terça-feira, junho 18, 2024

Ana de Castro Osório nasceu há 152 anos


Ana de Castro Osório (Mangualde, 18 de junho de 1872 - Lisboa, 23 de março de 1935) foi uma escritora, especialmente no domínio da literatura infantil, jornalista, pedagoga, feminista e ativista republicana portuguesa.

Nascida em Mangualde, a 18 de junho de 1872, Ana de Castro Osório era filha de João Baptista de Castro (1845-1920), reputado bibliófilo, notário e magistrado, natural de Eucísia, Alfândega da Fé, e de Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral de Albuquerque Moor Quintins (1842-1917), activista feminista, natural de São Jorge de Arroios, Lisboa. A sua mãe era filha do Tenente-General José Osório de Castro Cabral de Albuquerque (1799-1857), Governador de Macau, e de Ana Doroteia Moore Quintius, de nacionalidade holandesa. Sobre o seu pai sabe-se ainda que publicou um livro sobre "Questões Jurídicas" (1868) durante a sua estadia universitária em Coimbra, quando este era companheiro de casa de Teófilo Braga, e que em 1911 julgou e aprovou o pedido de Carolina Beatriz Ângelo para ser incluída nas listas de recenseamento eleitoral, tornando-se assim na primeira mulher a votar no país. Ana era também a mais nova dos quatro filhos do casal, sendo irmã de Alberto Osório de Castro (1868-1946), juiz, maçon e poeta, João Osório de Castro (1869-1939), juiz e escritor, e de Jerónimo Osório de Castro (1871-1935), comandante e presidente da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, sendo ainda tia do engenheiro e empresário industrial Jerónimo Pereira Osório de Castro (1902-1957), do médico veterinário, professor e autor Jerónimo de Melo Osório de Castro (1910-1976), do dramaturgo e escritor João Osório de Castro (1926-2007) e do ex-bastonário da Ordem dos Advogados e poeta António Osório (1933-2021).

A 10 de março de 1898, com 25 anos de idade, Ana de Castro Osório casou-se com Francisco Paulino Gomes de Oliveira (1864-1914), poeta, publicista e membro do Partido Republicano Português, comummente conhecido como Paulino de Oliveira, na igreja paroquial de Nossa Senhora da Anunciada, em Setúbal. Anos antes, tinha recusado veementemente o pedido de casamento do poeta Camilo Pessanha, contudo, a amizade entre os dois manteve-se até à morte deste, em 1926.

Do seu casamento, teve dois filhos: o poeta, dramaturgo, historiador literário, ensaísta e político, dirigente do Nacionalismo Lusitano, João de Castro Osório (1899-1970) e o escritor, jornalista e crítico literário José Osório de Castro (1900-1964), pai da atriz Isabel de Castro (1931-2005).

Da sua imensa obra literária, que conta com mais de cinquenta títulos, incluindo ensaios, romances e contos, algumas obras de destaque são: "Em Tempo de Guerra" (1918), "A Verdadeira Mãe" (1925), "Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda" (1923), "A Grande Aliança" (1924), "Mundo Novo" (1927), "A Capela das Rosas" (1931), "O Príncipe das Maçãs de Oiro" (1935), e "Histórias Maravilhosas da Tradição Popular Portuguesa" (2 volumes, compilada somente em 1952); assim como várias publicações periódicas de destaque onde colaborou como: "A Ave azul" (1899-1900), "Branco e Negro" (1896-1898), "Brasil-Portugal" (1899-1914), "A Leitura" (1894-1896), "Serões" (1901-1911), "A Farça" (1909-1910) e "Terra portuguesa" (1916-1927).

Para além dessas obras, e de o título de criadora da literatura infantil portuguesa, é lhe reconhecida uma extensa e intensiva recolha dos contos da tradição oral do país, e a tradução e publicação de vários contos dos irmãos Grimm assim como muitos outros autores estrangeiros de literatura para crianças.

A Ana de Castro Osório ainda se deve a compilação, organização, edição e publicação de "Clepsidra", o único livro de Camilo Pessanha, em 1920, na editora por ela criada, Lusitânia.

 

António Feliciano de Castilho morrceu há 149 anos...

 
António Feliciano de Castilho, 1.º Visconde de Castilho, (Lisboa, 28 de janeiro de 1800 - Lisboa, 18 de junho de 1875) foi um escritor romântico português, polemista e pedagogo, inventor do método Castilho de leitura. Em consequência de sarampo perdeu a visão quase completamente aos 6 anos de idade. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Viveu alguns anos em Ponta Delgada, Açores, onde exerceu uma grande influência entre a intelectualidade local. Contra ele se rebelou Antero de Quental (entre outros jovens estudantes coimbrões) na célebre polémica do Bom-Senso e Bom-Gosto, vulgarmente chamada de Questão Coimbrã, que opôs os jovens representantes do realismo e do naturalismo aos vetustos defensores do ultra-romantismo.
   
     
 
OS TREZE ANOS
(Cantilena)


Já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro:
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.

Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já bailo ao Domingo
com as mais no terreiro.

Já não sou Anita,
como era primeiro;
sou a Senhora Ana,
que mora no outeiro.

Nos serões já canto,
nas feiras já feiro,
já não me dá beijos
qualquer passageiro.

Quando levo as patas,
e as deito ao ribeiro,
olho tudo à roda,
de cima do outeiro.

E só se não vejo
ninguém pelo arneiro,
me banho co’as patas
Ao pé do salgueiro.

Miro-me nas águas,
rostinho trigueiro,
que mata de amores
a muito vaqueiro.

Miro-me, olhos pretos
e um riso fagueiro,
que diz a cantiga
que são cativeiro.

Em tudo, madrinha,
já por derradeiro
me vejo mui outra
da que era primeiro.

O meu gibão largo,
de arminho e cordeiro,
já o dei à neta
do Brás cabaneiro,

dizendo-lhe: «Toma
gibão, domingueiro,
de ilhoses de prata,
de arminho e cordeiro.

A mim já me aperta,
e a ti te é laceiro;
tu brincas co’as outras
e eu danço em terreiro».

Já sou mulherzinha,
já trago sombreiro,
já tenho treze anos,
que os fiz por Janeiro.

Já não sou Anita,
sou a Ana do outeiro;
Madrinha, casai-me
com Pedro Gaiteiro.

Não quero o sargento,
que é muito guerreiro,
de barbas mui feras
e olhar sobranceiro.

O mineiro é velho,
não quero o mineiro:
Mais valem treze anos
que todo o dinheiro.

Tão-pouco me agrado
do pobre moleiro,
que vive na azenha
como um prisioneiro.

Marido pretendo
de humor galhofeiro,
que viva por festas,
que brilhe em terreiro.

Que em ele assomando
co’o tamborileiro,
logo se alvorote
o lugar inteiro.

Que todos acorram
por vê-lo primeiro,
e todas perguntem
se ainda é solteiro.

E eu sempre com ele,
romeira e romeiro,
vivendo de bodas,
bailando ao pandeiro.

Ai, vida de gostos!
Ai, céu verdadeiro!
Ai, Páscoa florida,
que dura ano inteiro!

Da parte, madrinha,
de Deus vos requeiro:
Casai-me hoje mesmo
com Pedro Gaiteiro.

 

António Feliciano de Castilho

Mário Saa nasceu há cento e trinta e um anos...

(imagem daqui)
     
Mário Paes da Cunha e Sá (Caldas da Rainha, 18 de junho de 1893 - Ervedal, 23 de janeiro de 1971) foi um escritor português.
 
Biografia
Mário Paes da Cunha e Sá, que adotou Mário Saa como nome literário, descendia de uma família de grandes proprietários da elite económica e social do concelho alentejano de Avis. Aquando do seu nascimento, o seu pai era notário e sub-delegado no julgado de Óbidos, vivendo nas Caldas da Rainha. Em 1895, a sua família volta para Avis e o seu pai constrói o Monte de Pero Viegas, onde Mário Saa residiu quase toda a vida. Recebeu formação no Colégio de S. Fiel, em Louriçal do Campo (Beira Baixa), no Liceu de Évora e, em 1913, era aluno do Instituto Superior Técnico. Através da revista Presença (n.º 19, 1929), sabe-se que em 1917 continuaria a frequentar o IST. No ano seguinte inscreveu-se no curso de Ciências Matemáticas na Universidade de Lisboa e, em 1930, no curso de Medicina da mesma Universidade, não tendo, no entanto, concluído qualquer das licenciaturas. A vida de Mário Saa repartiu-se entre a administração agrícola das suas propriedades e a investigação e produção literária. Em consonância com o perfil dos intelectuais do seu tempo dedicou-se e interessou-se por temáticas distintas publicando várias obras e numerosos artigos em periódicos. Dedicou-se à filosofia, à genealogia, à geografia antiga, à poesia, à problemática camoniana, às investigações arqueológicas, e mesmo à astrologia e à grafologia. O seu interesse pela arqueologia e a investigação que realizou sobre vias romanas deram origem à sua obra de maior importância, «As Grandes Vias da Lusitânia», em seis volumes, o produto de mais de 20 anos de investigações e prospeções arqueológicas que é, ainda hoje, uma obra de referência. A par com a arqueologia, Mário Saa destacou-se, também, no panorama da poesia portuguesa das décadas de 20 e 30 do século XX, publicando com assiduidade na revista Presença e privando com os grandes poetas e intelectuais da época no âmbito da boémia literária da Brasileira do Chiado. Em 1959 colaboraria ainda no primeiro número da revista «Tempo Presente».
   
Obras publicadas:
  • Evangelho de S. Vito (1917)
  • Portugal Cristão-Novo ou os Judeus na República (1921)
  • Poemas Heróicos / Simão Vaz de Camões; Pref. de Mário Saa (1921)
  • Camões no Maranhão (1922)
  • Táboa Genealógica da Varonia Vaz de Camões (1924)
  • A Invasão dos Judeus (1925)
  • A Explicação do Homem: Através de uma auto explicação em 207 táboas filosóficas (1928)
  • Origens do Bairro-Alto de Lisboa: Verdadeira notícia (1929)
  • Nós, Os Hespanhóis (1930)
  • Proclamações à Pátria: Uma Aliança Luso-Catalã (?)
  • Proclamações à Pátria: Até ao Mar Cantábrico (1931)
  • Erridânia: A Geografia Mais Antiga do Ocidente (1936)
  • As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de Janeiro de 1524 (1940)
  • As Grandes Vias da Lusitânia: O Itinerário de Antonino Pio (6 T.; 1957-1967)
  • Poesia e alguma prosa - Organização, introdução e notas de João Rui de Sousa, INCM, (2006)
       
     
    
Xácara das Mulheres Amadas
  
Quem muitas mulheres tiver,
em vez de uma amada esposa,
mais se afirma e se repousa
pera amar sua mulher;
Quem isto não entender...
em cousas d'amor não ousa,
em cousas d'amor não quer!
   
Quantas mais, mais se descansa,
mais a gente serve a todas;
quantas mais forem as bodas,
quantos mais os pares da dança,
menos a dança nos cansa
O gosto d'andar nas rodas.
  
Que quantas mais, mais detido
a cada uma per si;
nem cansa tanto o que vi,
nem fica o gosto partido;
ao contrário, é acrescido
a cada uma per si!
   
No paladar de mudar
mais se sente o gosto agudo:
que amar nada ou amar tudo
é estar pronto a muito amar;
o enjoo vem de não estar
a par do nada e do tudo.
  
Mais facilmente se chega
pera muitas que pera uma;
e a razão é porque, em suma,
se esta razão me não cega,
quem quer que muitas adrega
é como tendo...nenhuma!
  
Com muitas, descanso vem,
faz o desejo acrescido:
que é o mais apetecido
aquilo que se não tem;
e o apetite é o bem;
e em saciá-lo é perdido.
Também a mulher que tem
seu marido repartido
é mais gostosa do bem
que advém de seu marido!
  
Tão gostosa e recolhida,
tão pronta e tão conformada,
quanto o gosto é não ter nada;
porque o gosto é ser servida
e não o estar contentada.
O gosto é coisa corrente,
e quem o tem já não sente
o gosto dessa corrida,
que tê-lo, é cousa ... jazente...
que tê-lo , é cousa... perdida!
  
Ora, pois, nesta jornada
não vi nada mais de amar
que ter muito por chegar
e cousa alguma chegada;
não vi nada mais de ter...
que ter muito que perder...
e cousa alguma ganhada! 
 
 
Mário Saa

Saramago morreu há catorze anos...

   
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
   

 

Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
  
   
 

in Os Poemas Possíveis (1966) - José Saramago

Clarence Clemons morreu há treze anos...


Clarence Clemons (Norfolk, 11 de janeiro de 1942 - Flórida, 18 de junho de 2011), conhecido pelos fãs como The Big Man, foi um músico norte-americano e ator. Desde 1972 que fazia parte da banda E Street Band como saxofonista. Também participou em vários trabalhos televisivos, e juntamente com o seu amigo do ramo Don Reo, publicou uma autobiografia intitulada: Big Man: Real Life & Tall Tales, em 2009.
Clarence sofreu um acidente vascular cerebral a 12 de junho de 2011, vindo a morrer em consequência de complicações relacionadas com o derrame em 18 de junho.
   

 

  

Paul McCartney faz hoje oitenta e dois anos...!

    
James Paul McCartney (Liverpool, 18 de junho de 1942) é um cantor, compositor, baixista, guitarrista, pianista, multi-instrumentista, empresário, produtor musical, cinematográfico e ativista dos direitos dos animais britânico. McCartney alcançou fama mundial como membro da banda de rock britânica The Beatles, com John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. Lennon e McCartney foram uma das mais influentes e bem sucedidas parcerias musicais de todos os tempos, "escrevendo as canções mais populares da história do rock". Após a dissolução dos Beatles, em 1970, McCartney lançou-se numa carreira a solo de sucessos, formou uma banda com a sua primeira mulher, Linda McCartney, os Wings. Ele também trabalhou com música clássica, eletrónica e bandas sonoras.
Em 1979, o Livro Guinness dos Recordes declarou-o como o compositor musical de maior sucesso da história da música pop mundial de todos os tempos. McCartney teve 29 composições de sua autoria no primeiro lugar das paradas de sucesso dos EUA, vinte das quais com os Beatles e as restantes na sua carreira a solo ou com o seu grupo Wings.
Paul McCartney é o canhoto e baixista mais famoso da história do rock, embora também toque outros instrumentos, como bateria, piano, guitarra, teclados, etc. É considerado como um dos mais ricos músicos de todos os tempos. Foi eleito, em 2008, o 11º melhor cantor de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Fora seu trabalho musical, McCartney trabalha a favor dos direitos dos animais, contra o uso de minas terrestres, a favor da comida vegetariana e a favor da educação musical. Em 1997 foi publicada a biografia intitulada Many Years From Now, autorizada pelo músico e escrita pelo britânico Barry Miles. A sua empresa MPL Communications detém os direitos de autor de mais de três mil canções, incluindo todas as canções escritas por Buddy Holly.
Como os outros três membros da banda, McCartney foi agraciado, em 1966, com o título de membro da Ordem do Império Britânico. Porém, é o único membro dos Beatles a ostentar o título de "Sir", honraria que lhe foi concedida pela Rainha em 1997. 
     

 


segunda-feira, junho 17, 2024

Porque não esquecemos - nem perdoamos...

  
  

Os tempos não

   
   
Os tempos não vão bons para nós, os mortos.
Fala-se de mais nestes tempos (inclusive cala-se).
As palavras esmagam-se entre o silêncio
que as cerca e o silêncio que transportam.

É pelo hálito que te conheço....no entanto
o mesmo escultor modelou os teus ouvidos
e a minha voz, agora silenciosa porque nestes tempos
fala-se de mais são tempos de poucas palavras.

Falo contigo de mais assim me calo e porque
te pertence esta gramática assim te falta
e eis por que não temos nada a perder e por que é
cada vez mais pesada a paz dos cemitérios.

  
  
 

in Todas as palavras - Poesia reunida (2012) - Manuel António Pina

E Depois do Adeus...

Tigran Petrosian, antigo campeão do Mundo de Xadrez, nasceu há 95 anos


Tigran Vartanovich Petrosian
(Tíflis, Geórgia, 17 de junho de 1929 - Moscovo, 13 de agosto de 1984) foi um jogador de xadrez e Campeão do Mundo da modalidade.
Os seus resultados no torneio trienal, que determina o jogador que se bate com o campeão do mundo pelo título da modalidade, demonstram uma sólida evolução: 5º em Zurique em 1953; 3º lugar partilhado em Amesterdão em 1956; 3º na Jugoslávia em 1959; 1º em Curaçao em 1962. Em 1963 derrotou Mikhail Botvinnik com o resultado 12,5 – 9,5 tornando-se campeão do mundo de xadrez.
Petrosian defendeu o seu título em 1966, derrotando Boris Spassky por 12,5 – 11,5. Contudo, em 1969, o mesmo Spassky derrotou-o por 12,5 – 10,5. Em 1968, a Universidade de Yerevan concedeu-lhe um mestrado, tendo Tigran apresentado a tese "Lógica no Xadrez".
Tigran Vartanovich Petrosian foi o único jogador a ganhar um jogo a Bobby Fischer durante os últimos jogos do Torneio de Candidatos de 1971, acabando com a sequência impressionante de Fischer de dezanove vitórias consecutivas (6 ainda nos jogos do Interzonal, 6 frente a Mark Taimanov, 6 frente a Larsen e ainda o primeiro jogo do seu match).
O seu nome batiza duas importantes aberturas: a variante de Petrosian da Defesa Índia do Rei e uma jogada na Defesa Índia da Dama.
  

A última execução pública na guilhotina foi há 85 anos...

(imagem daqui)

Eugen Weidmann, em francês Eugène Weidmann (Frankfurt, Alemanha, 5 de fevereiro de 1908 - Versalhes, França, 17 de junho de 1939), foi um criminoso alemão, célebre por ter sido a última pessoa a ser guilhotinada em público na França.
Ele foi julgado e considerado culpado do assassinato de seis pessoas, todas mortas com um tiro na nuca:
Ele foi guilhotinado em Versalhes, na via pública, no exterior da prisão de Saint-Pierre, como era comum até então. Tendo sido julgado «histérico» o comportamento dos espetadores durante a execução, o presidente da República Albert Lebrun convenceu o governo da época a proceder às execuções no interior da prisão onde se encontrava o condenado à morte, longe das possíveis «emoções populares».
A utilização da guilhotina para execuções «privadas» continuou, mas cada vez mais raras, até o 10 de setembro de 1977, quando foi executado Hamida Djandoubi. Finalmente a pena de morte foi abolida na França, a 30 de setembro de 1981, através de decreto do presidente François Mitterrand.
  
(imagem daqui)

Barry Manilow nasceu há 81 anos

      

Barry Alan Pincus, mais conhecido como Barry Manilow, (Brooklyn, 17 de junho de 1943) é um cantor e compositor americano, muito conhecido pelos seus hits dos anos 70 I Write the Songs, Mandy e Copacabana.
A carreira sem igual de Barry Manilow está fundada numa sólida reputação como cantor, compositor, arranjador e produtor. Ele enche casas de espetáculos, bate recordes de audiência na televisão, compõe bandas sonoras de cinema e para a Broadway e já vendeu 60 milhões de discos no mundo todo. O seu sucesso está devidamente ilustrado por uma coleção de prémios Grammy, Emmy e Tony Awards, além de uma nomeação para o Óscar. Portanto, não é à toa que a bíblia da indústria fonográfica Radio & Records o considera imbatível na categoria de Música Adulta Contemporânea de Todos os Tempos.
   

 


Rudolph Nureyev fugiu do paraíso há 63 anos

 
Rudolf Khametovich Nureyev ou Rudolf Xämät uğlı Nuriev (Irkutsk, 17 de março de 1938 - Paris, 6 de janeiro de 1993) foi um bailarino soviético. Nasceu na Rússia Soviética, transformando-se num dos mais celebrados bailarinos do século XX e a primeira vedeta masculina do mundo da dança desde Vaslav Nijinsky.
Em 17 de junho de 1961, quando estava em turnê com o Kirov em Paris, furou a barreira da segurança soviética e pediu asilo político, no Aeroporto de Le Bourget.
Em 1989 dançou na União Soviética pela primeira vez desde que abandonara o país. Nureyev fez a sua última aparição pública em outubro de 1992, como diretor na estreia parisiense de uma nova produção de La Bayadère.
Nureyev morreu em 1993, em Paris, França, por complicações decorrentes de SIDA.
   

Greg Kinnear celebra hoje 61 anos

   
Gregory Buck "Greg" Kinnear (Logansport, Indiana, June 17, 1963) is an American actor and television personality. He was nominated for an Academy Award for his role in As Good as It Gets.

Charles Gounod nasceu há 206 anos

  
Charles Gounod (Paris, 17 de junho de 1818Saint-Cloud, 18 de outubro de 1893) foi um compositor francês famoso sobretudo por suas óperas e música religiosa.
  
Gounod era filho de um pintor e uma pianista. Muito jovem, entrou para o Conservatório de Paris, onde foi aluno de Jacques Fromental Halévy e Lesueur. Em 1839, compôs uma cantata (Ferdinand) e ganhou o Prix de Rome, um prémio famoso para jovens compositores, que dava direito a uma bolsa de estudos na Itália. Naquele país, ele entrou em contacto com a música polifónica do século XVI, que o fascinou. Tomado por ideias místicas (que nunca o abandonaram completamente), ele pensou em entrar para o sacerdócio, e começou a compor música religiosa. Terminados os seus estudos em Itália, ele regressou a França, mas não sem antes passar por Viena, e assumiu o cargo de organista na Igreja das Missões Estrangeiras, em Paris, que ocupou durante três anos. Nessa época, ficou a conhecer duas mulheres que tiveram grande influência na sua vida: uma foi a cantora Pauline Viardot, que o introduziu no mundo da ópera, e a outra foi Fanny Hensel, que apresentou a Gounod o seu irmão, o célebre compositor Felix Mendelssohn. Através de Mendelssohn, Gounod entrou em contacto com a música de Bach, então pouco conhecida.
A primeira ópera de Gounod, Sapho, estreou em 1851. Várias óperas se seguiram, mas as mais importantes são Fausto (1859), Mireille (1864), Roméo et Juliette (1867) - todas as três estão entre as mais populares do repertório de ópera francês.
Ao rebentar a Guerra Franco-Prussiana (1870), Gounod refugiou-se na Inglaterra, onde permaneceu até 1875. Lá, ele teve uma amante inglesa, Georgina Weldon, e a sua música teve grande sucesso na Inglaterra vitoriana.
Nos últimos anos de vida, Gounod só compôs música religiosa.
   

 


Stravinski nasceu há cento e quarenta e dois anos...

    
Ígor Fiódorovitch Stravinsky (Oranienbaum, atual Lomonosov, 17 de junho de 1882Nova Iorque, 6 de abril de 1971) foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado por muitos um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século. Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes na estreias das suas obras.
A carreira de compositor de Stravinski foi notável pela sua diversidade estilística. Inicialmente adquiriu fama internacional com três ballets encomendados pelo empresário Sergei Diaghilev e executados pelos Ballets Russes de Diaghilev: L'Oiseau de feu ("O Pássaro de Fogo") (1910), Petrushka (1911/1947), e Le Sacre du printemps ("A Sagração da Primavera") (1913). A Sagração, cuja estreia provocou um motim, transformou o modo de pensamento dos compositores posteriores acerca da estrutura rítmica, e foi largamente responsável pela reputação duradoura de Stravinski enquanto revolucionário musical, forçando as fronteiras do design musical.
Após esta fase inicial russa, Stravinski virou-se para o neoclassicismo na década de 20. As obras deste período tendem a utilizar as formas musicais tradicionais (concerto grosso, fuga, sinfonia), frequentemente disfarçadas com um veio de emoção intensa sob uma aparência superficial de distanciamento ou austeridade, muitas vezes prestando tributo à música de mestres anteriores, como J. S. Bach e Tchaikovsky.
Nos anos 50 adotou os procedimentos do serialismo, utilizando as novas técnicas ao longo dos seus últimos vinte anos. As composições de Stravinski deste período têm pontos em comum com toda a sua produção anterior: energia rítmica, a construção de ideias melódicas desenvolvidas a partir de algumas células de duas ou três notas, e clareza de forma, instrumentação e expressão vocal.
Também publicou vários livros ao longo de sua carreira, quase sempre com a ajuda de um colaborador, por vezes não nomeado. Na sua autobiografia de 1936, Chronicles of My Life, escrita com a ajuda de Walter Nouvel, Stravinski incluiu a sua famosa declaração de que a "música é, pela sua própria natureza, essencialmente impotente para expressar seja o que for." Com Alexis Roland-Manuel e Pierre Souvtchinsky escreveu as suas Charles Eliot Norton Lectures (Harvard University,1939–40 ), que foram feitas em francês e mais tarde coligidas sob o título Poétique musicale em 1942 (traduzidas para o inglês em 1947 como Poetics of Music). Muitas entrevistas nas quais o compositor conversou com Robert Craft foram publicadas como Conversations with Igor Stravinsky. Colaboraram ainda em mais cinco volumes adicionais durante a década seguinte.
   

 


Heinz Guderian, um dos criadores da Blitzkrieg, nasceu há 136 anos

  
Heinz Wilhelm Guderian (Kulm, 17 de junho de 1888 - Schwangau, 14 de maio de 1954) foi um general alemão durante a Segunda Guerra Mundial que, após o conflito, se tornou um autor bem sucedido ao escrever as suas memórias. Um pioneiro na defesa da tática da "blitzkrieg", ele desempenhou um papel central no desenvolvimento do conceito das divisões panzer (uma das táticas de vanguarda da ideia da guerra mecanizada). Em 1936, ele tornou-se Inspetor de Tropas Motorizadas.

No começo da Segunda Grande Guerra, Guderian liderou um corpo de blindados na invasão da Polónia, em 1939. No ano seguinte, durante a invasão da França, ele comandou as unidades blindadas que atacaram os franceses pela floresta das Ardenas e sobrepujaram as forças Aliadas na Batalha de Sedan. Ele liderou o 2º Exército Panzer durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética. A operação terminou em fracasso na Batalha de Moscovo e Guderian foi dispensado do serviço ativo.

No começo de 1943, Adolf Hitler apontou Guderian para a nova posição de Inspetor-Geral de Tropas Motorizadas. Neste papel, ele tinha a responsabilidade de reconstruir e treinar novas Divisões Panzer mas teve pouco sucesso devido ao declínio e deterioração da economia de guerra alemã. Em 1944, Guderian foi apontado então como Chefe Interino do Estado-Maior do Alto Comando do Exército, imediatamente após o atentado de 20 de julho contra Hitler. Ele negou envolvimento com movimentos antinazis dentro do exército, embora houvesse evidências circunstanciais de que ele de facto os apoiasse. Contudo, Guderian foi um nazi fervoroso, tendo afirmado, no fim da guerra, que os princípios básicos da teoria nazi tinham sido "ótimos".

Em 1944, Guderian foi colocado no comando da "Corte de Honra" de Hitler, que, após a tentativa de assassinato de Hitler, foi usada para demitir oficiais das forças armadas para que pudessem ser julgados no "Tribunal do Povo" e executados. Segundo vários historiadores, ele teria tido conhecimento da conjura contra Hitler, e convidado a integrá-la, recusou, seguindo o método de "esperar para ver". Ele passou então a ser o conselheiro pessoal de Hitler para a Frente Oriental e ficou, à vista popular, extremamente associado ao regime nazi. As tropas de Guderian executaram com cruel precisão a chamada "Ordem dos Comissários" durante a Operação Barbarossa, e ele foi implicado na comissão de represálias após a Revolta de Varsóvia de 1944.

Heinz Guderian rendeu-se às forças dos Estados Unidos, em 10 de maio de 1945, e permaneceu sob custódia até 1948. Ele foi solto sem ser indiciado por qualquer crime e aposentou-se do serviço ativo e começou a escrever as suas memórias. Intitulada Erinnerungen eines Soldaten (traduzido literalmente como "Memórias de um Soldado", mas em inglês foi lançado como Panzer Leader, ou "Líder de Tanque"), sua autobiografia tornou-se um bestseller, que é um sucesso de vendas até os dias atuais. Os livros de Guderian perpetuaram vários mitos do pós-guerra, incluindo o da teoria da "Wehrmacht limpa". No seu livro, Guderian apresenta-se como o único originador das doutrinas de blindados das forças panzer alemãs, enquanto omite qualquer menção da sua relação com Hitler e o regime nazi, ou de seu envolvimento com crimes de guerra. Guderian faleceu em 1954 e foi enterrado na cidade de Goslar.
   

M. C. Escher nasceu há 126 anos


Maurits Cornelis Escher
(Leeuwarden, 17 de junho de 1898 - Hilversum, 27 de março de 1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.
   
Queda de água - Escher (1961)
      
Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de óptica. Foi numa visita à Alhambra, na Espanha, que o artista conheceu e se encantou pelos mosaicos que havia neste palácio de construção árabe. Escher achou muito interessante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. Este foi o ponto de partida para os seus trabalhos mais famosos, que consistiam no preenchimento regular do plano, normalmente utilizando imagens geométricas e não figurativas, como os árabes faziam por causa da religião muçulmana, que proíbe tais representações.
A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional. Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o facto de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos. Mais tarde ele foi considerado como um grande matemático geométrico.
   
      

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul terminou há 102 anos...

  

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil

   

 

A épica viagem iniciou-se em Lisboa, às 7h00 (hora GMT) de 30 de março de 1922, empregando um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, especialmente concebido para a viagem, equipado com motor Rolls-Royce e batizado Lusitânia. Sacadura Cabral exercia as funções de piloto e Gago Coutinho as de navegador. Este último havia criado, e empregaria durante a viagem, um horizonte artificial adaptado a um sextante, a fim de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação aérea à época.

A primeira etapa da viagem foi concluída, no mesmo dia, sem incidentes em Las Palmas, nas Ilhas Canárias, embora tenha sido notado, por ambos, um excessivo consumo de combustível.

No dia 5 de abril, partiram rumo à Ilha de São Vicente, no Arquipélago de Cabo Verde, cobrindo 850 milhas. Lá se demoraram até 17 de abril para reparações no hidroavião, que metia água nos flutuadores, tendo partido das águas do porto da Praia, na Ilha de Santiago, rumo ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo, em águas brasileiras, onde amararam, sem o auxílio do vento, no dia 18. O mar revolto naquele ponto, entretanto, causou danos ao Lusitânia, que perdeu um dos flutuadores. Os aeronautas foram recolhidos por um Cruzador da Marinha Portuguesa, que os conduziu a Fernando de Noronha. Apesar de exaustos pelo voo de 1.700 quilómetros e pelo pouso acidentado, comemoraram a chegada, com precisão, àqueles rochedos em pleno Atlântico Sul, apenas com o recurso do método de navegação astronómica criado por Gago Coutinho.

Com a opinião pública portuguesa e brasileira envolvida no feito, o Governo Português enviou outro hidroavião Fairey, batizado como Pátria, a partir de Fernando de Noronha, pelo navio brasileiro Bagé, que chegou no dia 6 de maio. Tendo o hidroavião sido desembarcado, montado e revisado, a 11 de maio descolaram de Noronha. Entretanto, nova fatalidade acometeu os aviadores, quando, tendo retornado e sobrevoando o arquipélago de São Pedro e São Paulo para reiniciar o trecho interrompido, uma avaria no motor obrigou-os a amarar de emergência, tendo permanecido nove horas como náufragos, até serem resgatados por um cargueiro inglês - o Paris City, em trânsito na região.

Reconduzidos a Fernando de Noronha, aguardaram até 5 de junho, quando lhes foi enviado um novo Fairey F III-D (o n.° 17), batizado pela esposa do então Presidente do Brasil, Epitácio Pessoa (1919-1922), como Santa Cruz. Transportado de Portugal pelo navio Carvalho Araújo foi posto na água do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, tendo levantado voo rumo a Recife, fazendo escalas em Salvador, Porto Seguro, Vitória e dali para o Rio de Janeiro, então Capital Federal, onde, a 17 de junho de 1922, amarou em frente à Ilha das Enxadas, nas águas da baía de Guanabara.

Aclamados entusiasticamente como heróis em todas as cidades brasileiras onde desceram, os aviadores haviam concluído com êxito não apenas a primeira travessia do Atlântico Sul, mas pela primeira vez na História da Aviação, tinha-se viajado sobre o Oceano Atlântico apenas com o auxílio da navegação astronómica a partir do avião.

Embora a viagem tenha consumido setenta e nove dias, o tempo de voo foi de apenas sessenta e duas horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um total de 8.383 quilómetros. A viagem serviu de inspiração para os raides posteriores de Sarmento de Beires, João Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todas em 1927.


 

O assalto que deu origem ao caso Watergate ocorreu há 52 anos

 

O caso Watergate foi o escândalo político ocorrido em meados de 1972 nos Estados Unidos cujas investigações posteriores culminaram com a renúncia, em agosto de 1974, do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano. "Watergate", de certo modo, tornou-se um caso paradigmático de corrupção. No total, cerca de 69 pessoas foram indiciadas, com 48 delas - a maioria membros do governo Nixon - condenadas pela justiça.

 

O caso

Richard Nixon fora eleito presidente dos Estados Unidos em 1968, pelo partido Republicano, sucedendo a Lyndon Johnson, tornando-se o terceiro presidente dos Estados Unidos a ter de lidar com a Guerra do Vietnã. Nixon voltou a candidatar-se em 1972, tendo como opositor o senador democrata George McGovern, e obteve uma vitória esmagadora, ganhando em 49 dos 50 estados. McGovern venceu apenas em Massachusetts, além do Distrito de Columbia.

O caso Watergate teve origem durante esta campanha eleitoral de 1972. Em 17 de junho daquele ano, ocorreu uma intrusão na sede do Comité Nacional Democrata, no Complexo Watergate, na capital dos Estados Unidos. Cinco pessoas - quatro das quais haviam participado na fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961 - foram detidas quando tentavam fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta na sede do Partido Democrata.

Bob Woodward e Carl Bernstein, dois jovens repórteres do jornal The Washington Post, começaram a investigar o já chamado caso Watergate. Durante muitos meses, os dois repórteres estabeleceram as ligações entre a Casa Branca e a invasão ao escritório do Partido Democrata. Muitas das informações obtidas por eles eram passadas pelo agente do FBI Mark Felt, que era mencionado pela alcunha de Garganta Profunda (Deep Throat), com intuito de preservar o anonimato de Felt.

Durante a investigação oficial que se seguiu, foram apreendidas fitas gravadas que demonstravam que o presidente Nixon tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição, porém as fitas haviam sido editadas, com trechos removidos. O seu advogado argumentou que o presidente tinha prerrogativas de cargo e não estaria obrigado a apresentar informações confidenciais. Em 24 de julho de 1974, Nixon foi julgado pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos e obrigado, por veredicto unânime, a apresentar as gravações originais, que comprovariam, de forma inequívoca, o seu envolvimento na ação criminosa contra a sede do Comité Nacional Democrata e consequentemente a abertura de um processo de impeachment. Dezasseis dias depois, em 9 de Agosto, Nixon renunciou à presidência. Foi substituído pelo vice-presidente Gerald Ford, que assinou uma amnistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido.

Por muitos anos a identidade de "Garganta Profunda" permaneceu desconhecida, até que, em 31 de maio de 2005, o ex-diretor-assistente do FBI, W. Mark Felt, foi referido como sendo o informador. Bob Woodward e Carl Bernstein confirmaram tal facto.