticas. Assim como seu pai Henrique VIII, Isabel gostava de escrever, tanto prosa quanto poesia.
O seu reinado foi marcado pela prudência na concessão de honrarias e títulos. Somente oito títulos maiores: um de conde e sete de barão no reino da Inglaterra, mais um baronato na Irlanda, foram criados durante o reinado de Isabel. Isabel também reduziu substancialmente o número de conselheiros privados, de 39 para 19. Mais tarde, passaram a ser apenas 14 conselheiros.
A colónia inglesa da Virgínia (futuro estado americano, após a independência dos Estados Unidos), recebeu esse nome em homenagem a Isabel I.

Rodin morreu há 96 anos

Auguste Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917) foi um escultor francês.

Foi registado como François-Auguste-René Rodin e as suas primeiras esculturas foram feitas na cozinha de sua mãe, com a massa que ela usava para fazer pão. Aos 15 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo foi aceite na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Miguel Ângelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.
Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin . A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e um terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.
As suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Musée Rodin), situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão.
Rodin teve como assistente a escultora Camille Claudel, com quem teve um romance e cujos trabalhos são muitas vezes confundidos com os de Rodin. Camille acreditava que Rodin queria apropriar-se dos seus trabalhos. À época, foi considerada maluca e terminou seus dias internada num manicómio.
Rodin conquistou fama em vida, e as suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.
Faleceu em 17 de novembro de 1917. Encontra-se sepultado no Musée Rodin, Meudon, Ilha de França, Paris.

Auguste Rodin, Porta do Inferno

O Infante D. Fernando, pai de El-Rei D.Manuel I, nasceu há 580 anos

Infante D. Fernando, Duque de Beja e Viseu, Condestável do Reino

D. Fernando, Infante de Portugal (Almeirim, 17 de novembro de 1433 - Setúbal, 18 de setembro de 1470), Infante de Portugal, 2.º Duque de Viseu, 2.º Senhor da Covilhã, 1.º Duque de Beja, 1.º Senhor de Moura e 6.º Condestável de Portugal, irmão do rei D. Afonso V de Portugal, foi um exímio militar, aventureiro e navegador português que dirigiu e apoiou várias expedições.

Brasão do Infante D. Fernando, 1.º Duque de Beja e 2.º Duque de Viseu

Biografia
Em 1452, Fernando saiu do país sem autorização do seu irmão, o rei D. Afonso V procurando aventuras. Segundo uns, pretendia combater os mouros nas praças portuguesas do norte de África; outros diziam que o objectivo era juntar-se a seu tio materno, o rei Afonso I de Nápoles, nas campanhas no sul de Itália, uma vez que Fernando tinha a esperança de poder vir a herdar aquele reino, dado que o tio não tinha filhos legítimos.
Contudo, o seu irmão D. Afonso V, assim que soube da fuga de Fernando, deu ordens ao Conde de Odemira, que comandava a frota portuguesa que patrulhava o estreito de Gibraltar, para interceptar o infante e escoltá-lo de regresso a Portugal.
Em 1453, D. Afonso V concedeu-lhe o título de 1.º Duque de Beja e 1.º Senhor de Moura.
Finalmente foi autorizado a deslocar-se ao norte de África, participando em acções militares: primeiro, em 1458 acompanhou o seu irmão, o rei D. Afonso V, na expedição portuguesa que conquistou a cidade marroquina de Alcácer Ceguer; depois, em 1468, comandou a esquadra que conquistou e destruiu o porto de Anafé (hoje denominado de Anfa e integrado em Casablanca) que era uma base de corsários.
D. Fernando, que em 1436 fora também nomeado herdeiro do seu tio, o Infante D. Henrique, tornando-se o seu filho adoptivo. E, quando em 1460, morre D. Henrique, sucedeu-lhe não só no título de Duque de Viseu como também como Mestre da Ordem de Cristo e passou a ser o responsável pelos Descobrimentos (1460-1470) para o Reino de Portugal.
Nesse último contexto, aproveitando o seu espírito aventureiro, dele próprio ter feito parte de algumas das expedições marítimas de reconhecimento não só da costa atlântica de África como da própria América. Isso último reconhecido ou constado na época, dentro de um pequeno circulo de navegadores, e cujo feito, na altura, chegou a constar de um pleito contra os direitos de Colombo a favor de seus companheiros de viagem.
Genealogia
Foi o segundo filho do rei Duarte I de Portugal e de sua esposa Leonor de Aragão.
Casou-se com a sua prima, Beatriz de Portugal, filha do seu tio João, Infante de Portugal, em 1447.
Deste casamento resultaram nove filhos, dos quais apenas cinco chegaram à idade adulta; contudo, todos eles desempenharam um papel capital na história portuguesa:
  1. João de Viseu (1448-1472), terceiro Duque de Viseu, segundo Duque de Beja.
  2. Diogo de Viseu (1450-1484), quarto Duque de Viseu e terceiro Duque de Beja.
  3. Duarte de Viseu.
  4. Dinis de Viseu.
  5. Simão de Viseu.
  6. Leonor de Viseu (1458-1525), casou com João II de Portugal e tornou-se Rainha de Portugal.
  7. Isabel de Viseu (1459-1521), casada com o duque de Bragança, Fernando II.
  8. Manuel, duque de Viseu e de Beja, e Rei de Portugal após a morte do seu primo e cunhado, o Rei D. João II de Portugal.
  9. Catarina de Viseu.
O Infante D. Fernando encontra-se sepultado no Mosteiro das Religiosas da Conceição, em Beja, que fora fundado por sua mulher.

sábado, novembro 16, 2013

Christian Lorenz, também conhecido como Doktor Flake, o teclista dos Rammstein, faz hoje 47 anos

Christian "Doktor Flake" Lorenz (Berlim, 16 de novembro de 1966) é um músico alemão, teclista da banda Rammstein.
Foi adotado pela família Lorenz e cresceu ao lado de outros dois irmãos. O nome "Flake" é uma alcunha, sendo o seu nome real Christian. Aos 15 anos obteve o seu primeiro piano. O primeiro trabalho foi num quiosque de imprensa.
Compartilhou sua casa com Paul Landers. A sua profissão era manufaturar de máquinas de ferramentas. O seu primeiro grupo era o Feeling B., antes de começar a tocar teclados na famosa banda alemã Rammstein.


Paul Hindemith nasceu há 118 anos

Paul Hindemith (Hanau, Hesse, 16 de novembro de 1895Frankfurt am Main, 28 de dezembro de 1963), foi um compositor, violinista, maestro e professor alemão.

Depois de já ter aprendido violino enquanto criança, Hindemith estudou com Arnold Mendelssohn e Bernhard Sekles no Hochsche Konservatorium em Frankfurt am Main.
Em 1922, algumas das suas peças foram ouvidas no festival International Society for Contemporary Music em Salzburgo, o que o fez conquistar a atenção dos públicos internacionais. Posteriormente colaborou com vários compositores avant garde, incluindo Anton Webern e Arnold Schoenberg, tendo feito várias digressões, tocando violino como solista, pelos Estados Unidos da América, no final da década de 1930.
Apesar dos protestos do maestro Wilhelm Furtwängler, a sua música foi definida como "degenerada" pelos nazis e, em 1940, emigrou para os Estados Unidos da América, onde leccionou na Universidade de Yale, tendo alunos como Lukas Foss, Norman Dello Joio, Harold Shapero e Ruth Schonthal. Adquiriu a cidadania norte-americana em 1946, mas regressou à Europa em 1953, vivendo em Zurique e lecionando na universidade local.
No final da sua vida começou a dirigir mais. Ganhou o Prémio Balzan em 1962 tendo falecido no ano seguinte, de pancreatite aguda.


José Saramago nasceu há 91 anos

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de agosto de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem.
Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.

 

in Os Poemas Possíveis (1966) - José Saramago

António Aleixo morreu há 64 anos

Estátua de António Aleixo em Loulé

António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 - Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um poeta popular português.

Biografia
Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
No emaranhado de uma vida cheia de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante foi exercido em França.
De regresso ao seu país natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".
Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

Estilo literário
Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», António Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".
A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registar as suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta no intuito de compor o primeiro volume de suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registo do próprio poeta tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.
Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia, foram cremados como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.

Reconhecimento
A partir da descoberta de Joaquim de Magalhães, o grande responsável por "passar a limpo" e registar a obra do poeta, António Aleixo passou a ser apreciado por inúmeras figuras da sociedade e do meio cultural algarvio. Também é digno de registo José Rosa Madeira, que o protegeu, divulgou e coleccionou os seus escritos, contribuindo no lançamento do primeiro livro, "Quando Começo a Cantar" (1943), editado pelo Círculo Cultural do Algarve.
A opinião pública aceitou a primeira obra de António Aleixo com bom agrado, tendo sido bem acolhida pela crítica. Com uma tiragem de cerca de 1.100 exemplares, o livro esgotou-se em poucos dias, o que proporcionou ao Poeta Aleixo uma pequena melhoria de vida, contudo ensombrada pela morte de uma filha sua, com tuberculose. Desta mesma doença viria o poeta a sofrer pelos tratamentos que a vida lhe foi impondo, tendo de ser internado no Hospital Sanatório dos Covões, em Coimbra, a 28 de junho de 1943.
Em Coimbra começa uma nova era para o poeta que descobre novas amizades e deleita-se com novos admiradores, que reconhecem o seu talento, de destacar o Dr. Armando Gonçalves, o escritor Miguel Torga, e António Santos (Tóssan), artista plástico e autor da mais conhecida imagem do poeta algarvio, amigo do poeta que nunca o desamparou nas horas difíceis. Os seus últimos anos de vida foram passados ora no sanatório em Coimbra ora no Algarve, em Loulé.
A 27 de maio de 1944 recebeu o grau de Oficial da Ordem do Mérito.


A arte é força imanente,
Não se ensina, não se aprende,
Não se compra, não se vende,
Nasce e morre com a gente.

Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão

Uma mosca sem valor
Poisa c'o a mesma alegria
Na careca de um doutor
Como em qualquer porcaria.

P'rá mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.

São parvos, não rias deles,
Deixa-os ser, que não são sós:
Às vezes rimos daqueles,
Que valem mais do que nós.

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!

Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço.

O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!

Veste bem, já reparaste?
Mas ele próprio ignora
Que, por dentro, é um contraste
Com o que mostra por fora.

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Nas quadras que a gente vê,
Quase sempre o mais bonito
está guardado pr'a quem lê
O que lá não está escrito.

Para triunfar depressa
Cala contigo o que vejas
Finge que não te interessa
Aquilo que mais desejas.

Os que bons conselhos dão
Às vezes fazem-me rir
Por ver que eles mesmos, são
Incapazes de os seguir.


António Aleixo

sexta-feira, novembro 15, 2013

Christoph Willibald Gluck morreu há 226 anos

Christoph Willibald Gluck (Berching, 2 de julho de 1714 - Viena, 15 de novembro de 1787) foi um compositor musical alemão. Juntamente com seu principal libretista, Ranieri de' Calzabigi (1714-1795), Gluck foi responsável pela “segunda reforma da ópera”. O impacto dessa reforma ecoou durante muito tempo na história da música. Por conta disso, durante mais de um século a obra de Gluck representou uma fronteira intransponível. Nenhuma ópera séria anterior à sua reforma era representada de forma regular.

(...)

Gluck iniciou estudos de matemática e filosofia em Praga aos dezassete anos, mas deixou Praga sem obter um diploma. Não há registos sobre sua vida até ao ano de 1737, quando foi estudar música em Milão com Giovanni Battista Sammartini. A cidade era um importante centro operístico e não demorou até que Gluck apresentou sua primeira obra, Artaserse, em 26 de dezembro de 1741, com libreto de Metastasio.
Seguiram-se obras escritas para Veneza, como Demetrio (1741) e Ipermestra (1744), Cremona, Il tigrane (1743), Turim, Poro (1744) e Milão, Domofonte (1743), Sofonisba (1744) e Ippolito (1745). Muitas dessas obras utilizaram libretos consagrados de Metastasio que também foram musicados por outros compositores como Hasse, Vivaldi e Händel. Este último conheceu Gluck em Londres, cidade onde foram encenadas La caduta de’giganti e Artemene (1746).
Mas Gluck parece não ter se adaptado bem à capital da Inglaterra. O próprio Händel teria dito, segundo seus biógrafos, que seu cozinheiro Waltz sabia mais contraponto do que ele. Ao voltar ao continente, o compositor começou a trilhar o caminho que o levaria à reforma.
Associando-se, então, a uma companhia itinerante de ópera, Gluck viajou por diversas cidades da Europa no período entre 1747 e 1750, compondo diversas obras. Em 1748, foi escolhido pela corte de Viena para compor Semiramede a partir do libreto de Metastasio. Um dos autores preteridos para essa tarefa foi ninguém menos do que Hasse. Em 1750, casou-se com uma jovem e rica viúva de apenas dezoito anos, a metade de sua idade, Maria Anna Bergin. Graças à fortuna adquirida com o casamento, Gluck passou a desfrutar de grande independência e, em 1752, estabeleceu-se em Viena, cidade na qual ele passou a ocupar o posto de konzertmeister da orquestra do príncipe da Saxónia-Hildburghausen, tornando-se kapellmeister pouco depois.

Reforma da Ópera
O músico continuou a produzir óperas a partir de textos de Metastasio. Mas, a partir de 1758, dedicou-se também a comédias no estilo francês da época, dando novos passos na direção da reforma que só se tornaria realidade após o encontro com Calzabigi.
Desde a publicação do panfleto atribuído a Benedetto Marcello Il teatro alla moda, um dos aspectos mais criticados do mundo lírico era a tirania das grandes estrelas. As árias de ópera haviam se tornado peças de exibição e o conteúdo dramático e até mesmo moral do espetáculo se perdia, cedendo espaço para excessos vocais. Volta-se, mais uma vez, à busca dos ideais da Camerata Fiorentina e da Academia da Arcádia, presentes na origem da ópera e durante a primeira reforma.
A ocasião para levar à cena uma ópera reformada ocorreu em 1762 por ocasião dos festejos em homenagem ao imperador Francisco I (1708-1765), marido de Maria Teresa. O libreto de Orfeo ed Euridice era radical. Ao contrário de todas as versões anteriores da lenda grega levadas aos palcos, a ação começa com Euridice já morta. Os personagens são reduzidos a três: além de Orfeo e Euridice, o deus Amor. A poesia era simples, leve e nobre e o coro desempenhava papel fundamental em toda a trama. Além do teatro clássico, a obra se inspirava na tragédia francesa.
Em termos musicais, Gluck simplesmente baniu a ária da capo de Scarlatti, inibindo os excessos de virtuosismo dos cantores ao final da antiga estrutura ternária A-B-A. Não havia espaço algum para improvisações e os recitativos acompanhados se tornaram tão importantes para a evolução do enredo quanto as árias e coros. Isso deu grande continuidade à composição e pôs fim à característica tão típica da ópera barroca que era fazer de cada ária uma peça relativamente autocontida. Eliminando os rebuscamentos da fase anterior, Gluck simplificou as melodias, fato que encontra um exemplo tocante na ária famosa Che farò sensa Euridice.


A Rainha D. Maria II morreu há 160 anos

 

D. Maria II (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 - Lisboa, 15 de novembro de 1853) foi rainha de Portugal de 1826 a 1853. Era filha do Rei D. Pedro IV de Portugal (Imperador do Brasil como D. Pedro I) e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria e irmã mais velha do Imperador D. Pedro II, imperador brasileiro, também filho de D. Pedro IV com Dona Leopoldina. Foi cognominada de A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou ao seus muitos filhos. Dona Maria da Glória era loira, de pele muito fina, olhos azuis como a mãe austríaca. Foi a 31ª Rainha de Portugal e dos Algarves aquando da abdicação do pai, de 1826 a 1828, e de 1834 a 1853.

O último Rei de Portugal nasceu há 124 anos

D. Manuel II de Portugal (nome completo: Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha) (Lisboa, 15 de novembro de 1889Twickenham, 2 de julho de 1932) foi o trigésimo-quinto e último Rei de Portugal. D. Manuel II sucedeu ao seu pai, o Rei D. Carlos I, depois do assassinato deste e do seu irmão mais velho, o Príncipe Real D. Luís Filipe, a 1 de fevereiro de 1908. Antes da sua ascensão ao trono, D. Manuel foi duque de Beja e Infante de Portugal.

Chad Kroeger - 39 anos

Chad Robert Turton-Kroeger (Hanna,15 de novembro de 1974) é o vocalista e guitarrista da banda canadiana Nickelback, iniciou a sua carreira durante a adolescência quando, aos 13 anos começou a aprender a tocar guitarra sozinho. Mais tarde criou uma banda, a Village Idiots, que tocavam covers. Em 1995 cria os Nickelback com o seu irmão Mike, um amigo, Ryan Peake, e o primo Brandon Kroeger. No dia 21 de agosto de 2012, revelou um noivado, até então secreto, com a cantora canadiana Avril Lavigne, a qual o ajudou compondo algumas músicas em estúdio. Chad casou com Avril no dia 1 de julho deste ano (2013) em França, no Chateau de la Napoule, no sul do país. A festa durou três dias, de acordo com o site PopSugar. “Quando você olha para essa aliança no seu dedo, olha para o outro todos os dias e chama aquela pessoa de marido ou mulher, é um sentimento muito especial”, confessou o vocalista dos Nickelback.


Kepler morreu há 383 anos

Johannes Kepler (Weil der Stadt, 27 de dezembro de 1571 - Ratisbona, 15 de novembro de 1630) foi um astrónomo e matemático alemão, figura-chave da revolução científica do século XVII. É mais conhecido por ter formulado as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como Leis de Kepler, codificadas por astrónomos posteriores com base em suas obras Astronomia Nova, Harmonices Mundi, e Epítome da Astronomia de Copérnico. Essas obras também forneceram uma das bases para a teoria da gravitação universal de Isaac Newton.
Durante sua carreira, Kepler foi professor de matemática em um Seminário em Graz, Áustria, um assistente do astrónomo Tycho Brahe, o matemático imperial do imperador Rodolfo II e de seus dois sucessores, Matias I e Fernando II. Também foi professor de matemática em Linz, Áustria, e conselheiro do general Wallenstein. Adicionalmente, fez um trabalho fundamental no campo da óptica, inventou uma versão melhorada do telescópio refrator (o telescópio de Kepler) e ajudou a legitimar as descobertas telescópicas de seu contemporâneo Galileu Galilei.