segunda-feira, junho 18, 2012

Maria Bethânia - 66 anos

Maria Bethânia Viana Teles Veloso, mais conhecida como Maria Bethânia (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 18 de Junho de 1946), é uma cantora brasileira.
Segunda cantora feminina em vendagem de discos do Brasil e a de maior vendagem da MPB: 26 milhões de cópias. A sua alcunha de Abelha-rainha tornou-se popular e deve-se ao primeiro verso da canção-título do LP Mel (1979).

Alison Moyet - 51 anos

Geneviève Alison Jane Moyet (Billericay, 18 de Junho de 1961) é uma cantora britânica. Ela mais conhecida pelo seu trabalho na dupla de synthpop Yazoo, formada no início da década de 1980.



NOTA: a poucos dias de fazer 7 anos, o blog Geopedrados tem o prazer de informar que este é o nosso post 8.500º...!

A última Guerra entre Estados Unidos e Reino Unido começou há dois séculos

O Capitólio dos Estados Unidos após Washington, DC ter sido queimada pelo exército britânico

A Guerra de 1812, ou a Guerra Anglo-Americana, foi a guerra entre os Estados Unidos da América, e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda e suas colónias, incluindo o Canada Superior (Ontario), o Canadá Inferior (Quebec), Nova Escócia, Bermuda e a ilha da Terra Nova.
A Guerra decorreu entre 18 de junho de 1812 e 23 de março de 1815, embora o seu tratado de paz tenha sido assinado em 1814. O Massacre do Fort Dearborn, Indiana, em 15 de agosto de 1812, foi a "gota d'água" que levou os americanos à guerra contra os britânicos ao que é, hoje, reconhecida nos EUA como War of 1812 ("A Guerra de 1812," em português). A guerra terminou em status quo.
A Revolução Francesa trouxe problemas para os Estados Unidos, devido às diferenças entre as facções federalistas (admiradores da Inglaterra) e os republicanos (admiradores da França revolucionária), e a acentuação da rivalidade da França com a Inglaterra, que não tolerava a independência da ex-colónia. Além disso, os britânicos ainda tinham ligações comerciais com os sulistas.
Eles tentaram de todas as maneiras impedir os acordos entre franceses e nortistas, utilizando-se da força: apresamento de navios da ex-colónia, desafiando a soberania nacional e prejudicando as indústrias; recrutamento forçado de norte-americanos por ingleses; problemas com índios no oeste, instigados por britânicos do Canadá; e, em relação aos Estados Unidos, a tentativa de conquista da mesma, facto esse almejado por eles.
Entre 1812 e 1814 ocorreu o conflito, durante o governo do presidente James Madison. Apesar dos desastres sofridos, o Tratado de Gand, que acabou com a guerra, não promoveu modificações no mapa dos Estados Unidos. Mais, reforçou o sentimento nacionalista da população e consolidou a União.

James Madison venceu as eleições presidenciais americanas de 1808, primariamente por causa de suas habilidades em relações internacionais, em uma época onde tanto a França quanto o Reino Unido estavam à beira da declaração de guerra contra os Estados Unidos. Madison, uma vez na presidência do país, rapidamente removeu o Ato do Embargo de 1807. A França logo se propôs a terminar todos seus ataques contra navios mercantes americanos e não interferir com o comércio internacional americano. Porém, o Reino Unido continuou ativamente os ataques contra a frota mercante americana. Além disso, os britânicos passaram a fornecer grandes quantidades de suprimentos militares a nativos indígenas do sul dos Grandes Lagos, e incentivavam estes indígenas a atacarem comunidades americanas e grupos de colonos americanos que viajavam em direção ao oeste.
Em resposta a estes problemas, os Estados Unidos da América declararam guerra contra o Reino Unido em 1812. Os habitantes do sul e do oeste do país eram em sua grande maioria a favor da guerra, uma vez que se preocupavam em defender o direito da expansão americana em direção ao oeste e o direito de ter acesso a mercados internacionais para seus produtos de exportação. Já os federalistas da Nova Inglaterra opuseram-se à guerra, e sua reputação sofreria muito ao final do conflito, causando a desintegração do partido político.
No início da guerra, os Estados Unidos rapidamente invadiram o Canadá, então colónia britânica, e capturaram diversas cidades daquele país. Os americanos incentivaram os canadianos a rebelar-se contra o Reino Unido e a juntar-se aos Estados Unidos. Porém, devido ao pouco apoio da população canadense aos ideais americanos e à mobilização de grandes quantidades de tropas britânicas no Canadá, os americanos foram obrigados a recuar. Os britânicos invadiram então os Estados Unidos, tendo ocupado diversas cidades do nordeste americano, entre elas, Washington, DC, a capital americana.
A invasão britânica da capital americana fez com que, subitamente, um grande número de pessoas passassem a querer se alistar nas forças armadas. A soberania do país estava em risco e a independência deveria ser mantida a todo custo, o governo proclamou. O avanço britânico foi parado em Baltimore, em 1814. As cenas da batalha de defesa da cidade por parte dos americanos fizeram com que Francis Scott Key, que testemunhara a batalha, escrevesse The Star-Spangled Banner, que acabaria por se tornar o hino oficial dos Estados Unidos.
A guerra terminou oficialmente em 8 de janeiro de 1815, sob os termos do Tratado de Ghent. A Batalha de Nova Orleães, porém, ocorreu após a assinatura do tratado. Esta batalha resultou em vitória para os Estados Unidos. Um dos principais comandantes americanos durante a guerra, Andrew Jackson, o General das forças americanas durante a Batalha de Nova Orleães, tornou-se imensamente popular nos Estados Unidos.
A Guerra de 1812 causou um drástico crescimento do nacionalismo e do orgulho americano. O país então acabara de resistir militarmente contra a segunda maior potência militar do mundo à época (a maior era a França napoleónica). A guerra causou um súbito aumento da moral americana - especialmente na Batalha de Nova Orleães. Os britânicos, segundo o tratado de paz, comprometeram-se a parar com seus ataques contra navios mercantes americanos, e um período de paz, de expansão territorial, de isolacionismo e do fortalecimento da economia do país, seguiu-se-lhe. Este período ficaria conhecido como Era do Bem Sentir.

Há 197 anos a Águia Imperial de Napoleão caiu

 A Batalha de Waterloo, por William Sadler

A Batalha de Waterloo, a 18 de junho de 1815 em Waterloo, Bélgica, foi um combate decisivo das forças francesas contra as britânicas, e se deu nas proximidades da aldeia belga de Waterloo. Ocorreu durante o Governo dos Cem Dias de Napoleão, entre o seu exército de 72 mil homens, recrutados à pressa, e o exército aliado de 68 mil homens comandados pelo britânico Arthur Wellesley, Duque de Wellington, (com unidades britânicas, holandesas, belgas e alemãs), antes da chegada dos 45 mil homens do exército prussiano.

O poeta e maluco Mário Saa nasceu há 119 anos

(imagem daqui)

Mário Paes da Cunha e Sá (Caldas da Rainha, 18 de junho de 1893 - Ervedal, 23 de janeiro de 1971) foi um escritor português.

Biografia
Mário Paes da Cunha e Sá, que adoptou Mário Saa como nome literário, descendia de uma família de grandes proprietários da elite económica e social do concelho alentejano de de Avis. Aquando do seu nascimento, o seu pai era notário e sub-delegado no julgado de Óbidos, vivendo nas Caldas da Rainha. Em 1895, a sua família volta para Avis e o seu pai constrói o Monte de Pero Viegas, onde Mário Saa residiu quase toda a vida. Recebeu formação no colégio de S. Fiel, em Louriçal do Campo (Beira Baixa), no Liceu de Évora e, em 1913, era aluno do Instituto Superior Técnico. Através da revista Presença (n.º 19, 1929), sabe-se que em 1917 continuaria a frequentar o IST. No ano seguinte inscreveu-se no curso Ciências Matemáticas na Universidade de Lisboa e, em 1930, no curso de Medicina da mesma Universidade, não tendo, no entanto, concluído qualquer das licenciaturas. A vida de Mário Saa repartiu-se entre a administração agrícola das suas propriedades e a investigação e produção literária. Em consonância com o perfil dos intelectuais do seu tempo dedicou-se e interessou-se por temáticas distintas publicando várias obras e numerosos artigos em periódicos. Dedicou-se à filosofia, à genealogia, à geografia antiga, à poesia, à problemática camoniana, às investigações arqueológicas, e mesmo à astrologia e à grafologia. O seu interesse pela arqueologia e a investigação que realizou sobre vias romanas deram origem à sua obra de maior importância, «As Grandes Vias da Lusitânia», em seis volumes, o produto de mais de 20 anos de investigações e prospecções arqueológicas que é, ainda hoje, uma obra de referência. A par com a arqueologia, Mário Saa destacou-se, também, no panorama da poesia portuguesa das décadas de 20 e 30 do século XX, publicando com assiduidade na revista Presença e privando com os grandes poetas e intelectuais da época no âmbito da boémia literária da Brasileira do Chiado. Em 1959 colaboraria ainda no primeiro número da revista «Tempo Presente».

Obras publicadas:
  • Evangelho de S.Vito (1917)
  • Portugal Cristão-Novo ou os Judeus na República (1921)
  • Poemas Heróicos / Simão Vaz de Camões; Pref. de Mário Saa (1921)
  • Camões no Maranhão (1922)
  • Táboa Genealógica da Varonia Vaz de Camões (1924)
  • A Invasão Dos Judeus (1925)
  • A Expicação do Homem: Através de uma auto explicação em 207 táboas filosóficas (1928)
  • Origens do Bairro-Alto de Lisboa: Verdadeira notícia (1929)
  • Nós, Os Hespanhóis (1930)
  • Proclamações à Pátria: Uma Aliança Luso-Catalã (?)
  • Proclamações à Pátria: Até ao Mar Cantábrico (1931)
  • Erridânia: A Geografia Mais Antiga do Ocidente (1936)
  • As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de Janeiro de 1524 (1940)
  • As Grandes Vias da Lusitânia: O Itinerário de Antonino Pio (6 T.; 1957-1967)
  • Poesia e alguma prosa - Organização, introdução e notas de João Rui de Sousa, INCM, (2006)

O banho turco, 1862 - Jean-Auguste Dominique Ingres

Xácara das Mulheres Amadas

Quem muitas mulheres tiver,
em vez de uma amada esposa,
mais se afirma e se repousa
pera amar sua mulher;
Quem isto não entender...
em cousas d'amor não ousa,
em cousas d'amor não quer!

Quantas mais, mais se descansa,
mais a gente serve a todas;
quantas mais forem as bodas,
quantos mais os pares da dança,
menos a dança nos cansa
O gosto d'andar nas rodas.

Que quantas mais, mais detido
a cada uma per si;
nem cansa tanto o que vi,
nem fica o gosto partido;
ao contrário, é acrescido
a cada uma per si!

No paladar de mudar
mais se sente o gosto agudo:
que amar nada ou amar tudo
é estar pronto a muito amar;
o enjoo vem de não estar
a par do nada e do tudo.

Mais facilmente se chega
pera muitas que pera uma;
e a razão é porque, em suma,
se esta razão me não cega,
quem quer que muitas adrega
é como tendo...nenhuma!

Com muitas, descanso vem,
faz o desejo acrescido:
que é o mais apetecido
aquilo que se não tem;
e o apetite é o bem;
e em saciá-lo é perdido.
Também a mulher que tem
seu marido repartido
é mais gostosa do bem
que advém de seu marido!

Tão gostosa e recolhida,
tão pronta e tão conformada,
quanto o gosto é não ter nada;
porque o gosto é ser servida
e não o estar contentada.
O gosto é coisa corrente,
e quem o tem já não sente
o gosto dessa corrida,
que tê-lo, é cousa ... jazente...
que tê-lo , é cousa... perdida!

Ora, pois, nesta jornada
não vi nada mais de amar
que ter muito por chegar
e cousa alguma chegada;
não vi nada mais de ter...
que ter muito que perder...
e cousa alguma ganhada!

in
366 Poemas que falam de Amor (2003) - antologia organizada por Vasco Graça Moura

domingo, junho 17, 2012

Stravinski nasceu há 130 anos

Ígor Fiódorovitch Stravinski (Oranienbaum, 17 de junho de 1882Nova Iorque, 6 de abril de 1971) foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes na estreias das suas obras.
A carreira de compositor de Stravinski foi notável pela sua diversidade estilística. Inicialmente adquiriu fama internacional com três ballets encomendados pelo empresário Sergei Diaghilev e executados pelos Ballets Russes de Diaghilev: L'Oiseau de feu ("O Pássaro de Fogo") (1910), Petrushka (1911/1947), e Le Sacre du printemps ("A Sagração da Primavera") (1913). A Sagração, cuja estreia provocou um motim, transformou o modo de pensamento dos compositores posteriores acerca da estrutura rítmica, e foi largamente responsável pela reputação duradoura de Stravinski enquanto revolucionário musical, forçando as fronteiras do design musical.
Após esta fase inicial russa, Stravinski virou-se para o neoclassicismo na década de 1920. As obras deste período tendem a utilizar as formas musicais tradicionais (concerto grosso, fuga, sinfonia), frequentemente disfarçadas com um veio de emoção intensa sob uma aparência superficial de distanciamento ou austeridade, muitas vezes prestando tributo à música de mestres anteriores, como J. S. Bach e Tchaikovsky.
Nos anos 1950 adoptou os procedimentos do serialismo, utilizando as novas técnicas ao longo dos seus últimos vinte anos. As composições de Stravinski deste período têm pontos em comum com toda a sua produção anterior: energia rítmica, a construção de ideias melódicas desenvolvidas a partir de algumas células de duas ou três notas, e clareza de forma, instrumentação e expressão vocal.
Também publicou vários livros ao longo de sua carreira, quase sempre com a ajuda de um colaborador, por vezes não nomeado. Na sua autobiografia de 1936, Chronicles of My Life, escrita com a ajuda de Walter Nouvel, Stravinski incluiu a sua famosa declaração de que a "música é, pela sua própria natureza, essencialmente impotente para expressar seja o que for."

(...)

Stravinski exibiu um desejo inexaurível de explorar e aprender sobre arte, literatura e vida. Este desejo manifestou-se um muitas das suas colaborações em Paris. Não só foi o principal compositor para os Ballets Russes de Sergei Diaghilev, como ainda colaborou com Pablo Picasso (Pulcinella, 1920), Jean Cocteau (Oedipus Rex, 1927) e George Balanchine (Apollon musagète, 1928). Os seus gostos em literatura foram vastos, e reflectiram o seu desejo constante por novas descobertas. Os textos e fontes literárias para o seu trabalho começaram com um período de interesse no folclore russo, progredindo para autores clássicos e para a liturgia latina, e continuou para a França contemporânea (André Gide, em Persephone) e eventualmente a literatura inglesa, incluindo Auden, T. S. Eliot e poesia inglesa medieval. No final da sua vida, encenou as escrituras hebraicas em Abraão e Isaac.
Os patronos estavam sempre por perto. No início dos anos 1920, Leopold Stokowski deu apoio regular a Stravinski sob a capa de "benfeitor" usando um pseudónimo. O compositor era também capaz de atrair encomendas: muito do seu trabalho depois d' O Pássaro de Fogo foi escrito para ocasiões específicas e foi pago generosamente.
Stravinski demonstrou ser adepto de desempenhar o papel de "homem do mundo", adquirindo um instinto aguçado em matéria de negócios, e parecendo à vontade e confortável em muitas das maiores cidades do mundo. Paris, Veneza, Berlim, Londres, Amesterdão e Nova Iorque foram todas anfitriãs de aparições bem sucedidas do pianista e maestro. Muitas das pessoas que o conheciam de um modo ligado às suas exibições referiram-no como educado, cortês e atencioso. Por exemplo, Otto Klemperer, que conhecia bem Arnold Schoenberg, disse que sempre tinha achado Stravinski muito cooperativo e fácil de lidar. Ao mesmo tempo, tinha um assinalado desprezo por aqueles que ele percebia como seus inferiores sociais: Robert Craft ficava embaraçado pelo seu hábito de bater num copo com um garfo e chamar à atenção em voz alta em restaurantes.
Embora fosse um notório cortejador (que era tinha rumor de ter affairs com parceiras de alto nível como Coco Chanel, caso que inspirou o filme 'Coco Chanel et Igor Stravinsky', com Mads Mikkelsen no papel de Igor Stravinsky. Stravinski era também um homem da família, que dedicava uma quantidade considerável do seu tempo e proveito aos seus filhos e filhas.
Stravinski foi também um membro devoto da Igreja Ortodoxa Russa durante toda a sua vida, comentando certa vez, "A música louva Deus. A música é tão bem ou melhor capaz de louva-Lo que o edifício da igreja e toda a sua decoração; é o maior ornamento da Igreja.

sábado, junho 16, 2012

Imre Nagy, o líder reformista da Revolução Húngara de 1956, foi enforcado há 54 anos

(imagem daqui)

Imre Nagy (Kaposvár, 7 de junho de 1896 - 16 de junho de 1958) foi um líder comunista húngaro.
Combateu pelo exército da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial. Trabalhou depois na secção húngara do Comintern.
Depois da ocupação da Hungria pelos soviéticos em 1945 na sequência da Segunda Guerra Mundial, Nagy tornou-se ministro da agricultura e ministro da justiça durante o perigo de expurgo (1948-1953), mas pertenceu à liderança da ala reformista do Partido Comunista Húngaro após a morte de Estaline.
Em outubro de 1956, tornou-se primeiro-ministro durante a revolução e concordou com medidas radicais anti-soviéticas. Depois de as tropas soviéticas ocuparem a Hungria e esmagado pela força a Revolução Húngara de 1956, Nagy foi executado e enterrado secretamente em 1958.




Cenas da revolução, em cinejornal da época


A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes entrando no prédio da rádio em uma tentativa de transmitir as suas exigências foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência surgiram por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu livres eleições restabelecidas. Pelo final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo soviético mudou de opinião e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, uma grande força soviética invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistências húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 tropas húngaras e 700 tropas soviéticas foram mortas no conflito, e 200.000 húngaros fugiram como refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram por meses depois. Por janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas alienaram muitos marxistas ocidentais, ainda reforçados pelo controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria por trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. Na inauguração da Terceira República da Hungria em 1989, 23 de outubro foi declarado feriado nacional.

(...)

O levantamento húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comité central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comité central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.

David Mourão-Ferreira morreu há 16 anos

(imagem daqui)

David de Jesus Mourão-Ferreira (24 de fevereiro de 1927 - 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz de Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro, entre outros.
Mourão-Ferreira trabalhou para vários jornais, dos quais se destacam a Seara Nova e o Diário Popular, para além de ter sido um dos fundadores da revista Távola Redonda. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. No pós-25 de Abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a janeiro de 1978, e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
Em 1981 é condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada. Em 1996 recebe o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e, no mesmo ano, recebe a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 11 netos.


Silêncio

Já o silêncio não é de oiro: é de cristal;
redoma de cristal este silêncio imposto.
Que lívido museu! Velado, sepulcral.
Ai de quem se atrever a mostrar bem o rosto!

Um hálito de medo embaciando o vidrado
dá-nos um estranho ar de fantasmas ou fetos.
Na silente armadura, e sobre si fechado,
ninguém sonha sequer sonhar sonhos completos.

Tão mal consegue o luar insinuar-se em nós
que a própria voz do mar segue o risco de um disco...
Não cessa de tocar; não cessa a sua voz.
Mas já ninguém pretende exp'rimentar-lhe o risco!

in
Tempestade de Verão (1954) - David Mourão-Ferreira

sexta-feira, junho 15, 2012

Edvard Grieg nasceu há 169 anos

Edvard Hagerup Grieg (Bergen, 15 de junho de 1843 - Bergen, 4 de setembro de 1907) é o mais célebre compositor norueguês, um dos mais célebres do período romântico e do mundo. As suas peças mais conhecidas são a suite sinfónica Holberg, o concerto para piano e a suíte Peer Gynt.


O pai de Corto Maltese nasceu há 85 anos

Hugo Eugenio Pratt (Rímini, 15 de junho de 1927Grandvaux, Suíça, 20 de agosto de 1995) foi um autor de banda desenhada italiano, criador da personagem Corto Maltese.


Almada Negreiros morreu há 42 anos

José Sobral de Almada Negreiros (Trindade, 7 de abril de 1893 - Lisboa, 15 de junho de 1970) foi um artista multidisciplinar, pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo e romancista português ligado ao grupo modernista. Foi um dos principais colaboradores da Revista Orpheu, bem como da revista Portugal Futurista. Em 1935, ano em que morreu Fernando Pessoa, lançou a sua própria revista, Sudoeste: cadernos de Almada Negreiros.

Filho de António Lobo de Almada Negreiros Boff, um tenente de cavalaria que foi administrador do Concelho de São Tomé e fundador de diversos jornais. Uma parte da sua infância foi passada em São Tomé e Príncipe, terra natal da mãe, Elvira Freire Sobral Bristot.
Depois da morte da mãe, em 1896, foi viver em Portugal; nesta altura, em 1900, o pai é nomeado encarregado do Pavilhão das Colónias na Exposição Universal de Paris, deixando os filhos José e António ao cuidado dos jesuítas no Colégio de Campolide.
Em 1911, após a extinção do Colégio de Campolide dos Jesuítas e uma breve passagem pelo Liceu de Coimbra, José entra para a Escola Internacional de Lisboa. Nesta escola, consegue um espaço onde irá desenvolver o seu trabalho, publicando, ainda nesse ano, o seu primeiro desenho na revista A Sátira. Publica também o jornal manuscrito A Paródia, onde é o único redactor e ilustrador.
Em 1913, apresenta, na Escola Internacional de Lisboa, a sua primeira exposição individual, composta de 90 desenhos; aqui trava conhecimento com Fernando Pessoa, com quem edita a Revista Orpheu, juntamente com Mário de Sá Carneiro.
Júlio Dantas, médico, poeta, jornalista e dramaturgo, é a maior figura da intelectualidade da época e afirma que a revista é feita por gente sem juízo. Irónico, mordaz, provocador mesmo, Almada responde com o Manifesto Anti-Dantas, onde escreve: "…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!".
O manifesto teve algum impacto no meio artístico; é tempo de mudar as mentalidades e a sociedade, e Almada fá-lo como poucos, atacando a cultura burguesa instituída e os seus representantes ao mais alto nível.
Em 1917, escreve a novela A Engomadeira.
Em 1919, vai viver para Paris, onde exerce diversas actividades e escreve a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, fica apenas cerca de um ano e, quando regressa, vai colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer. Faz também as capas da revista Presença, números 47 e 54.
Em 1927, volta a deixar Portugal, desta vez para Espanha, onde, além de colaborar com diversas revistas, escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal.
Em Portugal, vigora já o Estado Novo, e Almada, apoiante das ideias nacionalistas por influência do futurismo italiano, começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do Estado. O Secretariado da Propaganda Nacional – SPN, encomenda-lhe o cartaz de apelo ao voto na nova constituição; o mesmo SPN irá organizar mais tarde a exposição Almada – Trinta Anos de Desenho, convidando-o para se apresentar na exposição Artistas Portugueses, no Rio de Janeiro, em 1942.
Segundo refere Fernando Dacosta na sua obra Máscaras de Salazar (Lisboa, 2002), Almada Negreiros venerava o ditador António de Oliveira Salazar, Presidente do Conselho. Num espectáculo a que este assistiu no Teatro de S. Carlos, em Lisboa, Almada fez questão de o cumprimentar em pessoa. Salazar, que não simpatizava particularmente com ele, limitou-se a perguntar, em tom enfadado: «É o Sr. Almada?», e Almada Negreiros respondia, subservientemente: «Sou sim, Senhor Presidente. Muita honra, Senhor Presidente.»
Para a apreciação da controversa figura de Almada Negreiros, é útil recordar o seu seguinte escrito, igualmente citado por Fernando Dacosta: «Portugal é um país de pretos [...]. Portugal, uma resultante de todas as raças do mundo, nunca conseguiu a vantagem de um cruzamento útil porque as raças belas isolaram-se por completo. É preciso criar a adoração dos músculos, é preciso educar a mulher portuguesa na sua verdadeira missão de fêmea para fazer homens. Fazei a Apoteose dos Vencedores, seja qual for o sentido, basta que sejam vencedores. Ajudai a morrer os vencidos. Portugal não tem ódios, ora uma raça sem ódios é uma raça desvirilizada.» Note-se que o autor destas afirmações – que, sem exagero, podemos considerar evocadoras do ideário nazi – tinha sangue negro (por parte da mãe).
O SPN viria ainda a atribuir a Almada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.
A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa, os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro, entre muitos outros.
Tendo colaborado tanto com o Estado Novo que a muita gente causou estranheza, Almada não deixaria de escrever: "As construções do Estado multiplicam-se, porém, as paredes estão nuas como os seus muros, como um livro aberto sem nenhuma história para o povo ver e fixar".
Em 1954, pinta o célebre retrato de Fernando Pessoa.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Pinta também o seu célebre quadro As mulheres amam-se que apresenta duas mulheres a acariciarem-se e que tem como fundo um bonito campo em S. Tomé.

Almada Negreiros morre em 15 de junho de 1970, de paragem cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses em que também tinha morrido Fernando Pessoa.

“Auto-retrato com Boné”, óleo sobre tela de Almada-Negreiros, circa 1927

Há 88 anos Pablo Neruda publicou o seu mais célebre livro

Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada (Veinte poemas de amor y una canción desesperada) é um livro de poesia de Pablo Neruda, onde se cruza o erotismo da poesia que celebra o corpo da mulher, com o gosto que Neruda tinha pela natureza. Nestes poemas, é frequente que os dois planos se cruzem, havendo uma certa identificação entre o corpo feminino e o mundo natural (as paisagens, a terra...).
Neruda escreveu o livro destes poemas quando tinha cerca de vinte anos, mas são alguns dos mais conhecidos da sua obra. O livro foi publicado em 15 de junho de 1924.


Poema 14 (Juegas todos los días)

Juegas todos los días con la luz del universo.
Sutil visitadora, llegas en la flor y en el agua.
Eres más que esta blanca cabecita que aprieto
como un racimo entre mis manos cada día.

A nadie te pareces desde que yo te amo.
Déjame tenderte entre guirnaldas amarillas.
Quién escribe tu nombre con letras de humo entre las estrellas del sur?
Ah déjame recordarte como eras entonces cuando aún no existías.

De pronto el viento aúlla y golpea mi ventana cerrada.
El cielo es una red cuajada de peces sombríos.
Aquí vienen a dar todos los vientos, todos.
Se desviste la lluvia.

Pasan huyendo los pájaros.
El viento. El viento.
Yo solo puedo luchar contra la fuerza de los hombres.
El temporal arremolina hojas oscuras
y suelta todas las barcas que anoche amarraron al cielo.

Tú estás aquí. Ah tú no huyes
Tú me responderás hasta el último grito.
Ovíllate a mi lado como si tuvieras miedo.
Sin embargo alguna vez corrió una sombra extraña por tus ojos.

Ahora, ahora también, pequeña, me traes madreselvas,
y tienes hasta los senos perfumados.
Mientras el viento triste galopa matando mariposas
yo te amo, y mi alegría muerde tu boca de ciruela.

Cuanto te habrá dolido acostumbrarte a mí,
a mi alma sola y salvaje, a mi nombre que todos ahuyentan.
Hemos visto arder tantas veces el lucero besándonos los ojos
y sobre nuestras cabezas destorcerse los crepúsculos en abanicos girantes.

Mis palabras llovieron sobre ti acariciándote.
Amé desde hace tiempo tu cuerpo de nácar soleado.
Hasta te creo dueña del universo.
Te traeré de las montañas flores alegres, copihues,
avellanas oscuras, y cestas silvestres de besos.
Quiero hacer contigo
lo que la primavera hace con los cerezos.

in
Veinte poemas de amor y una canción desesperada (1924) - Pablo Neruda

Nota: para os não entendem muito bem a língua castelhana, a brilhante tradução de Fernando Assis Pacheco:

Poema 14 (Brincas todos os dias)


Brincas todos os dias com a luz do universo.
Subtil visitadora, chegas na flor e na água.
És mais do que a pequena cabeça branca que aperto
como um cacho entre as mãos todos os dias.


Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Deixa-me estender-te entre grinaldas amarelas.
Quem escreve o teu nome com letras de fumo entre as estrelas do sul?
Ah deixa-me lembrar como eras então, quando ainda não existias.


Subitamente o vento uiva e bate à minha janela fechada.
O céu é uma rede coalhada de peixes sombrios.
Aqui vêm soprar todos os ventos, todos.
Aqui despe-se a chuva.


Passam fugindo os pássaros.
O vento. O vento.
Eu só posso lutar contra a força dos homens.
O temporal amontoa folhas escuras
e solta todos os barcos que esta noite amarraram ao céu.


Tu estás aqui. Ah tu não foges.
Tu responder-me-ás até ao último grito.
Enrola-te a meu lado como se tivesses medo.
Porém mais que uma vez correu uma sombra estranha pelos teus olhos.


Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
e tens até os seios perfumados.
Enquanto o vento triste galopa matando borboletas
eu amo-te, e a minha alegria morde a tua boca de ameixa.


O que te haverá doído acostumares-te a mim,
à minha alma selvagem e só, ao meu nome que todos escorraçam.
Vimos arder tantas vezes a estrela d'alva beijando-nos os olhos
e sobre as nossas cabeças destorcerem-se os crepúsculos em leques rodopiantes.


As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do universo.
Vou trazer-te das montanhas flores alegres, «copihues»,
avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a primavera faz com as cerejeiras.

Abracadabra

Há 30 anos a Steve Miller Band lançava um álbum, com esta música, Abracadabra, que lhe dava o nome; recordemo-la, pois foi uma música que marcou o final da minha infância e o início da minha juventude:

quinta-feira, junho 14, 2012

Che Guevara nasceu há 84 anos

Foto de Alberto Korda

Ernesto Rafael Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou desde então, até 1965, da reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área económica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.
Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, em 9 de outubro de 1967.
A sua figura desperta grandes paixões, a favor e contra, na opinião pública, e converteu-se em um símbolo de importância mundial. Foi considerado pela revista norte-americana Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX. Para muitos dos seus partidários, representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Em contrapartida, muitos dos seus detratores o consideram como um criminoso, responsável por assassinatos em massa, e acusam-no de má gestão como ministro da Indústria.
Seu retrato fotográfico, obra de Alberto Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo e um dos ícones do movimento contracultural. Tanto a fotografia original como suas variantes, algumas apenas com o contorno do seu rosto, têm sido intensamente reproduzidas, para uso simbólico, artístico ou publicitário.

Boy George - 51 anos

George Alan O’Dowd (Londres, 14 de junho de 1961), conhecido pelo nome artístico de Boy George, é um cantor, compositor e DJ britânico, foi um dos cantores mais famosos e excêntricos da década de 1980, à frente do grupo Culture Club, grupo do movimento new wave fundado em 1982. Envolvidos em escândalos e drogas, a banda dissolveu-se em 1987, quando Boy George iniciou sua carreira a solo.


David Fonseca - 39 anos

David Fonseca (Leiria, 14 de junho de 1973) é um músico, cantor e compositor português e toca vários instrumentos, incluindo viola e órgão. Reconhecido pela sua bem sucedida carreira musical, como membro da Silence 4 e, desde 2003, como um artista a solo. Além de escrever a maioria de suas obras, também é responsável pelo design gráfico das capas dos seus álbuns e direção de arte dos seus videoclips. Entre 2004 e 2006, fez parte do projeto-tributo Humanos. É um porta-voz activo para a Associação Fonográfica Portuguesa sobre a violação de direitos de autor.

Silence 4 - Only Pain is Real

ou don't have to tell me what you came for
(yes I want it, I don't want it)
Your eyes are beaming cirles on the floor
(yes I want it, I don't want it)
Your tongue like acid it burns my skin
(yes I want it, no I don't want it no)
I'm so defenseless from...

The lust, it fills my soul with screams
But when it stops, it kills, it makes me weak
What do you want from me?
Inside, only pain is real

Isn't this room smaller than before?
(yes I want it, I don't want it)
Are we closer or are we just bored?
(yes I want it, I don't want it)
The lack of oxygen makes my head spin
(yes I want it, no I don't want it no)
And just for a moment...

The love I feel so close, so real
But then it's not, I die, I raped, I'm chilled
What do you want from me?
you can't, I shake, I come, Burn...

All I want it's not what I want
All you want it's never what I need
Still I tried, like a perfect mirror I do what I see fit
All you want is all I give, all is right
Inside, only pain is real