Biografia
Filho de José Maria da Costa (
Lisboa, 27 de setembro de 1880 - ?) e de sua mulher Isabel Savage de Paula Rosa (Lisboa,
Santos-o-Velho, 1884 - Cidade da Praia,
circa 1930), filha de mãe inglesa, era primo-irmão da mãe de
António Sousa Lara.
Mudou-se aos quatro anos para Portugal e frequentou o
Liceu Pedro Nunes em Lisboa até ao 2.º ano, mudando-se depois para o Instituto Nuno Álvares, da
Companhia de Jesus, em
La Guardia
- Galiza, onde foi membro do grupo de teatro, tendo participado em
várias dezenas de peças. O 6.º ano acabou-o em Santarém e o 7.º ano em
letras no Liceal de Coimbra, onde dirigiu o jornal
O Bicho. Ingressou na
Universidade de Lisboa, tendo frequentado a
Faculdade de Direito e a
Faculdade de Letras, não concluindo nenhum dos cursos. Viveu em
Paris entre 1934 e 1935 onde chegou a estudar no Instituto de Arte e Arqueologia da
Universidade de Sorbonne e onde assinou o
Manifeste Dimensioniste.
Casou com Maria Manuela Possante, de quem não teve descendência.
O surrealismo surge nos horizontes culturais portugueses a partir de
1936, em grande parte pela sua mão, em experiências literárias
«automáticas» que realiza com alguns amigos. Em 1940 realiza, com
António Dacosta e Pamela Boden (Casa Repe, Lisboa) aquela que é considerada a primeira exposição surrealista em Portugal: "
A exposição reunia dezasseis pinturas de Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstratas de Pamela Boden [...]
. O surrealismo de que se falara até então vagamente, desde 1924, [...]
irrompia nesta exposição, abrindo a pintura nacional para outros horizontes que ali polemicamente se definiam". Nesse mesmo ano cria a revista
Variante.
Em 1941 António Pedro visitou o
Brasil. Esteve no
Rio de Janeiro e em
São Paulo,
tendo exposto os seus quadros em concorridas mostras em ambas as
cidades. Permaneceu no país uns quatro ou cinco meses, o bastante para
formar um largo círculo de amizades entre a nata da intelectualidade
brasileira, partindo deixando um rastro de amizades e sinceros
admiradores.
Entre 1944 e 1945 vive e trabalha em Londres na British Broadcasting Corporation (B.B.C.), tendo feito parte do grupo surrealista de Londres.
Grande parte da sua obra como
pintor perdeu-se, em 1944, aquando dum incêndio no seu
atelier, onde ficara a viver o seu amigo
António Dacosta.
A Ilha do Cão, 1941, óleo sobre tela
Igual
Eu já nem sei quem sou. Se o soube um dia
Foi um engano leve de momento:
Vi através de mim um pensamento,
E imaginei que já me conhecia.
Eu não sinto na alma um só tormento,
Nem a dor – é mentira – me assedia,
Só uma calma imensa anestesia
O meu crime maior: o sentimento.
E eu posso lá dizer que sei quem sou!
Nunca mudei, a vida não mudou.
Eu hei de ser eternamente igual…
Nasceu a minha mágoa só de mim…
A minha vida há de seguir assim
E hei de ser sempre o mesmo por meu mal!
António Pedro
2 comentários:
O poeta português Eugénio de Castro, faleceu em 17 de Agosto de 1944.
Obrigado pela sugestão - publicámos um post a recordar a sua morte...
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