terça-feira, agosto 17, 2021

Mae West nasceu há 128 anos

 
   
Mae West (Bushwick, 17 de agosto de 1893 - Los Angeles, 22 de novembro de 1980) foi uma atriz e escritora norte-americana. 
  
Biografia
Mary Jane West nasceu em 1893, em Bushwick, no estado de Nova York, filha do boxer Jack West e de mãe francesa. Começou aos 5 anos a trabalhar no teatro. Estudou bailado, atuou em espetáculos de variedades e em 1918 lançou o tipo de dança "shimmy", que alcançou grande popularidade nos anos 20. Escreveu novelas como "The Constant Sinner" e numerosas comédias, como "Diamond Lil", caracterizadas pelo tom frívolo e picante. Algumas delas foram interpretadas pela própria Mae no teatro e no cinema.  
Desde o começo da carreira, no "Caf'Conc", em 1917, ela já chamava atenção com sua voz quebrada, a silhueta de formas pronunciadas e a atitude provocante. Converteu-se em pouco tempo no que se chama uma "estrela".
A sua consagração teatral veio em 1926, com a peça "Sex", de sua autoria. A peça narra a história de uma prostituta do porto de Nova York. Tanto o texto quanto a forma de atuar de Mae West eram de tal forma insólitos para a época, que os jornais se negaram a dar publicidade à obra. Apesar disso, o espetáculo resistiu a 375 apresentações com a casa lotada, até que a Sociedade para a Supressão do Vício conseguiu retirar a peça de cartaz. A autora foi condenada a 8 dias de prisão, por "corromper a juventude".
Em 1928 escreveu "Diamond Lil", que mais tarde se converteria num filme com a descoberta de Cary Grant por Mae West. Uma nova versão desse filme foi rodada na década de 50. Anos mais tarde diria: "Convenci-me de que se pode dizer tudo em cena, sob a condição de utilizar um tom irónico". Sem dúvida, era necessária toda a ironia de Mae West para que os ousados diálogos de suas obras fossem tolerados em 1928.
No ano de 1932 chegou a Hollywood com um contrato da Paramount de 5.000 dólares por semana. Trabalhou sucessivamente em "Night After Night", "She Done Him Wrong" (que bateu todos os recordes de bilheteira) e em "I'm No Angel", todos filmes sem mensagens substanciais e de cujos roteiros participou, que destacavam o seu "toque" sexy.
Durante todo esse período, o mito de Mae West, languidamente estendida num sofá ou envolvida por uma pele branca de raposa com um pródigo decote e uma das mãos apoiada na cadeira, invade a América.
Então a sua foto pulula nos quartéis, os adolescentes a escondem em seus livros, os choferes a exibem nos seus camiões. O seu nome lembra o pecado tal como ele era concebido pela puritana América da época.
O busto avantajado levou-a inclusive a "participar do esforço de guerra": a RAF (aviação britânica) deu seu o nome aos coletes salva-vidas.
Os anos 50 e a modificação da imagem da mulher viram Mae West afastar-se do cinema. Porém não do show business. Organizou então uma turnê por night-clubs, onde cantava os seus êxitos de antes da guerra, cercada por jovens embevecidos muito mais pelas suas expressões corporais do que pelo seu talento.
Em 1955, a atriz publicou a coletânea de suas canções: "The Fabulous Mae West". Em 1966, dois álbuns de rock.
Desde então, só apareceu em dois filmes: "Myra Breckenbridge", em 1969, e "Sextet" (Sesteto), em 1978, este último baseado na sua primeira obra, de 52 anos antes.
Mae West morreu no dia 22 de novembro de 1980 aos 87 anos, após sofrer uma série de acidentes vasculares cerebrais. Encontra-se sepultada em Cypress Hills Cemetery, Brooklyn, Kings County, Nova Iorque, nos Estados Unidos.
   

Peter Fechter, a mais famosa vítima do Muro de Berlim, foi assassinado há 59 anos

  
Peter Fechter (Berlim, 14 de janeiro de 1944 - Berlim, 17 de agosto de 1962) era um pedreiro da Alemanha Oriental que, aos dezoito anos, se tornou uma das primeiras e provavelmente a mais famosa vítima do Muro de Berlim. Ao tentar atravessar a fronteira entre as duas Alemanhas, na rua Zimmer, foi alvejado pelas costas e morreu de hemorragia, sem que os guardas de fronteira da parte ocidental pudessem socorrê-lo.
  
Morte
Em 1962, cerca de um ano após a construção do muro, Fechter tentou fugir da Alemanha Oriental juntamente com o seu amigo Helmut Kulbeik. O plano era esconder-se numa oficina de carpintaria próxima do muro em Zimmerstrasse, aguardar uma brecha na movimentação dos soldados da fronteira e saltar de uma janela para o "corredor da morte" (a zona desmilitarizada que ficava entre o muro erguido na parte oriental e o erguido na parte ocidental, que por sua vez corriam paralelos entre si para aumentar a segurança contra invasões e fugas), correr através dele e depois escalar uma parede de dois metros, coberta de arame farpado, para enfim cair em Kreuzberg, Berlim Ocidental, perto de Checkpoint Charlie.
Quando ambos chegavam até à segunda parede os guardas avistaram-nos e dispararam imediatamente contra os dois. Kulbeik conseguiu pular para o outro lado, mas Fechter acabou baleado na pelvis enquanto escalava e diante de centenas de testemunhas. Após ser alvejado, perdeu as forças e caiu de volta ao corredor da morte, controlado pelo lado oriental, diante de um grande número de espectadores ocidentais, incluindo jornalistas. Apesar de seus gritos, ele não recebeu assistência médica do lado do Oriente e não pôde ser atendido pelas equipes médicas do lado ocidental, que não podiam aceder ao corredor. Fechter agonizou até à morte cerca de uma hora, sem nenhum tipo de assistência. As pessoas do lado oeste que pararam para ver a cena imediatamente começaram a gritar contra os guardas da fronteira, fazendo coro chamando-os de assassinos.
A falta de assistência médica no caso pode ter sido reflexo do medo mútuo. De acordo com um relatório da revista Time, um segundo-tenente dos Estados Unidos que acompanhou a cena teria recebido ordens específicas do comandante dos EUA em Berlim Ocidental para se manter firme e não invadir a área oriental. De qualquer maneira, de acordo com um relatório do patologista forense Otto Prokop, "Fechter não tinha nenhuma chance de sobrevivência. O tiro no quadril direito havia causado ferimentos internos graves." O comandante do pelotão do lado oriental, por sua vez, declarou que ficou com medo de intervir, pois três dias antes o guarda de fronteira Rudi Arnstadt havia sido baleado por um policial federal no lado ocidental e ele temia que qualquer ação que tomasse em relação ao corpo de Fechter resultasse numa reação ocidental. No entanto, uma hora após a morte de Peter Fechter,  o seu corpo foi recolhido pelo lado oriental.
Em março de 1997, dois ex-guardas da Alemanha Oriental, Rolf Friedrich e Erich Schreiber, responderam à acusação de homicídio culposo pela morte de Fechter e admitiram que dispararam contra ele. Ambos foram condenados e sentenciados a 20 e 21 meses de prisão em liberdade condicional. Devido à falta de evidências conclusivas, o tribunal não conseguiu determinar qual dos três homens armados (um dos quais já havia morrido) tinha disparado a bala fatal. 

Ele queria liberdade...

Poema adequado à data...

(imagem daqui)

 

Protopoema da Serra d’Arga

Sonhei ou bem alguém me contou
Que um dia
Em San Lourenço da Montaria
Uma rã pediu a Deus para ser grande como um boi
A rã foi
Deus é que rebentou
E ficaram pedras e pedras nos montes à conta da fábula
Ficou aquele ar de coisa sossegada nas ruínas sensíveis
Ficou o desejo que se pega de deixar os dedos pelas arestas das fragas
Ficou a respiração ligeira do alívio do peso de cima
Ficou um admirável vazio azul para crescerem castanheiros
E ficou a capela como um inútil côncavo de virgem
Para dançar à roda o estrapassado e o vira
Na volta do San João d’Arga

Não sei se é bem assim em San Lourenço da Montaria
Sei que isto é mesmo assim em San Lourenço da Montaria
O resto não tem importância
O resto é que tem importância em San Lourenço da Montaria
O resto é a Deolinda
Dança os amores que não teve
Tem o fôlego do hálito alheio que lhe faltou a amolecer a carne
Seca como a da penedia

O resto é o verde que sangra nos beiços grossos de apetecerem ortigas
O resto são os machos as fêmeas e a paisagem é claro
Como não podia deixar de ser
As raízes das árvores à procura de merda na terra ressequida
Os bichos à procura dos bichos para fazerem mais bichos
Ou para comerem outros bichos
Os tira-olhos as moscas as ovelhas de não pintar
E o milho nos intervalos

Todas estas informações são muito mais poema do que parecem
Porque a poesia não está naquilo que se diz
Mas naquilo que fica depois de se dizer
Ora a poesia da Serra d’Arga não tem nada com as palavras
Nem com os montes nem com o lirismo fácil
De toda a poesia que por lá há

A poesia da Serra d’Arga está no desejo de poesia
Que fica depois da gente lá ter ido
Ver dançar a Deolinda
Depois da gente lá ter caçado rãs no rio
Depois da gente ter sacudido as varejeiras dos mendigos
Que também foram à romaria

As varejeiras põem as larvas nos buracos da pele dos mendigos
E da fermentação
Nascem odores azedos padre-nossos e membros mutilados

É assim na Serra d’Arga
Quando canta Deolinda
E vem gente de longe só para a ouvir cantar

Nesses dias
as larvas vêem-se menos
Pois o trabalho que têm é andar por debaixo das peles
A prepararem-se para voar

Quanto aos mendigos é diferente
A sua maneira de aparecer
Uns nascem já mendigos com aleijões e com as rezas sabidas
Do ventre mendigo materno
Outros é quando chupam o seio sujo das mães
Que apanham aquela voz rouca e as feridas
Outros então é em consequência das moscas e das chagas
Que vão à mendicidade

Não mo contou a Deolinda
Que só conta de amores
E só dança de cores
E só fala de flores
A Deolinda

Mas sabe-se na serra que há uma tribo especial de mendigos
Que para os criar bem
Lhes põem desde pequenos os pés na lama dos pauis
Regando-os com o esterco dos outros

Enquanto ali estão a criar as membranas que valem a pena
Vão os mais velhos ensinando-lhes as orações do agradecimento
Eles aprendem
Ao saberem tudo
Nasce de propósito um enxame de moscas para cada um

Todas as moscas que há no Minho
Se geraram nos mendigos ou para eles
E é por isso que têm as patinhas frias e peganhosas
Quando pousam em nós
E é por isso que aquele zumbido de vai-vem
Das moscas da Serra d’Arga
Ainda lembra a mastigação de lamúrias pelas alminhas do Purgatório
Em San Lourenço da Montaria

Este poema não tem nada que ver com os outros poemas
Nem eu quero tirar conclusões com os poetas nos artigos de fundo
Nem eu quero dizer que sofri muito ou gozei
Ou simplesmente achei uma maçada
Ou sim mas não talvez quem dera
Viva Deus-Nosso-Senhor

Este poema é como as moscas e a Deolinda
De San Lourenço da Montaria
E nem sequer lá foi escrito

Foi escrito conscienciosamente na minha secretária
Antes de eu o passar à máquina
Etc. que não tenho tempo para mais explicações

É que eu estava a falar dos mendigos e das moscas
E não disse
Contagiado pelo ar fino de San Lourenço da Montaria
Que tudo é assim em todos os dias do ano
Mas aos sábados e nos dias de romaria
Os mendigos e as moscas deles repartem-se melhor
São sempre mais
E creio de propósito
Ser na sexta-feira à noite
Que as mendigas parem aquela quantidade de mendigozinhos
Com que se apresentam sempre no dia da caridade

Elas parem-nos pelo corpo todo
Pois a carne
De tão amolecida pelos vermes
Não tem exigências especiais
E porque assim acontece
Todos os meninos nascidos deste modo têm aquele ar de coisa mole
Que nunca foi apertada

Os mendigos fazem parte de todas as paisagens verdadeiras
Em San Lourenço da Montaria
Além deles há a bosta dos bois
Os padres
O ar que é lindo
Os pássaros que comem as formigas
Algumas casas às vezes
Os homens e as mulheres

Por isso tudo ali parece ter sido feito de propósito
Exactamente de propósito
Exactamente para estar ali
E é por isso que se tiram as fotografias

Por isso tudo ali é naturalmente
Duma grande crueldade natural
Os meninos apertam os olhos das trutas
Que vêm da água do rio
Para elas estrebucharem com as dores e mostrarem que ainda estão vivas
Os homens beliscam o cu das mulheres para que elas se doam
E percebam assim que lhes agradam
Os animais comem-se uns aos outros
As pessoas comem muito devagar os animais e o pão
E as árvores essas
Sorvem monstruosamente pelas raízes tudo o que podem apanhar

Assim acaba este poema da Serra d’Arga
Onde ontem vi rachar uma árvore e me deu um certo gozo aquilo
Parecia a queda dum regímen
Tudo muito assim mesmo lá em cima
E cá em baixo dois suados à machadada

Ao cair o barulho parecia o duma coisa muito dolorosa
Mas no buraco do sítio da árvore
Na mata de pinheiral
O azul do céu emoldurado ainda era mais bonito
Em San Lourenço da Montaria

Moledo, agosto de 1948

 

António Pedro

O Rei João III Sobieski, da República das Duas Nações, nasceu há 390 anos...!

   
João III Sobieski, em polaco Jan III Sobiski (Olesko, perto de Lviv, 17 de agosto de 1629 - 17 de junho de 1696), foi rei da Polónia e da República das Duas Nações (1674-1696), num período marcado pela estabilização do poder na zona da Polónia e Mar Báltico. Ajudou a libertar Viena do cerco empreendido pelo Império Otomano em 1683.
    
A República das Duas Nações, em 1686, no reinado de Jan III Sobieski
   
Fluente em várias línguas, era um homem muito culto (estudou na Universidade Jaguelónica). Popular entre os seus súbditos, era um grande general militar e ficou famoso pela sua vitória sobre os turcos em 1683, na Batalha de Viena. Graças às suas vitórias sobre o Império Otomano os turcos nomearam-no o "Leão de Lehistan".
Sucedeu-lhe Augusto II, apoiado pela Rússia.
    
Scutum Sobiescianum "Shield of Sobieski" on the sky in "Firmamentum Sobiescianum sive Uranographia" of Johannes Hevelius 1690
 
  • After World War II, a statue of John III Sobieski was "repatriated" to Gdańsk from the Ukrainian city of Lviv (Polish: Lwów, formerly in the Second Polish Republic). The statue overlooks a little park at the old Gdańsk City Hall museum.
  • After the battle of Vienna, the newly delineated constellation of Scutum (Latin for shield) was originally named Scutum Sobiescianum by the astronomer Johannes Hevelius, in honor of John III Sobieski. While there are a few stars named after non-astronomers, this is the only constellation named after a real non-astronomer, moreover, one who was still alive when the constellation was named.
  • A legend of the origins of the bagel refers to John III Sobieski as the king to whom a Jewish baker gave the very first bagel in commemoration of his victory at Vienna in 1683. The round shape of the bagel was said to resemble the stirrups of Sobieski and his mounted warriors.
  • The EuroCity rail lines running between Vienna and Warsaw (lines 104/105) are named after Sobieski.
  • There is a modern proposition from non-Polish European newspapers to name the A2 highway in Poland after Sobieski.
  • There is a vodka brand called Sobieski, after His Majesty John III
   
Portrayal of Sobieski's royal crown, Gdańsk
    

Ira Gershwin morreu há 38 anos

   
Ira Gershwin (Nova Iorque, 6 de dezembro de 1896 - Beverly Hills, 17 de agosto de 1983) foi um letrista norte-americano que colaborou com seu irmão mais novo, o compositor George Gershwin, a criar algumas das mais importantes canções do século XX.
Com George escreveu vários espetáculos para a Broadway, incluindo canções como "I Got Rhythm", "Embraceable You", "The Man I Love" e "Someone to Watch Over Me" além da ópera Porgy and Bess.
Recebeu o Prémio Pulitzer de Teatro em 1932. O teatro Gershwin Theatre foi assim nomeado em sua homenagem e do seu irmão. 
   

Carlos Drummond de Andrade deixou-nos há 34 anos

     
Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 - Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi um poeta, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX.


 
Ausência 

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


in Corpo (1984) - Carlos Drummond de Andrade

O sismo de Kocaeli, na Turquia, fez milhares de vítimas há 22 anos

    
O sismo de İzmit de 1999, também chamado sismo de Kocaeli ou sismo de Gölcük, foi um sismo de magnitude 7,6 ou 7,5 que atingiu o noroeste da Turquia a 17 de agosto de 1999 às 03.02 horas locais. O evento durou 37 segundos, provocou a morte de cerca de 17.000 pessoas (dados oficiais) e deixou cerca de meio milhão de pessoas sem casa. Fontes não oficiais referem um número de vítimas muito superior - 35 ou 45 mil mortos e um número semelhante de feridos. A cidade de İzmit ficou severamente danificada, mas também houve estragos significativos em Istambul, onde se registaram cerca de mil mortos.
    
    
Estragos
A estimativa oficial publicada em 19 de outubro de 1999 menciona 17.127 mortos e 43.959 feridos. Os relatórios de setembro de 1999 mostravam que 120 000 casas de construção deficiente tinham sido destruídas a ponto de não serem recuperáveis, 54 000 tinha ficado severamente danificadas, 2 000 colapsaram. Cerca de 600 000 pessoas ficaram sem casa em consequência do terramoto.
Segundo estimativas de 2000 do Observatório Sismológico de Kandilli, da Universidade do Bósforo, os danos materiais causados pelo terramoto ascenderam a 16 mil milhões de dólares, muito acima das estimativas oficiais divulgadas um mês depois da tragédia, que apontavam para valores entre 3 e 6,5 mil milhões de dólares.
O terramoto afetou gravemente a área urbana e industrializada com grande densidade populacional de İzmit, provocando estragos em refinarias e fábricas de automóveis, além do quartel-general e arsenal da Marinha da Turquia em Gölcük, o que fez aumentar a gravidade das perdas em vidas e propriedades. Numa refinaria da TÜPRAS (Türkiye Petrol Rafinerileri), o terramoto provocou um incêndio de grandes proporções devido ao colapso de uma torre. A refinaria tinha 700 000 toneladas de petróleo armazenada e forma precisos vários dias para controlar o incêndio. O terramoto também provocou danos consideráveis em Istambul, distante cerca de 70 km do epicentro.
O soldados turcos foram autorizados a ter 45 dias de licença para ajudarem no resgate dos seus familiares. Os corpos forma rapidamente enterrados em valas comuns, para evitar o risco de doenças.
    
    
Geologia
O terramoto de İzmit provocou uma rutura de 150 km, estendendo-se desde a cidade de Düzce até ao Mar de Mármara, ao longo do Golfo de İzmit. Os deslocamentos ao longo da rutura chegaram aos 5,7 metros. O sismo provocou um tsunami no mar de Mármara com três metros de altura.
O sismo ocorreu no troço ocidental da Falha Setentrional da Anatólia (NAFZ). A placa da Anatólia, onde se encontra quase todo o território da Turquia, está a ser empurrada para oeste à velocidade de 2 a 2,5 cm por ano, sendo comprimida entre a placa Eurasiática a norte e as placas Africana e Arábica a sul. Os maiores sismos na Turquia são originados na NAFZ ou na Falha Oriental da Anatólia.
A destruição em Istambul deu-se principalmente no distrito de Avcılar, situado na linha de falha que se estende ao longo do Mar de Mármara. Avcılar assenta sobre solos de composição marinha, o que torna a área especialmente vulnerável a sismos.
Passados poucos meses (em 12 de novembro de 1999) ocorreu novo sismo na NAFZ, com epicentro em Düzce, a cerca de 100 km de distância do epicentro deste sismo, com magnitude similar (7,2), que provocou 894 mortos. A ajuda internacional foi massiva, tendo as primeiras equipas de resgate chegado ao terreno passadas 24 horas do acidente. Vários países enviaram ajuda, que incluiu, entre outros, equipas de busca, tendas, helicópteros e fornecimentos médicos.
    

O libertador José de San Martín morreu há 171 anos

   
José Francisco de San Martín y Matorras (Yapeyú, 25 de fevereiro de 1778 - Boulogne-sur-Mer, 17 de agosto de 1850) foi um general argentino e o primeiro líder da parte sul da América do Sul que obteve sucesso no seu esforço para a independência da Espanha, tendo participado ativamente dos processos de independência da Argentina, do Chile e do Peru.
  

segunda-feira, agosto 16, 2021

Haroldo de Campos morreu há dezoito anos

(imagem daqui)
   
Haroldo Eurico Browne de Campos (São Paulo, 19 de agosto de 1929 - São Paulo, 16 de agosto de 2003) foi um poeta e tradutor brasileiro. Haroldo fez seus estudos secundários no Colégio São Bento, onde aprendeu os primeiros idiomas estrangeiros, como latim, inglês, espanhol e francês. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no final da década de 40, lançando o seu primeiro livro em 1949, O Auto do Possesso, quando, ao lado de Décio Pignatari, participava do Clube de Poesia.
Em 1952, Décio, Haroldo e seu irmão Augusto de Campos rompem com o Clube, por divergirem quanto ao conservadorismo predominante entre os poetas, conhecidos como "Geração de 45". Fundam, então, o grupo Noigandres, passando a publicar poemas na revista do grupo, de mesmo título. Nos anos seguintes defendeu as teses que levariam os três a inaugurar em 1956 o movimento concretista, ao qual manteve-se fiel até o ano de 1963, quando inaugura um trajeto particular, centrando-se suas atenções no projeto do livro-poema "Galáxias".
Haroldo doutorou-se pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob orientação de Antonio Candido, tendo sido professor da PUC-SP, bem como na Universidade do Texas, em Austin.
Haroldo dirigiu até o final de sua vida a coleção Signos da Editora Perspectiva. "Transcriou" em português poemas de autores como Homero, Dante, Mallarmé, Goethe, Mayakovski, além de textos bíblicos, como o Gênesis e o Eclesiastes. Publicou, ainda, numerosos ensaios de teoria literária, entre eles A Arte no Horizonte do Provável (1969).
Faleceu em São Paulo, tendo publicado, pouco antes, a sua transcriação em português da Ilíada, de Homero.
  
   
Se

se
nasce
morre nasce
morre nasce morre
renasce remorre renasce
remorre renasce
remorre
re
re
desnasce
desmorre desnasce
desmorre desnasce desmorre
nascemorrenasce
morrenasce
morre
se

Magnificat Anima Mea Dominum...

Música adequada à data...

Música adequada à data...

Francisco José, o cantor irmão do geólogo Galopim de Carvalho, nasceu há 97 anos

(imagem
     
Francisco José Galopim de Carvalho (Évora, 16 de agosto de 1924 - Lisboa, 31 de julho de 1988), mais conhecido como Francisco José, foi um cantor português.
     
Biografia
Iniciou a sua carreira no liceu no qual estudava quando se apresentou no Teatro Garcia de Resende e se profissionalizou aos 24 anos de idade, sendo obrigado a interromper o curso de engenharia quando estava no terceiro ano.
Teve seus maiores sucessos na balada romântica Olhos Castanhos, lançada em 1951, e Guitarra Toca Baixinho, em 1973.
Quando começou a cantar, já finalista do curso, foi inscrito num programa da rádio que existia na altura, de Igrejas Caeiro, por colegas de curso.
Foi professor universitário, cargo que tinha na altura da sua morte. Era irmão do famoso geólogo, o Professor Doutor Galopim de Carvalho, conhecido pela atuação em defesa dos vestígios (icnofósseis) de Dinossáurios.
   

 

Robert Johnson morreu há 83 anos

Robert Leroy Johnson (Hazlehurst, Mississippi, 8 de maio de 1911Greenwood, Mississippi, 16 de agosto de 1938) foi um cantor e guitarrista norte-americano de blues. Johnson é um dos músicos mais influentes do Mississippi Delta Blues e é uma importante referência para a padronização do consagrado formato de doze compassos para o blues. Influenciou grandes artistas durante anos como Muddy Waters, que considerava Johnson "o mais importante cantor de blues que já viveu". Foi considerado o 5º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Johnson nasceu em Hazlehurst, Mississippi. A sua data de nascimento oficialmente aceite (1911) provavelmente está errada. Registos existentes (documentos escolares, certidões de casamento e certidão de óbito) sugerem diferentes datas entre 1909 e 1912, embora nenhum contenha a data de 1911.
Robert Johnson gravou apenas 29 músicas, num total de 40 faixas, em duas sessões de gravação em San Antonio, Texas, em novembro de 1936 e em Dallas, Texas, em junho de 1937. Treze músicas foram gravadas 2 vezes. A suas músicas continuam sendo interpretadas e adaptadas por diversos artistas e bandas, como os Led Zeppelin, Eric Clapton, The Rolling Stones, The Blues Brothers, Red Hot Chili Peppers e The White Stripes.
   
Em 1938 durante uma apresentação no bar "Tree Forks" Johnson bebeu whisky envenenado com estricnina, supostamente preparado pelo dono do bar, o qual estava enciumado por Jonhson ter flertado com a sua mulher. Sonny Boy Williamson, que estava tocando junto com Jonhson, havia alertado-o sobre o whisky, porém este não lhe deu atenção. Johnson recuperou do envenenamento, mas contraiu uma pneumonia e morreu 3 dias depois, em 16 de agosto de 1938, em Greenwood, Mississippi. Há várias versões populares para sua morte: que haveria morrido envenenado pelo whisky, que haveria morrido de sífilis e que havia sido assassinado com arma de fogo. O seu certificado de óbito cita apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte.
Outro mito popular recorrente sugere que Johnson vendeu a sua alma ao diabo na encruzilhada das autoestradas 61 e 49 em Clarksdale, Mississippi, com o seu violão e uma garrafa de whisky adulterado, quando um bend escandaloso de uma gaita cromada, era o diabo. Tomou o seu violão e afinou-o um tom abaixo, devolveu para Johnson e tocou como toca nas gravações... fez isso em troca da proeza para tocar guitarra.
Este mito foi difundido principalmente por Son House, e ganhou força devido às letras de algumas de suas músicas, como "Crossroads Blues", "Me And The Devil Blues" e "Hellhound On My Trail". O mito também é descrito no filme de 1986 Crossroads, no episódio 8, da segunda temporada da série Supernatural e na faixa bónus da pág. 101 do livro Encruzilhada (Literata, 2011), do autor brasileiro Ademir Pascale. O mito ainda explica detalhes sobre ele ter saído desesperadamente do bar Tree Forks, sendo perseguido por cães pretos e foi encontrado com marcas de mordidas profundas, cortes em forma de cruz no rosto e seu violão intacto ao lado do corpo ensanguentado. Robert morreu de olhos abertos e uma expressão tranquila no rosto.
   
Apesar do seu estilo, muito peculiar, dos Delta Blues, e o padrão técnico das gravações de sua época muito distantes dos padrões estéticos e técnicos de hoje, Robert Johnson é frequentemente citado como "o maior cantor de blues de todos os tempos" e até mesmo como o mais importante músico do século XX
Em 1999 os The White Stripes lançaram no seu álbum de estreia homónimo uma canção de Johnson; Stop Breaking Down.
     

 

 


Madonna faz hoje 63 anos

      
Madonna Louise Ciccone (Bay City, 16 de agosto de 1958), mais conhecida como Madonna, é uma cantora, compositora, atriz, dançarina, empresária e produtora musical e cinematográfica norte-americana. Madonna já vendeu mais de 300 milhões de discos no mundo inteiro e é reconhecida como a artista musical feminina mais bem-sucedida de todos os tempos pelo Guinness World Records.
 
       
 

 


Porque um Rei nunca morre...

O padroeiro da Juventude nasceu há 206 anos

    
Dom Bosco (Becchi, 16 de agosto de 1815 - Turim, 31 de janeiro de 1888) foi um sacerdote católico italiano, fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales e proclamado santo em 1934. Nasceu João Melchior Bosco e foi aclamado por São João Paulo II como o "Pai e Mestre da Juventude", é o padroeiro da capital federal do Brasil, Brasília. É um Doutor da Igreja Católica.
  
Seguidor da espiritualidade e filosofia de Francisco de Sales, Bosco era um fervoroso devoto de Nossa Senhora Auxiliadora. Mais tarde, dedicou seus trabalhos a Sales, quando fundou os salesianos, com sede em Turim. Juntamente com Maria Domenica Mazzarello, fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, uma congregação religiosa de freiras dedicada ao cuidado e educação de meninas pobres. Ele ensinou São Domingos Sávio, de quem escreveu uma biografia, que ajudou o menino a ser canonizado.
Em 18 de abril de 1869, um ano após a construção da Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, estabeleceu a Associação de Maria Auxiliadora (ADMA), conectando-a a compromissos facilmente cumpridos pela maioria das pessoas, com a espiritualidade e a comunidade. missão da Congregação Salesiana. A ADMA foi fundada para promover a veneração do Santíssimo Sacramento e Maria Auxiliadora.
Em 1876 Bosco fundou um movimento de leigos, a Associação de Cooperadores Salesianos, com a mesma missão educativa para os pobres. Em 1875, ele começou a publicar o Boletim Salesiano. O Boletim permaneceu em publicação contínua e atualmente é publicado em 50 edições diferentes e em 30 idiomas.
Bosco estabeleceu uma rede de organizações e centros para continuar o seu trabalho. Após a sua beatificação, em 1929, ele foi canonizado como Santo da Igreja Católica Romana pelo Papa Pio XI em 1934, sendo padroeiro dos jovens e dos estudantes e o patrono da juventude.
   

António Nobre, o célebre Anto, nasceu há 154 anos

    
António Pereira Nobre (Porto, 16 de agosto de 1867 - Foz do Douro, 18 de março de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua principal obra, (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu, com apenas 32 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar.
  
Capa de , de António Nobre, publicado em 1892
      
    
  
Vaidade, Tudo Vaidade!
  
Vaidade, meu amor, tudo vaidade!
Ouve: quando eu, um dia, for alguém,
Tuas amigas ter-te-ão amizade,
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.
  
Vaidade é o luxo, a glória, a caridade,
Tudo vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua mãe...
  
Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no mar com minha escuna,
E ninguém me valeu na tempestade!
  
Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, vê lá! eu volto-lhes o rosto...
E isto em mim não será uma vaidade?
  
  
in Só (1892) - António Nobre

Eça de Queirós morreu há 121 anos

   
José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de novembro de 1845 - Paris, 16 de agosto de 1900) é um dos mais importantes escritores portugueses da história. Foi o autor de romances de reconhecida importância, como Os Maias e O crime do Padre Amaro; este último considerado por muitos o melhor romance realista português do século XIX.
   
Biografia
José Maria de Eça de Queirós nasceu a 25 de novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no centro da cidade; foi batizado na Igreja Matriz de Vila do Conde. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, nascido no Rio de Janeiro em 1820, e de Carolina Augusta Pereira d'Eça, nascida em Monção em 1826. O pai de Eça de Queirós, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se divertir no Largo do Café Chinês.
Eça de Queirós foi batizado como «filho natural de José Maria d'Almeida de Teixeira de Queirós e a mãe era Carolina Augusta Pereira de Eça».
Uma das teses para tentar justificar o facto dos pais do escritor não se terem casado antes do nascimento deste sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça. De facto, seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queirós, quando o menino tinha quase quatro anos.
Eça, por sua vez, apresenta episódios incestuosos em criança relatados no diário de sua prima. Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna. Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra, onde estudou Direito. Além do escritor, os pais teriam mais seis filhos.
O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.
Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados na revista "Gazeta de Portugal", foram depois coligidos em livro, publicado postumamente com o título Prosas Bárbaras.
Em 1866, Eça de Queirós terminou a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a advocacia e o jornalismo. Foi director do periódico O Distrito de Évora e colaborou em publicações periódicas como a Renascença (1878-1879?), A Imprensa (1885-1891), Ribaltas e gambiarras (1881) e postumamente na Revista de turismo iniciada em 1916 e na Feira da Ladra (1929-1943). Porém, continuaria a colaborar esporadicamente em jornais e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria a Revista de Portugal.
Em 1869 e 1870, Eça de Queirós fez uma viagem de seis semanas ao Oriente (de 23 de outubro de 1869 a 3 de janeiro de 1870), em companhia de D. Luís de Castro, 5.º conde de Resende, irmão da sua futura mulher, D. Emília de Castro, tendo assistido no Egito à inauguração do canal do Suez: os jornais do Cairo referem Le Comte de Rezende, grand amiral de Portugal, et chevalier de Queirós. Visitaram, igualmente, a Palestina. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O mistério da estrada de Sintra, em 1870, e A relíquia, publicado em 1887. Em 1871, foi um dos participantes das chamadas Conferências do Casino.
Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do concelho de Leiria. Foi enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queirós escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, publicada em 1875.
Tendo ingressado na carreira diplomática, em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal em Havana. Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados em Inglaterra, entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo em Newcastle e Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, como A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Manteve a sua actividade jornalística, publicando esporadicamente no Diário de Notícias, em Lisboa, a rubrica «Cartas de Inglaterra». Mais tarde, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris.
O seu último livro foi A Ilustre Casa de Ramires, sobre um fidalgo do século XIX com problemas para se reconciliar com a grandeza de sua linhagem. É um romance imaginativo, entremeado com capítulos de uma aventura de vingança bárbara que se passa no século XII, escrita por Gonçalo Mendes Ramires, o protagonista. Trata-se de uma novela chamada A Torre de D. Ramires, em que antepassados de Gonçalo são retratados como torres de honra sanguínea, que contrastam com a lassidão moral e intelectual do rapaz.
Aos 40 anos casou com Emília de Castro, com quem teve 4 filhos: Maria, José Maria, António e Alberto.
Morreu em 16 de agosto de 1900, na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Teve funeral de Estado, foi sepultado em Cemitério dos Prazeres de Lisboa, mas mais tarde foi transladado para o cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião.
Foi também o autor da Correspondência de Fradique Mendes e A Capital, obra cuja elaboração foi concluída pelo filho e publicada, postumamente, em 1925. Fradique Mendes, aventureiro fictício imaginado por Eça e Ramalho Ortigão, aparece também no Mistério da Estrada de Sintra. Os seus trabalhos foram traduzidos em cerca de vinte línguas.
    

Charles Bukowski nasceu há 101 anos

(imagem daqui)
      
Henry Charles Bukowski Jr, nascido Heinrich Karl Bukowski (Andernach, 16 de agosto de 1920 - Los Angeles, 9 de março de 1994) foi um poeta, contista e romancista norte-americano, nascido na Alemanha. A sua obra, de caráter inicialmente obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de trabalhos braçais, bebedeiras e relacionamentos baratos, fascinou gerações que buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar
  
  

Vitória

as promessas que fizemos
honramo-las
e
quando formos cercados
pelos cães das horas
nada
nos poderá ser confiscado
a não ser
as nossas vidas.



in os cães ladram facas (2018) - charles bukowsky