quinta-feira, agosto 17, 2023
Mae West nasceu há cento e trinta anos
Poesia adequada à data...
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
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Marcadores: Brasil, Carlos Drummond de Andrade, literatura, modernismo, poesia
João Donato nasceu há 89 anos...
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Marcadores: Bossa nova, Brasil, jazz fusion, João Donato, MPB, música
Eugénio de Castro morreu há 79 anos...
Um Sonho
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse...
O sol, o celestial girassol, esmorece...
E as cantilenas de serenos sons amenos
Fogem fluídas, fluindo à fina flor dos fenos...
As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves.
Flor! enquanto na messe estremece a quermesse
E o sol, o celestial girassol esmorece,
Deixemos estes sons tão serenos e amenos,
Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos...
Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...
Como aqui se está bem! Além freme a quermesse...
– Não sentes um gemer dolente que esmorece?
São os amantes delirantes que em amenos
Beijos se beijam, Flor! à flor dos frescos fenos...
As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítólas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...
Esmaiece na messe o rumor da quermesse...
– Não ouves este ai que esmaiece e esmorece?
É um noivo a quem fugiu a Flor de olhos amenos,
E chora a sua morta, absorto, à flor dos fenos...
Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...
Penumbra de veludo. Esmorece a quermesse...
Sob o meu braço lasso o meu Lírio esmorece...
Beijo-lhe os boreais belos lábios amenos,
Beijo que freme e foge à flor dos flóreos fenos...
As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...
Teus lábios de cinábrio, entreabre-os! Da quermesse
O rumor amolece, esmaiece, esmorece...
Dá-me que eu beije os teus' morenos e amenos
Peitos! Rolemos, Flor! à flor dos flóreos fenos...
Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...
Ah! não resistas mais a meus ais! Da quermesse
O atroador clangor, o rumor esmorece...
Rolemos, ó morena! em contactos amenos!
– Vibram três tiros à florida flor dos fenos...
As estrelas em seus halos
Brilham com brilhos sinistros...
Cornamusas e crotalos,
Cítolas, cítaras, sistros,
Soam suaves, sonolentos,
Sonolentos e suaves,
Em suaves,
Suaves, lentos lamentos
De acentos
Graves,
Suaves...
Três da manhã. Desperto incerto... E essa quermesse?
E a Flor que sonho? e o sonho? Ah! tudo isso esmorece!
No meu quarto uma luz luz com lumes amenos,
Chora o vento lá fora, à flor dos flóreos fenos...
in Oaristos (1890) - Eugénio de Castro
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O Triunfo dos Porcos foi publicado há 78 anos
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo. 2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo. 3. Nenhum animal usará roupas. 4. Nenhum animal dormirá em cama. 5. Nenhum animal beberá álcool. 6. Nenhum animal matará outro animal. 7. Todos os animais são iguais. |
4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis. 5. Nenhum animal beberá álcool em excesso. 6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo. 7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros. |
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Belinda Carlisle celebra hoje 65 anos
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Peter Fechter, a mais famosa vítima do Muro de Berlim, foi assassinado há 61 anos...
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Francesco Albani nasceu (talvez...) há 445 anos
António Botto nasceu há 126 anos...
António Tomás Botto (Concavada, Abrantes, 17 de agosto de 1897 - Rio de Janeiro, 16 de março de 1959) foi um poeta português.
"a) ter desacatado uma ordem verbal de transferência dada pelo primeiro oficial investido ao tempo em funções de diretor, por impedimento do efetivo;
b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;
c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."
- "A elegância espontânea do seu pensamento, a dolência latente de sua emoção asseguram-lhe facilmente, conjugando-se, a mestria nesta espécie de lirismo [...] Distingue-se pela simplicidade perversa e pela preocupação estética destituída de preocupações. Foge da complicação com o mesmo ardor com que se esconde da intenção direta. É em verdade singular que se seja simples para dizer exatamente outra coisa, e se vá buscar as palavras mais naturais para por meio delas ter entendimentos secretos.
- Certo é que o que António Botto escreve, em verso ou em prosa, há que ser lido sempre com a intenção posta em o que não está lá escrito."
Anda, vem… por que te negas,
Carne morena, toda perfume?
Por que te calas,
Por que esmoreces
Boca vermelha,- rosa de lume!
Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.
Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, - meu amor!
E ouve, mancebo alado,
Não entristeças, não penses,
— Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem pecado…
Anda, vem… dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;
Tenho Saudades da vida!
Tenho sede dos teus beijos!
in Canções (1932) - António Botto
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Marcello Caetano, último primeiro-ministro da II república, nasceu há 117 anos
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António Pedro morreu há 57 anos...
Igual
Eu já nem sei quem sou. Se o soube um dia
Foi um engano leve de momento:
Vi através de mim um pensamento,
E imaginei que já me conhecia.
Eu não sinto na alma um só tormento,
Nem a dor – é mentira – me assedia,
Só uma calma imensa anestesia
O meu crime maior: o sentimento.
E eu posso lá dizer que sei quem sou!
Nunca mudei, a vida não mudou.
Eu hei de ser eternamente igual…
Nasceu a minha mágoa só de mim…
A minha vida há de seguir assim
E hei de ser sempre o mesmo por meu mal!
António Pedro
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Ira Gershwin morreu há quarenta anos...
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O Rei João III Sobieski, da República das Duas Nações, nasceu há 392 anos
- After World War II, a statue of John III Sobieski was "repatriated" to Gdańsk from the Ukrainian city of Lviv (Polish: Lwów, formerly in the Second Polish Republic). The statue overlooks a little park at the old Gdańsk City Hall museum.
- After the battle of Vienna, the newly delineated constellation of Scutum (Latin for shield) was originally named Scutum Sobiescianum by the astronomer Johannes Hevelius, in honor of John III Sobieski. While there are a few stars named after non-astronomers, this is the only constellation named after a real non-astronomer, moreover, one who was still alive when the constellation was named.
- A legend of the origins of the bagel refers to John III Sobieski as the king to whom a Jewish baker gave the very first bagel in commemoration of his victory at Vienna in 1683. The round shape of the bagel was said to resemble the stirrups of Sobieski and his mounted warriors.
- The EuroCity rail lines running between Vienna and Warsaw (lines 104/105) are named after Sobieski.
- There is a modern proposition from non-Polish European newspapers to name the A2 highway in Poland after Sobieski.
- There is a vodka brand called Sobieski, after His Majesty John III
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Carlos Drummond de Andrade morreu há 36 anos...
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
in Corpo (1984) - Carlos Drummond de Andrade
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O sismo de Kocaeli, na Turquia, fez milhares de vítimas há 24 anos
O sismo de İzmit de 1999, também chamado sismo de Kocaeli ou sismo de Gölcük, foi um sismo de magnitude 7,6 ou 7,5 que atingiu o noroeste da Turquia a 17 de agosto de 1999 às 03.02 horas locais. O evento durou 37 segundos, provocou a morte de cerca de 17.000 pessoas (dados oficiais) e deixou cerca de meio milhão de pessoas sem casa. Fontes não oficiais referem um número de vítimas muito superior - 35 ou 45 mil mortos e um número semelhante de feridos. A cidade de İzmit ficou severamente danificada, mas também houve estragos significativos em Istambul, onde se registaram cerca de mil mortos.
Postado por Fernando Martins às 00:24 0 bocas
Marcadores: Falha Setentrional da Anatólia, sismo de İzmit de 1999, tsunami, Turquia